Óglaigh na hÉireann

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Óglaigh na hÉireann

Mensagempor Lobo_Branco em 14 Dez 2007, 23:32

Aproveitando as ferias, o coletivo onde ele aparece, o pedido de Nasti, minha apreciação por esse conto, e ele estar completo, re-postarei "Óglaigh na hÉireann".

O conto retrata a vida de um jovem irlandês que perdeu os pais frente a ação do exercito inglês. Apesar de certas semelhanças com "Inimigo intimo" não foi baseado no filme, eu tendo a personagem pronta antes de assistir o mesmo. Porém, devo admitir que alguns eventos teve certa influência do filme. :aham:

Espero que gostem da leitura.

Devo postar uma parte diariamente, encurtando assim as mesmas - sendo ele no geral longo.

Abraços!

p.s: O título é o gaelico irlandês de Exercito Irlandês, ou Guerreiros da Irlanda. É o nome pelo qual I.R.A tb responde, tanto no Ulster quanto no Eire (Irlanda do Norte e República da Irlanda, respectivamente)

p.s2: esse conto tem a melhor frase de efeito que eu já fiz na vida! Vale a pena só por causa diso..haha :bwaha:
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Óglaigh na hÉireann


Are the men that God made mad
For all their wars are merry
And all their songs are sad.”

(Eles são os homens que Deus enlouqueceu/ Alegres estão para as guerras/ E todas as suas canções são tristes) - G.K.Chesterton - “For the Gaels of Ireland”


30/01/1972, Derry - Irlanda do Norte (Ulster) – Bloody Sunday

Uma passeata de católicos avançava pelas ruas do bairro nacionalista de Bogside, clamando - pacificamente - pelos direitos e pelo fim da opressão inglesa, que durava mais de oito séculos.

Protestantes, unionistas, reagiam violentamente à passagem das pessoas em marcha, alguns não se continham em apenas agredir verbalmente, atirando pedras e paus contra eles. Apesar desse risco, muitos católicos levavam seus filhos com eles, alguns garotos agiam como se estivessem em uma grande parada, com bandeirolas, gritando palavras de liberdade e incentivo.

Entre os homens que caminhava com seu filho nos ombros, estava Gerald O’Falloein, um dos políticos do retomado Sinn Féin, que começava a subir no conceito das pessoas. Era radical, porém, humanitário e justo. Tinha carisma, e até mesmo alguns unionistas já pensavam em lhe dar os votos, apesar dele ser fervorosamente a favor da separação da Irlanda do domínio inglês. Alguns rivais dele começavam a ligá-lo aos grupos armados que ganhavam o poder mais uma vez, como o I.R.A.

Apesar dessa informação não ser de toda infundada, não conseguia arrancar os seguidores que aquele sorriso sincero e palavras fortes conseguiam trazer.

Ao lado dele caminhava sorridente sua esposa, Hanya, que apesar de não ser natural da Irlanda, e sim da Escócia, tomava para si às verdades do marido.

Eles caminhavam despreocupados em meio à multidão, esperavam que aqueles movimentos ganhassem força entre as pessoas, sem ter que apelar para a violência, pela parte de nenhum dos grupos, seja unionistas ou republicanos.

Num movimento rápido o jovem que estava sobre os ombros do pai saltou sobre a mãe, que pendeu um pouco para o lado, sorrindo. O jovenzinho de oito anos, longos cabelos ruivos e belos olhos azuis, como os da mãe, estava bastante animado, apesar de não entender direito todos os motivos da marcha, gostava da idéia de estar ajudando seu pai a libertar sua nação.

Gerald ia dizer algo para seu filho, quando foi interrompido por gritos de pessoas na passeata. Eles diziam que jovens tinham atacado a barricada do exercito, e este por sua vez tinha reagido violentamente. Aos poucos as pessoas começavam a agir mais temerosas, as lembranças da resolução da passeata de 69 ainda ardia em suas mentes.

Gerald afastou-se de sua família, tentava acalmar e reaver a uniformidade da marcha, quando um tiro foi ouvido. O desespero aumentou, as pessoas corriam tentando se proteger de outros possíveis tiros.
Tropas do exercito britânico começavam a surgir, até mesmo pára-quedista caiam no solo, armados, prontos para a ação. A multidão por um breve momento relaxou, acreditou que eles estariam ali para protegê-los.
A tranqüilidade durou pouco, eles começaram a atirar contra a multidão desarmada.

