Vida de cão

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Mensagempor Magyar em 10 Fev 2009, 00:59

Com muita estranheza, repugnou tal ato. Não existia mais o porquê da medida que tomou.

Conversavam sobre suas respectivas infâncias, quando Frederico foi pegar uma cerveja. No caminho, ele se assustou com as fezes na sala, e contou para Raul, que pensou ser uma piada do amigo em relação à nova organização da sala. Uma ira incandescente brilhou nos olhos de Raul.

Uma ira incandescente brilhou nos olhos de Raul, enquanto ele pegou Benoni pelo pescoço e o mostrou que ali não era para se defecar. Benoni pareceu pedir perdão a cada grunhido que soltou.

Benoni pareceu pedir perdão a cada grunhido que soltou enquanto apanhou de Raul com a coleira, que não se deu conta no que fez e não mediu a força que utilizou, graças à fúria existente, mesmo quando Frederico o segurou.

Frederico o segurou após ver que o amigo se deixou cegar pela fúria. Até então, sempre viu Raul tratar Benoni como um filho. Só então entendeu a razão das verdadeiras cicatrizes, e não mais conversou sobre a infância do amigo.

Com muita estranheza, repugnou tal ato. Não existia mais o porquê da medida que tomou. Logo, Raul se pôs a chorar.
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Mensagempor Léderon em 10 Fev 2009, 18:55

Hum. Me causou muito estranhamento.

Não gostei da repetição de frases do final do parágrafo no início do próximo, e achei a narrativa bem confusa. Ficou bem reducionista e abstrato (não há descrições, praticamente), e talvez por esse motivo fiquei meio perdido em saber o que estava acontecendo no começo.

E um pouquinho no fim, também. XD
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Mensagempor Vincer em 10 Fev 2009, 19:32

Adorei. Raramente gosto de um conto, estou falando sério. Verdade seja dita, o que me agradou nao foi o conteúdo do conto em sí.

Foi a estrutura dele. Direto, simples, curto, a repeticao dos trechos, a forma com que foi escrito... Simplesmente ótimo. :aham:
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Mensagempor arghsupremo em 10 Fev 2009, 19:54

Eu não entendi nada e não gostei das repetições de frase.
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Mensagempor Aleχ em 10 Fev 2009, 20:44

Não gostei muito, Barlin. Achei um conto muito curto e com muitas frases repetitivas, mas isso não é o problema em si. Não é um problema sério um conto ser curto ou ter frases repetidas, embora realmente prejudique um pouco. O que quero dizer é que eu ainda não gostaria muito do seu conto mesmo se ele não tivesse essas frases repetidas e fosse mais longo. Aliás, talvez eu até gostasse menos ainda.

O problema é que o conto parece, para mim pelo menos, uma estrada no meio do deserto ligando nada a lugar nenhum. Não tem começo, nem fim. Sabe quando você pega um livro na livraria, abre numa página qualquer lá para o meio do livro e lê um parágrafo? Foi essa a sensação que eu tive ao ler seu conto.

Com certeza com um início e fim mais definidos você simplesmente não conseguiria escrever um conto pequeno assim, e iria desenvolver mais a história. Bom, isso é apenas a minha opinião.

Aliás, você escreveu outros contos aqui no fórum? Se sim, eu gostaria de lê-los também.

Abraços!
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Mensagempor Myako Lumine em 10 Fev 2009, 21:08

Eu adorei, Barlin. Sendo sincera.

Não pelo conto, em si, mas pela forma que foi construído. Como se fosse um ciclo infinito do que o cachorro passava nas mãos do dono. Ou ao menos foi o que eu imaginei.
"Estou nessa joça há nove anos e por mais que eu xingue, reclame, despreze, sempre volto. Porque no final das contas, não importe por onde você rode nesse mundo internético, não encontrará local mais engraçado, insano, plural e possível de ter debates de qualidade com pessoas ridiculamente diferentes."
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Mensagempor Magyar em 10 Fev 2009, 21:11

Bom, o conto requer um toque de atnção em especial.

É a primeira vez que coloco tanto conteúdo nas entrelinhas. Gostaria de saber qual foi a impressão que vocês tiveram ao ler sobre o que se passa nele. A impressão é a chave de tudo.

