O bilhete premiado [Completo]

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Mensagempor Saxplr em 04 Set 2007, 14:20

Bom, esse é um conto que eu escrevi no ano passado, para um sarau que eu estava organizando. Experimentações de linguagem, principalmente no narrador, mais leve e subjetivo do que estou acostumado. Pelo que eu me lembre, não publiquei em nenhum lugar, é inédito. (Mas pode ser que eu esteja enganado)

Acredito que esse é um dos contos que eu mais gosto estilo do narrador. Cabe dizer aqui que o escrevi depois de ler "Os filhos de Anansi" do Gaiman, um escritor de quem admiro a habilidade em escrever coisas profundas e tramas complexas de um modo que uma criança de 13 anos entenderia.

Tem um quê de Amelie Poulaint também, não que eu goste tanto assim do filme. :lol:

Divirtam-se! Na semana que vem, ou quando a primeira parte atingir sete comentários :shades: , eu posto a segunda parte!


**********************************
O bilhete premiado

Rodrigo Sax van Kampen



Essa é apenas mais uma história como as outras, pois assim como todas as histórias, essa tem um começo, um meio e um fim. E tem também um personagem principal, chamado Marcos, que era solteiro e tinha lá pelos trinta anos de idade. Não podemos dizer que ele se destacava entre as outras pessoas, já começava a ficar calvo, mas fora isso, nenhuma outra particularidade mais interessante, a não ser, talvez, que Marcos gostava de colecionar bilhetes de cinema. Não do tipo que vai no cinema e guarda o bilhete como recordação, ele não gostava dos filmes, achava-os chatos, ou monótonos, ou então lhe desagradava a trilha sonora. Ele só entrava no cinema quando, sem conseguir o ingresso de outra forma, acabava comprando, e assistia o filme somente para não perder o seu dinheiro. Mas o que realmente brilhava aos seus olhos eram os bilhetes, com o título do filme magistralmente abreviado, o número da sala em negrito, a fonte da letrinha miúda onde se lia que o bilhete não era passível de devolução e o código de barras e seus mistérios criptografados.

Fora isso Marcos era uma pessoa normal. Andava de ônibus e pegava metrô, trabalhava em uma firma de contabilidade e pedia comida chinesa uma vez a cada quinze dias.

Um belo dia, Marcos encontrou na porta de seu prédio um bilhete para um filme em cartaz, que, para a sua sorte, era da sessão do dia anterior. Tamanha a sua felicidade, que guardou cuidadosamente na carteira, entre a carteirinha do clube e a de motorista, para mais tarde adicioná-la à sua coleção. E foi nesse mesmo dia, quando voltava já para o seu pequeno apartamento de dois cômodos, que percebeu outro bilhete perto de sua casa, a mais ou menos uma quadra. O curioso era que não estava jogado no chão ou flutuando ao sabor do vento, mas cuidadosamente preso com fita adesiva na lateral de uma banca de jornais, na altura de seus olhos. Intrigado, pegou o bilhete e juntou-o à sua coleção.

No dia seguinte, mais uma entrada para o cinema estava por perto de sua casa, mas desta vez na esquina duas quadras mais para a frente, preso com a mesma fita adesiva no poste do semáforo. Não se pode dizer que Marcos se espantou com aquilo, mas de fato a misteriosa seqüência de achados era bastante peculiar. De qualquer modo, estava contente por aumentar a sua coleção.

Quando voltou do trabalho, desceu apressado do metrô, caminhando muito atento esperando encontrar mais alguma coisa, no entanto, para sua surpresa, nada mais havia. E a história dos bilhetes misteriosos parou por aí.

Parou por apenas duas semanas. Pois depois desse tempo, num domingo meio chuvoso, Marcos precisou ir até a farmácia comprar um remédio para a gripe que começava a lhe atormentar. E tal a sua surpresa ao ver, colado bem no meio da vitrine, um bilhete para o filme King Kong, que acabara de ceder seu lugar a alguma comédia romântica americana. Olhou para o lado, e avistou o poste do semáforo onde encontrara duas semanas antes o último bilhete e começou a reparar no padrão que faziam. Caminhou um pouco mais para a frente, e ali estava, preso na quina de uma vitrine, mais um bilhete para um filme um pouco mais velho, talvez de um ano atrás. Era repetido, é claro, mas esse pequeno detalhe não chegou a ofuscar o sorriso no canto na boca de Marcos.