Gerald ficou atônito frente aquele abuso. Seus olhos não acreditavam no que viam, e suas pernas não respondiam direito aos seus comandos. Por instinto ele correu até uma das vitimas que caia próximo a um soldado.

Ele nunca chegou até ela.

Recebeu um tiro que atravessou seu peito, estava morto antes de bater contra o chão frio.
Hanya tentava se proteger com o filho, que chorava até ver o pai cair. Ele gritou, fazendo a mãe se voltar. A mulher parou por uns instantes, colocando o filho fortemente contra o peito, tentando impedir que ele visse mais da chacina que estava acontecendo.

O jovem Sean pode sentir a mãe correr, podia ouvir seu coração bater como se fosse explodir, ouvia o grito da multidão emudecido pelas explosões das armas, sua cabeça girava por causa do cheiro de sangue, pólvora e lágrimas.

Ele sentiu o chão repentinamente, rolou com o impacto. Com esforço ergueu a cabeça, vendo a mãe caída em frente a ele. Engatilhou até ela, parando ao seu lado, segurando sua mão. Via sua vida escorrer por um buraco em meio a suas costas e não podia fazer nada. Olhou para os lados, queria ajuda, queria que um dos adultos ali o protegesse e levantasse sua mãe, porém, apenas via homens e mulheres correndo, e muitos outros caindo frente aos tiros dos soldados.

Não entendia por que soldados atiravam contra eles, já que sua função era protegê-los, não entendia por que eles lhe tiraram seu pai, muito menos sua mãe, e muito menos entendia aquilo que crescia dentro dele, se mesclando ao medo, que mais a frente alguns chamariam de ódio.

Depois eles pararam de atirar, homens choravam como crianças, enquanto Sean não tinha mais lágrimas, apenas estava sentado ao lado da mãe, segurando fortemente sua mão.

Demorou alguns minutos até alguém com intuito de socorro chegasse, e mais alguns para irem até o jovenzinho. Com esforço um pára-médico conseguiu separá-lo do corpo da mãe.

Fraternalmente ele tentava acalmar o garoto, que se mantinha atônito a todos aqueles acontecimentos. Agia como um boneco, sendo manuseado pelo pára-médico, que o examinava habilmente.

- Malditos ingleses, como podem acabar com a vida de pessoas assim, como podem fazer isso com uma criança?! - perguntou choroso o médico, enquanto olhava a cena sinistra.

Aquelas palavras repetiram-se milhares de vezes na cabeça do jovem, até os dias de sua morte, como uma oração interminável.

Estenderam-se alguns dias até o jovem Sean ser descoberto por parentes, e durante esses dias ele não falava muito, e o que falava geralmente não tinha muito nexo, dormia apenas sobre efeito de medicamento, seus olhos se tornaram acinzentados e ele definhava aos poucos.

Seu avô paterno decidiu seguir o que dizia o testamento do filho, levando o neto com ele para o Eire, onde se tornaria responsável pela sua educação.

Porém, o mais importante que o garoto poderia aprender, a única lição que ele usaria para guiar toda sua vida, tinha sido aprendido no fatídico dia que recebera o nome de Domingo Sangrento.
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

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Mensagempor Lobo_Branco em 15 Dez 2007, 12:47

28/06/1976, Cork - República da Irlanda (Eire).

O jovem Sean retornava para casa, chutando pequenas pedras que encontrava pelo caminho. Tinha ido até a vila próxima para comprar algumas coisas para Anna, a governanta, e acabou se envolvendo em uma briga com alguns valentões no caminho.

Trouxe além dos temperos, um nariz sangrando, um joelho ralado e um olho roxo, porém, menos ferimentos que os valentões. Sozinho conseguiu colocar três garotos mais velhos para correr.

Não tinha medo de entrar em uma briga, e quando o fazia, coisa freqüente, batia para machucar, em pontos sensíveis, assim como não tinha medo de utilizar artifícios para machucar mais ainda o oponente, como, bastões e pedras.

Sabia que iria ouvir muito do seu avô, que possivelmente iria levar uma surra, dormir no celeiro e ficar o resto da semana cuidando das ovelhas, ou ser responsável por arrumar aquele velho castelo caindo aos pedaços.

