Olá,pessoal.
Sou novo nessa parte do fórum e gostaria de alguma críticas acerca de pequenos contos que venho escrevendo.
Como não escrevo a muito tempo,gostaria de criticas construtivas,a fim de melhorar minha técnica.
ah,e como são textos relativamente MUITO curtos,não atribuo nenhum titulo a eles.
Desde já,obrigado.
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Chuva.Nada como a chuva para levar pensamentos distantes para mais além.No alto da colina,um homem sentado.As gotas pingavam por sua barba e cabelos longos,caindo no escudo que estava em seu colo ou escorrendo pelo seu rosto marcado de cicatrizes.Vagando em seu próprio universo particular,quase sonhando acordado,sua atenção é desviada para o cavaleiro que se aproxima do morrote onde ele se encontrava.
-Ainda por aqui,Elmer?Pensei que tivesse ido na ultima lua.
O homem se levanta – Você sabia que eu não iria.Sabe que eu não iria por nenhum motivo.
-Não te resta nenhum amor à vida,homem!?Logo Mark e os outros vão estar aqui.Passaram três dias te procurando,e quando te acharem irão pendurar sua cabeça numa lança do lado da estrada.
-E O QUE ISSO IMPORTA AGORA!?-explodiu,uma lágrima se junta às gotas de água escorrendo pela face do guerreiro - ESTÃO TODOS MORTOS!MORTOS!!! – a voz grave,um pouco trêmula, ecoou pelo pequeno vale.
-Mas você não está – falou calmamente o cavaleiro – ainda...
Os olhares se cruzaram por um instante.Os olhos perspicazes e aguçados de matador contra os inexperientes do jovem lanceiro no cavalo.E o antigo mestre-de-armas desviou primeiro.
-E deveria correr depois de tudo que aconteceu?Fugir daqui? – os olhos observavam o vale abaixo.Cotten estava certo.Logo a entrada do vale estaria cheia de cavaleiros com apenas um objetivo:sua cabeça.E não sentia a mínima vontade de ir embora.Queria ficar.Ficar e lutar - Fugir depois de tudo que eles fizeram?
-E agora você vai dar a eles a chance de terminarem o trabalho?De graça?
Eles se encararam de novo.A chuva fina atrapalhava um pouco a visão,mas os dois mantinham os olhos fixos,quase vendo a alma um do outro.Isso durou alguns minutos eternos,até que o cavaleiro quebrou o silêncio:
-Pelo amor de sua família morta,vá embora.Enquanto você pode.
Lágrimas rolaram novamente pelo rosto do guerreiro.
-Eu deveria.... - a voz foi morrendo até restar o silêncio.
-Sim,deveria – disse o lanceiro respondendo a afirmação incompleta
O som de cascos galopando em poças d’água encheu o vale.Com o primeiro cavaleiro,a bandeira do touro vermelho de Mark vinha balançando ao vento. Uma dúzia de cavaleiros vinha atrás,fazendo o uniforme vermelho contrastar por entre as árvores verdes no início do vale.
-Você...-começou Cotten
-Cale a boca – disse Elmer juntando o elmo e a lança que estavam no chão -,e vá embora.
Sem uma palavra,o lanceiro virou o cavalo e galopou.Elmer apertou as tiras de couro da armadura,sentindo um friozinho na barriga e a boca amarga,o que acontecia sempre que ele sabia que ia lutar.Lança na mão direita,escudo na esquerda e a espada na cintura.
Ele ia morrer,sabia disso.Mas não naquele dia.Com certeza não.