Elfos dos Ventos: A Salvação [Finalizado]

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Elfos dos Ventos: A Salvação [Finalizado]

Mensagempor Malkavengrel em 28 Ago 2007, 18:41

Enfim Estou mudando meu estilo de postagem de 15 em 15 dias capitulo por capitulo eu nem se quer vejo a hora dos proximos 15 dias chegarem logo. E como os primeiros capitulos são meio chatinhos mesmo, eu estou colocando agora a cada 15 dias 5 capitulos.

Aqui nesse topico incial ficaram os ".pdf"s usuais, porém desta vez de 5 em 5 capitulos. E logo (abaixo) em seguida os 5 Capitulos. Vou deixar que escolham os melhores momentos e quem sabe eu faço um compedium de momentos para cada Parte.

Elfos dos Ventos: A Salvação - Introdução ao Capitulo 5

Elfos dos Ventos: A Salvação - Capitulo 6 ao Capitulo 10

Elfos dos Ventos: A Salvação - Capitulo 11 ao Capitulo 15

Elfos dos Ventos: A Salvação - Capitulo 16 ao Capitulo 20
Elfos dos Ventos: A Salvação - Capitulo 21 ao Capitulo 25

Boa leitura.

Sobre as Eras/ Épocas:
Quanto as epocas quem irá introduzir é outra pessoa em outro conto, mas farei uma explicação rapida.

Quando Illumus resplandecia no ceu podiamos chamar de um otima época. Quando apenas trevas restou começou a Época das Trevas. O Ano da Queda foi duro para os humanos, mas uma grande vantagem para os elfos negros.



Basicamente:
Época Dourada - Inicio dos Tempos, antes dos humanos formarem cidades. Tambem conhecida como época dos palacios. Os elfos do dia dominavam o terra. Acaba quando a Vila da Adaga cai.
Antes da Queda - Os milenios que procederam a queda dos deuses. Tempos de Paz, apesar de varios tratados militares.
Época das Trevas - São 10 anos sem luz natural. Basicamente uma sombra magica bloqueando o sol. Começa no ano das quedas. É seguido basicamente ano de guerras e tratados militares sendo desfeitos.
Depois da Queda - 10 anos depois do ano da queda. Quando os deuses começam a voltar.



Lista de pessoas que já fizeram o pedido pelo lançamento total e prematuro de Elfos:
1.Ermel
2. Lady Draconnasti
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
Editado pela última vez por Malkavengrel em 15 Nov 2007, 10:50, em um total de 6 vezes.
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Elfos dos Ventos: A Salvação [Finalizado]

Mensagempor Malkavengrel em 28 Ago 2007, 18:49

Introdução

Dias incríveis de inverno, aqueles que eu passava trancado em minha taverna favorita naquela terra esquecida. Tudo bem, eu sei que não preciso mentir para você, eu odiava aquela terra. Cheia de intrigas e mortes, ninguém se importava, nem mesmo eu. Mas o que realmente importava era que ali estava eu, preso em uma taverna velha, quebrada, caindo aos pedaços e ainda por cima fria, nada mais irritante. Apesar do cheiro de sangue, que estava impregnado no salão comunal, eu ficava ali tocando minha harpa, apenas esperando a tempestade passar. Dias se passaram mais gente chegava, mais pessoas passavam fome, e mais parecia piorar a nevasca.

Talvez ela tenha chego ao local no começo, ou talvez durante os dias posteriores, mas o que importava é que ela estava lá. Tinha um sorriso que muitos elfos não tinham, era um sorriso inexistente, literalmente. Sua cara era rude e emburrada, raramente falava, seus cabelos eram mal cuidados, sua pele muito branca, seus olhos muito azuis, sua mão muito delicada, suas orelhas muito pontudas, seu nariz muito... perfeito. Era ela, a elfa mais estranha de quem me lembro, chamava-se Lorien, possivelmente uma elfa dos ventos. Tentei sem sucesso arrancar um sorriso de sua face, nada. Parecia que o gelo tinha tomado todo seu corpo, ou talvez os boatos fossem verdadeiros, que os Elfos dos Ventos estavam mortos. Mais tarde descobri que não eram apenas boatos, mas isso eu comentarei mais tarde nessa história, caro amigo.

Se você está lendo esse livro e não tem certeza do que lê provavelmente a era das trevas já se passaram a muito tempo. Sei que não livro sobre essa época, mas saiba que ela existiu, e por mais que tentemos esquece-las não podemos esquecer as cicatrizes deixadas por ela. Citarei aqui os deuses antigos, da época de paz. Para que tudo fique esclarecido peço que leia tudo que tenho a dizer nessa pagina.

Os deuses antigos estão aqui descritos. Caso já conheça pode pular essa pequena introdução. Illumus, o governante da luz, portador da Lança de Ouro e da Armadura de Platina. Illiriel, a mãe dos elfos, deusa lua, senhora Prateada. Kailina, a protetora dos inocentes, senhora da bondade. Mertis, o guardião da viagem final, o ceifador, a morte final. Kasmodam, o grande ferreiro, libertador dos anões. Riera, a caçadora, a rainha selvagem, a segunda natureza. Ósculos, o guardião do conhecimento, o criador da magia, o grande visionário. Tabard, o bardo, o viajante, o protetor das estradas. Sohvar, o grande guerreiro, o forte. Aslorg, o senhor das trevas, o tirano supremo, o vigilante noturno. Denetri, o lich, o pai de todos os não-mortos, aquele-que-nunca-dorme. E Efenerus, o pai da destruição, o inconstante, o assassino, o traidor, a representação de tudo que há de errado.

Bom depois de uma rápida explicação, eu devo dizer que a escolha do titulo deve-se a uma sugestão de um caro amigo, chamado Logrando, achei que fosse por ironia, logo depois tive certeza. Essa historia passa-se trinta e cinco anos após ter “adquirido” meu amuleto, devo dizer que o tempo foi muito generoso com muitos, enquanto a outros...