Não conseguia entender por que o velho mantinha o castelo se não dava nenhum tipo de assistência ao mesmo. Podia reformá-lo, deixá-lo agradável de morar, um belo símbolo da grandiosidade dos O’Falloein, mas não, ele o deixava abandonado, em meio a infiltrações e ratos.

Passou pela porteira, diminuiu os passos, demorando o triplo do tempo que faria para chegar até a porta do lugar que chamava de lar.

Lá estava o velho de olhos verdes, longos cabelos e barbas. Lembrava um velho mago de contos de fadas, ou um hippie calvo. Trajando uma camisa de linho suja de terra e o saiote típico, tinha sua gaita-de-foles segura nas mãos.

Seus olhos, nada amistosos, caíram sobre o jovem que se aproximava com um sorriso sem graça no rosto.

- Não me importo com tuas aventuras e desventuras pelos caminhos, Sean. Pouco me interessa se você chega até minha soleira com as pernas quebradas, ou cego, porém, não posso admitir, que vás contra as regras impostas por mim, a autoridade máxima de todos esses campos até a ponte de Briggvalle. Já te disse uma vez meu jovem, nessa casa há regras e uma hierarquia, se não é capaz de obedecelas, fale e te mandarei para a família de sua mãe na Escócia. - disse gravemente o velho, em gaélico irlandês.

Sean encolheu a cabeça nos ombros, sem ousar olhar o avô. Seus olhos por um longo momento caíram sobre o foles, fazendo o garoto bater fortemente contra a cabeça com a palma da mão.

- Desculpe-me vovô, a confusão na cidade me fez esquecer da minha aula! Apenas entregarei as compras a Anna, me lavarei e já lhe encontrarei na Rocha! - respondeu suplicante o garoto, também em gaélico.

O avô o olhou de cima, sorrindo logo em seguida.

- Vá logo garoto. Quando voltar traga meu cachimbo e meu fumo. - disse o velho indo à direção do local que ministrava as aulas ao garoto.

Sean correu por dentro do castelo, deixando as coisas com a governanta, que não mais se surpreendia com as escoriações do garoto. Aos pulos ele tirou as roupas sujas, encheu uma bacia de água, na qual limpou os ferimentos, vestindo uns shorts e uma camiseta, correndo logo em seguida para fora do castelo. Não sem antes pegar o fumo e cachimbo do avô.

Eles tocaram por todo o fim de tarde até a noite alta. No fim estavam sentados sobre o pequeno morro, olhando o vento noturno varrer os campos à frente.

O velho fumava, olhando o jovem, vez ou outra que não desviava os olhos de uma cerca viva próxima.

- Porque brigou dessa vez, Seanny? - perguntou o velho em meio a uma tragada.

Sean o olhou, sorrindo:

- Eles te xingaram de louco, e disse que parentes de loucos deviam pagar a eles. E foi isso que eu fiz vovô, paguei a eles de uma forma que aqueles viadinhos, nunca irão esquecer.

O velho sorriu, fazendo um cafuné no neto, de forma a deixar seus cabelos todos despenteados.
- Vovô, você sabia que o velho Dolley vai vender seu armazém para uns ingleses? - havia certa raiva incontida na voz de Sean quando ele pronunciava essas palavras.

- Ouvi dizer Sean, parece que a filha do velho está prenha, e ele vai morar com ela em Baltimore. Os ingleses fizeram uma boa oferta. - disse o velho com indiferença.

Sean olhou o avô, voltando suas atenções às estrelas depois.

- Será uma bela escrotidão do velho se ele o fizer. Estará jogando uma bela amizade fora, além de estar colaborando com a degradação daquela cidadezinha.

O velho encarou Sean, vendo seus olhos ficarem marejados e ele corar um pouco, ao tentar controlar seus sentimentos.

- Não acho que ele considere você uma amizade tão boa Seanny. - disse cinicamente o velho, dando mais uma tragada - Mas você não deveria pensar tanto nisso, não faz bem aos seus nervos.
Com certo esforço o velho levantou-se, batendo o pó de sua bunda.

- Vamos Sean, já está tarde, e logo pela manhã você irá levar as ovelhas para pastar.
Sean concordou com a cabeça, levantando-se.

