Garotas Estranhas

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Garotas Estranhas

Mensagempor Gehenna em 26 Out 2007, 15:07

Eu queria postar esse conto no Contos-100, mas como não aconteceu, vou postar hoje mesmo.
Os leitores de Sombra vão identificar facilmente a personagem, mas aqueles que não acompanham meu gigantesco conto, por favor, se pronunciem caso fiquem perdidos, pois eu tentei escrever de forma que Garotas Estranhas não ficasse dependente de Sombra.
Espero que gostem.


[hr]

Garotas Estranhas

Ela era a garota estranha da sala. Treze anos completos, cabelos aloirados, olhos azuis, magra e, apesar de algumas espinhas devido à fúria dos hormônios, bonita, mas ainda assim, era a estranha da sala. Tinha amigos e mantinha conversas agradáveis, mas mesmo assim, era a estranha. A deslocada. Aquela que não se encaixava. Antes, era considerada meio maluquinha. Era alegre e estava sempre com um papo new age, sobre a natureza e os espíritos, mas desde a morte de sua mãe, começou a se afastar das pessoas, acabando por se tornar a estranha da sala. Ela sabia de coisas que nenhum de seus colegas chegaria a saber. Pelo menos, não em vida. Inicialmente, ela se perguntava se não estava ficando louca, mas então, um pesadelo lhe mostrou a verdade. Seu nome é Roxane e ela é uma das poucas pessoas que se lembra daquela noite, no início do ano, há cerca de três meses.

O céu se tornara vermelho e das nuvens choveu fogo e cinzas, em uma terrível tempestade que varreu o mundo, levando os vivos e os mortos consigo. O chão se abriu em enormes fendas e lava explodiu por elas, sendo acompanhada por gritos de dor. Ela pôde sentir o que a Terra sentia. O mundo estava sofrendo. Então, trombetas foram tocadas e anjos surgiram descendo dos céus em fúria, para lutar contra os pesadelos que surgiam do fogo e das sombras do solo. A fumaça e as nuvens negras encobriram tudo e ela viu se formar um rosto indescritivelmente horrendo, que nem os pesadelos da mente mais doentia do mundo conseguiriam conceber. E quando ele gargalhou, ela sentiu o som de trovões reverberando não apenas em sua mente, mas também em sua alma, rasgando o tecido da realidade e ameaçando sua própria sanidade. Foi quando Roxane acordou, gritando, com lágrimas nos olhos, suor frio sobre o rosto e a respiração ofegante de pavor.

O quarto estava escuro e o medo que sentira a paralisou agarrada ao cobertor, enquanto ouvia outras pessoas gritando, nos quartos ao lado, nos apartamentos acima e abaixo, nas casas e prédios vizinhos... E ela sabia o motivo. A cidade inteira tivera pesadelos. Talvez o mundo inteiro. Alguma coisa grande acontecera nos mundos além do nosso. Depois de alguns minutos imóvel, finalmente tomou coragem e se moveu, lentamente, até o interruptor. A luz feriu seus olhos, mas lhe trouxe mais coragem. Apanhou caneta e caderno, em sua mesinha, porém, sem se levantar, pois até as sombras embaixo de sua cama pareciam esconder horrores terríveis, naquela noite.

Se voltasse a dormir, talvez teria esquecido o pesadelo, então tratou de escrever e narrar o que viu, apesar do medo voltar com toda a força, apenas por relembrar aquilo. Após descrever tudo o que pôde se lembrar, escreveu com convicção a conclusão em que chegara: “Não foi um sonho, foi real. Meu pai não é louco, minha mãe não era louca e, o mais importante, eu não estou ficando louca. Monstros existem”.