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Parte I: A Tarvena em Carintash

Com as montanhas a leste e a cidade murada mais próxima a três dias de viagem a cavalo, aquela taverna era muito bem vinda. Na verdade, sua própria existência no meio de ruínas da cidade de Carintash era um mistério. Lendas dizem que o dono era um mago poderoso antes do Ano das Calamidades, outros falavam de um pacto com um demônio que residia ao norte em um castelo negro. Posso jurar que ambas estão erradas, sai mais de cinco vezes daquela tarvena sem pagar se quer uma moeda. E pretendia faze-lo novamente, só que desta vez acompanhado por uma donzela elfíca.

Desculpe-me, esqueci de mencionar que criei certa... amizade com Lorien, uma amizade um pouco intima demais se entende o que quero lhe dizer, mas ainda não somos tão íntimos para aquilo caro leitor ou leitora, não seja apressado, as coisas não funcionavam assim aqui em Taragon. As coisas por aqui devem ser feitas com calma, ninguém gostaria de gerar um “Meio-Sombra” - criaturas abomináveis sobre as quais nem mesmo gostaria de comentar, acho que podemos comparar aos meios elfos... esses mestiços nojentos, não merecem sangue que tem.

Bom a Época das Sombras já haviam acabado há aproximadamente trinta anos, ou mais não saberia dizer, só sei que mesmo depois deste tempo eu continuava a fugir, pelo menos aqui no mundo físico. Minha tarefa é levar alegria, musica e diversão para todos os lugares. Tudo bem, eu também tenho de garantir que as estradas fossem seguras, mas isso é tão difícil, é muito mais divertido só tocar minha harpa, e não se preocupar com o mundo.

Em um não tão belo dia, dois viajantes chegaram à taverna. Ambos usavam túnicas negras com bordas prateadas, capuzes que lhe cobriam o rosto, e garanthir como armas. Garanthir só podem significar três coisas nessa terra pós caos: assassinos cruéis; clérigos de Aslorg; Drows não convertidos ao caos. Ou seja, os 3 podiam ser verdade ao mesmo tempo, na verdade queria que fossem a segunda opção, mas minhas preces, para mim mesmo, não foram atendidas.

Quando o primeiro viajante retirou o capuz, revelando os cabelos prateados e a pele negra reluzente, o segundo desembainhou a garanthir. O primeiro a reagir foi um halfling que se escondeu atrás de um sofá velho, o velho taverneiro pegou uma besta pesada armada que se encontrava abaixo do balcão. Os outros que estavam perto, não tiveram sorte, acabaram ficando estáticos, pasmo diante da situação.

- Procuramos a Última – falou o primeiro – caso ela apareça nós não teremos que matar mais ninguém.

- Quem seria a última? – perguntou o taverneiro.

- A última sobrevivente da tribo de elfos do sul – retrucou sorrindo – a última da sobrevivente dos Elfos dos Ventos.

- Isso é uma bobagem – sorri enquanto caminhava até os assassinos – eles estão todos mortos, confiem nesse velho bardo.

- Laucian, você deveria saber que nós, drows, não brincamos – falou o segundo.

Aquela voz, eu a conhecia, era de algum drow que eu já havia encontrado, mas o que realmente me deixou indignado era que ele havia me reconhecido. Eu matinha meu rosto real escondido desde que à era das trevas haviam acabado.

- Você não reconhece aquele que você quase tirou a vida? – falou novamente, enquanto retirava o capuz lentamente.

- Devo dizer que a já ceifei a vida de muitos caro... – falei tentando relembrar o nome de alguém – poderia ser nomeado deus da morte, mas Mertis ficaria muito zangado comigo. E quem acabaria morto seria eu.

- Bom se não se lembra de mim não fará diferença – falou olhando para mim, na verdade não bem olhando, mas sim virando o rosto sem olhos – Deverei dizer que, há trinta anos, que espero por esse momento, um momento de vingança, então...

Que sorte, na verdade pena, ele foi interrompido na metade sua frase pela lamina gélida da elfa. Cabeça para um lado corpo para o outro. E não foi diferente para o outro, que tentava fugir. Lorien tinha feito um bom trabalho.

Ela me agarrou pelo braço e me levou pelos corredores frios até o que seria o seu quarto. Repentinamente me sentiria animado, se não fosse a espada longa que se encontrava, ainda, na mão direita. Meu coração batia forte, na verdade, ele compunha sozinho uma melodia pretensiosa, composta apenas de tambores. Quando a porta se fechou nas minhas costas, meu coração retornara ao ritmo normal, sabia que algo ia acontecer. Será que era verdade que elfas ficavam excitadas depois de um banho de sangue? Duvidava muito, mas estava prestes a querer muito descobrir. Foi então que um beijo calou meus pensamentos. E logo voltou quando fui deixado na abismo do esquecimento.

Como se fosse mágica as malas de Lorien estavam arrumadas, e prontas para sair. Houve um debate sofrido – porém rápido - para descobrir de quem era a culpa dos assassinos. E foi ali que escapuliu do preço sobre minha cabeça. Ela não ficou contente por saber que o rei estava pagando trinta mil moedas pela minha cabeça, na verdade eu também não fiquei quando descobri.

Na verdade o grande motivo da preocupação era que a nevasca havia se dissipado e que guardas reais poderiam estar vindo para Carintash. Deveríamos sair logo dali, e foi o que fizemos.

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Parte II: A Fuga

Minha mala era, sempre, preparada para uma fuga rápida. Estava acostumado com as calorosas buscas por tavernas; ruínas; castelos; enfim, em qualquer lugar. Os meus inimigos, que não eram poucos, tinham essa mania inconveniente. Isso me faz lembrar certas histórias e estórias, como o fim trágico de uns amigos meus, ou as mentiras que contava nas caravanas. Bom, isto não importa. O que realmente importa é que ali estava eu saindo pelas portas dos fundos novamente, indo para o estábulo nos fundos para pegarmos dois cavalos.
O estábulo era com tudo naquela terra, destruído. A Noite Profunda tinha feito seu trabalho no estábulo, diferente da taverna. Ele era simples, apenas um telhado feito para proteger os cavalos da neve, paredes de pedra para manter a temperatura, um pouco de feno, e sete cavalos vivos, dois estavam mortos nos fundos da construção.

