Vingança - ensaio apenas

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Vingança - ensaio apenas

Mensagempor Anonimous000 em 15 Out 2007, 23:24

Um pouco desocupado nesse exato momento, peguei dois personagens de um outro conto e fiz um breve ensaio com eles. Talvez use essa cena pra valer o conto, talvez não.





Vingança


Luei Kin saiu ao pátio do templo abandonado com passos decididos. Trajava o tradicional gi preto, e portava a katana embainhada em seu cinto. Havia se desfeito de suas outras armas, para minimizar o peso e facilitar sua movimentação. A fina luva preta na mão direita carecia dos dedo indicador e do polegar, a mão esquerda permanecia desnuda. Ela usava o cabelo solto, embora fosse algo pouco recomendado para artistas marciais como ela.

Rapidamente ela avistou seu oponente. Bai Kun ainda tinha a aparência de criança, talvez doze anos, talvez treze. Os longos cabelos brancos voavam ao vento. Ele vestia roupas simples, surradas, mas limpas. A bainha estava no cinto, mas a katana já estava em sua mão direita. A lâmina de obsidiana refletia a luz em um verde escuro doentio.

-Resolveu dar as caras outra vez pirralho?

Kin o provocou. Ela não esperava irritá-lo, pois ela mesma parecia muito jovem. Alguns diziam que ela parecia ter quinze anos, outros diziam dezesseis. Mas ao contrário de Kun, ela não era alguém desconhecido. Era fato conhecido que Kin tinha pelo menos vinte e sete anos, possivelmente mais.

-Chega de conversa. Vamos resolver isso de uma vez.

Kin observou o braço direito de seu oponente. Notou os músculos tencionados, como dá outra vez. Kun ainda não tinha força suficiente para usar a katana empunhada em apenas uma mão de maneira adequada. Mas ela sábia muito bem qual era o motivo para ele manter a mão esquerda livre.

Sem falar nada ela lentamente desembainhou a própria arma. A lâmina de prata refletiu a luz no rosto de Kun por um instante, mas ele não desviou o olhar. Encarou os olhos de Kin friamente em resposta. Os estranho olhos felinos.

-Eu me pergunto por que seus olhos ficaram assim.

-Pelo mesmo motivo que seu cabelo carece de cor, garoto. Foi parte de um acordo.

-Não me trate como um ignorante. Eu sei a razão geral, mas há um motivo especifico que me escapa.

-Posso dizer o mesmo sobre você. Chega de gentilezas.

Kun colocou a espada vítrea entre os dois, de modo a assumir um posição defensiva. Kin levou própria arma para o lado esquerdo do corpo, curvando o braço armado à sua frente, e preparando o golpe.

O pátio estava deserto.

Por um breve momento, que pareceu durar uma eternidade, os dois esperaram.

Então, sem o menor aviso ou sinal, Kin avançou. Um observador externo acreditaria que ela desapareceu, mas Kun conseguiu seguir o rápido movimento de sua oponente. Ela avançou em linha reta, mas não de modo a atacá-lo pela frente. Passou ao lado direito dele, ainda com a espada ao lado do corpo. Kun saltou para esquerda, se virando para se defender. Kin girou sobre o pé direito no mesmo instante em que começou o movimento do golpe, acumulando o momento do giro e do golpe.

O impacto entra as espadas produziu um breve lampejo verde escuro.

A força do golpe fez Kun saltar para longe, mas ele recuperou o equilíbrio em tempo.

-Que surpresa.- Kin falou com um tom cruel, sádico.

Kun não respondeu, ao menos, não com palavras. Avançou rapidamente, e tentou uma estocada. Kin recuou, evitando o golpe com facilidade.

-Seu senhor demoníaco ainda habita sua espada. Então suas habilidades ainda são bem limitadas. E você perderia boa parte delas sem o receptáculo em mãos.

-Fala como se fosse diferente.

-E certamente que sou. Minha aliada deixou a espada, embora esta ainda tenha muito poder. Eu e ela agora somos uma só.

