Bom, eu escrevi esse conto (não sei se dá pra chamar de conto...) pra contar a história de um NPC da minha próxima campanha de Ravenloft. Ele foi escrito em primeira pessoa, como se fosse seu próprio diário.
Sim! O conto não tem fim. O final vai ser jogado, lógico.
Erros de português vão existir e apontem, por favor!
Eu deixei vago a ambientação do lugar, por não saber exatamente aonde vai ser, mas o mais provável é que seja em Mordent.
O personagem principal é uma cópia de Mordenheim (criador de Adam, Lorde Negro de Lamórdia) que por sua vez é uma cópia mais descarada ainda de Frankenstein. Mas tudo bem, hehehehe...
Digam a opinião de vcs, por pior que sejam. Apontem defeitos nos personagens (na verdade eles são cheios de defeitos, hehehe), ajudem com possíveis ganchos, etc...Só não deixem de postar!
Espero que gostem!
EDITADO:
Com tantos clamores para descrever um pouco do cenário ai vai:
A terra das brumas, como é conhecido o mundo do cenário de campanha Ravenloft, é uma terra parecida com a nossa terram medieval - renascentista, mas com um lado sombrio por trás. A maioria das pessoas nasce, vive e morre sem ver nada de anormal. Mas quem busca o lado escuro, acha muito mais do que queria. Os domínios, como são chamados os reinos, são a prisão de um ser de mal inconcebível criado para atormenta-lo. As brumas são a manifestação suprema do poder que rege A terra das brumas, a manifestação dos Poderes Sombrios, a(s) força(s) que controlam Ravenloft.
Editados as sugestões de Ent e Cyrano no texto.
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Desde pequeno eu te amei. Amei-te acima de tudo. Muitos diziam que eu tinha potencial para sair daquele inferno, mas eu nunca me importei. Eu trabalharia 10, 100 anos no inferno, seria um mero pescador como meu pai, só para ficar ao seu lado.
Mas amor não era o suficiente. Para poder ficar contigo, eu tinha que ser alguém na vida. Teu pai era o homem mais abastado daquelas terras enquanto o meu não tinha ascendência nobre, nem ao menos um pouco de dinheiro. Por isso, era lógico o porquê tu não querias ficar comigo.
Eu rezei, mas ninguém nunca me ouviu. Então resolvi que eu tinha que mudar meu próprio destino. Comecei a estudar medicina. Falsifiquei documentos de um jovem rico da cidade e consegui ir para a faculdade. Lá, me dediquei ao máximo, sempre pensando na minha recompensa. Tu.
Pouco antes de me formar recebi a noticia da morte de meu pai. Não, não foi um choque, por um lado até fiquei feliz que eu teria um pretexto para te ver.
Nós nos encontramos, eu queria dizer-lhe como agora eu era outro homem, mudado. Queria muito que tivesses orgulho de mim, por tudo que fiz por ti. Mas, inexplicavelmente tu não me aceitaste. Humilhado eu não tive forças para me controlar e te possui. Seu corpo frágil não resistiu e desfaleceu.
Horrorizado com meus atos, fugi. Corri o máximo que pude.
Acordei, algum tempo depois num templo. Ó deuses, caçoando da minha dor. Conseguem ver a desgraça que recaiu sobre mim? Por que não ouviram minhas preces quando mais precisei?
Não precisava de cuidados, precisava de ti, Susan. Aos deuses eu desejava a morte, mas quem tinha morrido eras tu. Dediquei minha vida para ter-lhe em meus braços, mas tive apenas dor.
Mas foi no lugar mais inesperado, na casa dos deuses que me vi como um, eu faria o trabalho de um deus. Enquanto eu estava trancafiado como um louco, um insano eu tive tempo para me lembrar que quando na faculdade li sobre um jovem que ousava ser deus. Ele ousava criar vida. Seu nome era Modenheim.
Eu só precisava esperar um momento de distração. Então quando o monge caiu na minha armadilha eu o matei. Seu sangue escorreu e ali começou a minha vingança.
Fugi para a faculdade, me sentia feliz novamente com a esperança de ti ter de volta!