Desde aquela noite, ela passou a intensificar seus estudos. Teve de roubar as chaves do pai e fazer algumas cópias secretamente. Teve de ouvir conversas ao telefone, escondida, para descobrir os locais certos aonde ir. As instruções de sua mãe não foram o bastante e ela nunca prestara muita atenção, mas os ritos simples que aprendera e os livros que lera, a ajudaram a se desenvolver. Magia existia. Era sutil e complexa, mas existia. Porém, suas práticas precisavam ser testadas e treinadas, para se aperfeiçoarem. E por isso, naquele dia, sentada no canto, sendo a estranha da sala, Roxane contava os segundos para o término da aula. Tinha observado os funcionários do colégio durante duas semanas e anotado suas rotinas. Havia feito testes, manipulando seus colegas, incitando-os e fazendo-os criar brigas, ficarem enjoados e aprontarem molecagens, para observar as reações dos responsáveis pela ordem no recreio, porém, sempre se mantendo distante, para não levantar suspeitas. Estava pronta para agir. Ela olhava para o relógio incessantemente, esperando pelo sinal, ignorando a conversas das colegas ao seu redor, que comentavam sobre os relacionamentos amorosos, que naquela idade já se afloravam. Roxane não tinha tempo para aquilo. Tinha coisas mais importantes a fazer. Enfim, o sinal toca.

Trinta minutos era o tempo que ela tinha. Falou as coisas certas para as pessoas certas, como havia planejado fazer e logo tinha um grande “montinho” de colegas. A brincadeira fora proibida, por machucar muitos alunos, por isso, logo os funcionários da escola corriam para desfazer o tumulto. Roxane correra até o bedel, pedindo ajuda para aplacar a horda de garotos. Assim que saiu, ela olhou e adentrou na pequena sala onde eram guardados vários materiais para manutenção do colégio. Subiu em uma cadeira, para alcançar as chaves penduradas em um quadro na parede, e apanhou as dos banheiros, saindo dali rapidamente após concluir o plano.

Só dariam pela falta das chaves dos banheiros tarde demais. O primeiro passo havia dado certo. Voltou à aula como se nada houvesse acontecido. Chegou em casa no horário normal, para almoçar com o pai e o irmão. Pedro era quatro anos mais velho, cursava o último ano do ensino médio e, além de se preparar para o vestibular, tinha aulas particulares com o pai, sendo levado com ele às reuniões do Círculo de Uriel, para ser ensinado sobre as sombras do mundo e as Artes Ocultas. Quando viva, sua mãe também participava, tendo sido levada por seu pai, devido ao talento e os conhecimentos possuídos por ela. Apenas assim, mulheres eram aceitas e, por isso, Roxane decidiu aprender por conta própria. Seu pai tentava protegê-la, mantendo-a na aparente ignorância. Por isso, ela queria saber o que sua mãe sabia, mas queria ir além. Não queria ter o mesmo fim dela.

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Ela era a garota estranha da sala. Quinze anos completos, cabelos aloirados, olhos azuis, magra e, apesar de algumas gordurinhas indesejáveis, bonita, mas ainda assim, era a estranha da sala. Tinha alguns amigos e mantinha conversas agradáveis, mas mesmo assim, era a estranha. A deslocada. Aquela que não se encaixava. Antes, era considerada meio maluquinha. Era alegre e estava sempre com um papo espírita, sobre espíritos e reencarnação, mas desde a morte de sua mãe, começou a se afastar das pessoas, acabando por se tornar a estranha da sala. Ela via coisas que nenhum de seus colegas conseguiria ver. Pelo menos, não em vida. Às vezes, ela se perguntava se não era louca, mas então, um pesadelo lhe mostrou a verdade. Seu nome é Aline e ela é uma das poucas pessoas que se lembram daquela noite, no meio do ano, há cerca de trinta anos.

A música tocava alta no colégio e todo mundo se divertia na festa junina. Aline conseguira ganhar o sorteio para a noiva da quadrilha e gastara um bom tempo fazendo seu vestido. Sentira falta da mãe, que sempre a ajudara e a amara tanto. A mãe aceitava bem as visões dela, chamando-as de dom divino. O pai... Ela não sabia exatamente o que o pai achava, mas parecia não gostar. Era um homem fechado, estranho e misterioso. Acreditava que nem ao menos era seu pai de verdade. Ele sofrera com a morte de sua mãe, mas, mesmo assim, não achava que eles tinham um relacionamento muito normal. Aline nem conseguia lembrar de vê-los se beijando. O quentão, trazido por seu par, Ronaldo, estava especialmente bom, naquela noite.

O rapaz era alto, forte e bonito, sendo dois ou três anos mais velho, tendo repetido de ano algumas vezes, mas Aline não se importava com isso. Ele estava ótimo como seu noivo e já imaginava como seria seu beijo. Após a quadrilha, com o casamento, Ronaldo ficou um pouco com os amigos. Aparentemente, como era de se esperar, haviam contrabandeado algum tipo de bebida alcoólica. Aline ficou conversando com algumas de suas amigas, enquanto esperava pela volta de seu “noivo”, com quem flertara a festa inteira.

