Emil escreveu:Nopes, eu quero que a polícia tome umas pedradas e umas pauladas e fique de boa, porque a polícia tem escudo e armadura para isso. Sem avançar pra cima dos manifestantes, nunca. Ou quase nunca. Porque é muito diferente ter capacete e escudo e arma e bomba e carro e jato d'água de ter pedaço de coisa que está no chão e camiseta e bermuda.
Emil escreveu:Pô, DdB. Não é a intifada. Eu entendo que ficar tomando pedrada não é gostoso nem seguro, mas, velho, é POPULAÇÃO CIVIL versus forças armadas e organizadas. É maluquice achar que faz sentido dispersar qualquer alteração de humor na manifestação na base da porrada. Não é próprio do ser humano não reagir? Merda, é por isso que tem treinamento. Mas o ponto mais importante é que são duas forças não equivalentes, e se uma delas resolve que o coro vai comer, a outra não tem nem chance. Dá merda, morre gente.
Mas é claro que não são equivalentes, nem devem. Se é pra colocar a polícia pra apanhar dos manifestantes, então a polícia não tem sequer razão de estar ali. Ela está lá para conter problemas que possam ser causados pela turba encolerizada, e o papel dela é correto e necessário (se ela faz isso na prática é outro problema, que não vai nem deve ser corrigido com a diminuição de sua força).
Morrer gente também é um outro problema, isso é falha da polícia e deve sim ser evitado (e o policial punido no caso). Mas eu também não me lembro de manifestação recente que a polícia tenha matado alguém, me refresque a memória.
Olha, Emil, eu tentei enxergar a coisa pelo teu lado, mas desculpa, não dá. Você quer que a polícia apanhe quieta? Ou quer que a polícia esteja no máximo pau a pau com a população civil? Isso pra mim é radicalismo. E já que você pediu eu te digo o que considero radical (não tinha visto você me perguntar o que eu considerava radical, falha minha):
A) Uma ideologia extrema, que admita uma linha de pensamento sem olhar para lado nenhum, que considere o menor desvio uma falha inaceitável no caminho da iluminação. Aqui cabem, por exemplo, aqueles que são contra doações privadas a universidades públicas, já dizendo que essa é a porta de entrada para a privatização do bem público. Ou a maior parte dos militontos estudantis, que vão te chamar de direitista meramente porque você diz que é errado depredar patrimônio público ou coagir à força os RDs de votarem de acordo com suas ideologias em um sistema de democracia representativa.
B) Uma ideologia que seja tão forte que se sobreponha ao mundo real. O MNN é um grande exemplo disso. Você falou da falta de visão de mundo deles. Então, eles têm sim uma visão de mundo, que é distorcida pela ideologia.
Essa sua visão se enquadra no item B. Jogar pedras na polícia, por mais que ela esteja equipada com equipadas com capacetes, coletes, escudos e armas de contenção de massa, é sim botar a vida desses policiais em risco, quer você queira quer não (aliás, o escudo só aparece nos casos extremos, quando a Força Tática ou a Tropa de Choque são chamadas para conter uma merda muito grande que já aconteceu).
E querer que eles arrisquem suas vidas é idiota. Você quer que eles arrisquem suas vidas porque você concorda com os manifestantes ou com as manifestações? Eu acho que os manifestantes têm que, antes de tudo, ser civilizados, com ou sem polícia por lá. Se os manifestantes tacarem pedras na polícia, depredarem patrimônio público ou qualquer outro ato ilegal, a polícia deve sim intervir, é pra isso que ela existe. E nos casos mais extremos (como as pedradas), deve sim dispersar. Se fugir do controle não há um bom motivo para deixar continuar.
Emil escreveu:Mal ae, mas nem vou ler o link que você postou pra tentar depreender o que você acha radical, pode começar a citar aí.
Heh, é basicamente o conteúdo de um folheto do Sintusp.
Mal aê, mas... tomar no cu esses malucos!
Emil escreveu:DdB escreveu:Mas isso não é necessariamente contradição. A terceira via surgiu exatamente porque os conceitos de direita e esquerda de acordo com certas visões são tão amplos que acabam por englobar aspectos independentes, e por consequência, separar em dois grupos se torna insuficiente. Ainda mais no mundo globalizado.
Se pá em sessenta e setenta isso valia. Quando você tem uma direita malucona, violenta e golpista, e uma esquerda antidemocrática, violenta e toda pautada no imperalismo russo, terceira via é bom pra caralho. O problema é que as forças foram se realinhando, se realinhando, e acho meio estranho chamar de terceira via um negócio cujas alternativas nem existem mais como forças proeminentes. Sem contar que né?, vamos ver pra onde o partido brasileira mais terceira via está caminhando.
Você tá falando de um exemplo realista no Brasil. PSDB é centro-esquerda/centro, PT também. Ok, mas eu falei de um modo geral. De posições políticas práticas que não necessariamente se enquadram nos partidos políticos brasileiros.