Youkai X escreveu:Poderia dar alguns exemplos bacanas desse uso de action points que você faz, planes?
A idéia por trás desta
house rule é adaptar algo que já vi em outros sistemas, onde o jogador pode mudar os rumos do jogo de uma forma coberta pelo sistema, não só fazendo com que os jogadores fiquem mais atentos a narração em busca de oportunidades como ajudando a direcionar a aventura ao gosto do grupo.
Em D&D resolvi usar a mecânica do
Action Point para tal. Um jogador pode a qualquer momento gastar um AP para pode alterar a narração desde que ele
não crie algo do nada na cena e
que a narração seja verossímil. O mestre, por sua vez, tem 2 APs separados (que são resetados após um descanso estendido, como acontece com os APs dos personagens) para poder alterar (e não anular, uma vez narrado está narrado) esta narração do jogador (os outros jogadores podem então gastar Aps para responder a isso, criando uma situação cheia de reviravoltas

).
Desta forma um jogador não pode simplesmente gastar AP e dizer que tropeçou em uma espada mágica, mas ele pode gastar um AP para criar um background de um item mágico que ele encontrou (talvez até alterando o poder para um de nível equivalente condizente a história que ele criou). - regra de não criar algo do nada.
Da mesma forma ele não pode simplesmente gastar um AP e fazer o inimigo NPC pular do abismo, mas poderia gastar um AP para fazer com que os inimigos primitivos o confundam com algum deus ou ser mítico (a la Ewoks em Star Wars) - regra da verossimilhança
Estou testando esta regra agora (foi apenas uma sessão de jogo), ela foi utilizada uma vez após um combate entre alguns escravagistas e orcs, inicialmente pensei em matar todos os orcs para segurar um monstro mais forte enquanto os PCs derrotavam os outros escravagistas, mas utilizando de movimentos forçados acabaram salvando um dos orcs. Quando a luta acabou um dos jogadores usou um AP para poder interpretar o orc que sobreviveu durante aquela cena e, de um figurante insignificante para ser sacrificado, ele passou a ser um raro e honrado orc que ofereceu seus serviços ao grupo até que tenha pago sua divida por terem salvo sua vida e dos outros membros da tribo (o que veio a calhar mais tarde como bônus em perícias sociais durande um
skill challenge onde os personagens tinham de convencer o filho do chefe desta tribo orc a libertar alguns refens em uma mina).
Ainda tenho dúvidas em relação ao equilibrio quando os jogadores pararem de gastar APs para terem ações extras ao fazerem uso desta regra, mas por enquanto não vejo tanto problema. Caso isso mude ainda há a possibilidade de acelerar o ganho de APs ou ainda fornecer uma espécie de Pontos de Drama em separado.
Planes, posso partir do pressuposto que isso seja verdade (ainda não terminei de ler o livro, mas confio em sua opinião), mesmo assim meu comentário foi baseado na parte mecânica do jogo puramente.
Como o Nibelung disse o livro do mestre é bem interessante mesmo para quem não joga D&D ou já tem uma boa experiencia em jogar RPG.
As dicas são bem direcionadas e sem expectativas absurdas (as vezes você vai ler algumas dicas de livros e fica se perguntando como alguém consegue colocar aquilo em prática). Ainda tem algumas regras extras aqui e ali, mas no geral é muito bem montado e com certeza vale a leitura (inclusive tem dicas de como costumizar sua experiência de jogo em D&D, seja mais voltado para história/ambientação ou o matar/pilhar/destruir cheio de variações táticas

).