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Logo depois que seu pai e irmão saíram, Roxane começou a arrumar suas coisas. O que pretendia fazer era estúpido e perigoso, mas ela escolhera aquele caminho há algum tempo, então não desistiria sem ótimos motivos. Quando já estava anoitecendo, deu um jeito de fugir sem chamar a atenção do porteiro do prédio, saindo pelo portão da garagem. Caminhou até a escola, sentindo a adrenalina correr em seu sangue, devido ao inevitável medo. Era uma garota de treze anos andando sozinha pelas ruas noturnas da cidade. Mas já estava se acostumando com aquilo, e nem era a coisa mais assustadora que ela havia planejado fazer naquela noite.

Assim que chegou ao colégio, começou a subir a árvore para saltar o muro, como havia previsto dias atrás. Não podia fazer muito barulho, para não chamar a atenção do vigia. Ainda era cedo, então ele ainda devia estar acordado. Ao saltar para dentro da propriedade da escola, esfolou um pouco as mãos e logo se dirigiu para o banheiro feminino, lentamente, tateando o caminho na escuridão cada vez mais assustadora. Destrancou a porta com a chave roubada e entrou, podendo finalmente acender as luzes e dissipar um pouco o medo que sentia. Suava frio e se deu alguns minutos de descanso e preparação mental, sentada no azulejo frio. Ela estava prestes a fazer o que, provavelmente, nenhuma garota tivera coragem. Estava prestes a testar seus conhecimentos contra algo que nem sabia ser real. Estava prestes a desvendar uma das maiores lendas urbanas de seu tempo. Ela invocaria a Loira do Banheiro.

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Ronaldo estava afoito, provavelmente devido ao álcool. Saíram de perto da multidão, se agarrando em um corredor deserto do colégio. Os beijos dele eram fortes e, muitas vezes, sem jeito, machucando-a. Suas mãos eram firmes e passeavam pelo corpo de Aline, mesmo ela continuamente tentando afasta-las das zonas mais erógenas. Ela esperava que ele fosse mais devagar, mais gentil... Tentou se desvencilhar, ele a segurou. Falou que não queria mais aquilo, mas teve como resposta apenas uma piada idiota temperada com álcool. “Já nos casamos, meu bem. Agora vem a Lua de Mel, hehehe”.

Aline tentou gritar, mas o som alto e as vozes da multidão a impediram. Ela tentou lutar, mas seu adversário era muito maior e mais forte. Quando percebeu, já estava dentro do banheiro. Foi empurrada para dentro de um box, caindo sobre um vaso sanitário. Se levantou para tentar correr, mas já estava cercada. Ela gritava e brigava, mas as mãos firmes de Ronaldo já estavam sobre ela, apertando sua garganta. “Para de drama. Relaxa, você vai gostar”.

Aline odiava Ronaldo. Ela queria sair dali. Queria que ele fosse castigado pelo que estava fazendo, mas não podia. Ela chorou e se desesperou, sentindo a dor de ser violada e a agonia do ar faltando em seus pulmões, devido à pressão exagerada colocada pela mão daquele grande idiota que a segurava e a matava, lentamente. Então, tudo escureceu e a dor finalmente foi embora. Os sons se calaram e todas as sensações a deixaram. Estava flutuando na escuridão e se lembrava do que sofrera. Ela desejou acordar. O ódio em seu coração a fez querer voltar, então ouviu o bater de várias asas e, quando acordou, ainda estava caída no banheiro.

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Roxane ficou mais de duas horas ali, desenhando os círculos e símbolos, preparando velas e se concentrando para o que iria fazer. Quando se sentiu pronta, fez o sinal da cruz, pedindo por força e proteção, apagou as luzes e acendeu as velas. Deu a descarga, como a lenda costumava exigir, tomando cuidado para não derrubar nenhuma vela do círculo de invocação ao redor do vaso sanitário, e voltou correndo para o círculo de proteção que fizera de frente com o box. Se ajoelhou rapidamente dentro dele e começou a recitar a invocação que havia escrito e decorado, se concentrando totalmente para que o chamado chegasse aos ouvidos da entidade correta. Não queria pensar no que podia acontecer caso se enganasse.