Procurou o próximo mais adiante, porém, para a sua surpresa, não encontrou nada além de alguns papéis de chiclete no chão e um recibo de supermercado molhado. Decepcionado, voltou ao seu apartamento e deitou na cama, resfriado, e sem nenhuma resposta.

Nada mais aconteceu em uma semana, a não ser o fato de os ônibus entrarem em greve e Marcos ter chegado atrasado no serviço, ter conversado com o chefe a respeito, quase ter sido demitido e feito as pazes na quinta feira, quando, depois do expediente, acabou indo tomar um chope com os colegas e com o chefe. Mas não é isso que nos interessa nessa história, o que interessa é que depois de voltar para casa, Marcos caminhava atento pelo seu bairro, à procura de misteriosas entradas para o cinema, voltando sempre decepcionado para sua cama, para novamente olhar fixamente o teto.

Eis que chega o domingo, que ao contrário da semana anterior, fazia sol, talvez sol demais, tornando a tarefa de permanecer enfurnado no apartamento um tanto inglória. Por isso Marcos resolveu passear no parque com o seu cachorro. Ele não tinha um cachorro, mas pensou que era o que a maioria das pessoas fazia de domingo, então daria uma volta no parque, quem sabe acharia um cachorro fofinho e sem dono procurando alguém para levá-lo para passear?

Acontece que ao trancar a porta de casa, viu, colado no trinco pelo lado de fora, e com a mesma fita adesiva das entradas anteriores, um bilhete para o filme “E o Vento Levou”. Não para as exibições velhas, mas para uma exibição especial que acontecera no mês passado em comemoração a sei-lá-quantos anos de um dos atores. Um bilhete raríssimo que realmente sentia não ter em sua coleção aparecia agora gratuitamente colado no trinco de sua porta.


(Continua...)
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Mensagempor Lady Draconnasti em 04 Set 2007, 16:49

E eu que pensava que era esquisita por guardar papel de bombom de chocolate (sem o chocolate) dentro da gaveta...

Estou curiosa para saber quem é que está colando essas entradas para o protagonista.
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Mensagempor Lobo_Branco em 04 Set 2007, 16:59

Faço coro com a Nasti sobre estar curioso sobre o "benfeitor" do nosso caro Marcos.

Caramba, adoro esse tipo de narrativa, e a acho - para minha tristeza - deveras difícil de manusear. Talvez por isso tenha lido com tanto afinco o texto - que na verdade pretendia ler só depois.

Ele me lembrou o filme "Tão Estranho quanto a Ficção", um ótimo filme, diga-se de passagem. :P

Por isso Marcos resolveu passear no parque com o seu cachorro. Ele não tinha um cachorro, mas pensou que era o que a maioria das pessoas fazia de domingo, então daria uma volta no parque, quem sabe acharia um cachorro fofinho e sem dono procurando alguém para levá-lo para passear?


hahahahahahahahaha

Me "poquei" de rir com essa passagem!!! :rolando:

No aguardo pela continuação. Abraços!
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Mensagempor Mai em 04 Set 2007, 20:32

\o/

Também estou curiosa. Quem está enriquecendo a coleção? Será um lanterninha? XD

[Ah, eu coleciono moedas de 1 centavo. Tenho 110. ^^]
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Mensagempor John_Coffey em 06 Set 2007, 17:17

Eu sempre digo que oque há de melhor é evoluir...

Eu percebo que sua pena melhorou MUITO nesses anos. Desde o nosso conto coletivo (guardo aquele livro com muito carinho) eu só venho percebendo melhoras, e muito expressivas.

O conto é muito bem estruturado, prende a atenção e tem como principal atrativo fazer com que nos identifiquemos com o protagonista. (Eu já colecionei desde tampinhas de garrafas a selas antigos. Hoje posso dizer que coleciono mp3)

Meus parabéns mais uma vez pelo conto.

P.S. Desculpe à moderação pelo "momento MP", mas eu achei inevitável.
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Mensagempor Saxplr em 10 Set 2007, 11:25

E eu que pensava que era esquisita por guardar papel de bombom de chocolate (sem o chocolate) dentro da gaveta...

Eu guardo as entradas dos programas que faço com minha namorada... Cinema, teatro, tudo.
Caramba, adoro esse tipo de narrativa, e a acho - para minha tristeza - deveras difícil de manusear. Talvez por isso tenha lido com tanto afinco o texto - que na verdade pretendia ler só depois.