Por todo o caminho eles seguiram silenciosos, até próximos a chegada do castelo, quando Sean parou, olhando o mesmo.

- Vovô, a muito venho pensando em pedir isso, o senhor poderia me ensinar a atirar? - a voz do garoto tinha um tom sinistro.

- Eu já o fiz Sean. - disse melancolicamente o velho.

- Sim, mas agora quero algo mais sério, aprender a mirar, ser paciente, acertar uma águia em meio ao seu ataque a um coelho. Quero me tornar um caçador vovô, eu preciso me tornar um caçador. - a voz do garoto se tornava aos poucos mais chorosa, e ele já se esforçava para sufocar os soluços.

O velho suspirou longamente, passando a mão pelo rosto, apertando os olhos com o polegar e o indicador. Voltou a andar em direção a casa, enquanto Sean ficava parado, de cabeça baixa.

- Nesse fim de semana veremos o que podemos fazer sobre isso Sean. Porém, você aprender a atirar só irá aumentar suas responsabilidades para com o mundo.
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

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Mensagempor Pablo3 em 15 Dez 2007, 16:09

Um conto muito bom Lobo. Há alguma diferença desse para aquele da Spell Forever ou é só "Vale a Pena Ler de Novo" ?
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Mensagempor Lobo_Branco em 15 Dez 2007, 20:26

Devo adicionar mais fatos referentes a vida dele, e fazer um novo final. Mas nenhuma das duas coisas são certezas, apesar d'eu estar afim de faze-los.

Abraços!
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Mensagempor Malkavengrel em 16 Dez 2007, 00:00

Muito Bom Lobo,

Não cheguei a lê-lo ainda, se eu conseguir eu devo acompanha-lo até o final.
Bom espero mais capitulos.

Abraço,
Malka.
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Mensagempor Lobo_Branco em 16 Dez 2007, 12:00

28/01/1977, Cork - Eire.

Deitado no chão úmido atrás do celeiro, Sean observava atento à lata a mais ou menos vinte metros dele. Utilizava a mira da espingarda para focalizar sua vista, bem o meio da lata, ou onde ele imaginava ser o meio da lata.

Segurava com firmeza a arma, como seu avô o ensinara um ano antes. Desde a primeira aula não ficou um dia sem dar ao menos um tiro, sem tentar ao menos raspar uma das muitas latas.

Nesse tempo ele podia já ser chamado de um bom atirador.

Mirou por mais alguns segundos, deixando um sorriso brotar em seu rosto, apertou o gatilho, fazendo o barulho do tiro romper pelos seus ouvidos, enchendo o ar com cheiro de pólvora e ozônio. Barulho e cheiros que ele conhecia bem, e que estavam com ele todas as noites em seus pesadelos.

Há vinte metros a lata rodopiou no ar, caindo a metros de distância.

Sean levantava-se preguiçosamente, sorrindo. Sentara sobre os calcanhares, com a espingarda no colo, preparando para carregá-la mais uma vez.

- Foi um ótimo tiro Seanny. - disse um homem gordinho que se aproximava. Tinha mais ou menos seus 40 anos, usando um chapéu de coco, paletó e calça de linho. Seus olhos pequeninos escondidos atrás de uns óculos redondos, nariz arredondado e um bigodinho acima do lábio.

Sean o olhara surpreso, o vendo se aproximar silenciosamente. Sorriu para o tio.

- Venho praticando há um bom tempo, tio Angus. - respondeu o garoto em gaélico, a língua que sempre usara desde a morte dos pais.

O homem o olhou pensativo, depois sorriu.

- Não sei por que você, papai, ou seu pai evitam tanto falar no bom e velho inglês. Caralho, eu sempre tenho que me matar p/ traduzir as coisas que vocês dizem. - sorriu o homem, respondendo em inglês.

- Porque somos nacionalistas! - afirmou o garoto em um tom sério.

Angus sorriu, parando ao lado do garoto, pedindo a arma. Sean terminou de carregá-la, entregando logo em seguida.

- Você acha que acertou em cheio? - indagou o adulto, fazendo mira em uma das outras latas empilheiradas.
Sean deu de ombros, ficando em pé ao lado do tio.

