Tanto Pouco

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Tanto Pouco

Mensagempor Blackbird em 15 Jul 2008, 08:28

INTRODUÇÃO PESSOAL

Bem, por onde posso começar?
Acho interessante uma pequena introdução, já que é meu primeiro post em Contópolis (e creio não estar infligindo regras com isso); um comentário sobre mim mesmo como alguém que tenta escrever, sobre meus posts e freqüência nessa área da Spell e sobre o conto que se segue. Tudo misturado, na verdade, numa tentativa de ser breve.

Blackbird é o que consta nos registros daqui; tem também muita gente que me chama de Zé, Jack, tio Jack. Sintam-se à vontade para escolher, por favor. No geral me defino como um zé-ruela que tem certo menosprezo por algumas coisas que cria. Às vezes tenho a impressão de que minhas gerações têm data de validade, e depois que expiram fica difícil encará-las novamente. É algo que não aconteceu com tanta força para com esse texto, e é por isso que quis postá-lo aqui.
Mesmo que a questão de idade seja, em parte, irrelevante, ele foi escrito nos fins de 2005, e eu havia completado 15 anos há pouco. Ter 15 anos é, no mínimo, curioso, e mesmo assim acho o texto válido. Veio de um Brainstorm, sem estrutura alguma, até que, como se o fizesse por si só, tornou-se um jogo de palavras consistente, absurdo e completo; e aqui abaixo ele está.
Válido também é avisar sobre meu hiato atual; nessa frescura de hiato fico preguiçoso, impaciente e pouquíssimo permissivo. Não gosto de fazer leituras, nesse tempo; então, até que passe esse período de egocentrismo e também de inveja aos autores quaisquer que eu leia, serão raras minhas visitas aos outros contos daqui. Por isso, não vou pedir pra que comentem, critiquem ou me linchem pelo texto - muito apesar de estar ansiando sinceramente por isso.

Acreditando que a Introdução tenha ficado maior e mais chata que o próprio texto, apresento-lhes:

Favor ler.




tanto pouco

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Microsof Word. De Times New Roman para Arial. Fonte corpo Dez, a de corpo Doze me parece grande demais.

Acabei de colocar uma das minhas preferências sobre mais um monte de linhas e palavras. E na realidade, não sei do que se tratarão as linhas e palavras seguintes.

Raios, isso me é estranho. Colocar sentimentos em um papel, talvez, mas não é minha primeira vez, não é minha primeira atitude poética; Ter de me segurar para não usar aqueles rostinhos compostos por letras e sinais, pode ser também; Escrever três ou mais parágrafos de pura falácia sem sentido aparente, ou conexão, muito provavelmente. E pasmem, isso assusta a qualquer um.

E no decorrer de uma releitura dos parágrafos anteriores, eu descobri coisas estranhas, que podem ser usadas, sem objeções por minha parte, como assuntos, motes desse texto fútil. Mas não sei. Já tanto, só pouco foi falado até agora, e ainda assim me dá uma baita* dó de apagar um texto que, à visão momentânea e presente de seu artista, é genial. E esse tanto e pouco não entram, de jeito nenhum, no contexto de algum assunto dos parágrafos acima.

Esse tanto e esse pouco são distintos, porém conectam cada um dos assuntos de uma forma singela e imperceptível. O Tanto e o Pouco podem ser até personificados a partir de agora, apenas para breves apresentações nesse texto, por que seu autor o quer.

– Pois se personifique você também! Não acha injusto que apenas nós tenhamos de adquirir a barroca face humana? - Tanto disse, Pouco se acalmou;

– Exato – Pouco retrucou, em descaso.

Eu? Personificar-me? E qual de vocês sugere que eu não seja gente, oras! Por que eu devo tornar-me algo que já sou? Alguém pode me explicar? Não, não quero você, seu Clip maníaco. Suma daqui, ande, não quero Assistência do Office (Maldito clip...).

– Você tem grandes problemas com a interpretação de seres imaginários, não é mesmo? É algo que flui por seu olhar, principalmente quando expulsou o criativo Clip dessa janela.

Eu olhei para Tanto durante muito tempo. Grande idiotice, Tanto tinha falado, Tanto tinha olhado, Pouco se manifestou; Quem eram aqueles dois, afinal, e o que me diziam?

– Você se confunde.

– Realmente, Pouco está certo. Não quer Personificar-se, dar-se vida; Pois bem, permaneça a seus devaneios, enquanto não se pronuncia como pessoa e permanece a narrar. Diz, como se fosse um real narrador, o que pensa, ao mesmo tempo em que expõe descrições de si próprio, personificado. Está invisível? A Flor está transparente?