A repetição das frases foi uma tentativa de espressar o momento descrito. Creio que tenha sido um tanto infeliz a minha escolha, porém, garanto que nada no conto é em vão. Os próprios nomes não foram escolhidos de qualquer jeito.

Raul: Do anglo-saxão. Combatente.
Frederico: teutônico: "dirigente da paz, senhor da paz, paz que protege".
Benoni: Do hebráico. Filho de minhas tristezas

Vocês poderiam relê-lo depois de ler esse meu post? Talvez tentar captar um pouco da história nas entrelinhas. Se não conseguirem, sinto que falhei. Mas tentarei corrigir no próximo conto.

Se alguém quiser ver outros contos (Não, eles não são tão vagos assim) ai vai os links:
viewtopic.php?f=24&t=3896
viewtopic.php?f=24&t=1626
viewtopic.php?f=24&t=3891
viewtopic.php?f=24&t=2838

Estão na ordem de preferencia do autor. Os último deixa muito a desejar (já aviso).
Inté!
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Mensagempor Vincer em 10 Fev 2009, 22:33

Hoje em dia o pessoal se arrisca muito pouco na literatura. Foi justamente a falta de um início e fim clássicos que me agradou.

Eu já fiz algo similar(nao com a repeticao de frases, que eu gostei), eu apelido simplesmente de recorte. Ser extremamente curto e pouco detalhado faz parte. A idéia é a sensacao passada, e o foco inteiro se volta para a situaca exibida, sem fazer o leitor se perder em detalhes. É quase como uma fotografia, parece mesmo um trecho de algo maior, e isso é parte da intencao. Pelo menos era essa minha intencao com um `recorte`, eu tive uma impressao parecida com esse seu texto.

Talvez eu até poste ele posteriormente, para mostrar do que falo. Mas tenho dificuldades em mostrar o que eu escrevo em público :b
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Mensagempor Lady Draconnasti em 11 Fev 2009, 08:13

Frederico o segurou após ver que o amigo se deixou cegar pela fúria. Até então, sempre viu Raul tratar Benoni como um filho. Só então entendeu a razão das verdadeiras cicatrizes, e não mais conversou sobre a infância do amigo.


Melhor parágrafo do texto, e o que mais fala.
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Mensagempor Elara em 12 Fev 2009, 00:23

Barlin,

Excelente conto. Estou aqui me lascando de sono, mas entendi perfeitamente o que quis dizer com o texto.

O tamanho ficou na medida certa, afinal, o uso de repetições exaustivamente desgasta muito a leitura. Mas desse tamanho ficou ideal. As repetições reforçaram o caráter cíclico do conto, em uma sacada genial. A escolha dos nomes também reforçou a história.

Excelente. Parabéns!

Chero!

Vincer,

Não seja tímido, traga aqui o que escreveu. XD

Chero pra todos!
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Mensagempor Magyar em 15 Fev 2009, 00:25

Gracias!

É Nasti, esse parágrafo tinha como intenção localizar o autor e deixar mais clara a história, assim como a história ficaria mais clara para o ponto de vista de quem vê tal situação - no caso, tentei pegar o ponto de vista de Frederico.

Minha maior preocupação foi em relação a gramática em si, o que não sei se está no todo correta. Ou se o tempo verbal escolhido foi de fato o melhor para tal situação.

Sim, as repetições das frases criaram o efeito pretendido pelo jeito. A história ficou vagamente clara. E adorei essa sua comparação com um retrato, Vincer.

No mais, aceito mais críticas e sugestões!
Além de aguardar a publicação dos textos do Vincer.
Inté!
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Mensagempor Lanzi em 16 Fev 2009, 14:34

Confesso que na primeira leitura não gostei muito. Acontece que quando os contos são curtos, com frases curtas, não damos a devida atenção, pelo menos no meu caso. Depois vi que não entendi nada e me pus a ler de novo, e aí gostei mesmo, do tema e da carga psicológica e emocional.

Aliás, podemos dizer que o interessante desse conto é justamente a carga psicológica que ele possui, e a leveza com que trata da relação dos amigos e do cachorro. Claro que a escrita poderia ter sido melhor trabalhada. Assim como o drama e as relações poderiam ter sido melhor exploradas. Mas vou para com os "poderiam", porque o conto não é meu e sei o quanto os autores odeiam esses tipos de comentários.

Abraços.
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