Essa cena é um interlúdio de um outro trabalho meu em andamento, a personagem principal (que é a única que aparece aqui) foi fortemente baseada na personagem principal de Final Flight, o suficiente para eu dizer que não passa de uma versão alternativa dela.
Na verdade esse conto só existe por causa da minha frustração em tentar adaptar Final Flight para a nova edição de GURPS (meus textos sempre, ou quase, estão ligados a alguma campanha do meu grupo, para desespero dos meu jogadores).
Sem mais delongas, o massacre gratuito.
Onslaught
Hotaru sorria enquanto sentia o forte vento no rosto. A liberdade que acompanhava a capacidade de voar era inigualável. As asas metálicas imitavam as asas de um anjo. A armadura elevava as capacidades sobre humanas do corpo mecânico a níveis inimagináveis.
Mas ela não tinha tempo para saborear tal liberdade, ela tinha uma missão, um objetivo claro. Ao olhar para o solo avistou o complexo que tinha como alvo, rapidamente identificou as defesas do local. Sem qualquer esforço ela observou através das paredes dos diversos prédios, procurando o alvo principal, o grande prêmio.
Ali, o prédio mais baixo, sob ele. Centenas de tanques de clonagem. Todos ativos, cada um com um dos recém criados elfos dentro.
Seu olhar se desviou para outra estrutura mais interessante, o gerador de energia. Um reator nuclear compacto. Fusão nuclear.
“Eu poderia transformar tudo em uma gigantesca bola de fogo. Mas que graça teria?”
Com esse pensamento ela acionou o armamento de combate corporal, duas lâminas de energia se formaram, uma em cada mão. Pareciam faíscas azuis gigantes.
Mergulhou.
Viu as duas baterias antiaéreas começaram a se mover como se tivessem vida própria. Ouviu o som distante dos disparos, e então notou diversas aproximações no radar.
Com a graça de uma ave de rapina ela se esquivou dos mísseis de curto alcance.
Antes da segunda leva ela tocou o solo, com um giro veloz ela separou a estrutura principal das fundações, e a primeira bateria começou a se inclinar.
“Definitivamente, estas são a expressão máxima das armas de energia, Phase Blades.”
O radar novamente avisou da ameaça, e Hotaru se abaixou, evitando o projétil. Olhou para o ponto de origem, um tanque de guerra, falhou em identificar o modelo, o que sugeria que fosse algo fora de linha. Os soldados começaram a disparar, mas sua única reação foi acionar o capacete da armadura, filamentos de nanomáquinas rapidamente envolveram sua cabeça, formando a proteção desejada, o visor espelhado escondeu seu rosto.
O som do canhão sendo novamente engatilhado capturou sua atenção. Então o disparo. Ela não se moveu. Uma fração de segundo antes do impacto Hotaru foi envolvida por um esfera luminescente, um campo de força. A explosão bloqueou sua visão.
Mesmo sem visão de seus inimigos ela atacou. Os olhos brilharam com um azul intenso, no mesmo instante em que ela moveu o braço esquerdo em um arco a sua frente. A onda de energia psíquica avançou, cortando tudo em seu caminho, fosse aço envolto em concreto ou carne envolta em tecido.
O som dos disparos parou. Lentamente ela começou a andar. A fumaça se dissipava rapidamente com o forte vento invernal. Começava a nevar.
O radar ganhou vida novamente, ela se virou na direção indicada. Helicópteros. Modelo americano, tecnologia de ponta. Ela lamentou não estar com o armamento extra, que havia sido desenhado junto com a armadura, como uma alternativa às armas embutidas. Teria que se contentar apenas com os que já conhecia, havia perdido uma oportunidade de testar novas armas. As espadas de energia se desfizeram com um comando mental.
Foi quando começaram os disparos, mas as balas de alto calibre eram incapazes de penetrar o campo de força. Hotaru levantou a mão direita, espalmada na direção de um dos helicópteros.
Um clarão azulado foi tudo o que o piloto viu, em seguida a aeronave militar se tornou uma bola de fogo. O outro persistiu na ofensiva insignificante.
Ela levantou o braço esquerdo, o braço começou a se modificar, a mão desapareceu, dando lugar aos quatro canos da arma gatling. Eles começaram a girar, faíscas saltavam do seu ombro, onde se esperaria a ejeção de cápsulas. Então os disparos se iniciaram, em velocidade surpreendente. Não demorou para que seu alvo colidisse com o solo.
Novamente ela alçou vôo, e avistou alguns veículos civis tentando deixar o local. Eram alvos fáceis, especialmente para uma arma que nunca ficava sem munição.
Por fim não havia mais movimento no solo, o único som audível era o das chamas trepidando no incêndio que havia se iniciado.
Hotaru tocou o solo delicadamente, ainda precisava destruir o local, assegurar que não sobraria nada das pesquisas e criações ali desenvolvidas.
