por Tabris em 19 Set 2007, 23:22
Só tenho umas coisas a dizer.
1 - O BOPE não são os paladinos da justiça q muita gente pensa, meu irmão por exemplo agora está vendo o BOPE como os grandes heróis nacionais (tudo bem, ele é fã do Justiceiro e concorda com ele, mas mesmo assim ainda acho estranho) e vive falando q quer entrar para o BOPE. Vários professores meus já comentaram que no fundamental e no médio tem muita gente pensando na mesma linha. Parece q violência passa desapercebida, e as pessoas esquecem que por mais terrível que a situação seja não é uma guerra, e os moradores da favela não são inimigos, na verdade eles são as maiores vitimas.
2 - O BOPE não é incorruptível, somos nós que esquecemos bem rápido das denuncias de corrupção que já apareceram a alguns anos atrás.
3 - O personagem principal (o nome me foge) realmente cita que "talvez ele tenha tido uma infância de merda, mas o que me deixa puto é o cara que tem uma chance na vida e escolhe esse caminho" ao falar de um traficante, mas fora isso a impressão que o filme da é que ou a criminalidade no rio brotou do nada ou que é culpa da classe média. Eu não estou tentando defender o consumo de maconha, mas a culpa não é só dele. O filme ignora o fato de que a culpa também é do governo, talvez seja só uma questão de foco (o filme simplesmente não foi feito para mostrar o outro lado), mas é do interesse de muito político que a culpa fique com outro no lugar dele. Que seja colocada no criminoso sem face que é o usuário de maconha, afinal, é sempre o filho do vizinho e nunca o seu, não é mesmo?
Mas filme algum é perfeito, devo dizer que é um ótimo filme e apesar de concordar que o cinema e a literatura brasileiros tem esse preconceito de que filme brasileiro tem que mostrar a "realidade brasileira" devo dizer que é uma obra prima, um filme realmente para ser lembrado por muito tempo.
E sim, eu tb vibrei muito quando vi o filme mostrar que quem consome a droga do traficante é o filhinho-de-papai da classe média.