Encontrei o diário e por meses eu o estudei minuciosamente. Consegui recriar meu primeiro espécime, ela era perfeita, mas faltava alguma coisa. Ela não eras tu.
Era hora de voltar para casa. Depois de sua morte seu pai se mudou, nunca mais ninguém o viu. Eu comprei sua velha mansão e desenterrei seu corpo. Tu estavas de volta em casa.
Mas eu precisava de material para meus experimentos, então meus serviços como médico me deram justo o que eu precisava, corpos. Pessoas chegavam quase diariamente, parte possuindo problemas mentais. Ninguém ousava duvidar da minha palavra como especialista e meu trabalho foi se desenvolvendo sem preocupações.
Finalmente era chegada a hora de por em prática todos esses anos de espera. Juntei cada peça do aparato e te coloquei em cima maca. E no momento sublime quando o raio atingiu a ponta do aparato a corrente se espalhou e tu renasceste! Meu coração se encheu de alegria e mal pude me conter. Corri aos seus braços, louco de felicidade. Mas algo tinha saído errado.
O seu rosto, delicado, lindo, estava cadavérico, podre. Seu corpo cheirava a carne em decomposição. Naquele momento, eu vi teu desespero, tu choravas não entendendo o que acontecia, mas eu não conseguia nem olhar para ti. Eu estava com nojo daquilo que tu tinhas te tornado.
Corri da sala, enojado. Precisei da ajuda de meus serviçais para trancar-te num dos quartos do porão. Seus lamentos podiam ser ouvidos pela casa inteira.
Mas eu não tinha desistido. Logo me dei conta que precisava de um corpo novo, vivo, para trocar com o seu corpo morto. Por isso, gastei um bom tempo procurando moças jovens e bonitas que pudessem fazer, pelo menos, um pouco da justiça da beleza que tu tinhas.
Em vez disso, tu me negavas, pedias para morrer, tentavas em vão se matar e lamentavas todos os dias sobre a tua condição. Eu também lamentava, seu corpo era repulsivo. Seu fedor de carne podre infestava os corredores. Por isso deixei-te presa no porão, não conseguia chegar perto de ti então voltei a minha procura.
Encontrei uma moça quase tão bela quanto tu. Chamei-a de Hope. Trouxe-a viva. Lembro a sua relutância em aceita-la. Bobagem. Quando tivesse um corpo novo tu me entenderias. Fiz umas modificações no aparato e coloquei vocês duas ligadas pelas suas cabeças.
Mas novamente algo começou a dar errado. Quando o raio desceu e a energia passou pelo corpo de vocês, começou a queimar o corpo de Hope. A transição de mentes já tinha começado, desligar o aparato naquela hora traria sérias conseqüências, por outro lado, se não desligasse a sua consciência poderia ser levada para um corpo desfalecido.
Preferi arcar com as conseqüências, e desliguei.
Hope estava com metade de seu corpo queimado. Minha experiência tinha sido um fracasso. Quando tu acordaste, ainda no teu corpo, uma angustia tomou conta de mim e comecei a chorar. Queria tanto que a experiência tivesse dado certo, por que eu não posso te ter? Mandei te levarem para o porão. Enquanto estava sozinho, Hope levantou e falou meu nome.
Fiquei intrigado com aquilo, como ela poderia saber meu nome?
Notei que ela estava viva e sabia algumas lembranças suas e inclusive um uma admiração escondida que tinha por mim. Mas ela era uma simples colcha de retalhos cheia de buraco de suas lembranças e suas queimaduras eram suficientemente repulsivas de se ver.
Hope tornou-se uma serviçal importante, o amor que ela tem por mim, deixou-a cega. Auxilia-me em meus serviços com uma obediência indiscutível.
Estou trabalhando num novo projeto. Consiste em roubar a juventude de uma jovem e dar para ti. Os experimentos estão bastante promissores. Todos os testes deram positivo. Agora, só estou esperando um novo corpo, bonito e jovem e um dia de tempestades. Quanto a isso, não se preocupe, Hope já está a procura do corpo (ela não costuma demorar) e a época de tempestades está para chegar!