O Poder da Mente

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O Poder da Mente

Mensagempor Magyar em 08 Fev 2008, 04:11

Aowa!
Não costumo escrever muito, e ultimamente não tenho acompanhado muito aqui. Mas por algum motivo (talvez a falta de sono) resolvi escrever um pouco. Toda e qualquer crítica é bem vinda!

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O Poder da Mente


Através dos seus olhos - perdidos, opacos, visando o nada - era possível vê-la. Sentí-la. Quem dera se ela sumisse para sempre. Momentos felizes relembrados por uma luz, uma música, palavras e até pensamentos. Bastava algo acontecer, e lá estava ela, toda formosa em seus pensamentos, relembrando-o de tempos passados.

Eram ótimas as lembranças que possuía através dela, só reparando no quão boas eram depois de um tempo perdida. Quando ela voltava, era uma guerra de emoções que variavam da raiva absoluta ao sublime prazer. Os detalhes eram dos mais preciosos, já que a memória não ajudava muito. Apreciava essa relação mais do que qualquer outra que tivera.

Lembrou quando ela foi apresentada pelos seus pais, depois que ele saiu de casa. Percebera que ela sempre esteve por perto, mas nunca a vira como viu ao descobrir que ela era a sua mais nova vizinha de sua nova casa. Adorou a sua presença no início, não se incomodava. Com o tempo foi conhecendo-a melhor, se tornaram inseparáveis. Não percebeu quando ela virou uma necessidade.

Mas agora ele não aguentava mais. Gostaria de mudar o passado. Pensava infinitas vezes no que poderia ter feito, no que mudaria em sua vida, nas boas memórias que poderiam estar presentes no lugar de erros estúpidos que o levaram a nada. E assim, perdido nos pensamentos que poderiam ter dado certo, deixa passar os minuciosos detalhes do que estava acontecendo ao redor, e lá se vão novas possibilidades. Tudo em nome dela.

Não conseguia viver com ela, muito menos sem ela. Já não aguentava mais essa relação imprevisivel. Se deu conta do que havia acontecido depois que o pote de soníferos caiu no chão, vazio. Já havia engolido todos, e não conseguia botá-los para fora. Não queria. Olhou para o papel e teve tempo de ver o nome dela pela última vez na carta de suicídio que escrevera, antes da visão apagar. Resolvera se matar junto dela.

Doce Melâncolia, maldita Nostalgia.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 08 Fev 2008, 07:41

Deveras interessante. Não muito curto, não muito longo.

O último parágrafo me fez lembrar de um conto antigo, do Joe KR, onde o personagem se matava de forma similar (mas a causa era outra). Tratar a nostalgia e a melancolia como dois seres na metáfora caiu como uma luva.
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Mensagempor Elara em 08 Fev 2008, 14:54

Barlin,

O conto tem uma sacada muito boa. Ficou bem interessante. Parabéns.

Entretanto, soou um pouco sem ritmo, como se algo faltasse à narrativa. Talvez um pouco mais de fluidez no modo como o protagonista tratava sua amiga íntima.

PS: Ainda bem que você está acordado para postar o conto. :b

Chero!
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Mensagempor maksimun em 08 Fev 2008, 16:53

Eu achei duca o conto. Muito legal mesmo. De fato lembra um dos contos do joe (inclusive lembrei de um altamente visceral).

Texto curto, enxuto (talvez um pouco demais) e de fácil leitura. Continue postando!

Grande abraço
"Você pode enganar algumas pessoas por algum tempo, mas não pode enganar a todos o tempo todo." - Bob Marley, Get up Stand Up.
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Mensagempor Magyar em 08 Fev 2008, 19:21

Aowa!

Mutchas Gracias! Ainda bem que deu certo, estava preocupado em não dar certo a idéia central.

Elara:
Um dos meus maiores problemas é a narrativa. Sei lá, adoro ler, mas na hora de escrever, ela empaca X_x.

Alguém teria alguma dica para tratar de tal infortúnio? :pidao:

Até que a insônia (leia-se horário totalmente desrregulado) não é tão ruim assim. XD

Qualquer erro de gramática que for encontrado também agradeço! Na hora do sono deve ter passado alguma coisa despercebida, sempre bom saber. :aham:

Inté!
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Mensagempor laharra em 09 Fev 2008, 13:41

Barlin, gostei da forma como você conduziu o texto, mas acho que no final faltou um pouco de sutileza. Você podia passar a mensagem, sem, necessariamente, jogá-la tão seca. Falo dessa frase:
"Olhou para o papel e teve tempo de ver o nome dela pela última vez na carta de suicídio que escrevera, antes da visão apagar. Resolvera se matar junto dela".


