por Tybert em 28 Dez 2007, 20:48
Comum no sentido que em 500 anos de literatura usam as mesmas estruturas rimadinhas, musicalidade, ordem, repetição de modelos... meu lirismo não é francamente como um coronel do exército com botas polidas, cabelos penteados, alinhado e fardinha, cheio de motivos e ideais, mas muito mais como um vagabundo inútil que está jogado em um canto de uma rua de subúrbio, com uma perna cheia de curativos podres e morrendo de rir de tudo, de como tudo é tão patético, especialmente ele mesmo.
Ao menos é como eu vejo isso tudo: Não gosto da perfeição, elegância ou trabalho retocado, gosto daquilo que sai como um escarro. Gosto por sua imperfeição, por sua capacidade de não ser absolutamente coisa alguma.
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
— O que eu vejo é o
beco.
(Manuel Bandeira - Poema do Beco)