Nego Belo

[arghsupremo]

Conto que fiz a muito tempo. A pedidos estou postando aqui.

Beijos.

Nego Belo

Nego Belo cresceu numa dessas favelas do Brasil. Sua família era humilde. Nego Belo cresceu vendo seus heróis trocando tiros contra os policiais corruptos, que entravam em suas casas extorquindo dinheiro. Por mais de uma vez, ele viu um dos seus, que cresceram com ele, morrer nas mãos desses policiais. Aqueles heróis que protegiam o pessoal da sua rua, do seu bairro, morrendo por ajudarem o povo. O Sonho de Nego Belo era ser traficante, como seu amigo o Louco Cisco.

Os pais de Nego Belo a muito tempo foram embora da cidade, voltando a suas origens. Nego Belo disse que ficaria, seu lugar era com seu povo, morava com Louco Cisco. Louco Cisco gostava de Nego Belo como um irmão, mas via que o guri não tinha potencial pra bandidagem, por muitas vezes sem que Nego soubesse, Cisco o salvou de enrascadas. Louco Cisco também cresceu na favela. De família humilde, seus pais morreram cedo, mas ele conseguiu se virar. Primeiro virou aviãozinho e trazia drogas pra cá e pra lá. Subindo na hierarquia virou um grande traficante.

Nego Belo tinha tudo para ser um grande bandido, tinha porte, tinha contatos, não gostava dos “porcos” e adorava vagabundear por ai. Mas ele tinha um grande defeito. Ele gostava de dormir cedo. Na verdade, ele caia de sono poucas horas depois do anoitecer. Nego Belo já às 7 horas da manhã poderia ser visto na frente do bar do Antônio, cuidando as gurias do colégio primário exibindo a sua arma, um calibre 22 que Louco Cisco deu pra ele.

Nego Belo achava que matar pessoas e traficar drogas era como uma profissão, além de que, ajudava muita gente da favela, dando proteção. O seu sonho era morrer baleado, num tiroteio a noite. Ele sempre quis estar num tiroteio a noite! O máximo que ele conseguiu na vida foi dar uma facada num colega no segundo ano do ensino médio, quando foi expulso do colégio e nunca mais voltou. No mundo do crime, chegar até o segundo ano do ensino médio não é bom para o currículo.

Certa vez, Nego Belo acordou no meio da noite com um tiroteio. Muito cansado ele puxou sua arma e saiu da cama. Era uma batida policial no barraco atrás do Louco Cisco. Ele nem viu a de onde veio a bala, caindo no chão. No hospital, ele dá seus últimos suspiros. A sua vida passa pelos seus olhos como um flashback lembrando momentos esquecidos. Nego Belo morreu na mesma noite. Nego Belo morreu feliz.

[Lady Draconnasti]

Triste, mas absurdamente real.

Você devia escrever mais, Argh. E eu tô falando sério.

(só mais uma coisinha. Você deixou escapar uns errinhos de pontuação em algumas frases.)

[Vincer]

Cara, adorei. Talvez mais curto do que eu esperasse, adoraria ter visto um maior desenvolvimento das crenças pessoais/personalidade do Nego Belo, mas talvez não fosse essa a intenção do conto.

É raro eu realmente gostar de um conto

[arghsupremo]

Podem me corrigir, eu gosto. Aprendo com isso. Beijos.

[Lady Draconnasti]

Bem, não tem muito o que corrigir. Só uma revisão resolvia mesmo.

[Lanzi]

Ah, nem vem Argh. Uma idéia como essa tinha que render muito mais que uns parágrafos tão econômicos como esses...

[_Virtual_Adept_]

Está muito curto. Você poderia ter desenvolvido melhor.
Tem uns errinhos gramaticais, também. Mas nada que uma revisão rápida não resolvessem.

[Lobo_Branco]

Vou discordar do povo, se o conto se prolongasse muito, corria o risco de perder o ar simplista, unidirecional, que eu visualizei.

Esse foi o grande charme, algo curto, simples e direto como a vida do bandido sem muitas ambições complexas na vida.

Juro que quando vi o texto pensei que ia ter alguma relação com o doce "Nego Bom"...


Abraços!

[GarotoVaca]

Necropost!

Li, gostei, aprovei!
Draconasti tem razão: você deveria escrever mais.
Lanzi tem razão: idéia muito boa, mas paragrafos econômicos demais.


Ainda sim, gostei, bicho.

[arghsupremo]

Obrigado pelos comentários, senhores. Eu tenho este grande defeito de ser econômico mesmo. Tentarei ser mais explicativo sem ser prolixo que é meu grande medo.

Beijões