Peguei meu cavalo, bom, não exatamente meu. Ele tinha uma coloração branca, naquela época, olhos verdes expressivos e brilhantes. Sua crina reluzente parecia ser tocada pela própria Illiriel, enquanto sua estrutura resistente deveria ser provinda da linhagem do próprio cavalo de Sohvar. Por acaso Lorien não tinha um cavalo, não achei estranho. Disse que o dono do cavalo que ela pegasse não se preocuparia com ter sido roubado.

Pegamos o caminho até Laurin, lá deveríamos encontrar refugio e suporte amigo. Saímos do estábulo montados nas ótimas selas imperiais, que ali estavam, pegamos uma rota para no oeste. Enquanto nos afastamos com mala, cavalos, armas, corpos e almas, o estábulo pegava fogo de maneira misteriosa. Então mais uma vez o teto precioso do local deveria ser reconstruído.

Eu sabia para onde íamos, mas ela não. Na verdade iríamos para o lugar onde meu mais influente inimigo residia, passaríamos dias sob o nariz dele, então seguíramos nordeste até o deserto. Eu simplesmente precisava pegar algumas coisas com um amigo, depois, ninguém consegue chegar ao deserto pelos pântanos da Costa dos Ventos.

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Parte III: A Viagem

A estrada gélida que beirava os pântanos trazia as lembranças do passado, as aventuras, as emboscadas, as canções e as amizades. Tudo havia desaparecido com o tempo, novas canções foram escritas e novas amizades feitas, mas o passado e aventuras dele havia a tempo sumido.

A neve e o gelo cobriam as margens da água verde, lamacenta e fétida do pântano. Ela também mostrava o caminho que estávamos percorrendo fazia algumas dezenas, talvez três, ou mais. Pude escutar os cascos alheios vindo da direção oposta ao trajeto que havíamos percorrido. Também pude notar que a conversa de três homens, os quais montavam os cavalos, se referia a minha captura, não havia jeito, nós iríamos nos encontrar, de um jeito ou de outro.

Desmontei do meu cavalo e o amarei em uma arvore. Aconselhei Lorien a fazer o mesmo, ela o fez. Saquei meu sabre olhando fixamente de onde vinham as vozes. Quando o primeiro homem apareceu na linha de visão, pude perceber que não se tratava de simples caçadores de recompensas, se tratavam dos melhores que o dinheiro pode pagar.

Um guerreiro disciplinado para as mais perigosas guerras, provindo dos povos bárbaros do deserto. Possuía o Destruidor Selvagem, um Machado Grande criado apenas com um objetivo: Matar, Pilhar e Destruir. Ele, o bárbaro, se chamava Godar Sal. Seus cabelos longos e castanhos eram embaraçados, sua pele totalmente ressecada e cheia de cicatrizes, seus olhos não tinham mais o brilho de um jovem guerreiro.

O segundo homem era o pior pesadelo de um mago. Tratava-se do “Vingador”, apelido ganho depois de matar todos os magos de sua cidade logo após a queda. Ele não envelhecia, não morria, simplesmente matava. Os cabelos cinza e curtos, a cicatriz e seu único olho demonstravam sua experiência, e dor. Sua única arma: Os punhos. Ele não confiava em nada, nem na sua própria sombra.

O terceiro era um rapaz novo. Na verdade já havia tomado ele como pupilo certa vez. Leonard VonZenheit, um Warlock. Sua habilidade com armas e com magia impressionava muitos. Sua arma era uma Espada Larga, uma relíquia na verdade, era conhecida com “A Ladra”, a lâmina negra possuía nove pedras preciosas incrustadas, seis ônix e três esmeraldas. Sua armadura completa, feita com um minério negro e com detalhes em prata, deixava apenas o rosto e os cabelos loiros amostra. Seus olhos verdes queimavam em vingança pelo que o rei havia feito com sua família.

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Parte IV: Um Dia Em Cratos


Vilarejo de Cratos
20 D.q.
“O quê?” gritou espantado.

- Desculpe Laucian, mas não podemos permitir – suspirou Helena – Podemos até ter caído em tuas artimanhas no passado, mas não deixarei levar meu filho.

O momento de silêncio fez-se necessário.

- Um pouco mais de chá? – Sorriu ela.

- Claro – respondi – e devo dizer que nunca utilizei de minhas artimanhas para com vocês, caros amigos.

- Não venha com mentiras, bardo! – gritou o homem sentado ao meu lado – iremos esconder-te e proteger-te por uma semana, porém não terás nem se quer contato com o meu filho.

O punho pesado bateu na mesa derramando o chá recém colocado na taça. O olhar frio do antigo companheiro de aventuras se tornará mais uma vez o olhar do cruel assassino que era antes da “Queda”.

- Acalme-se, Meridof. Não encostarei no seu filho.

- Pois bem. Trataremos de negócio agora – sorriu o antigo mercenário.

A mulher sentou-se a mesa, colocou os dois fieis leques laminado nos bolsos frontais do manto.

- Ainda usa essas armas, maga – falei, cometendo um erro – Não gostaria de algumas mais... Fortes.

- Laucian – Falou ela pausadamente – O dia que conseguires usar teu sabre com a mesma eficiência do Relâmpago, eu trocarei meus leques por um machado de duas lâminas.

O silêncio duradouro foi cortado pelo homem.

- Bom se bem sabes que não temos muito tempo. No dia em que eu me for, leves a minha espada até o local onde pegou o amuleto.

- Certo, até ai eu entendi – Falei – mas o pequeno Leonard?