Bom, é difícil de manusear, mas nem tanto assim. A parte mais complicada é você mesmo aceitar fazer coisas mais simples e acreditar que está bom, sem enfiar sofisticações...
Ah, eu coleciono moedas de 1 centavo. Tenho 110.

Eu jogo fora moedas de 1 centavo... Odeio quando vou pagar algo, abro a carteira, "espera, eu tenho moeda", aí tem aquela de um centavo... Ouvi dizer que o governo vai parar de produzí-las, embora não saiba se é verdade.
Eu percebo que sua pena melhorou MUITO nesses anos. Desde o nosso conto coletivo (guardo aquele livro com muito carinho) eu só venho percebendo melhoras, e muito expressivas.

Puxa vida, obrigado pelo elogio, mas eu ainda acho que "estagnei" um bocado...

Obrigado a todo mundo que leu e comentou a primeira parte, e aqui vai a segunda parte, final!

*****************************
(Parte 2 de 2)


Saiu rapidamente olhando tudo e todos a sua volta, como um louco. Correu até a farmácia, e ali encontrou mais um bilhete, para uma sessão do dia anterior. Mais para a frente, havia outro, curiosamente para a mesma sessão. Um pouco mais adiante, outro, também para a mesma sessão. E assim foi andando, percorrendo a trilha marcada pelas entradas para o cinema. Lembrou-se de João e Maria, de repente se sentiu como as crianças percorrendo a trilha de migalhas de pão. Mas então se lembrou que João e Maria nunca haviam seguido a própria trilha, uma vez que os passarinhos comeram tudo. Comparou-se então ao lobo mau, correndo atrás de Chapeuzinho Vermelho na floresta, mas percebeu o absurdo da idéia e esqueceu-a com um sorriso no rosto.

Percebeu-se então na frente de seu prédio. Após uma pequena volta pelo bairro, reapareceu ali em frente de casa. Aquilo não fazia sentido, porque alguém lhe pregaria uma peça? Algum de seus amigos? Não, conhecia-os bem, todos eles, só de pensar no trabalho que tudo aquilo daria, desistiriam de imediato. Cabisbaixo, entrou no elevador, onde, para a sua surpresa, havia uma entrada de cinema colada bem no meio do vidro. Pensou um pouco para desvendar aquele enigma, olhando fixamente para o bilhete. Percebeu então que o horário do filme estava sublinhado com uma caneta preta, cinco horas...

Apertou o número cinco sem emoção nenhuma, pois era o andar onde morava há alguns anos. Pegou o bilhete colado na sua porta, que não estava ali quando saiu, e sem nem olhá-lo direito, entrou, e jogou-se na cama, deixando todos os papéis em sua mão esparramarem-se sobre a colcha. Não entendia como podia ser tão tolo, ou pior, ainda não entrava na sua cabeça como é que alguém lhe fizera de bobo tão facilmente!

Empurrou tudo para o chão, deitando de bruços na cama. Foi quando, de soslaio, viu que um dos bilhetes era diferente dos outros. Não era verde, tampouco tinha nada de muito especial, a não ser o fato de que aquela era uma entrada para uma sessão das sete horas daquele mesmo domingo. Olhou no relógio, que marcava seis e meia. Assustado, pegou a carteira sobre a mesa, colocou o tênis sem a meia, e correu para fora, trancando a porta com uma volta só.

O cinema em questão não era longe, aliás, não era longe se você tivesse um carro. Não havia tempo para esperar um ônibus e os táxis eram raros naquela região estudantil. Não havia solução a não ser andar. Ou correr, se o relógio brigava contra você. E lá ia Marcos, um pé depois do outro, concentrando-se no ritmo para agüentar os três quilômetros. Nunca fora um atleta, nem mesmo tirara nota maior que sete e meio em educação física na escola. Mas agora corria, e, por força de vontade ou milagre, conseguiu chegar às sete e cinco na porta do cinema.

Suado no peito e nas axilas, e ensopado no rosto inteiro, Marcos a viu, parada, olhando para os lados como se esperasse alguém. Era Dalila, uma estudante que morava em frente à sua casa.

Nesse momento a nossa narrativa pára para falarmos de Dalila. Formada em Administração, voltara à faculdade para estudar cinema, tinha trinta e dois anos e um emprego de terça à sábado como caixa daquele mesmo cinema onde estava parada agora. Ela morava em um apartamento de dois cômodos que ficava no quinto andar de um prédio barato. Curiosamente, em frente ao de Marcos. Os dois já haviam se encontrado algumas vezes, até conversado um pouco sobre gatos no churrasco de fim de ano dos moradores. Ela tivera um gato na infância, Marcos nunca gostara deles desde que um bichano furara a sua bola favorita.

