A idéia é essa. Ser rápido, mas ainda assim mostrar algo que dê para entender, pois não tem muito o que mostrar sobre Yao, até porque ele seria o vilão de uma aventura que eu pretendia mestrar. Esse conto seria apenas uma base para ser usada.
Aí vai mais uma parte.
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Tempestade
Atravessou a Província dos Tigres Brancos varrendo tudo pela frente, tomando tudo o que podia interessar. Dinheiro para custear seu estilo de vida no palácio do príncipe imperial, mulheres para entretê-lo, e cavalos para serem utilizados quando suas montarias já tiverem se tornado inúteis.
Alguns de seus soldados foram deixados para trás, para cuidarem das terras conquistadas para a futura partilha. Yao prometia generosas quantias de terras para aqueles que lhe mostrassem mais cabeças dos inimigos e mais camponeses humilhados. Era a sua diversão ver seus homens disputando na sua frente, estuprando mulheres diante de seus pais e seus maridos, ou amarrando crianças em seus cavalos e colocando-os para correr até não restarem mais que pedaços.
E sempre que havia aquele que mais dava trabalho para ser apanhado, o jovem general se deliciava em caçá-lo pessoalmente, com sua irmã. Monges guerreiros eram o seu desafio favorito, por sempre acrescentarem algo a ele em suas batalhas corpo a corpo. Pôde comprovar isso quando encontrou o jovem do Templo da Terra Sagrada.
Era pálido, de longos cabelos brancos, presos em uma trança. Os olhos azuis chamaram a atenção de Yao, tanto pela raridade quanto pela determinação. Havia uma certa majestade em seu porte, o que chegou a fazer com que o general cogitasse estar diante da nobreza daquela província.
Havia escutado lendas de que os senhores daquelas terras eram chamados de Filhos do Tigre Branco.
Esse jovem monge foi o único que conseguiu escapar de Pálido Inverno, mas Yao tinha a experiência dos anos de guerra e acuou o rapaz. Não tardou para que o Mestre do Templo viesse em seu socorro, fazendo com que a atenção do general acabasse se voltando para o ancião. Foi uma das raras ocasiões em que se perguntou se teria alguma chance de vitória.
Sentira algo rasgar suas costas enquanto estava entretido com o monge mais velho, seguida por uma dor dilacerante percorrer. Pior que lâminas perfurando sua carne, lembrança tão vívida em sua mente desde que entrara para o exército, pareciam garras de alguma besta amaldiçoada. Aquilo quase o fizera enlouquecer de agonia e raiva.
Ouvira o Mestre do Templo gritar para que o jovem fugisse. Não recorda dos detalhes do que acontecera mais tarde. Erguera o braço que empunhava sua espada e abrira um generoso ferimento no ventre do velho. Yu correra em seu socorro e então os irmãos puderam ver um corpulento tigre branco que corria em direção ao bosque de bambu.
Yao percebeu, antes de ceder à dor, que aquele não era o melhor momento para avançar sobre a Terra do Tigre Branco...