- Caso ele já tenha completado dezessete anos, deixe-o se virar – Sorriu a mulher – caso contrário, leve-o para uma estadia com Marien, ela como uma boa sacerdotisa de Illumus que cuidará dele.

- Marien morreu, Helena – suspirei.

- Pois o leve ao Arquimago então – respondeu Meridof

- Farei como deseja.

- Agora, e os leques... Leve-os, é um presente – Suspirou Helena – Entregues a alguém que precise deles. E prometas que depois que Leon completar trinta anos, tu levarás ele com você para se aventurar.

- Assim será.

A porta de madeira se abriu, deixando o vento litorâneo entrar.

- Mãe! Pai! Cheguei – Gritou o garoto ao entrar – tem visita?

- Não, Leonard. Não temos visita – sorriu Helena – Então... Queres um pouco de chá?

- Não obrigado... Mas por que temos um casaco a mais então na porta? – perguntou o garoto ao entrar na sala.

Mas eu já não estava lá. Assim como “A Ladra de Nove Almas” e os leques.

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Parte V: A Batalha

O som do machado batendo na árvore, partindo-a ao meio. O som do cavalo fugindo. O som do grito humano. O som da dor produzida pelo corte perfeito de sabre. O som do sangue nômade caindo ao chão. O silencio, e a fúria. A calmaria, e a tempestade. A brisa leve, e a nevasca. Tudo no mesmo instante cortando o tempo e espaço, dilatando as veias, fazendo os outros dois mercenários amarrar os dois cavalos remanescentes.

Disto eu tinha certeza, se ele não morresse logo, seria que estaria morto. O Sabre cortou novamente a carne do individuo, enquanto a arma desse passava sibilando por cima de minha cabeça. Foi o meu terceiro golpe produziu o primeiro efeito estonteante no meu “ogresco” adversário. Ele cambaleou, buscou apoio no colocando o pé direito para traz e então, com uma simples estocada ele estava ao chão.

Foi o pulo de meu segundo adversário que me provocou preocupação. Sua estabilidade. Seu punho avassalador havia quebrado a pedra que estava ao meu lado. Sua pele quase rochosa mal foi machucada pela lamina de minha arma. Essa joguei longe. Precisava da fiel Desoladora. Sim, a Desoladora.

Ela era linda, perfeitamente adornada com finos fios ébano, feita do mais puro minério de prata, com a guarda banhada em Mithril. No centro de gravidade um orbe verde escura, rodeada por pequenos quartzos brancos. A cada golpe ela gerava uma nota nova, uma nota de agonia e dor, muita dor. Cada corte continuava a produzir um timbre de sangue e horror por horas, algumas vezes dias. Essa era a Desoladora, e eu era o seu dono.

Em um giro rápido, para desviar dos golpes precisos e rápidos do “Anti-Mago”, peguei minha nova arma. Talvez fora sorte, ou quem sabe não, um movimento estratégico dos deuses, mas o “Vingador” estava morto. Sua garganta cortada e seu outro olho destruído. De sua boca expelia sangue; e de seu sangue, todos os pecados. Ele nunca mais incomodaria outro.

Por fim aquele que tanto esperava. Mas onde estava. Devia ter aproveitado a minha rápida batalha para sumir do mapa, ou estava onde os olhos não podiam enxergar. Foi apenas um golpe de meu sabre que cortou as proteções mágicas, o segundo eu parei no meio, minha arma já tocava seu pescoço. O mago estava vencido.
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Mensagempor Lobo_Branco em 28 Ago 2007, 21:58

Bem, a muito estava para ler esse seu trabalho. Na verdade, desde aquele texticulo de "auto-ajuda". Porém, alguma coisa me impedia de fazê-lo, preguiça de certo. Agora, vejo-o aqui, direto, sem delongas. Tomei vergonha na cara e fiz o que a muito devia ter feito.

Introdução e 1ª parte: A introdução foi agradável, uma descrição rápida do cenário, de alguns personagem e dos deuses. Infelizmente, não posso dizer o mesmo da 1ª parte, a achei deveras forçada, utilizando de muitos clichês - e clichês de taverna são clichês aos quais eu tenho, particularmente, muita aversão. Outra coisa, o narrador parece muito despojado e coloquial, p/ uma narrativa medieval, sempre acho isso estranho no inicio.

2ª Parte: Descrição rápida, bem estruturada, porém, mais detalhes seriam mais bem vistos - principalmente sobre a elfa

3ª Parte: Partes deveras curtas. O inicio foi bem confuso. De mais, boa descrição dos mercenários, mas já que iria se resumir a isso, podia ter aprofundado mais um pouco, distilar mais medo.

4ª parte: Gostei dessa parte. Sempre é bom recordar, e o dialogo fluiu naturalmente, apesar de ter sido pego do meio p/ fim.

5ª Parte: Gostei do combate, esse bardo é o cão chupando manga. Porém, por onde andava a elfa nesse meio tempo?

No geral, acho as partes curtas, as vezes precisa de uma revisão p/ ñ deixa-las tão confusas. Acrescente mais nas descrições, elas dão mais "chão" ao texto. Estarei no aguardo. Abraços!
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Mensagempor Malkavengrel em 28 Ago 2007, 23:59

5ª Parte: Gostei do combate, esse bardo é o cão chupando manga. Porém, por onde andava a elfa nesse meio tempo?


Eu quero que vocÊ se lembre que isso eh uma narração em primeira pessoa. O bardo cão chupando manga é o narrador da historia. E a elfa você vai notar que tem um problema na historia inteira. A histora eh a salvação de alguem até agora parentemente dela, mas porque ela não faz nada e o bardo apenas comenta sobre ela quando esta vai fazer algo de interessante.
Eu não acharia estranho se no final ela fosse apenas uma alucinação... Não ela não eh uma alucinação.

No geral, acho as partes curtas, as vezes precisa de uma revisão p/ ñ deixa-las tão confusas. Acrescente mais nas descrições, elas dão mais "chão" ao texto. Estarei no aguardo. Abraços!


