Quem gosta de algo não está pronto a admitir as falhas.
Só pra deixar claro: não gosto de 3d&T.
você se diverte com 3d&t? Beleza. Mas até agora você não apontou uma regra, um conceito, ou qualquer coisa interessante ou divertida do sistema para que faça ele válido. Basicamente o seu mantra até agora foi "Eu me divirto com 3d&t então ele é bom."
E não é assim com todos nós? "Eu me divirto com [insira aqui seu jogo preferido] então ele é bom".
Pessoal, acho que vocês estão tentando objetivizar algo que é, por sua natureza, subjetivo. RPG é como música, filme, arte, etc. - é pura questão de gosto. Eu conheço gente que joga AD&D e Rolemaster até hoje, e não trocam isso por nada.
Todas as caracteristicas que alguns apontam em 3D&T como negativas, são negativas pra vocês, mas outras pessoas podem achá-las positivas, e isso é natural, afinal, o que é divertido pra um, pode não ser pro outro.
Pelo contrário, você é que está subjetivando algo objetivo. Oda está tentando dizer que o
SISTEMA é ruim.
Gosto é subjetivo. Qualidade é objetiva. Funcionalidade é objetiva
Discordo.
Dizer que a "funcionalidade" de um sistema é algo objetivo, acho uma afirmação delicada: é possível sim identificar características objetivas nos sistemas. O problema, a meu ver, é tirar conclusões baseado nessas caraterísticas.
Por ex: Você pode dizer que Gurps tem um sistema mais unificado, com violência mais letal, e regras mais flexíveis do que D&D3 por exemplo. E com isso posso inferir que Gurps deve ser melhor pra certos estilos de jogo que combinem com essas caracteristicas (como um cenário histórico onde se tenta retratar verossimilhança por ex.), do que D&D3.
Mas, ao mesmo tempo, um individuo pode não concordar coma sua interpretação destas carcterísticas (ex: achando o combate de 1 seg inversossimil e desconectado da realidade; ou o fato da margem de sucesso não importar, etc.), ou mesmo concordar que essas caracteristicas existem, mas não gostar de jogar Gurps por outro motivo: a mecânica 3d6 roll-under não lhe agrada; o nome Gurps causa uma reação psicológica adversa; etc. e preferir jogar um cenário histórico verossímil com D&D3 mesmo.
Daí eu pergunto: Será que realmente identificamos características "objetivas" nesses sistemas, ou essa é apenas nossa percepção particular da coisa? (e que eventualmente será diferente para grupos ou individuos diferentes). Por exemplo, é possível provarmos empiricamente que os sistemas de Vampire e Castle Falkestein realmente são melhores para contar estórias do que D&D ou Rolemaster? Não sei...
E ainda que haja consenso sobre a existência dessas caracteristicas, o grau de relevância que um individuo dá à estas pode ser pequeno, ou mesmo nulo, em comparação a prazereres que o jogo propicia a ele em outros aspectos.
Obviamente isso é apenas minha opinião.
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Acho que essa discussão é parecida com aquela sobre Cinema, Musica, Artes Plásticas, etc.
Uma vez um amigo me disse que as "canções" de Funk cariocas são extremamente pobres musicalmente falando, porque não têm a "riqueza" musical, arranjos, a teoria aplicada ali, como tem a Bossa Nova, Ópera, etc.
Daí eu procurei saber o que os estudiosos do assunto - musicologistas - dizem a respeito, e encaminhei a ele a resposta:
"A única definição universal comprovada para música é "som através do tempo". E a própria fronteira que separa _barulho_ de música é meramente cultural, e mesmo dentro de um grupo ou cultura, teremos variações na linha dessa fronteira". Sendo assim - não há critério universal para suportar qualquer afirmação do tipo música X é melhor que música Y, a não ser gosto pessoal.
E penso que o mesmo se aplica a Cinema, RPG, Arte, e fenômenos sócio-culturais em geral - só exsite "bom" e "ruim" para os valores estabelecidos por um grupo ou indivíduo. Mudou-se o grupo ou individuo, mudam-se os valores.
P.S: acho que viajei demais nesse post.

"For those who came in late, Glorantha is a myth-heavy Bronze Age with a strong Howardian feel, but much more than that. It's probably the best fantasy world ever created for a game" -Kenneth Hite
"Apenas cale a boca e jogue, mocorongo" - Oda