- Não sei, espero que sim. Porém, ainda tem mais oito tiros, antes d’eu ir ver os resultados. Depois tenho que estudar as lições que vovô me passou. - disse o jovem - sempre utilizando o gaélico - já esperando o tio devolver a arma.

O tio olhou para ele de canto de olho, sorrindo.

- Vamos fazer uma aposta Seanny, eu dou dois tiros, você os outros seis, comparamos a distância com o meio, caso eu ganhe, ou seja, me aproxime mais do meio, você vai me explicar umas coisas, caso contrario você pode me pedir qualquer coisa.

Sean olhou sério a ele, sabia que ele iria querer saber do incidente da semana passada que todos da vila falavam. E todos especulavam que tinha sido culpa dele, desde a chegada do tio na noite anterior imaginara que era esse o motivo dele estar ali.

- Certo tio. - concordou dando de ombros, sentando mais uma vez, logo em seguida.

Angus mirou por alguns minutos, atirando logo em seguida. Repetiu o mesmo procedimento, fazendo a segunda lata voar com a mesma tenacidade que a primeira.

Entregou a arma ao sobrinho, com um sorriso vitorioso estampado na face. Sean a pegou, deitando mais uma vez no chão. Por longos minutos ele se manteve deitado, mirando as latas. Para cada tiro que ele dava, aumentava o tempo que usava para mirar. Após o sexto tiro, seu tio já se encontrava sentado também, olhando sua forma de atirar.

- O que diabos você é Seanny, um atirador de elite? - brincou o homem, passando a mão pelo cabelo do garoto.

Eles se levantaram, caminhando até a cerca.

- Bem, eu uso latas diferentes tio Angus, então não poderemos confundir. - ele disse enquanto caminhava, com as mãos atrás da cabeça. - Faço isso para saber em quais tiros eu agi corretamente e então poder fazer só assim.

Eles observaram as latas, medindo a distancia dos furos do meio. Sean tinha acertado uma no meio exato, ganhando assim a aposta.

Angus surpreendeu-se, nunca imaginou que após 20 anos na policia de Belfast, encontraria um garoto de 13 anos atirando melhor do que ele.

- Bem tio, como recompensa, quero a sua “Smith & Wesson®” cromada, com cabo reforçado. - sorriu Sean, pegando as latas.

Angus concordou um tanto desapontado, dizendo que mesmo assim ainda queria conversar com Sean. Apesar da conversa, nem ele nem o avô do menino nunca souberam se ele teve alguma relação com o “acidente” que a filha mais jovem do inglês se envolvera.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 16 Dez 2007, 12:33

E ele teve culpa do "acidente"?
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Mensagempor Lobo_Branco em 18 Dez 2007, 18:52

Sim. Não foi algo arquitetado, porém, foi algo que ele fez.

Para compensar a falta ontem, posto dois hj.

Abraços!

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21/11/1978, Cork – Eire

Sean estava sentado na mesa com seu avô, sem entender direito o que ele acabara de ouvir.

- Não entendo vovô, por que eu tenho que ir morar com o tio Angus ano que vem?

- Por que eu não posso te ensinar particularmente o que você poderia aprender num colégio. E seu pai queria que você estudasse lá! - disse autoritariamente o velho.

- Sim, mas porque com o tio Angus? - reclamou mais uma vez Sean.

- Assim você se mantém na linha, Ruivo. Se eu te mandar morar com Ronald, você em dois tempos está explodindo coisas!

Sean bufara e esperneara, porém, seu avô fora irredutível. Estudaria num colégio de riquinhos, com garotos mimados que gostariam de beijar a bunda da rainha e dar a própria bunda ao primeiro ministro inglês.
No fim iria aceitar aquilo como aceitava tudo que o avô dizia, ainda mais quando ele dizia ser uma vontade dos pais.

Subiu correndo as escadas, entrando em seu quarto. Com força abriu a gaveta de seu criado-mudo, arremessando-a contra a parede, quebrando a gaveta. Em meio aos papeis, encontrou a carta que seus pais haviam escrito a ele quando ele tinha cinco anos, caso algo acontecesse a eles.

Encarou o envelope amarelado por um longo tempo. A carta ainda estava lacrada, intacta. Respirou fundo, pensou em abri-la, mas desistiu.