Não se pode dizer que era bonita, mas seria maldade demais considerá-la feia. Era o tipo de mulher com cara de interessante, com quem se puxa um pouco de conversa se esquecendo de que ali se encontra uma representando do sexo feminino da espécie humana. Já namorara um rapaz viciado em jogos de computador no segundo ano da faculdade de administração, mas no momento estava sozinha. Essas são as informações mais importantes a respeito de Dalila. Além disso, talvez seja interessante destacar que ela começara a reparar em Marcos desde que ele aparecera numa quarta-feira pedindo sal para temperar o macarrão.

Agora voltamos à narração, naquele mesmo ponto em que paramos, no qual Dalila esperava por Marcos em frente ao cinema e este chegava caminhando lentamente com o rosto ensopado, e a camiseta com grandes manchas de suor nas axilas e no peito.

E agora, talvez para o desapontamento das damas e alívio dos cavalheiros, essa história termina por aqui, pois a partir desse ponto, o final é óbvio e romântico. Não, eles não se apaixonaram e viveram felizes para sempre. Ela riu do estado dele, ele acabou se divertindo com a risada dela. Naquela sessão de cinema eles ficaram e começaram a namorar, praticamente transformando os dois apartamentos e um só, separado apenas por um corredor onde diversos estudantes passavam diariamente. Depois de quatro meses o namoro terminou, sem grandes traumas para nenhum dos dois lados.

Passou um tempo e Marcos namorou uma moça do escritório, mas não passou do segundo mês. Dalila continuou sozinha, mas ainda conversava com Marcos de vez em quando no elevador.

Hoje os dois estão sozinhos. Mas ninguém sabe por quanto tempo, pois tanto ele como ela sentem saudades dos tempos que estavam juntos, só que nenhum dos dois sabe como dizer isso. Quem sabe alguma coisa não se resolve nesta noite, porque hoje tem festa de final de ano do pessoal do prédio, eles vão se encontrar e conversar. E vai ter bastante bebida, e nesses casos a gente nunca sabe o que vai acontecer...


FIM
Editado pela última vez por Saxplr em 10 Set 2007, 15:26, em um total de 2 vezes.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 10 Set 2007, 12:30

Eu sei! Ele vai encontrar outra entrada de cinema! XD

Bom final, Sax, bem pé no chão. Acredito que a melhor parte foi quando Marcos se viu numa situação similar a de João e Maria.
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Mensagempor Lobo_Branco em 10 Set 2007, 21:25

Ótimo final, como Nasty disse bem pé no chão, porém, foi narrado de forma extremamente cativante. Mais uma vez repito, adoro esse tipo de narrativa, e vc demonstrou nessa segunda parte, grande domínio sobre ela.

Discordo da Nasty, quanto a melhor parte, p/ mim foi na parte em que houve a pausa para apresentar Dalila. Foi tão natural, "colocou" tão perfeitamente com a narrativa final, que deu um clima especial ao texto como todo.

Meus parabéns. Abraços!
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Mensagempor John_Coffey em 11 Set 2007, 08:03

O que se diz?

Muito bom!

Eu gosto das coisas mais "pé no chão". Apesar da preferência de escrever sobre o fantástico, sempre procuro não ter uma visão "viveram felizes para sempre" das coisas. E isso me agradou muito na narrativa. A construção do conto com um todo também é ótima, pois o mesmo flui naturalmente e nos leva pela mão até o fim como uma boa sessão de cinema.

Mais uma vez, parabéns!
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Mensagempor JOE_KR em 11 Set 2007, 20:46

Koé!!!

Ainda bem que eu li depois que vc postou o final. Eu ia ficar irritado se me deparasse com o conto incompleto, tal foi a forma como ele prendeu a minha atenção. Estava realmente curioso para entender a história do bilhete.

Quanto ao final, bem, foi bem realista, como já falaram, e até levemente cômico. Foi algo como uma deliciosa piada que revela uma verdade.

Falow e té +!!!
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Minhas Palavras são escolhidas, minhas obras não têm igual; só para o tolo elas são vazias, para o sábio elas conduzem à glória.

