Não estou tão certo quanto a este poema, ficou pra ser terminado durante tanto tempo que nunca terminei. Me digam o que vocês acham.
Em direção ao navio vão os marinheiros,
arrastando em silêncio suas saudades
para os dias de mar;
arrastando os pés e as saudades.
Um se arrasta mais que os outros,
com carta no bolso e batom nas bochechas
[com a malandragem dos amantes que partem]
se arrasta, se arrasta, se arrasta
e o sapato gasto.
A moça deixada no cais... suspira.
vendo como, pesado, seu marinheiro se arrasta
balança a mão e vai embora
[beija uma foto, beija outra foto,
gasta o batom]
Com o tempo o mar cresce e vira
horizonte, vira além.
Então é um aqui,
outro acolá.
Mas o que chamam de mútuo amor,
tem força e traz o que está longe,
aproximando o que os amantes têm em comum:
sal no rosto.