Daytime Dilemma

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Daytime Dilemma

Mensagempor Bahamute em 24 Nov 2009, 16:52

Eu me propus um desafio, montei uma playlist com 4 músicas que eu adoro.

E coloquei pra tocar. Depois abri o word e, conforme ia tocando as músicas, eu ia escrevendo.

A idéia não era escrever as músicas, e sim, me basear no contexto delas, no momento que eu ia ouvindo-as.

Enquanto eu ia ouvindo as músicas, eu ia me inspirando e escrevendo.


Depois, reli tudo, formatei o texto, corrigi algumas partes e alterei outras, pois, mesmo baseado em multiplas músicas, o conto deveria ter um contexto único para ter sentido.

Gostaria de vossa opinião sobre isso. Se ficou bom ou não, se precisa melhorar algo e se o produto final ficou, no minimo, agradável.


As músicas que eu ouvi para me inspirar foram:


Rebel Yell - Billy Idol -
Daytime Dilemma (The dangers of love) - The Ramones -
Chainsaw - The Ramones -
Mrs. Robinson - The Lemonheads -


Essas foram as quatro músicas que me baseei para escrever o conto. Sem mais delongas, segue ele abaixo:



Daytime Dilemma




Só queria lhe dizer, na verdade, lhe afirmar, Jesus te ama mais do que você imagina.
Talvez você não acredite em Deus, talvez você não tenha motivo para acreditar, pois tudo o que vê a sua volta é dor, tristeza e destruição. Mas, eu te digo, ele existe, sempre existiu e sempre existirá! Você não entende o porque de tudo isso que está acontecendo com o mundo, nem eu. E eu te digo o porque. Nós não temos uma mente divina, não podemos entender passo a passo tudo o que está no plano de Deus. Apenas aceite isso, pôxa!

De que adianta você ficar aí escondida, com a cabeça entre as pernas, apenas esperando o fim do mundo acontecer? Ele não vai acabar. Ele não é um livro com começo meio e fim. Você sabe porque eu estou te dizendo tudo isso, eu estou cansado e tenho mais o que fazer, então, ouça tudo isso com atenção. Eu ouvi em uma música que no paraíso há um lugar reservado para todos que oram. Então, ore.

Eu tava sentado aqui sem nada pra fazer. Fiquei aqui só pensando em você.
Mas você nunca sai de lá, você nunca vem pra cá, e quer saber?
Não estou mais nem aí. Que se dane. Tudo o que você faz é em beneficio próprio.
Sempre que eu te vejo, eu tenho certeza, você é a única que eu realmente amo e quero ao meu lado. Mas, caralho, porque tudo o que você faz, visa beneficio próprio, e nunca quer saber de mim?

Na noite passada eu vi um anjo. Ele estava dançando na porta do meu quarto. Ele me disse, vai lá cara, você pode amar. Você tem esse direito, você orou aos céus para isso.
Não importa o que aconteça, você foi feito pra isso. Você não é um lutador, não é um sobrevivente e nem um garanhão. Você é apenas um cara com um grande coração.

E, no meio da noite, eu não sabia se chorava ou se clamava aos céus para me tirar desse impasse. Sei lá. Meu coração bate tão forte que pode ser ouvido até da esquina. Naquela mesma esquina onde mulheres se prostituem e adolescentes usam drogas.
Essa vida é fodida mesmo. Ou tu é um cara de sorte, que tem grana, um bom emprego e pega todas, ou tu é um otário, que trabalha doze horas por dia e, quando chega em casa, está sozinho. Porra. To solitário pra caramba. E não estou sozinho. Eu fiz tudo por você, queimei meu dinheiro, dediquei meu tempo, e você nunca me deu valor.

Aquele anjo me disse que a vida era assim mesmo. Mas hoje não sei se era realmente um anjo ou se eu estava sonhando. Se essa vida tem realmente algum motivo ou sentido, ou se estou aqui apenas para cumprir meu ciclo vital.

Esse é o perigo do amor.

Você veio de uma boa família. Duma casa feliz.
Uma garota de personalidade forte, só tirava notas boas na escola. Mas, sabemos que as coisas não são assim. Você tem tudo no lugar, sabe o que fazer e agora eu não sei mais o que é real e o que é sonho.

Esse é o perigo de amar.

Tu não sabe como reagir. E quando acontece uma merda, tu fica sem chão. Não me matei de depressão porque eu não acredito que há depressão. Sempre achei isso uma puta frescura. Mas nunca estive tão deprimido como estou agora.
E não sei se o que estou sentindo, se é frescura ou verdadeira depressão.

Vai, continua mentindo. Mas você fez. Você sabe o que fez.
Não há como mentir pra você mesma. E você sabe disso.

