Censura e quadrinhos, no Japão e no Brasil

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Censura e quadrinhos, no Japão e no Brasil

Mensagempor Eltor Macnol em 26 Dez 2007, 18:25

Eu estava fazendo uma série de "citado por ser verdade", mas acabou ficando tão longo que é mais fácil eu dizer: concordo com 80% do que o Lune disse. :b

O resto eu respondo abaixo:

É que nem a Oprah querendo proibir a venda de webcams porque uma parcela ínfima da população usa ela pra promover a pedofilia pela internet


Ela realmente diz isso? :blink:

(Eu sei que não devo me espantar de nada que venha de alguém que defende fervorosamente The Secret, mas ainda assim é f***...)

O apelo sexual sempre foi produtivo. Existe uma explicação biológica para isso, e nenhum tipo de doutrinação moral ou religiosa vai conseguir inibir o desejo sexual nos humanos. Eu aponto para os estudos do Dr. Kinsey, que descobriu uma taxa de adultério superior a 40% nos Estados Unidos dos anos 30. Difícil imaginar um país mais "moral", e taí a estatística.


Nota, vale lembrar que até a década de 50 ou 60, era inaceitável mostrar na TV ou cinema uma casa de família que tivesse uma cama de casal. Os quartos de marido e mulher tinham que ter duas camas separadas, e de preferência com algum criado-mudo entre elas, pras pessoas não acharem que eles podiam simplesmente juntar as camas durante a noite (oh, a devassidão!!). Imagine então como era a repressão sexual na sociedade 3 décadas antes. E ainda assim a sacanagem rolava solta, só que era mantida por baixo dos panos.

E qual seria a solução? Censurar ou criar regras para conteúdos que são destinados exclusivamente a adultos? Você mesmo apontou como isso é ridículo, vide o caso japonês. Como eu disse ao Draco: pretensas "soluções" para questões morais são quase sempre piores que o problema.


Mas tchê, eu não disse uma única palavra promovendo censura ou regulamentação do conteúdo da mídia, eu apenas apontei a importância do efeito que ela tem sobre adultos e crianças.

Quem tá acostumado com meus posts no fórum já deve ter percebido que eu sou... digamos... um pouco mais libertino que o normal, e no que depender de mim, sacanagem e pornografia seria um assunto tratado com muito mais naturalidade do que é hoje.

Mas isso não significa que a mídia não deva ser levada a rever a forma como usa esses recursos - propagandas de cerveja, por exemplo, são um belo problema por si só. Mas regulamentação e censura não são nem a única, nem a melhor forma de fazer isso.

Concordamos nesse ponto. E eu acho que a mídia está cada vez mais caminhando nessa direção. Dia desses eu vi uma tese de uma amiga minha que faz publicidade mostrando que a porcentagem de propagandas que apelam para o sexo vem diminuindo, em grande parte por causa da repercussão do caso Levis e da multa que eles levaram.


Qual foi esse caso da Levis? Não fiquei sabendo, ou não lembro agora.
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Censura e quadrinhos, no Japão e no Brasil

Mensagempor Lune em 26 Dez 2007, 20:03

Ela realmente diz isso?

Juro. Eu e minha namorada temos ataques de riso sempre que lembramos desse programa.

Mas regulamentação e censura não são nem a única, nem a melhor forma de fazer isso.

Pois é, mas são as duas que são geralmente citadas. No próprio tópico de Tormenta já falaram várias vezes que o livro e suas ilustrações deveriam ser censurados. A questão é que as pessoas defendem sempre a liberdade de expressão pro que defendem e querem censurar aquilo de que não gostam. Hipocrisia? Pode crer.

Qual foi esse caso da Levis?

A Levis teve uma campanha publicitária no fim de 2006 que foi muito polêmica. O primeiro outdoor mostrava um homem deitado na praia, apenas de jeans, com uma mulher nua se inclinando em direção a ele em uma posição inconfundível de sexo oral. Outdoors subsequentes da mesma campanha tinham o mesmo tom.
Note que nenhum deles era explícito ou pornográfico - mas a associação era muito óbvia. O conselho ético de publicidade julgou a propaganda inadequada porque o foco não era vender o produto, e sim associar a imagem da marca ao sexo. A Levis recorreu mas acabou aceitando o parecer, retirando a campanha de circulação e pagando a maior multa já vista no mercado publicitário brasileiro (que, salvo engano, foi usada para uma campanha pró-camisinha).
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