23 de Janeiro.

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23 de Janeiro.

Mensagempor Dahak em 13 Jan 2011, 22:34

Não é uma poesia, como eu gostaria que fosse. Certamente não vou conseguir colocar no papel as palavras que tanto ecoam nos meus sonhos. E duvido muito que eu consiga expressar tudo o que eu gostaria.

Feliz aniversário.

Queria muito poder lhe dizer isso pessoalmente, com meus braços contornando seu pescoço, com meu olhar fixado em seus olhos que você diz serem verdes, mas que eu por vezes vejo-os azuis.

Levar o melhor dos presentes que eu pudesse conseguir também fazia parte dos meus planos.

Por um erro meu, muito meu, nada disso será possível. Hoje eu vou registrar isso na world wide web. Será um ato físico, com a data e horário. Um registro. Um arquivo a priori. Para mim, é registrar nas estrelas meu mais sincero pedido de ter uma nova chance contigo, de tal modo que eu possa demonstrar, seja lá quando (e se) essa chance vier, que eu jamais me esqueci de você, do que tivemos e de tudo o que o futuro pode nos reservar. Eu acredito que reserva.

Nossa, e eu acredito muito. Não tenho a pretensão de tentar saber o que virá no dia seguinte. Em verdade, tenho pavor de parecer arrogante toda vez que me pego “imaginando cenas reais” de um futuro meu e seu, de um futuro, oras, nosso.

Acredito, no entanto, por fé. Por crer. Eu creio mesmo que nada denote essa chance, mesmo eu sabendo que não tenho direito de tentar nada justamente por ter sido eu o mártir causador dessa situação. Mesmo assim eu tenho uma fé como aquela fé mais pura, mais livre, mais verdadeira. Como a fé de uma criança. Uma fé que enxerga a dificuldade e a dimensão da situação, mas que nem por isso deixa de existir. Não em mim.

Uma fé que sofre a cada esquina que um dia eu te vi. Em cada pedacinho de shopping que contigo um dia eu visitei. Uma fé que me remete a todas as mil cenas que tenho gravadas na mente. Uma fé que, sim, sofre. Mas uma fé que vive. Porque se sofre, é sinal que há vida.

Não quero ser desagradável. Hoje você tem um novo namorado e eu não tenho o direito de revogar qualquer coisa. Ainda que te ame, como eu te amo. E me parece que o meu distar é o mais saudável agora.

Nem por isso eu iria deixar de vir lhe desejar um feliz aniversário. Talvez você nunca saiba dele e, ainda que eu não queira pensar nisso, vejo-me obrigado. Por quê? Porque mesmo sem poder lhe dar um abraço ou desejar um bom dia, a necessidade de cuidar de você, em mim, urge.

E assim faço do papel, também, meu confessionário.

E eu ainda vou tentar fazer a poesia.
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Re: 23 de Janeiro.

Mensagempor Blackbird em 18 Jan 2011, 10:53

Eu queria te dizer que não gosto desse tipo de texto, mas... a verdade é que é o que tipo de texto que eu mais tenho escrito nos últimos anos. hahaha

Acho que esse formato de, como o próprio texto se declara, confessionário, é um perigo por às vezes trazer à tona elementos pessoais demais, restritos demais ao autor ou à personagem. Mas aqui surge como uma situação comum e que todo mundo, de alguma maneira, conhece, então houve uma empatia.

Ele comenta uma coisa que me aflige, também, e é isso de "Não é uma poesia, como eu gostaria que fosse". Eu realmente não gosto desse tipo de texto, mas às vezes a urguência em desabafar com o papel não permite que se construa algo mais elaborado.
i am jack's complete lack of surprise.


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