Ela se manteve recitando a invocação, sem interrupções, durante vários minutos, que se arrastavam devido ao medo que ela sentia. O suor frio descia pelo rosto, enquanto ela repetia incessantemente aquelas poucas frases, se concentrando no efeito desejado. E se desse certo? Estaria sozinha de frente com uma legítima entidade sobrenatural. E se não desse? Teria perdido tempo e se sentiria patética. Não sabia exatamente o que seria pior, então apenas se concentrava no efeito, fechando os olhos para não ver a escuridão do banheiro e as sombras tremulantes provocadas pelas velas, enquanto se esforçava para se lembrar de que nada lhe ocorreria, enquanto estivesse dentro do círculo.

Quando o fracasso parecia óbvio e Roxane já pensava em desistir, sentiu um calafrio na espinha, enquanto percebia a temperatura ambiente cair. Podia sentir uma presença à sua frente, tendo de lutar consigo mesma e usar todas as suas forças para reunir a coragem para abrir os olhos. Arrependeu-se disso. À sua frente, como se flutuasse, incorpórea e semi-transparente, sobre o círculo, estava uma mulher magra e pálida com longos cabelos mal-cuidados de cor muito clara, vestindo trapos brancos que lembravam vagamente um vestido de noiva. O box onde ela estava parecia agora sujo e velho, com a pintura das paredes caindo, partes metálicas enferrujadas, além de uma fina névoa que o tomava, acompanhando a aparição.

“Porque me chamou, Roxane?” Sussurrou a voz gélida da criatura, enquanto ela se aproximava, se abaixando levemente, como se fosse feita de fumaça e não pudesse se mover rapidamente sem se desfazer. Roxane tinha lágrimas nos olhos, enquanto fitava aquela mulher fantasmagórica de feições tristes e olhos profundos, cheios de ódio e rancor. Aquilo parecia tão surreal que ela mal conseguia pensar direito, hipnotizada e paralisada pelo horror que sentia. Finalmente, conseguiu balbuciar algo. “Você... Você pode me... machucar?”

“Quer saber sobre as minhas ou as suas habilidades?” A criatura perguntou, novamente com um sussurro, que parecia ecoar pelas paredes do banheiro, enquanto se levantava, olhando a garota ajoelhada do alto.

“As duas”. Foi o que saiu com dificuldade da garganta de Roxane. Mais uma vez, se arrependeu do que fizera. A criatura se abaixou rapidamente, abrindo a boca de forma ameaçadora gritando frente ao rosto da garota, tendo sua voz sentida e ouvida como estática aguda e dolorida acompanhada de um vento frio que fazia as chamas das velas tremularem, ameaçando se apagarem. Roxane tapou os ouvidos e desviou o olhar apenas para ver sangue escorrendo das paredes, que perdiam sua pintura, e espelhos se trincando e escurecendo. Quando o grito cessou, a mulher se ergueu novamente e voltou a falar em seus sussurros costumeiros. “Não, não posso. Pelo menos, não hoje”.

O coração de Roxane nunca estivera tão acelerado e a criatura parecia sentir prazer em presenciar seu pavor. A lenda era real. Estava diante de uma monstruosidade sobrenatural. O fantasma da Loira do Banheiro. Só então Roxane constatou que não sabia nada sobre a criatura que estava à sua frente, olhando-a com curiosidade. Então, fez o que achou mais plausível. “Quem é você? Digo, como se tornou o que é? Por favor, conte-me sua história”.

As feições maliciosas da criatura logo mudaram para um misto de confusão e raiva. Não esperava aquilo. Por mais curiosa que estivesse com a garotinha que a chamara e se mantinha segura no círculo de velas, em nenhum momento esperava por aquilo. Suas feições tristes se intensificaram, quando sua memória a fez reviver aquela noite. Ela se virou de costas, ameaçando ir embora e quase desapareceu, mas então, começou a contar. Roxane ouviu atentamente as palavras da criatura que um dia se chamara Aline e morrera há tantos anos, sem descobrir nada sobre si mesma e o mundo onde vivia.

