Orla de Espinhos
Eu te vi na orla de espinhos. Não sei o porquê, não sei o motivo, apenas vi ali, entre a queda e o corte, entre a dor e a morte. Por que te jogas nos braços alheios em busca de segurança? Por que te jogas precipício a baixo quando poderias voar?
Eu te vi na orla de espinhos. Conheço tua dor, mas repudio-a, assim como repudio minha alma. Achas que uma queda vai acabar com tudo? Achas que depois da queda não haverá melhoras? Achas que tu podes desistir assim tão fácil?
Eu te vi na orla de espinhos. Ali entre o espinho e a queda, entre a verdade e a gloria, entre o sofrimento e a adrenalina. No filete de terra que te separas do céu ou inferno, no filete terra que te separas da queda eminente. Por que não te jogas de uma vez? Por que não desistes de uma vez? Tens medo de se arrepender no meio do caminho?
Eu te vi na Orla de Espinhos, prestes a pular no Abismo do Esquecimento. Não pulaste, foste jogado.