Na minha opnião, acho que não caiu bem com o resto do texto :P

Para um conto curto, o tema foi bem explorado e bem escrito. Parabéns.

PS: E quanto à insonia, também tenho produzido mais no horário da madrugada. É o meu trunfo, mas que eu queria poder dormir em paz, queria. :cool:

Abraço.
Tentando encontrar inspiração para terminar o conto abaixo:
O Som do Silêncio: Parte IV - A decisão
Reger está às vésperas de uma batalha onde decidirá seu futuro. Durante o que podem ser seus últimos momentos com a Espada e com Alyse, ele se pega pensando sobre a validade de suas aspirações. Acompanhe o conto no link a seguir:
http://www.spellrpg.com.br/forum/viewtopic.php?f=24&t=1067
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Mensagempor JOE_KR em 11 Fev 2008, 00:12

Koé!!!

Fazendo coro ao demais colegas de fórum: esse conto lembra realmente a minha produção, mais especificamente, o Relato de um Suicida. A diferença entre o teu conto e o meu é que o teu apresenta a biografia do personagem, sendo o ato do suicídio o desfecho dramático da trama; no meu, apenas a angústia, o desespero, a tristeza entre outros sentimentos envolvidos no processo de suicídio, desde a decisão de se matar até o momento da conformação final com a morte, não tendo preocupação com o porquê da sua decisão.

Uma certa predominância da descrição sob a narração também é uma característica muito parecida. Porém, você utiliza muitos superlativos, o que não aprecio muito [questão de gosto, meramente, não acho que fique legal numa prosa].

Senti certa afinididade, portanto, com o conto. Vou tentar acompanhar as tuas demais produções - que espero ser postadas em breve, viu? ;-)

Ah, e Marksimum, uma curiosidade: qual conto "altamente visceral" você se lembrou?

Falow e té +!!!
Ass.: JOE K.R [que percebeu não se lembrar mais de todos os seus próprios contos, hahahaa!!!]
Minhas Palavras são escolhidas, minhas obras não têm igual; só para o tolo elas são vazias, para o sábio elas conduzem à glória.

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Mensagempor Magyar em 19 Fev 2008, 03:27

Aowa!

Hmm... agora que você falou que percebi, lahara. Bem que eu poderia ter tirado essa parte. Valeu pelo toque!

Valeus JOE! Vou ver se posto alguma coisa nova em breve.
Não sou muito de escrever, mas não sei, ultimamente ando com umas idéias na cabeça que acho que ficariam legal em palavras.

Não sei quanto a vocês, mas uma coisa que eu fico pensando é no que mais eu poderia ter colocado no conto. Sempre que escrevo alguma coisa me arrependo de não ter colocado mais.

Isso costuma acontecer com vocês? Se sim, costumam modificar um conto já feito/ terminado?

Mutchas Gracias a tuedos!
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Mensagempor Elara em 19 Fev 2008, 15:20

Não sei quanto a vocês, mas uma coisa que eu fico pensando é no que mais eu poderia ter colocado no conto. Sempre que escrevo alguma coisa me arrependo de não ter colocado mais.

Isso costuma acontecer com vocês? Se sim, costumam modificar um conto já feito/ terminado?


Quase nunca me arrependo do que eu escrevi em um conto. E mais raramente ainda modifico um conto já terminado...
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Mensagempor laharra em 20 Fev 2008, 01:18

Jé aconteceu de mudar muita coisa de um conto específico, que, por sinal, foi um dos que mais elogiaram quando mostrei.

No geral, sempre que olho pra algo que eu produzi, sinto que fiz meu melhor. Mas antes de postar ou mostrar pra alguém, edito várias vezes. :cool:

flw!
Tentando encontrar inspiração para terminar o conto abaixo:
O Som do Silêncio: Parte IV - A decisão
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Mensagempor JOE_KR em 21 Fev 2008, 19:45

Koé!!!

Certa vez, um escrito, acho que o Luíz Fernando Veríssimo, disse: "um escritor nunca acaba o seu texto, se cansa dele".

Isso se aplica a mim: escrevo e reescrevo os meus contos dúzias de vezes, até achá-los apresentáveis. Nunca estão bons o suficiente, mas uma hora me esgoto, me canso, e digo a mim mesmo: "quer saber, vai ser publicada esta porcaria mesmo". As vezes fico até satisfeito mas, uma hora, acabo lendo o texto e achando ele uma porcaria.

Falow e té +!!!
Ass.: JOE K.R [que já mudou drasticamente textos inteiros antes de publicá-los...]
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