Restos, pelos e pó
é tudo que restou.
Tudo que sempre serei.
Tudo.
Tudo o que nunca será (nem sequer o minimamente tolerável).
A degradação chega, é inevitável ao toque.
Invente-se um novo jeito de (não)viver.
Acabe-se, frustre-se e nunca, nem em sonho, sequer derrube uma lágrima
Não seja tolo, elas nunca vão parar:
Trema na véspera, soluce na ocasião e amanhã (nem nunca) sinta mais coisa alguma.
E nada será diferente.
Degrada-te! Entregue-te aos prazeres simples!
Fode com a tua cabeça, com a tua saúde
E com qualquer outra coisa que denomine-se tua.
Essa sempre será tua essência.
(Escrevi há algumas semanas, num dia ruim.)