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Mensagempor Dahak em 17 Set 2007, 01:00

Tátil!
É a primeira forma que me ocorre de falar sobre esse seu trabalho.
Você lida muito bem com histórias que tangem a realidade, muito bem mesmo.

Acho que falar sobre a boa estrutura que você emprega e constrói é desnecessário, é chover no molhado :P

Sabe que não notei tanta diferença na narração?!
O lado experimental, aos meus olhos, passou desapercebido. Talvez por ser de tamanha fluidez...
Você não tem outros trabalhos narrados de tal forma?

Não se pode dizer que era bonita, mas seria maldade demais considerá-la feia. Era o tipo de mulher com cara de interessante, com quem se puxa um pouco de conversa se esquecendo de que ali se encontra uma representando do sexo feminino da espécie humana.

Dei muita, muita risada nesse trecho, HAUIHAIuoAHOhAoia

Eu queria poder falar muita coisa sobre alguns de seus trabalhos...Mas por vezes, resta-nos tecer elogios ;)
Eis aqui um caso.

Abração!

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Mensagempor Saxplr em 24 Set 2007, 22:28

Draconnasti,

A história de João e Maria de repente me surgiu na cabeça e eu coloquei no papel. Nunca tive certeza se essa parte não ficou tosca...
O final é pé no chão, porque eu não consigo imaginar outro para este conto... É assim que as coisas acontecem...

Lobo Branco

Que bom que pareceu que eu tinha domínio da narrativa. Porque como é um campo que não costumo explorar tanto assim, este do narrador mais leve, não sabia se estava conseguindo equilibrar direito a história...

Coffey,

Eu pensei numa sessão de cinema, ou num filme leve, desses que você assiste de sábado à tarde e que não acrescentam nada à sua vida, mas são gostosos de se ver.

Joe,

Fico feliz que eu tenha prendido sua atenção. Como já disse, escrevi esta narrativa preocupado com o equilíbrio entre humor, história e narração.

Dahak.
Tátil? Curioso...
Assim como "Jamaica", quero dizer por experimentações linguagens as quais eu nunca me aventurei... Este conto tem forte influências de autores que leio, portanto jamais poderia chamar de uma "experimentação de linguagem nova", é só um campo o qual não costumo me aventurar.

Muito obrigado a todos que leram e comentário este conto!
Rodrigo Sax
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Mensagempor Lady Draconnasti em 24 Set 2007, 22:49

O final é pé no chão, porque eu não consigo imaginar outro para este conto... É assim que as coisas acontecem...


Sim, é assim que as coisas acontecem, mas nem todos vêem assim. O que poderia acontecer (e felizmente não aconteceu) foi um dos dois ficar mordido e querer encher o saco =P
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Mensagempor Dahak em 22 Out 2007, 00:54

Bah, andar por terreno desconhecido e sobreviver a ele já lhe angaria um bom bônus XD


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Mensagempor Lorde Seth em 25 Out 2007, 19:04

AEW SAX!

Rapaz, que conto bonito!

Tive muito prazer em lê-lo! E olha que estava escutando Slayer: Hell Awaits... Se o conto obteve minha atenção (quase) irrestrita, acredite... Foi bom.

A primeira parte, contudo, foi melhor que a primeira. A segunda, infelizmente, foi ok. Algo como Piratas do Caribe, I e II...

Não pela segunda parte ser inferior, mas eu acho que você deu um tiro no pé quando retirou os amigos dele da narrativa, dizendo que nenhum o faria. No mesmo momento saquei que isso terminaria em uma visita ao cinema para encontrar uma garota. Mistério mesmo aconteceria se ele fosse atacado por um psicopata, e comédia se fosse atacado por um homossexual ou idoso/idosa (ou os dois) frenético.

Mesmo assim, gostei da virada no segundo episódio (ela riu dele, ele riu dela) e o fato de que eles não terminaram ''felizes para sempre'' :aham:

Agora, ''porque hoje tem festa de final de ano do pessoal do prédio, eles vão se encontrar e conversar. E vai ter bastante bebida, e nesses casos a gente nunca sabe o que vai acontecer...''

Ah, sabemos sim, meu velho... Resulta em altas horas de mais conversa, e mão para lá e mão para cá e amassa aqui e ali, mas no fim não sai disso... O que pode não ser tão ruim. :b

''Xe eh qui você xabe o queu... O queu tô falando... HIC!'' :rolando:

Abraços!
Para viver a realidade, primeiro é preciso acordar do sonho.
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