Eu tenho vicio por coisas curtas. Não suporto textos longos. Adquiri isso, não consigo perder. Porque poucas descrições? Simples, ele não que revelar algumas coisas.

Sobre a parte um => Nada a declarar, você está certo. Mas reanalize a taverna. E a narrativa coloquial deve-se a um motivo. Mas perceba que até mesmo os pais de nosso personagem Leon aparentam ser mais educados que o nosso bardo.

Confuso :aham: , pouca descrição :aham:
Motivo deixo para depois o motivo, ainda não pensei na desculpa mesmo... :P
Mas seguinte isso ocorre pelo tamanho dos capitulos.

Abraço e muito obrigado por ter passado por aqui, e parabens pelo penas.
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Mensagempor Dahak em 31 Ago 2007, 19:01

Malkaaaaaaa
Como vai, meu caro?

Acho que essa é a quarta versão da Spell que leio Elfos =P
Tou certo?

Diga-me uma coisa, você tem feito (ou fez) revisões nas primeiras partes desde a primeira postagem?
Tenho a sensação de que sim. A leitura está bem mais fluida, mais límpida.
O esquema de partes curtas ajuda, bem como já ter lido o mesmo texto algumas vezes :P

Mas sabe que vejo sua escrita tão mais madura atualemten que, excluindo a parte técnica (pois como já dito, está bem incrementada), o começo soa meio piegas. Não me recordo exatamente dos detalhes e tal, mas não me parece que tenha feito mudanças substanciais no conto (e nem deve), mas acho que ao longo dos anos você mudou tanto que o conto poderia atingir e guinar-se para lados totalmente inimiginados quando foi concebido.

É um apontamento elogioso, não sei se consegui deixar claro. Espera-se mais de você hoje do que em 2004 ou 2005. E justamente por você ter mostrado mais ;)

Abraço!


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Mensagempor Malkavengrel em 31 Ago 2007, 19:17

Sou obrigado a responder mesmo que não queria.... :furioso: (maldita seja a tentação :P )

Seguinte, o texto antigo (que deus o tenha, pois não mais o tenho :P ) estava tão ruim tão ruim, mas tão ruim que esse parece elixir sagrado provindo diretamente de Asgard (pode ser do monte Olimpo, ou Arcadia, tanto faz). Tivemos varias mudanças no metodo de escrita e na historia do mesmo, apenas alguns pontos continuaram os mesmo.

Quanto as revisões, esse conto passou por tantas revisões (minhas, da Draconnasti, de uma Outra Amiga, de amigos, e muitos outros) que eu perdi a conta. Por ele ser de rapida leitura pude revisar muitas e muitas vezes antes de postar, soh comecei a posta-lo depois de ter certeza que tudo estava nos conformes (diferente do que acontecia anteriormente que eu chegava a escrever o conto no dia de postagem dele :what: ).

Mas enfim, algumas surpresas aguardam até o final. Personagens novos aparecem, antigos reaparecem.

Uma coisa que é certa, o Laucian continua o mesmo desgraçado de sempre. :roll:

Abraço, e muito obrigado.

EDIT: Não essa é a unica versão... descente. Já são duas Dahak, soh duas... por enquanto.
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Mensagempor Dahak em 31 Ago 2007, 19:27

Sou obrigado a responder mesmo que não queria...

idem!
KKKKKKKKKKKKKKKKK
Deve ser a terceira vez que me pego respondendo um post seu enquanto estou na facu AND encrencado com o horário =P
Coisa pra poucos, viu?!
HAAhAahAuAhAUAHAA

Sabe quando você tem aquela sensação de que algo está diferente, mas você não consegue descobrir o que é?
Tive essa sensação, bem aguda!

Deixa eu dizer que as outras versões não indescentes ¬¬
Mas essa tem um sabor mais apurado do que aquela primeira, aquela primogênita.
E méritos de suas revisões, de seus revisores e das mudanças realizadas da precursora até essa versão =P

Bom, se você diz que haverão surpresas, então eu acredito!
\o/
Adoro novidades =P

Abraço!


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Mensagempor Lady Draconnasti em 31 Ago 2007, 19:48

Malkavengrel escreveu:Uma coisa que é certa, o Laucian continua o mesmo desgraçado de sempre. :roll:


Continua? Pelo que eu li, ele tá pior que antes! XD
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Mensagempor Malkavengrel em 31 Ago 2007, 20:36

Euuu não poooossso postaar.......

Lady Draconnasti escreveu: Malkavengrel escreveu:Uma coisa que é certa, o Laucian continua o mesmo desgraçado de sempre. :roll:



Continua? Pelo que eu li, ele tá pior que antes! XD


Você acha nossa!! Obrigado, acho q me superei então. :lol:

Dahak escreveu:Deixa eu dizer que as outras versões não indescentes ¬¬
Mas essa tem um sabor mais apurado do que aquela primeira, aquela primogênita.
E méritos de suas revisões, de seus revisores e das mudanças realizadas da precursora até essa versão =P


1ª parte - Anh? :sobrancelha:
2ª parte - aham! :aham:
3ª parte - Yeii! :victory:

auhauhauh
Abraço obrigado aos. dois
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Mensagempor Dahak em 31 Ago 2007, 23:42

Faltou um "são" ali no meio.
Não são...
É a pressa, sabe =P

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Elfos dos Ventos: A Salvação [Finalizado]

Mensagempor Malkavengrel em 17 Set 2007, 12:27

Segue abaixo a parte 6 a 10 de elfos.

Peço desculpa, mas devido a forçar alem de minha responsabilidade me impediram de postar antes. MAs enfim estou postando antes. As datas de postagem não mudarão.
Boa leitura e boa semana para todos.
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Parte VI: Piedade Pelos Amigos


- Então nos encontramos novamente – disse o mago.

- Não – suspirei – você me encontrou.

- Vim te caçar bardo. Não te matar.

