Réquiem Para as Almas Profanas
Como a vida nos prega peças... O Ontem estava calmo, claro, harmônico. Os homens cuidavam de seus assuntos mortais, ferindo-se e enganando uns aos outros, livres de sua influência. Ontem eram gado abatido periodicamente para saciar a fome de uns poucos predadores ainda existentes, mantendo o delicado equilíbrio.
O Hoje está imerso em caos por sua culpa e você nem mesmo sabe o porquê. As vezes eu mesmo penso que você possa ser inocente de fato, mas prefiro manter meus pés no chão. A vida como Dhapyr me ensinou muitas coisas sobre realidade e sonhos, principalmente sobre a primeira e mais cruel.
Com o Eclipse veio o Chamado. O Castelo se reergueu mais cedo que devia, trazendo aqueles a quem eu pretendia nunca mais ver diante de meus olhos. Eu sei que você ouve uma voz vinda de seu coração, pedindo para que seus pés subam a escadaria rumo ao céu. Chamar aquele lugar de Paraíso ou Inferno, será uma decisão inteiramente sua. Prefiro me referir ao Castelo como O Castelo do Diabo, mesmo que ele tenha sido o local onde nasci e cresci.
Mas a minha opinião não conta nesse caso.
Por depender de sua escolha, o Amanhã é incerto. Trilhar o caminho da noite salvará ou condenará aos seus amigos. Talvez você consiga a vitória definitiva, se livrando da maldição que o prende aos Belmont. Talvez você se torne uma ameaça para si mesmo ou perca sua batalha interior.
Para mim isso não importa mais.
Tudo o que resta agora é mover nossas peças nesse imenso tabuleiro. Vencerá aquele que melhor manipulá-lo, e isso não será problema para mim. Eu conheço bem seus receios. Eu conheço muito bem a alma que habita seu corpo. Caso você fuja do meu controle, eu o destruirei, assim como fiz em nosso último encontro.
Será meu presente de despedida para a alma que tudo me ensinou sobre a escuridão.
Agora desperte de seu inocente sono, rapaz. A trilha das trevas é muito longa. Seja sábio em suas decisões e terá uma vida longa. E lembre-se, eu estarei te observando onde quer que você esteja...