Noites de dissecação
de dor e horror,
de putridão e carne
arrancada dos ossos
a bruta força
com ira e loucura
tornando corpos
em fontes de pura
insanidade para o
maldito espectador.
Grite pela vida
que acabará por
se desfazer
numa poça de sangue
banhada pela lua cheia
e molhada pela
chuva de outono
sob um vento de
frio e arrepio.
Carnificina,
açougueiro,
estripador,
a faca,
o maníaco,
o insano,
o procurado,
tudo se refere
a ele.
Está no jornal,
está na novela,
está na TV,
está em cartazes,
está na sua mente,
bem onde queria estar.
Queria atenção,
e agora que o tem
não quer mais.
Tem medo, tem arrependimento,
mas já é tarde.
Vidas se foram,
traumas se fizeram,
e arrependimento
não cura a dor.
Justiça deve ser feita
com o custo de uma vida
mesmo por um momento
de loucura que
a própria sociedade causou.
Quantos inocentes
devem morrer,
em mãos policiais,
de executores,
de justiceiros
ou de assassinos?
Quantos devem morrer
até conseguirmos viver?
Porque matar e não
se considerar assassino?
Porque não viver
e deixar viver?
Onde está a justiça
se ela se esconde no
peito da morte?
Só vejo numa bandeira
negra, vermelha, e branca
a inscrição nela de
"Desordem e Regresso".
Onde está nosso mundo?