- Eu sei – sorri – mas pela ingenuidade deixarei você aqui. Sem cavalos.

- Não farás isso – ele sorriu – tens pena de mim. Não tens coragem suficiente.

- Te encontrarei na estalagem de Logrando – falei – Laurin fica a poucos dias de viagem.

- Um dia de viagem a cavalo Laucian – ele falou surpreso – Isso deve dar uns três ou quatro a pé. Não seja tão cruel.

Guardei a Desoladora na bainha. Sentei-me ao chão frio e passei a refletir. Vi Lorien impaciente enquanto começava a desamarrar os cavalos. Vi o garoto sentar-se também.

- Nunca vi uma divindade tão irada – falou o mago.

- Como? – explanei.

Será que ele sabia? Será que eu tinha deixado escapar? Será que eu falei algo para ele? Não. Eu não havia falado nada. Ele só podia estar brincando com algo, ou fazendo uma figura de linguagem. Era isso. Ele não sabia de nada.

- A nevasca, ela escolhe seu destino – ele suspirou – por ela escolher quem vive e quem morre isso a torna deus. E ela está chegando. Vê?

- Realmente. Está vindo da montanha com uma velocidade incrível – falei levantando – Lorien, traga os cavalos. Estamos de partida.

- Tu vais me deixar aqui? – perguntou – Para morrer na nevasca?

- Você é forte, criança. Vai sobreviver. Agora, até Laurin.

Peguei meu cavalo e montei. Passei a andar enquanto o mago levantava em direção ao seu próprio cavalo. Em uma mudança de passo, passei a sua frente e em um movimento rápido saquei meu sabre e cortei a garganta dos dois cavalos que ainda estavam amarrados. Lorien me olhou com um ar de reprovação, na realidade não vi a sua face, mas acredito que ela tenha olhado dessa maneira. Não ligo.

Parte VII: Na Busca Pela Liberdade
Algum lugar no reino elfíco
Um século antes da queda.


Lirismo puro, as aves cantando, o vento soprando, as árvores balançando. Illumus se punha por traz das montanhas indo a leste, expulsando Aslorg enquanto o mesmo invadia Taragun pelo oeste. A harpa na minha mão quase se dedilhava sozinha, enquanto as ruínas do “Primeiro Vilarejo” eram maravilhadas pelos meus olhos.

Foi a voz harmoniosa de minha adorável progenitora que me tirou do relapso desligamento.

- Sabe – exclamou – eu vinha aqui quando precisava pensar sobre nosso reino.

- Imagino – respondi.

- Em breve seu pai passará a coroa para você – suspirou enquanto sentava-se ao meu lado.

- E se eu não aceitar?

- Laucian, você não tem escolha, a coroa será sua.

- Meu irmão a terá – rosnei – não eu.

- Não, seu irmão é muito novo. Você é quem conhece o mundo, você é que receberá a coroa.

- Não serei eu que ficarei preso pelas minhas obrigações.

- “Serás tu, meu filho, meu primogênito, o único herdeiro do trono de meu reino. Pois tu és a minha sombra, tu és o meu reflexo, és tudo que fui. Agora tu serás aquele que irá governar sob as estrelas, sob a luz de tua mãe. Enquanto teu irmão governará o falso reino que pensa que lhe pertence, pois ele é a sombra de meu opositor. Tu serás o rei de todos os elfos.”

- Illumus para Ilumithar, do livro sagrado.

- Não meu filho, Aslorg para Xau’Dranei.

- Como assim?

- Illumus recriminava todos os elfos. Chamava os de fracos. Já Aslorg era pai de todos os elfos, dizia que nós éramos os donos de Taragon.

- Quer dizer que...

- Que o rei do elfos é um elfo da noite, um drow.

Levantei em espanto não sabia o que fazer. Então as escrituras eram falsas, não, a interpretação era errônea, eu lera só não havia percebido.

- Agora que não posso aceitar a coroa, tenho de caçar o verdadeiro rei. Destrona-lo e então poderei descansar em paz.

- Meu filho, o verdadeiro rei já morreu faz eras. Mas ele deixou descendentes, muitos por um acaso.

- Quem são eles?

- São aqueles que dominam Taragon em sua extensão. São aqueles que se reproduzem rápido e destroem a natureza como gafanhotos.

- Diga logo, não brinque comigo.

- Eles são os humanos. Donos de toda Taragon. São eles que herdaram o reino de Aslorg. Não nós tolos e fracos elfos. Não vê, são as sombras que comandam esse mundo. Seu pai é rei e nada comanda, sou eu quem sussurra palavras para seus ouvidos. Sou eu quem lidera o povo. Se deseja a verdade parta de nossa terra e volte em três mil e seiscentas dezenas.

- Partirei, voltarei em um século, para receber meu reino. Quero conhecer em exatidão aqueles que serão os donos do chão que pisamos.

- Filho volte para pegar o trono, mas garanta que do seu lado esteja alguém que mereça a coroa.

Dali eu parti, não deveria voltar antes de um século, mas voltei para pegar uma pessoa, nunca me arrependi de ter negado aceitar a coroa de meu reino. Decidi que vagaria por todo continente, minha primeira parada seria em uma cidade anã conhecida como Posto do Vigia. Parecia-me ser o primeiro caminho para se conhecer o norte.

Parte VIII: Aos Muros de Laurin

“A águia voa para o norte” pensei alto. Talvez o lugar me remetesse a pensamentos passados, ou talvez não. A colina a leste da cidade portuária dava uma boa visão estratégica da cidade. A cidadela antiga mantinha os baixos muros, enquanto a burguesia crescia e expandia-se até a muralha dourada. A região pantanosa envolvia a cidade, apenas a parte entre os portões e a colina ficava totalmente emersa.