A colocou sobre a cômoda, tremendo. Deitou-se na cama, com o rosto escondido entre as mãos, se pondo a chorar.

Como sentia falta dos braços acolhedores dos pais.


15/10/1991, Londres - Reino Unido


Um homem envolto em uma capa de chuva observava alguns garotos jogando futebol num campo abaixo. Apesar de ser a final de um campeonato dos filhos de um clube da aristocracia britânica, a arquibancada estava vazia. A chuva que caia amedrontou muito dos pais para assistir de tão perto, fazendo com que, se assim desejassem, sentassem afastados do campo.

O homem na capa de chuva estava isolado, apático ao jogo, apesar de observar com tenacidade os jogadores e um dos técnicos; o filho do lorde Woodyburg, um figurão, general “aposentado”, conservador com forte influência nas políticas do decadente império britânico.

Deu intervalo do primeiro tempo, os jogadores e técnico se reuniram para discutir as táticas da partida. Garotos felizes de em torno de nove anos, e seu técnico um jovem de futuro promissor na política.

O homem na capa observava a tudo, atento. Seus olhos azuis acinzentados inexpressivos, seus longos cabelos ruivos caindo pela face, sua barba cheia. Ele olhou para o relógio, pela vigésima vez nos últimos dez minutos.

Dois homens com uniforme de zelador se aproximaram dele. Um loiro, acima do peso, com cabelos presos num rabo de cavalo e longas costeletas, olhos verdes e pele avermelhada, o outro forte, careca, de bigode, com o rosto um pouco preocupado, carregando uma sacola.

Eles sentaram-se ao lado do homem de capa.

-Vocês demoraram, já estava pensando que tinham desistido. - sussurrou o mesmo em gaélico irlandês.

- Foi difícil conseguir fazê-lo, parecia que a garota não iria sair da maldita aula nunca! - reclamou o careca, também em gaélico.

- Ei caras, vamos mesmo continuar com isso?- sussurrou o gordo.

O careca olhou para ele, com um olhar dizendo que ele estava fazendo a coisa certa ao perguntar isso. Não que ele gostasse dos ingleses, mas aquela represália seria uma tanto exacerbada, pioraria tudo.

- Sim, temos que mostrar que as coisas não podem ser como eles querem. Estávamos quietos, eram as malditas férias de MacKorny. - disse o ruivo com uma voz fria. - Vocês prepararam o “bilhete”?

O gordo engoliu em seco, concordando.

- Então vão. - mandou secamente o ruivo.
Eles partiram, caminhando em direção a saída do campo. Antes de sair, o careca deixou a sacola ao lado do homem na capa de chuva.

- Sabe Sean, são apenas crianças. - ele disse temeroso.

O homem apenas o olhou de canto de olho, voltando a observar o fim da reunião do time logo em seguida.

O careca afastou-se, evitando olhar para trás.

- Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos. - sussurrou sinistramente o ruivo, que deixava uma lágrima furtiva escapar de seus olhos, se misturando as gotas de chuva que escorriam pelo seu rosto.

Quando estavam em meio a seu grito de guerra o time foi atingido por uma explosão repentina vinda de dentro do tonel de energético.

Cinco dos garotos morreram na hora, outros três ainda viveram para ver seus órgãos fora do corpo, os outros sobreviveram com ferimentos graves. O técnico teve o rosto desfigurado, e um estilhaço atravessou seu estômago, atingindo sua coluna, o deixando confinado a uma cadeira de rodas até o fim de seus dias.
Em meio à correria e confusão após a explosão, o ruivo conseguiu sair do clube, encontrando-se com seus parceiros a alguns quarteirões do local.

No local onde estava sentado, tinha um jornal, seguro por uma pedra, com a manchete sublinhada em vermelho; “Assalto tático do grupo anti terrorista do exercito, resulta na morte de quatro possíveis agentes do IRA. Renomado gen. Lorde Woodyburg comenta ação, pág 6”. Abaixo da manchete, ainda em vermelho havia escrito: “Olho por olho” em gaélico.

