Moderador: Moderadores




Estou muito curioso para ver o desenrolar dos eventos, mas de verdade, existe um aspecto muito awesome nessa história de "first great infowar"
Pois então. Não é legal quando o óbvio se concretiza? Não é legal quando a gente vê a democracia e a liberdade de expressão sendo defendidas só através de discurso? É óbvio. E é divertido.
Outra coisa que é divertida é essa discussão: segundo a constituição, em casos de SEGURANÇA NACIONAL, convém ao Estado manter segredos e omitir a verdade de seus cidadãos. Mas o que é questão de SEGURANÇA NACIONAL? Qualquer coisa que o Estado achar que for. Inclusive a verdade.
Cyberconflitos acontecem nos bastidores de governos há anos - especialmente entre China, Rússia e Estados Unidos.

Levando em conta o que a Wikileaks fez ... isso é alguma surpresa? Ela consequiu quebrar e liberar mais informação dada como secreta ou confidencial(e isso é um crime em todo tipo de democracia) do que prativamente toda a mídia tradicional conseguiu em sua existência e é mais do que óbvio que ele seria perseguido. E isso leva a uma zona incrivelmente cinzenta onde o problema pode ser resumido em uma pergunta: Deveriam existir informações sigilosas em uma democracia ?

Lula presta 'solidariedade' ao WikiLeaks e defende liberdade de expressão
Presidente criticou detenção do criador do site, Julian Assange, em Londres.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira a liberdade de expressão e disse que tem "solidariedade" para com o site WikiLeaks e seu criador, o australiano Julian Assange, que está detido em Londres.
Assange se entregou depois que a Interpol expediu um pedido internacional de prisão contra ele, devido a acusações de estupro e abuso sexual feitas por duas mulheres suecas. Os supostos abusos teriam ocorrido em agosto, na Suécia.
Desde o fim de novembro, o WikiLeaks - especializado em publicar documentos governamentais sigilosos - vem divulgando milhares de telegramas trocados entre diplomatas americanos, muitos deles confidenciais, que revelam dados estratégicos de defesa e de política externa dos Estados Unidos, além de opiniões de autoridades do país sobre líderes mundiais.
"(...) Estranho é que o rapaz que estava desembaraçando a diplomacia americana... o rapaz foi preso e eu não estou vendo nenhum protesto", disse Lula durante um discurso feito no evento que marcou o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Brasília.
Lula ainda afirmou que Assange "estava colocando a nu um trabalho menor que alguns embaixadores fizeram".
"A (presidente eleita) Dilma (Rousseff) tem que saber e falar para os seus ministros que, se não tiver o que escrever, não escreva bobagem, passe em branco a mensagem", afirmou o presidente.
"Aí aparece o tal do WikiLeaks, desnuda a diplomacia que parecia inatingível, parecia a mais certa do mundo, e aí começa uma busca... eu não sei se colocaram cartazes, assim, do tempo do faroeste, 'procura-se vivo ou morto'... prenderam o rapaz e não vi um voto de protesto", disse.
"O rapaz estava colocando apenas aquilo que ele leu, e se ele leu porque alguém escreveu, o culpado não é quem divulgou, o culpado é quem escreveu", disse o presidente.
"Em vez de culpar quem divulgou, culpem quem escreveu a bobagem, porque senão não teria o escândalo que teve", afirmou Lula.
"O WikiLeaks tem a minha solidariedade pela divulgação das coisas" disse o presidente, que ainda registrou um "protesto" a favor da liberdade de expressão.
Brasil no WikiLeaks
O próprio presidente foi citado nos documentos relevados pelo WikiLeaks
Em um dos telegramas, a diplomata americana Lisa Kubiske afirma que "Lula cacarejou" suas conquistas ambientais na cúpula do clima (COP-15), realizada no fim de 2009 em Copenhague, Dinamarca.
Para ela, o Brasil teria assumido uma imagem exagerada de "herói" e "cavaleiro branco" na COP-15, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.
O Brasil também foi citado em outros telegramas revelados pelo site. Em um deles, o ex-embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, critica o Plano Nacional de Defesa, apresentado pelo governo em 2008.

http://www.city-journal.org/2010/eon1202td.html escreveu:What’s Really Wrong with WikiLeaks
The dissolution of privacy is a fundamental aim of totalitarianism.
2 December 2010
We hardly needed WikiLeaks to tell us, among many other things, that Nicolas Sarkozy, the president of France, is a vulgar man with authoritarian inclinations, or that Silvio Berlusconi, the Italian prime minister, is interested in sex. It isn’t even particularly reassuring to have our judgments confirmed for us by American diplomatic messages, for if they had said anything different we shouldn’t have believed them in any case.
After the first slight frisson of pleasure at the discomfiture of powerful people and those in authority has worn off, a pleasure akin to that of seeing a pompously dignified man slip on a banana skin, the real significance of the greatest disclosure of official documents in the history of the world—without, that is, the military downfall of a great capital city—becomes apparent. It is not, of course, that revelations of secrets are always unwelcome or ethically unjustified. It is not a new insight that power is likely to be abused and can only be held in check by a countervailing power, often that of public exposure. But WikiLeaks goes far beyond the need to expose wrongdoing, or supposed wrongdoing: it is unwittingly doing the work of totalitarianism.
The idea behind WikiLeaks is that life should be an open book, that everything that is said and done should be immediately revealed to everybody, that there should be no secret agreements, deeds, or conversations. In the fanatically puritanical view of WikiLeaks, no one and no organization should have anything to hide. It is scarcely worth arguing against such a childish view of life.
The actual effect of WikiLeaks is likely to be profound and precisely the opposite of what it supposedly sets out to achieve. Far from making for a more open world, it could make for a much more closed one. Secrecy, or rather the possibility of secrecy, is not the enemy but the precondition of frankness. WikiLeaks will sow distrust and fear, indeed paranoia; people will be increasingly unwilling to express themselves openly in case what they say is taken down by their interlocutor and used in evidence against them, not necessarily by the interlocutor himself. This could happen not in the official sphere alone, but also in the private sphere, which it works to destroy. An Iron Curtain could descend, not just on Eastern Europe, but over the whole world. A reign of assumed virtue would be imposed, in which people would say only what they do not think and think only what they do not say.
The dissolution of the distinction between the private and public spheres was one of the great aims of totalitarianism. Opening and reading other people’s e-mails is not different in principle from opening and reading other people’s letters. In effect, WikiLeaks has assumed the role of censor to the world, a role that requires an astonishing moral grandiosity and arrogance to have assumed. Even if some evils are exposed by it, or some necessary truths aired, the end does not justify the means.
Theodore Dalrymple, a physician, is a contributing editor of City Journal, the Dietrich Weismann Fellow at the Manhattan Institute, and author of Not with a Bang but a Whimper and other books.
Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 1 visitante