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Horas roubadas
Você chega. Me olha nos olhos. Sorri um meio-sorriso, meio de lado, meio querendo ( e conseguindo ) me provocar. Me puxa pra perto, me beija na boca, me abraça, me cheira. Me diz coisas belas, me sopra no ouvido, me faz perder a razão. Deixa bem claro o que quer e deseja de mim, e eu sei que está claro o que desejo e quero de você, e como nossas vontades e necessidades são as mesmas, fazemos o que temos que fazer. E é nesse instante que temo perdê-lo, não para outra mulher, mas para o Destino maldito, que tenta se infiltrar entre nós como um gás venenoso, envenenar a nós dois, tirar nossos poucos momentos de felicidade em que nos entregamos um ao outro com o mais completo desprendimento e abandono...
Mas é nesse momento que você percebe meu medo e tristeza, e me beija no rosto, sorri e diz que nada nem ninguém pode nos separar. Então eu fecho meus olhos, deixando-me envolver pelo seu calor, e consigo ver a face retorcida de ódio do Destino. Rio comigo mesma, e aproveito o momento, sabendo que, mais uma vez, tivemos nossos instantes felizes, roubados debaixo do nariz torto do nosso algoz.