A policia descobriria que a tinta era na verdade sangue, de uma das filhas do lorde Woodyburg, que seria encontrada semanas depois, na costa da Inglaterra que era banhada pelo mar da Irlanda, sem muitas escoriações, apesar de dizer que os homens que a mantiveram sob cativeiro, dia nenhum deixou de ameaçá-la.
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Mensagempor Dahak em 27 Dez 2007, 23:56

Céus!
Antes de mais nada, que tal me ensinar vagarosamente como se fala esse nome bonito?
hauahauahaua

Tem cara de uma pronúncia super imponente, empostada :P


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Mensagempor Lobo_Branco em 11 Jan 2008, 17:53

Infelizmente não sei colocar aqui a fonética do título para esclarecer sua duvida meu querido. Porém tenho uma oração em gaélico irlandês, caso lhe interesse depois eu lhe passo a mesma. Dai dá p/ ter uma idéia. rs

Particularmente eu a acho uma bela língua.

Bem, voltando a programação normal...rs

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30/01/1994, Belfast – Ulster

A neve caia lentamente por sobre um dos bairros católicos da capital irlandesa. À frente de uma bela casa, a muito fechada, Sean bebia demasiadamente. Ao seu redor havia varias garrafas de uísque e cerveja, e ele esgotava a ultima em sua mão.

Alguns vizinhos apareceram para olhar, porém, evitavam falar algo com o ruivo. Alguns ali o conheciam de anos atrás, e outros conheciam seus pais. Sabiam que ali Sean não faria mal a ninguém naquele estado, apenas a ele mesmo.

Tentou levantar-se, escorregando no chão úmido, caindo de bunda na calçada. Pensou em xingar, porém, começou a rir descontroladamente.

Virou a última garrafa, deitando logo em seguida, em pouco tempo estava dormindo, como um vagabundo.

Sean nunca soube quanto tempo realmente dormiu naquele dia, mas foi acordado por fortes chutes em seu braço. Não tinham força suficiente para realmente machucar, mas incomodavam o bastante.

Abriu os olhos, ainda grogue, vendo uma bela loira olhando para ele, sorrindo de uma forma sincera, um sorriso que há anos ele não via. O ruivo sorriu de volta, virando e voltando a dormir.

Depois, ainda bêbado, entre a consciência e a inconsciência ele foi levado até o hotel onde a jovem estava. Dormiu no sofá por todo o resto daquele dia, e boa parte do outro.

Acordou assustado sem saber onde estava nem como tinha chegado lá. Olhou pela janela, reconhecendo onde estava, já tinha usado aquele apart-hotel no passado. Vasculhou o apartamento, onde achou a bela loira dormindo na cama.

Sean sorriu, indo para o banheiro logo depois. Tomou uma ducha quente e pediu um café reforçado na recepção.

Ficou sentado no chão, apenas de calças, observando a jovem dormir. A tinha gravado em cada fibra de seu ser, por mais que negasse isso, ou por mais que isso o irritasse.

Estar com ela era um conflito de sentimentos, a amava e sabia disso, porém não devia.

Ela acordou lentamente, se espreguiçando como graciosidade de um felino. Manteve-se deitada, com os olhos cerrados, encarando Sean.

- Quando voltou à Irlanda, Sinéad? - disse Sean com um forte sotaque gaélico.

- Voltei há uns dois dias Sean. - respondeu a mulher, sentando-se sobre a cama. Seus olhos eram verdes claros, seus longos cabelos ondulados de um loiro como o trigo, sua pele alva com algumas sardas. Pescoço fino e longo, um belo corpo, apesar de magro. Estava vestida apenas com uma fina camiseta branca, com um leprechaun na estampa e de calcinha, com a coberta escondendo parte de suas ancas e pernas. - Estava atrás de você, sorte que eu, e não a policia te encontrou largado na rua como um vagabundo.

Sean sorriu, balançando negativamente a cabeça.

- Sinceramente não sei o que te traz de volta a Irlanda, Sinéad - bufou o ruivo. - Pensava que tinha encontrado seu igual entre os ingleses.

A bela dama sorriu com o comentário de Sean, um sorriso forçado e triste, sem o brilho de outrora. Ela não conseguia evitar se entristecer com esses comentários dele.

- Vim por que não havia muito mais que a Inglaterra pudesse me oferecer Seanny. Por que tenho amigos nessa ilha, apesar de tudo. E como eu sempre te disse, eu não tenho iguais na Inglaterra, sou Escocesa!

Sean levantou, dando de ombros, indo à direção a sala.

- Bem, espero que aproveite sua estadia.

