Iuri escreveu:É fato que a maturidade ainda não está completamente desenvolvida nessa idade na maioria dos jovens (cada vez os bixos parecem mais retardados...), mas as universidades não estão nem aí para isso (pelo menos é o que demonstram pelo modelo do vestibular). Neste caso, concordo com esse projeto de lei.
Na verdade, o problema da maturidade dos alunos ingressantes nas universidades tem sido algo constante e crescente. Isso tem dado muitas dores de cabeça às universidades sim, pois falta de maturidade dos alunos implicam em, no mínimo, pequenos atos de vandalismo, alunos faltosos e desistência dos cursos ou disciplinas. Isso é problemático porque o quão bem sucedida é a universidade (AKA quantidade de verba que eles recebem) depende dos estudantes dela. Menos verba é problema, you know.
Por causa disso, eu já participei de várias reuniões de professores discutindo justamente esse problema e formas de resolvê-lo.
Sampaio escreveu:Eu desprezava com todas minhas forças o colégio. Desprezava a idéia de ser obrigado a estudar o que não tenho interesse algum e que jamais usarei. É uma mentalidade tacanha, típica das pessoas medianas ou abaixo dela, mas tem suas justificativas.
Só pra reiterar: sou da engenharia, mas já me peguei estudando um pouco de história, geografia, biologia, química, português e outras línguas (não só o inglês) DENTRO do curso para entender/resolver problemas da minha área de engenharia, quando muitos pensam que a gente só estuda física e matemática. Claro que o enfoque é infinitamente maior na matemática e na física, mas você ter várias aulas dentro de uma disciplina como de Inteligência artificial sobre Darwinismo, ou estudar minunciosamente como se comportam as moléculas de vários compostos que compõem componentes eletrônicos em disciplinas de eletrônica analógica e de microeletrônica (principalmente nessa), dentre outros exemplos, te faz pensar sobre como você não deve descartar assim um certo conhecimento só porque você não gosta.
Ruben_Ladwig escreveu:Também contra essa idéia de que o conhecimento adquirido em aula, especialmente nesses períodos mais iniciais de formação, tenha que ter alguma aplicabilidade. O ensino deveria abranger tantas áreas do conhecimento quanto possível, pra mostrar pra essa piazada o que há de coisa lá fora, que te permita ter uma visão mais abrangente do mundo.
Assim, eu acho que os alunos deveriam sim pelo menos ter uma noção de qual a aplicabilidade do conhecimento que ele aprende.
Um exemplo simples: eu era bastante frustrado com o assunto de matrizes pois não tinha nenhuma aplicação óbvia para um simples aluno de ensino médio. Mesmo gostando de matemática, me incomodava bastante estudar um assunto que, a princípio, era completamente idiota, não servia pra nada. Hoje, dentro da engenharia, praticamente "respiro" Álgebra Linear. Uso matrizes para tudo, facilita a vida do programador, do engenheiro e afins. E não é tão complexo assim mostrar a aplicabilidade de Álgebra Linear para um aluno de ensino médio (sem apelar para programação/engenharia). Acho que dar essa noção é motivador, muitos se indignam com certas matérias simplesmente porque não conseguem enxergar a utilidade prática delas em suas vidas.
DracoDruida escreveu:Uma vez que nosso modelo é o vestibular...Sou a favor. Muitos colégios (ao menos por aqui) adiantam o conteúdo do ensino médio inteiro para o primeiro e segundo anos, enquanto o terceiro fica exatamente como revisão da matéria inteira e muitos exercícios, para treinar para o vestibular.
Se pudéssemos "pular" o terceiro ano por esse motivo, tudo o que ganharíamos com isso é ver o segundo ano se tornando a maldita da "mega revisão para o vestibular" que a gente tanto condena. No fim, os alunos estariam perdendo um ano e não ganhando tempo.
Cebolituz escreveu:Lembrando que não são todos os colégios que utilizam o terceiro ano apenas como "revisão". Pelo menos, os colégios não poderiam/deveriam fazer isso. O ensino, pelo menos na lei, não deve abranger conhecimento apenas para vias de "futuro trabalho e emprego", mas sim o de também estimular senso crítico e cidadania.
Uma vez que instaurou-se a crença por aqui no ingresso na faculdade como um fim e não um meio é praticamente inevitável que o terceiro ano signifique revisão pra vestibular, porque se a grande finalidade da vida de uma mãe é ver o filho na faculdade, é óbvio que ela vai procurar o colégio que, supostamente, "aprova" mais alunos num único ano (como se o mérito não fosse mais do aluno do que do colégio). E essa pobre mãe mal faz ideia que qualquer pessoa, incluindo universitários, podem prestar vestibular e que muitos desses colégios PAGAM para pessoas de nível mais avançado ficarem tirando primeiros lugares todo ano nos vestibulares da vida. Ou seja, eles não tão aprovando é poha nenhuma, é só um bando de espertinhos que estão ganhando pra tirar primeiro lugar, ironicamente, contribuindo para que o filho da mãe ingênua não passe, tendo ele que fazer de novo o vestibular.
Então, colégios cujo terceiro ano é revisão tá mais pra regra que pra exceção.
Minha opinião sobre a lei: Irracional. Tudo o que vamos conseguir é uma redução na idade média de alunos ingressos na Universidade o que, de certa forma, só vai fazer com que os alunos ingressantes sejam cada vez menos maduros (sim, quer queira quer não, idade tem correlação positiva com maturidade), criando um efeito de "gargalo" ainda maior nas universidades, ou seja, entram muitos, se formam poucos. Com mais gente imatura na jogada, teremos que sairão ainda menos formados.
Enfim, desculpem o post grande, eu só peguei a discussão depois de 4 páginas... xD