A muralha foi o ponto que garantiu a sobrevivência da cidade durante a época das sombras. Ela apresentava uma coloração áurea e um brilho só ultrapassado pelo próprio Illumus. Alguns dizem que foi ele mesmo que abençoou a muralha, ou dizem que foi Aslorg para impedir que seus antigos servos a atacassem, acredito que foi um mago poderoso que previu o quê estava por vir. Mas a única coisa que posso dizer com certeza é: ela virou dourada na época das trevas.

A estrada corria pelo meio da planície e se dividia antes de começar a subir a colina. A primeira parte seguia pelo sul levando a Carintash, a outra levava ao norte passando perto das ruínas de Cratos e levando até Ponte Azul. O trecho norte definia uma das maiores rotas comerciais da Costa dos Ventos, trazendo especiarias e arte do norte, levando armas e peles.

Ali em Laurin se encontrava o novo e o antigo de uma maneira bem simples: o que sobreviveu, fica. Os antigos mandamentos, as antigas virtudes, as antigas leis reinavam na cidadela. Mas na cidade a história era diferente. Deveres não existiam e direitos eram cobrados. Ficar muito tempo nessa cidade era “ou morte, ou sorte”, tudo dependia dos seus amigos e de sua lábia. Eu tinha as duas, e devia muito para muitos, e nunca entrava na cidade com o mesmo rosto e nunca usava meu nome verdadeiro e... acho que você já deve ter entendido minha situação em Laurin.

Foi meu próprio sabre que cortou o longo cabelo prateado. Foi ele também que rasgou um pouco de minhas roupas e fez alguns ferimentos profundos nos braços. Apaguei a fogueira, tirei Lorien do revés e passamos a caminhar até a estrada. Os cavalos estavam mortos, não sobreviveram à nevasca. Esperava que Leon tivesse encontrado um destino diferente de minha montaria, não gostaria de perder mais um amigo.

Descemos à colina nevada a passos rápidos. Ao pé da montanha procuramos novamente a estrada de pedras. Demoramos um pouco, mas outros dois olhos bem treinados como os nossos não teriam feito melhor trabalho. Não sei se foi o calafrio ou um suspiro do vento, mas algo de estranho estava acontecendo. Soltei o sabre da bainha, e mantive minha não em sua guarda.

Senti um vulto passar pela minha direita. A velocidade era incrível algo mágico provavelmente. Simplesmente o vulto parou a nossa frente. Era O Mensageiro. Seu sorriso falho, suas cicatrizes, suas mãos calejadas, seus pés tortos, era O Mensageiro.

- Senhor – falou reverenciando – Trago uma mensagem do norte, espero agradar àquele que guia meus passos. Trouxe-a mais rápido que pude.

- Sim você agrada àquele que conduz pelas estradas – respondi – agora me dê a maldita mensagem.

- Sabia – replicou – O Mensageiro nunca erra seu destinatário.

Retirou um pergaminho do manto e entregou-me, reverenciou e sumiu deixando-nos perplexos com o repentino desaparecimento.

- Quem era aquele homem? – perguntou Lorien.

- Era “O Mensageiro”. Ele leva mensagens para quem pode pagar – expliquei – antes da queda ele era um clérigo de Tabard, hoje não segue a ninguém a não ser a ele mesmo.

- É um homem perigoso?

- Não se ele tiver a quem entregar uma mensagem – suspirei – mas se mensagem for de morte ele fará o possível para que ela seja entregue.

O silêncio era incômodo, a respiração era inconstante os batimentos cardíacos eram rápidos. O medo corrente por entre as estradas levava o mais corajoso dos guerreiros sagrados à loucura. O vento ainda soprava do mar deixando o cheiro de água salgada cada vez mais forte. Era o vento que assoviava.

- Temos que andar rápido – exclamei – cavaleiros da coroa se aproximam pelo leste.

- Leste?! A leste há apenas destruição e...

- Exato. Destruição e mercenários, incluindo aqueles que matamos.

- Certo – concordou – mas o que há na mensagem?

- Nada. Hei de saber quando passar pelos muros de Laurin.

Não precisei falar mais nada, ela começou a caminhar, apenas segui seus passos. Foram quase cinco horas de caminhada até os portões de ferro sólido. Meus passos seguiam estritamente pelo caminho de pedra, afinal não queria que uma pisada na água às margens congeladas do pântano acordasse algum morto-vivo adormecido.

Foi a corneta da cavalaria que soou as nossas costas quando chegamos ao portal enferrujado. Virei para olhar o que acontecia. Vi o pior. Quasit’du, o Branco, sobrevoava a cavalaria real, ou como se declaravam, A Aliança Dourada.


Parte IX: Quasit’du, O Branco

Algum lugar nas montanhas do sul
1 A.q


- Entre silenciosamente e veja se tem alguém – falou o aventureiro – se for uma pessoa adormecida pegue seu dinheiro.

- Ouvi dizer que tem dragões nessa área – falou o outro que vestia um camisão de cota de malha.

- É bobagem. Dragões não existem! – exclamou o terceiro que entrava na nossa caverna.

- Não sejam tolos! Isso é um covil de dragão – falei saindo das sombras com o resto de meu grupo.

Tínhamos saqueado um covil de dragão. Um covil de dragão, e pela aparência era de um dragão branco. Na verdade nem se quer tínhamos encontrado o dragão. Mas nossa sorte estava para mudar.

- Covil de dragão – riu o primeiro – isso não é um conto de fadas...

Sua fala foi interrompida pelo dragão de cor metálica que o engolia. E se punha de modo amedrontador em nossa frente e nossa única saída. A minha espinha gelara, o segundo aventureiro caíra no chão o terceiro fugira para dentro da caverna. Sacamos as armas, mas em vão. O dragão assumira uma forma humana de um mago velho e barbudo.

- Sou Quasit’du – apresentou-se – também conhecido como O Branco. Vocês invadiram meu covil. Roubaram parte de meus bens, e ainda clamam por sua vitória.

- Eu sou Galiard...

- Eu sei quem és Galiard de Mageradom, filho de Finoliod, és futuro Rei do Norte. Seu pai está à beira da morte. E ainda me pergunto o que faz aqui no sul.

