Terminando de ler
A Revolta de Atlas, de Ayn Rand.
Tentando ser o mais sintético possível, é uma ótima história
pulp, com todos os elementos esperados, como a tecnologia um pouco a frente de sua época, heróis estóicos e decididamente corajosos e autoconfiantes, vilões claramente malignos, cenas de ação exageradas e "mocinhas" mais do que competentes e capítulos sempre terminando em "cliffhangers" - mas para aproveitar a boa história pulp, você precisa se preparar para
longos trechos (eu preciso ser enfático nisso, são trechos bem extensos mesmo) de pregação de uma mistura de liberalismo clássico com toques de egoísmo ateu que se torna a base do "pacote ético-estético-filosófico" chamado de Objetivismo - e droga, até eu que sou um ateu que se identifica em parte com o "ethos liberal" fico seriamente incomodado com a intensidade da "fé" que a autora deposita nessas idéias durante a obra.
Eu recomendo o livro a qualquer um que goste do tipo de "literatura de ação e exploração" típico do fim do século XIX e começo do século XX (como Jules Verne, Henry Haggard e especialmente Henry W. Ralston - de Doc Savage). Mas é preciso ter uma paciência estóica para não se irritar com as longas passagens anunciando as maravilhas de um mundo "egoísta racional".
"Eu não sou católica, mas considero os princípios cristãos - que tem suas raízes no pensamento grego e que, no transcorrer dos séculos, alimentaram todas as nossas civilizações européias - como algo que uma pessoa não pode renunciar sem se aviltar" Simone Weil
When you decide to grant power to government, start by thinking "What powers would I allow the government to have over me if I knew that my worst enemy in the world was going to be in charge of this government?" - Hastings & Rosenberg.