– Que Deus tenha a Flor, Tanto, você (quanto) e ela não existem – Pronunciou-se o Autor, dançando em volta do nada e batendo palmas.

– Mostrou, enfim, a cara – Pouco se importou em observar.

– Eu realmente me personifiquei. É uma sensação incrível, ser, estar, poder. Porém, fui símbolo de fraqueza – O Autor olha para cima, lamentando sua escolha – Sim, fui fraco. Afinal, transformei-me no que Tanto queria, mas sem medir as conseqüências de meus atos, e como eles refletiriam em terceiros, quartos, quintos e sextos. Dividi-me em Narrador e Personagem, agora somos dois, não mais juntos por hífen. Acabei com a pouca graça deste texto mal-escrito, ou com a poesia nele contido. Tornei-me, enfim, um fraco ser humano, que solta uma bobagem após a outra, aos poucos... --

– Para você, sou apenas um Pouco - Pouco interrompeu, parecendo desmerecido.

– É nada, no sentido literal. Pois como vistes, apeguei-me aos delírios e às bobagens que Tanto disse, e que Tanto insiste em dizer sempre.

– O nada pode ser pouco e nenhum, mas ainda preenche o vazio – Pouco se lembrou.

– É – Disse o Autor, de forma sucinta.

– E agora você renega aos meus hábitos, reais e presentes sempre! Traição, ‘Seu Autor, traição! Sou mais completo que o Pouco que te contempla, se quer saber; Sou aquele que, como você mesmo já provou, --

– Só serve para encher linhas – Pouco falou a verdade.

– E você, para nada! – Tanto se exaltara, já esbravejava e aborrecia-se por Pouco.

E foi aí que o Autor parou no meio dos dois, exigindo a calma entre suas facções personificadas:

– Basta! Nem um, nem outro – E dizendo isso, o Autor fitou ambos – Os Dois!

Usei demais Pouco e Tanto. Ao ponto que Tanto quis entrar na história, e Pouco viu e quis também...

* Esse baita não existe. No original, usei prostituta, mas no termo mais chulo.
Editado: Linhas puladas! Grato pela lembrança, Nasti.
Editado pela última vez por Blackbird em 15 Jul 2008, 09:59, em um total de 1 vez.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 15 Jul 2008, 09:45

Primeira dica: pule uma linha para cada parágrafo. Facilita muito na leitura. ^^
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Mensagempor laharra em 22 Jul 2008, 23:52

Não pude deixar de rir na confusão criada por Tanto, Pouco e também o Autor. No princípio, pensei que o texto não ia dar em nada, e acabei acertando. Mas, como Pouco lembrou: "O nada pode ser pouco e nenhum, mas ainda preenche o vazio".

E nesse caso, o nada preencheu o vazio muito bem. Parabéns pelo texto. Me remeteu às indagações da série Seinfeld, só que de um ponto de vista diferente - um pouco mais cabeça, diga-se de passagem.
Tentando encontrar inspiração para terminar o conto abaixo:
O Som do Silêncio: Parte IV - A decisão
Reger está às vésperas de uma batalha onde decidirá seu futuro. Durante o que podem ser seus últimos momentos com a Espada e com Alyse, ele se pega pensando sobre a validade de suas aspirações. Acompanhe o conto no link a seguir:
http://www.spellrpg.com.br/forum/viewtopic.php?f=24&t=1067
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Mensagempor Lady Draconnasti em 15 Ago 2008, 15:26

Ok, ok, demorei, mas cheguei.

Engraçado ver Tanto "sentir" ciúmes/inveja de "Pouco" próximo ao final. Foi algo bem sacado.

A propósito. A foto encaixou bem ao conto XD
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Mensagempor Blackbird em 31 Ago 2008, 00:30

laharra escreveu:No princípio, pensei que o texto não ia dar em nada, e acabei acertando. Mas, como Pouco lembrou: "O nada pode ser pouco e nenhum, mas ainda preenche o vazio".

laharra, eu também pensei!
E nesse caso essa citação vai ficar como autoria do Pouco, mesmo, pois não sei de onde ou de quem tirei essa idéia. Agradeço, contenta-me que tenha gostado; e fico te devendo um ponto de vista sobre Seinfeld, já que não acompanhei a série.

Nasti, Tanto fica estressado por (muito) Pouco.
E, agora que você comentou da foto, lembrei que o título desse conto é "Discussões Sobre a Bandeja do Teclado". E eu tinha esquecido. :P Bem, perceba que minhas duas mãos estão em uso; tive que tirar essa foto com a webcam na boca e o mindinho apertando o "enter" (apesar de já ter usado o pé em outras ocasiões).

Grato às duas pela atenção! ^_^
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