O que há de errado nisso? Você deveria saber, não? Ainda mais você, que sob falsas provas vivia a acusar terceiros. Agora, como uma batida punk tu nem sabe como se defender. É triste pra caramba, mas é a tua realidade. Mente ainda mais, diz que não é nada disso. Mas você sabe do que eu estou falando, e não há o que mentir. Mente para mim, mas no fundo, lá no fundo, você está mentindo pra si mesma.

Pra que chorar? É só mais um amor que se acaba. Como tantos outros acabam dia após dia.
O final é sempre triste. Parece que estamos chorando a morte de um ente querido.
Mas, é como chorar a morte de alguém que não morreu. A pessoa continua viva. Mas você não vai mais poder vê-la. Não vai mais poder tocá-la. Não vai mais poder senti-la.

Talvez você continue amando-a por toda a vida. Talvez você nunca esqueça-a e nunca substitua-a. Pois esse é o perigo do amor.
Você é mais importante pra mim do que eu mesmo.
Pro inferno com tudo isso. Acredito que, no paraíso, há uma mansão me esperando.
Eu fui feito pra sofrer. Fui feito pra ser açoitado e, caralho, já estou me acostumando com isso.

Vou te falar pela ultima vez. Jesus te ama mais do que você imagina.
Ora pra ele, confessa teus pecados.
Vou sentar ali naquele sofá. Vou tomar um copo de café com leite. Pensar um pouco.

E quando eu me levantar, não quero olhar em seus olhos, então, saia dessa sala, pense em tudo isso que eu te falei.
Vou ficar por aqui até o anoitecer. Amanhã eu termino de arrumar minhas malas e espero não te ver novamente.
Você acabou comigo, você me fez sofrer mais do que eu esperava. Eu depositei tudo nesse relacionamento e investi em você mais do que deveria.

Um novíssimo dia me espera. Um sol amarelo e caloroso irá me aquecer.

E, quer saber, já falei demais.

Adeus.


Lair "Bahamute" José
Editado pela última vez por Bahamute em 28 Jan 2010, 16:03, em um total de 1 vez.
Aquele abraço!
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Mensagempor laharra em 25 Nov 2009, 20:13

Bahamut, quando li seu prelúdio ao conto, esperava algo diferente. Talvez uma história criativa ou uma viagem poética levemente baseada pelas letras da música. Confesso que me decepcionei um pouco quando vi um desabafo sobre o amor - até confuso, em alguns pontos. Claro que amar confunde, e muito, mas não consegui entrar no clima do personagem.

Pelo o que eu analisei, você pegou os trechos mais interessantes das músicas e tentou moldá-los em um texto. Não sei, mas talvez se você tivesse tentado achar um ponto em harmonia dentro das letras, antes, e depois desenvolver a história, tivesse ficado mais interessante.

De qualquer forma, falar aqui é fácil. Difícil mesmo é se propor a fazer algo do tipo. Parabéns pela iniciativa. O máximo que fiz em relação a músicas foi me basear em um refrão de uma canção para bolar a ideia central de um conto.

Abraços.
Tentando encontrar inspiração para terminar o conto abaixo:
O Som do Silêncio: Parte IV - A decisão
Reger está às vésperas de uma batalha onde decidirá seu futuro. Durante o que podem ser seus últimos momentos com a Espada e com Alyse, ele se pega pensando sobre a validade de suas aspirações. Acompanhe o conto no link a seguir:
http://www.spellrpg.com.br/forum/viewtopic.php?f=24&t=1067
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Mensagempor Lady Draconnasti em 08 Dez 2009, 13:23

Não tenho muito o que acrescentar ao que o laharra disse, mas achei interessante a forma com a qual você se inspirou. Música é sempre uma boa fonte de inspiração.
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Mensagempor Madrüga em 08 Dez 2009, 18:43

laharra escreveu:Bahamut, quando li seu prelúdio ao conto, esperava algo diferente. Talvez uma história criativa ou uma viagem poética levemente baseada pelas letras da música. Confesso que me decepcionei um pouco quando vi um desabafo sobre o amor - até confuso, em alguns pontos. Claro que amar confunde, e muito, mas não consegui entrar no clima do personagem.

Pelo o que eu analisei, você pegou os trechos mais interessantes das músicas e tentou moldá-los em um texto. Não sei, mas talvez se você tivesse tentado achar um ponto em harmonia dentro das letras, antes, e depois desenvolver a história, tivesse ficado mais interessante.


Concordo até aqui com o Laharra. Achei o texto meio... post de adolescente no blog, sabe? Um desabafo meio clichê, não teve um "twist" para surpreender o leitor. Acabamos ficando na mesma.

E "dilemma"... tem dois mm. :macaco:
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