Ela contara como, após sua morte, sua lenda regional se fez naturalmente nos primeiros anos, enquanto ela buscava vingança e compreensão de sua nova condição. Nos anos seguintes, se interessou pelas histórias que sua morte havia gerado e decidiu continuar, como forma de se manter viva. Novas aparições em banheiros de outros colégios propagaram a história, criando várias versões. Em alguns colégios, era a loira do banheiro, em outros, era uma noiva, apesar das duas estarem corretas. E, em algumas noites, ela assistia os jovens vivos falando sobre ela uns para os outros e o medo que sentiam a fazia mais viva. Em alguns colégios de padres, disseram ser a freira do banheiro e, devido ao passar do tempo, se tornou a velha do banheiro, em algumas determinadas regiões. Quando percebeu, sua história havia se espalhado indefinidamente por todo o país.

Roxane ouvira tudo atentamente. Mal acreditava naquilo. Estava ouvindo uma história de uma fantasma que, após ter se mostrado como vítima na morte, criou toda uma lenda sobre si mesma na pós-vida que encontrou. Estava boquiaberta, sentada no círculo, abraçando os próprios joelhos. Quando a narrativa finalmente terminou, Roxane limpou o rosto úmido com as mãos e se colocou de pé pela primeira vez. “Obrigada, Aline. Eu vou embora, agora. Você devia fazer o mesmo”.

Ao ouvir isso, a criatura sorriu maliciosamente uma vez mais, concordou com um leve aceno de cabeça e desapareceu, como fumaça se dissipando. Ao acender a luz do banheiro, Roxane percebeu que estava tudo normal, como quando havia chegado. Sem espelhos trincados, sangue nas paredes ou ferrugem nas dobradiças do box. A dúvida sobre loucura surgiu mais uma vez em sua mente, perguntando se não havia imaginado tudo, mas logo foi afugentada pela lembrança do medo que sentira. O medo lhe dava toda a certeza de que precisava.

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“Porque vocês acham que a Loira do Banheiro se veste de noiva?” Roxane perguntou, durante uma pequena discussão com os amigos, que ela mesma induziu que chegasse àquele assunto sobre a famosa lenda urbana.

“Ela não se veste de noiva. Ela apenas se veste de branco, como todo bom fantasma. O que uma noiva estaria fazendo em um banheiro de escola?” Vitor, um de seus colegas, respondeu, cético.

“Não, senhor. Ela se veste de noiva, pois foi estuprada e morta no dia da quadrilha do colégio dela. Desde então busca vingança, vigiando os banheiros dos colégios”.

“De onde você tirou isso?”

“É a história real, dela. E tome cuidado, Vitor. Ela costuma observar pelos espelhos dos banheiros para ver quem merece sua vingança”.

“Porque ta falando isso pra mim? Ela não aparece não é nos banheiros femininos?”

“Claro que não. É nos masculinos”.

“Porque diz isso?”

“Eu tentei invocá-la no banheiro feminino e não deu certo”. Roxane respondeu, sorrindo e achando graça de seus colegas, enquanto pensava naquela pobre criatura que buscava apenas sobreviver, após ter sua vida tomada injustamente. Ela não era uma garota estranha, afinal. Estranho era o mundo.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 26 Out 2007, 15:29

Doidera... Muita doidera.

Ficou bem como uma história paralela, mas nada excepcional. E a história da loira do banheiro também ficou boa. =)
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Mensagempor Lorde Seth em 26 Out 2007, 15:51

Ae Gehenna!

Genial a idéia rapaz, utilizar uma lenda urbana Brasileira como base do seu conto! De fato, confesso que não tinha a menor idéia de que isso fosse acontecer.

O ponto alto do conto para mim foi a parte em que Aline aparece para Roxanne. Ali sim, a imagem foi bastante viva. E a última linha, fechou tudo com chave de ouro.

Mas agora acredito que o conto em si ficou mais como uma idéia geral, para um conto maior. Então vejo o que minha amiga Nasty quer dizer quando diz que o conto foi ''nada excepcional''. De fato não foi, mas não devido ao enredo, mas sim porque pareceu que as coisas ficaram um tanto quanto corridas. Para despertar o seu potencial total, você poderia (literalmente) ir com mais calma, tentando imaginar cada cena individual, perguntando-se no processo: ''Qual imagem, quais sentimentos e características quero passar aqui?"