Kun apertou a espada, sua mão começava a suar. Ele avançou novamente.

Kin permaneceu na defensiva, se esquivando dos golpes, aparando apenas quando não tinha outra opção. Quando notou uma boa brecha nas defesas de Kun permitiu as espadas se tocarem novamente, e em seguida empurrou a arma de seu oponente para trás. Kun recuou, mas perdeu o equilíbrio por tempo suficiente para um golpe.

Kin avançou para uma estocada, mas ao se aproximar o suficiente para golpear recuou a espada, girando o corpo e desferindo um chute no rosto de Kun. A força do golpe o jogou para trás, mas antes que ele tocasse o chão ela saltou. Ao passar sobre ele, Kin esticou o braço esquerdo, tocando levemente a testa de Kun.

Um movimento ágil o permitiu se recuperar do tombo. Virou par ao lado, cuspindo. Um dente atingiu o chão junto com o sangue. Um gesto rápido com a mão esquerda, e ela se envolveu em chamas. Chamas que logo aumentaram, formando uma labareda impressionante.

-Não adianta mais lutar garoto.- ela falava com um tom calmo, distante.

-Qualquer que tenha sido a magia que tentou ao me tocar, ela falhou.

-Não foi magia. Não se esqueça que antes de ser uma usuária de magia, eu sou uma Mestra no controle do Chi. Sua morte será lenta e dolorosa.

Kun cerrou os olhos, irritado. Arremessou a labareda contra Kin, mas ela apenas sussurrou uma palavra em pegou a labareda com sua mão esquerda. Estalou os dedos entre as chamas, e elas se desfizeram em fumaça.

-Bruto e sem elegância. Nunca vai me atingir com um ataque assim. Kun, você não é o alvo de minha vingança. Me entregue sua espada e eu posso lhe permitir viver.

-Nunca!

Kin guardou a espada calmamente. Em seguida estalou os dedos da mão direita, produzindo um forte lampejo branco.

Quando a visão de Kun voltou ela não estava mais lá. Mas ele ainda ouvia sua voz.

-Não preciso lutar. Basta seguir você e esperar que morra, e então pegar a espada.

Ela terminou com uma risada cruel, que foi lentamente reduzido em volume, até desaparecer.

Kun olhou ao redor. Não poderia mais voltar a cidade, estava sendo caçado. Ele teria como sobreviver na floresta ao redor de templo abandonado, mas o faria por quanto tempo? Quanto tempo levaria para o simples toque de Kin o matar?

-Não vale a pena esperar para descobrir. Mesmo que não me mate, eu vou ficar enfraquecido. E ela virá terminar o trabalho.

Decidido a aceitar o fracasso, Bai Kun enfiou a espada no chão frio de pedras. Se concentrou por um instante, e chamas envolveram seu corpo, o consumindo velozmente.

Quando as chamas se apagaram completamente já estava anoitecendo. Kin saltou de seu esconderijo sobre as árvores, pousando silenciosamente ao lado da espada.

-Pelo menos me livrou do trabalho de segui-lo.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 15 Out 2007, 23:53

Bem anime, só estranhei nomes meio... chineses para algo aparentemente japones.
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Vingança - ensaio apenas

Mensagempor Anonimous000 em 16 Out 2007, 00:16

É a idéia...

Essa cena nem tanto, mas o trabalho original está fortemente embasado em GURPS, pois o conto serve como pilar de sustentação para o cenário de campanha que estou usando atualmente. E que está sofrendo um pouco para ser convertido de edição.

Quanto aos nomes, bem, se você vai fazer um cenário inspirado em China/Japão no periodo feudal, nada mais adequado que usar nomes chineses e japoneses, ou das proximidades. Estou fazendo alguns ensaios com os personagens desse conto, para aprofundar eles.
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Vingança - ensaio apenas

Mensagempor Lady Draconnasti em 16 Out 2007, 01:21

Ah tá =)
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