Ele caminhou até o sofá, onde começou a vestir sua roupa, a loira logo veio atrás, parando à porta do quarto, envolta no lençol.

- Não sentiu minha falta Seanny? - perguntou manhosamente Sinéad, encostada ao vão da porta, mordendo levemente os lábios inferiores.

Sem olhar para ela, Sean balançou negativamente a cabeça.

- Você tinha feito sua escolha, não havia muito que eu pudesse fazer que não fosse esquecer. Isso fez bem a você, como posso ver, assim como fez bem a mim. Tocamos nossas vidas como podíamos, ou seja, da melhor forma possível. _ ele respirou fundo, olhando a jovem - Nem eu atrapalhei seus planos, nem você aos meus.

Ela respirou fundo, deslizando pelo vão, sem tirar os olhos dele.

- Menos quando você ou um dos seus amigos explodia algo ou alguém em Londres. Ai era uma boa época de terror, mas tudo bem.

- Não me diga sobre terror, Sinéad, você não faz a menor idéia do que seja isso. - disse friamente, Sean, levantando-se.

- Pensei que você iria esperar por mim. – suspirou tristemente a loira.

- Esse tipo de baboseira só existe em filmes, Sinéad, apenas em filmes.

Ela o encarou e ele a ela por um grande momento, ela levantando-se, com olhar de pesar.

- Eu senti sua falta Sean, desde a despedida naquela tarde. Senti saudades de seus discursos sobre opressão, de seu temperamento demoníaco, de suas carícias únicas. Por que você nunca foi atrás de mim? Porque não me tirou de lá?

Sean suspirou, olhando a loira, sentia seu coração mais forte, vontade de tê-la para si mais uma vez, porém ela era passado.

- Por que você nunca quis realmente ficar aqui. È por isso que fugimos. Aquilo tudo foi passado, coisa de garotos. - sorriu ele, mesmo não querendo sorrir.

Ela abaixou a cabeça, e Sean partiu.

- Mas agora eu quero. - sussurrou ela ao ouvir a porta batendo.
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

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Mensagempor Dahak em 23 Jan 2008, 18:58

Opa, super aceito conher gaélico!
hauahauahauaha

Vamos aos comentários...

Acho que mais uma vez você mostrou ser um bom bardo, daqueles que faz uma fogueira, se senta e começa a contar histórias que o povo conta. Daquelas trazidas com muita sabedoria.

O clima dos seus escritos são bem bacanas nesse sentido. E aqui não é diferente.

Tenho duas críticas, no entanto. A primeira fica por conta de uns acentos que faltam, outros trocados e, de forma geral, um cuidadozinho maior com sinais gráficos, pontuação e etc. Coisas que facilitam bastante a leitrua.

A outra crítica se refere ao fato de que o conto soa como um que quer abraçar muitas coisas, que intenta ser bastante abrangente, ao menos é impressão que sempre me passa.
Fazendo uma analogia, são como filmes do Martin Scorsese, não sei se já mos viu. São ótimos filmes. Excelentes, por sinal. Figuram sempre entre meus favoritos. Mas de um modo geral, eles são sempre muito pretensiosos, e não digo isso como algo ruim, mas ele sempre tenta soar épico, ou grandioso, ou daqueles que abraça o mundo, de forma que, se por um lado isso eleva o filmes dele a um outro patamar, por outro, pode ser o calcanhar de Áquiles.

O que quero dizer com tamanha divagação? Que ás vezes um voto na simplicidade (e não digo falta de incrementos ou pouca qualidade, tem mais um sentido de "acessibilidade" mesmo) pode render bons frutos. No caso do Martin, rendeu-lhe um Oscar ;)

Espero ter podido ajudar.
Abração!


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Mensagempor Lady Draconnasti em 29 Jan 2008, 19:28

Kiba, cadê o resto?!
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Mensagempor Lobo_Branco em 30 Jan 2008, 01:30

A caminho..deixa o carnaval passar, eu tentar colocar minha vida nos eixos q volto com tudo..prometo!!!
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Mensagempor Lady Draconnasti em 30 Jan 2008, 17:39

Isso vai demorar... XD
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Mensagempor Lobo_Branco em 30 Jan 2008, 17:56

hahahaha..nem tanto, nem tanto..rs
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