Sei que é difícil re-escrever contos, eu mesmo sou uma tragédia, mas se minha ajuda vier a valer, sinto-me satisfeito.

Abraços!
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Mensagempor Elara em 26 Out 2007, 17:44

Gehenna,

De fato, mesmo eu que não fui uma leitora muito assídua de Sombra saquei do que se tratava.

Bom, o tipo de texto não me agrada muito, apesar de já ter escrito algumas coisas nessa linha também. De qualquer modo, ficou legal, a idéia tá bem bolada.

Chero!
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Mensagempor Lady Draconnasti em 26 Out 2007, 18:16

Lorde Oitoh
Não diz isso pra ele, se não ele transforma o conto num seriado americano com começo, meio e sem fim... XD
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Mensagempor Lobo_Branco em 26 Out 2007, 18:21

Uma historia sobre o passado de uma boa personagem de Sombra, e melhor, envolvendo lendas brasileiras. Garaio, como minha infância em minas foi assustada pela "Dama de Branco"...hahaha

Ficou um pouco extenso, porém, isso não dificulta a leitura hora alguma. Espero que a ideia de escrever sobre personas paralelos continue, como sobre Khestallus e agora Roxane. Que a próxima seja a "garota Fada", O Ceifador e Loki. Abraços!!!
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

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Mensagempor Gehenna em 26 Out 2007, 22:05

Obrigado a todos, pelos comentários. :victory:

Ficou bem como uma história paralela

Não é exatamente paralela... Ela se passa exatamente três anos antes de Sombra. XD


Lord Seth,

Esse conto deu seis páginas e eu havia prometido um conto curto. Daí tive de me segurar (sem falar que o fato de ter deixado pra última hora fez com que eu me apressasse para terminá-lo). Concordo contigo que poderia extende-lo mais para melhorá-lo. Vou ver se trabalho mais um pouco sobre ele.

Elara,

Então está funcionando bem como conto independente? \o/
E quais seriam as características do tipo que não lhe agrada?

Não diz isso pra ele, se não ele transforma o conto num seriado americano com começo, meio e sem fim... XD

Huahuahuahua. :bwaha:
Maldade, milady, maldade.

Lobo,

Dama de Branco, Maria do Algodão, Loira do Banheiro... Aline trabalhou bem na expansão de sua lenda. Meus pais já a conheciam em suas épocas de colégio e as histórias continuam até hoje.
O Ceifador já está na fila, ansioso por protagonizar seu próprio conto que, apesar de ainda não ter previsão pra sair, já tem título: Ninho de Cobras.
Daniele, a "Garota Fada", talvez ganhe um conto solo, caso melhore sua atuação em Sombra. :cool:
Agora, quanto ao conto solo do Lóki... Eu já havia pensado, mas como uma idéia a ser implementada bem no futuro. Nunca pensei que alguém fosse pedir um conto dele. Vou lapidar a possibilidade.
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Mensagempor Lobo_Branco em 26 Out 2007, 22:43

O Ceifador já tem titulo?! Se isso num for um bom sinal eu num sei o que mais seria!!!! :bwaha:
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Mensagempor Lady Draconnasti em 26 Out 2007, 23:29

Maldade não.

É a mais pura verdade XD
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Mensagempor Lorde Seth em 30 Out 2007, 17:53

Nasty:

Ahé? Eu não sabia... XD

Lobo:

Garaio, como minha infância em minas foi assustada pela "Dama de Branco"...hahaha


Eu sempre quis encontrar a loira do banheiro, porque adorava a idéia de dar-lhe uma cantada. Aquilo sim, seria coisa de outro mundo...

:linguinha: -> essa linguinha simboliza apenas o começo do começo de todas as idéias sugestivas que correm por minha mente apenas ao imaginar tal possibilidade...
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Mensagempor Saxplr em 11 Nov 2007, 19:14

Achei o conto interessante, as ambientações boas, os sentimentos da personagem bem descritos. Mas, não sei por quê, senti falta de alguma coisa a mais, como se o conto tivesse "vazio", ou com algum elemento faltante.

Não li Sombra, e tampouco ouvi falar na lenda da loira do banheiro. Devo viver em outro planeta. (Ou como uma amiga minha me disse ontem, "toda vez que eu olho para a sua cara você não parece estar na Terra... ")

Abraço!
Rodrigo
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