Kasuya escreveu:Do seu ponto de vista, monges estão mais para magia do que para arte marcial per si. Do meu ponto de vista, ocorre justo o contrário. Acredite. Eu posso conviver com isso.
Não, estou dizendo que você não discute genericamente termos de ambientação. Cada cenário tem sua própria realidade, seus próprios elementos que definem se algo é verossímil ou não e servem de base para qualquer argumento sério sobre o assunto.
Em Exalted monges possuem golpes ainda mais fabulosos que hadouken, mas isso não tem a ver com o termo magia e sim pela natureza quase-divina destes personagens, seriam mais milagres que feitiços e essa é a lógica dentro do sistema.
O problema de jogadores que fazem o que você mencionou é que eles não criticam de fato, isso porque quem critica tem conhecimento de causa e se o cara não leu o livro vai fazer o que? Crítica psiquica (vai olhar para o livro e fazer osmose no conteudo)?
Não adianta você vir com argumentos baseados em sua visão de um monge real (que não funciona nem em cenários históricos como Sengoku, já que faceta marcial não é sequer padrão para este tipo de personagem) para um cenário fantástico onde a presença constante do sobrenatural cria um paradigma único.
Em outras palavras: técnica é tudo aquilo que que muda a quantidade de dano mediante aumento de quantidade de dados rolados. A mudança do tipo de dado em si na rolagem NÃO é técnica. Então você me sugere que a mudança de dado de dano advém do poder psiônico dele, né isso? Em outras palavras: a regra define até qual fluff você pode usar, certo?
Errado. O fluff é algo entrelaçado as regras, este é o objetivo por trás do design de qualquer bom RPG. A função das regras em um RPG é traduzir para o jogo o que é dito no fluff, desta forma se o texto diz que uma determinada raça é maior mestra em combate tem de haver regras que mostrem que tal raça seja melhor para bater que as outras caso contrário o fluff está incorreto.
No caso do monge o objetivo foi traduzir um conceito, portanto é óbvio que a ideia começa no fluff. O monge é considerado mestre em combate desarmado, em um ambiente fantrasioso seus punhos seriam tão letais como uma espada, o fluff é este e as regras tem a obrigação de mostrar que um soco do monge no mesmo nível de temor que uma espada na mão de um guerreiro. Tornar os punhos uma arma de fato com proficiencia e dano de verdade é o caminho mais lógico para traduzir isso.
Pensou bem? Agora substitua esse "cara muito forte" por um guerreiro desarmado e o mestre de kung fu por um monge. Pronto, agora pense um pouco sobre o meu ponto de vista, ok?

Este seu exemplo mostra o que?
Primeiramente guerreiro não é só um cara forte, ele tem exatamente o mesmo nível de treinamento que um monge, ele tem inclusive a habilidade de usar manobras de combate aprendidas desarmado, ou seja, ele poderia ter gasto sua experiencia de aprendizado totalmente dedicado as artes marciais como faria um monge puramente marcial.
Mas a questão não é treinamento (isso ambos tem) e sim natureza do dano. Uma lança é uma arma marcial, ela causa o mesmo dano (ou seja, tem a mesma "natureza") na mão de um Ranger ou de um Guerreiro, mesmo
que ambos tenham treinado sua vida toda com esta arma, cada um treinou de uma forma e tem técnicas próprias e aí entra o fator técnica ou habilidade de uso.
O monge poderia usar a tal lança da mesma forma que ambos Ranger e Guerreiro, mas a coisa muda de figura quando falamos em punhos. Ao contrário de outras armas marciais o soco do monge é diferente, por algum motivo quando um monge dá um sopapo ele causa o mesmo dano que outra classe mandando ver na lança, algo que nenhuma outra classe faz e portanto tem algo
diferente que mesmo um guerreiro que treinou a vida inteira na academia de artes marciais do reinado consegue emular (e vai por mim, se treinamento simples fizesse o guerreiro dar soco como monge o fluff obrigaria a maioria dos membros da classe a focar isso, já que é anos luz mais fácil carregar suas mãos que uma espada).
A fonte marcial tem como tema um pé no mundo "real" (no sentido fantásticos de ser, obviamente), ele não faz uma lança ser mais que uma lança na mão de um mago, ele a torna mais mortífer via
exploits apenas. O monge por outro lado tem todo um ambiente que vai além do dano maior em socos, através da fonte psiquica (que surge através de treinamento para acordar tal força interior, ou seja, estamos falando de ki sem o curso rápido em cultura ocidental) ele é capaz de focar sua energia interior em cada soco (que passa a ser implemento também) e isso o torna ainda mais letal, mesmo estando "porcamente" armado.