Nosso amigo caíra no chão perplexo.

- Noticias viajam rápido no continente – sorri.

- Não Laucian – retrucou o dragão – Eu viajo rápido. Vocês invadiram minha moradia enquanto eu matava aqueles que a invadiram pela primeira vez.

Estávamos todos perplexos imaginando como morreríamos, quando o dragão chegou perto de mim sorrindo.

- Entenda que não lhes desejo mal, porém não posso deixar que saiam com mais de um objeto meu, cada – sorriu.

- Qual o porém Quasit – retrucou Merion.

- “O porém” é – suspirou – serão meus espiões em Laurin. Deverão me ajudar a destronar o atual rei.

Parte X: Quando o Portal Cai

Estava ali entre ferro e fogo. Buscando minha integridade. Principalmente física, porque a moral eu havia perdido em algum dia. Era a cidade de alguém que buscava vingança por seu pai assassinado, ou um dragão enfurecido e raivoso que buscava vingança por um trato mal interpretado. Foi o dragão pousando em pleno campo aberto, foram os cavaleiros correndo em direção ao portão de ferro. Foi o vento sussurrando morte, foi minha mente gritando por socorro.

Quando o dragão se transformara em um velho mago de barbas brancas eu mentalmente escalava a muralha. Sua caminhada frígida e calma em minha direção me deixara horrorizado enquanto, seus olhos brancos me deixavam paralisado. O vento frio que era emanado em minha direção me atormentava. O cajado cinza me iludia, enquanto os trajes de urso branco não me animavam.

Foi o tempo mais atordoante de minha vida. O bafo gélido da morte chegando mais perto de meu corpo, a fria lâmina da vingança cutucando minhas costas. Minha vontade de voltar para o norte onde meu amor me espera. Meu desejo de ver meu filho. Talvez fosse um último momento de sorte, mas eu não consegui encontrar minha arma.

A voz do dragão saia gélida enquanto falava.

- Você me enganou elfo. Humilhou-me na frente de minha honra. Deixou-me descrente de tamanha estupidez. Sinto-me um tolo.

- Sinto muito se sou melhor que você em traição – minhas palavras saíram sozinhas – devo dizer que é mesmo um tolo, um velho dragão tolo.

Porque falei aquilo não sei, mas falei, e quando falei o rosto do dragão resplandeceu raiva. Virou de costas, voltou a sua forma réptil e ele saiu voando em direção ao leste. Em minha opinião foi se esconder em sua toca.

Bom pelo menos agora era só a lâmina da vingança que me incomodava. Sentia-me desacreditado que o rei procura vingança por eu ter mandado assassinar o seu pai. Fiz-lhe um favor, e quase estraguei minha vida. Sinto-me um pouco envergonhado por ter pedido esse favor para quem depois seria minha esposa, mas pedi.

Virei para o portão bati três vezes, na portinhola de madeira, e esperei ele abrir. Esperei alguns minutos para que o portal de entrada fosse liberado e logo pude entrar, para ser barrado por alguns guardas mal pagos.

- Nome? – o primeiro falou.

- Aramil e esta é Lia.

- O que desejam em Laurin? – falou o segundo.

- Viemos em busca de abrigo contra os perigos do mundo lá de fora.

- Quando pretendem sair – perguntou suspirando o terceiro.

- Em uma dezena – respondi tirando quatro moedas de ouro da algibeira.

- Certo, sejam bem-vindos a Laurin – sorriu o último guarda.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 19 Set 2007, 13:43

Foi meu próprio sabre que cortou o longo cabelo prateado. Foi ele também que rasgou um pouco de minhas roupas e fez alguns ferimentos profundos nos braços. Apaguei a fogueira, tirei Lorien do revés e passamos a caminhar até a estrada. Os cavalos estavam mortos, não sobreviveram à nevasca. Esperava que Leon tivesse encontrado um destino diferente de minha montaria, não gostaria de perder mais um amigo.


A única mensão a aparência do elfo... Maldito seja, Malkaaaaaaaaa! XD
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Mensagempor Dahak em 22 Set 2007, 02:45

Leve. Lendo uma parte em cada momento do meu dia, ficou bem leve =P

Você foi um bom maestro, de forma que não faltou harmonia ao todo do conto. E isso é bem complicado, visto que este já data três anos praticamente (não fiz errado as contas, fiz?). É um típico caso onde o tempo fez bem a história =D

Congrats ;)

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Mensagempor Malkavengrel em 22 Set 2007, 17:49

Lady Draconnasti escreveu:
Foi meu próprio sabre que cortou o longo cabelo prateado. Foi ele também que rasgou um pouco de minhas roupas e fez alguns ferimentos profundos nos braços. Apaguei a fogueira, tirei Lorien do revés e passamos a caminhar até a estrada. Os cavalos estavam mortos, não sobreviveram à nevasca. Esperava que Leon tivesse encontrado um destino diferente de minha montaria, não gostaria de perder mais um amigo.


A única mensão a aparência do elfo... Maldito seja, Malkaaaaaaaaa! XD


Até agora sim.

Dahak escreveu:Leve. Lendo uma parte em cada momento do meu dia, ficou bem leve =P

Você foi um bom maestro, de forma que não faltou harmonia ao todo do conto. E isso é bem complicado, visto que este já data três anos praticamente (não fiz errado as contas, fiz?). É um típico caso onde o tempo fez bem a história =D

Congrats ;)


Obrigado. O cronograma data 3 anos, o texto em si tem 1 ano devido a reescritas, o final dele tem meses.
Eu diria que o engavetamento fez bem a historia, o tempo é relativo. Por exemplo se eu ficasse os 3 anos fazendo novos capitulos e não reescrevendo a historia ela estaria pessima. ^^

Obrigado aos 2.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 22 Set 2007, 20:06

Pesadelo tá nessa situação =P

Alternando em fazer os capítulos novos e reescrever os anteriores. =/
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