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Mensagempor Salver Mãoleve em 09 Dez 2007, 11:48

Esse é um conto escrevi faz mais de um ano par aum concurso que não se realizou =P, mas esperoq ue vcs gostem. Tá aí!




Nova Terra

Emanuel Braga Ferreira


Há muito tempo já estava sendo avisado sobre o fato que iria acontecer em breve, todo mundo já foi alarmado. As maiores potências finalmente se encontraram no mesmo patamar dos países menos desenvolvidos, não havia nenhum privilegiado com a situação que estava para ocorrer. O impacto de tal notícia abalou tudo e a todos, pois nenhum lugar estaria a salvo do meteoro. Ele vinha em direção a Terra, seu tamanho não importava, já que seu impacto causaria a total destruição de toda a humanidade, uma nuvem tóxica cobriria toda a superfície e não teríamos contato com a luz solar por milhares de anos. Nós estávamos na véspera do dia final.

A colisão da rocha espacial estava marcada para a madrugada do dia seguinte ou no meio de uma manhã no outro lado do mundo. Se aqui existiam pessoas que viviam em prol de si mesmas, hoje este tipo de pessoa não existe mais. Eu me acordei na manhã da véspera, eram sete horas da matina. Tomei um banho e fui degustar o café da manhã, o ultimo café de minha vida. Eu morava com meus pais e alguns irmãos, alguns deles tinham vindo pra cá para não morrerem sozinhos sem seus parentes. Trouxeram suas famílias e todos estavam acomodados nos quartos da grande casa. Meu pai ainda tentava consertar uma máquina velha que tinha no quintal, ele pelo menos queria terminar aquilo antes que o mundo acabasse. Já minha mãe se recolheu no quarto há mais de uma semana, ela tinha acabado de sair de seu trabalho e decidiu descansar de sua dura e intensiva vida de trabalho. Uma pena que ela não vai poder desfrutar de nenhuma viagem ou passeio que costumava planejar para suas férias. Seu descanso agora seria um descanso muito maior que descanso físico que estamos acostumados a ter no final do dia de trabalho. Seu descanso agora seria o descanso eterno prometido por muitas religiões.

No meio de toda aquela situação se encontrava eu: Jânio. Já sou um homem feito e voltei pra casa há pouco tempo, tinha me divorciado do casamento de dois anos e voltei a morar com meus pais. Eles me acolheram com muito amor e carinho, a casa cabia bastante gente e todos colaboravam para que tivéssemos comida todo o santo dia na mesa. Engraçado é que minha família nunca foi muito unida, desde cedo nó não ligávamos muito para a vida de cada membro daquela casa, prematuramente abandonávamos nossos lares e íamos viver no mundo. Não costumávamos dar noticias sobre nossas vidas, só tínhamos contato no final de ano quando todo mundo se reunia. Eu fui o ultimo a deixar o lar, mas fui o que mais depressa retornou.

Todos ficavam a maior parte do tempo calados e pensativos, alguns buscavam alguma atividade para se distrair. Eu fui assistir televisão, não tinha outro meio de comunicação que pudesse mostrar a situação do mundo atual, é impressionante como uma rocha que flutua no infinito pode mudar muito o jeito das pessoas. As redes de comunicação quase estavam todas fora do ar, e as que continuavam a persistir em transmitir alguma coisa mostravam imagens sobre as lindas paisagens de nosso mundo e passavam mensagens de paz para a humanidade. Algumas notícias ainda circulavam nas ondas televisivas, a maioria era coisa já ultrapassada, como o perdão da divida externa dos países de primeiro mundo e a quebra de fronteiras entre países que tinha rivalidades constantes. Pessoas de todo o globo se uniam para dar conforto às nações mais necessitadas para que estas não parecessem vivendo na miséria que as afligiam. Algumas religiões tiveram seus devotos aumentados em até 100%, o que mais impressionava é que de todas as inúmeras religiões que tinham seus atritos de muitos anos, tiveram todas as suas divergências suprimidas devido à rocha que vinha do espaço. Esta agora não era à hora para brigarem entre si, buscaram o conforto a aceitação de que o dia prometido havia chegado e que ele não era cheio de glória como diziam as escrituras sagradas das religiões, aquele era o dia mais terrível de toda a espécie humana. Não iriam ter amanhã, não iriam ter sol, não existira ar, não existira vida, só escuridão. O acolhimento humano veio à tona com o surgimento da rocha do espaço, desde o dia da confirmação de sua vinda, as pessoas já não eram diferentes entre si. Não existia mais preconceito racial ou bairrismo, todos eram de agora em diante seres humanos que aceitavam suas diferenças e sua sina.

Diziam que era Utopia, mas aconteceu de que todos estavam unidos para o dia em que toda a humanidade deixaria de existir. Já tinha me enjoado de ver a mesma coisa na TV, então busquei outra distração. Olhei pela janela e vi toda uma cidade parada no tempo, não havia sequer uma alma viva andando pelas ruas. Alguns carros e motos ainda passavam só para quebrar a monotonia que se encontrava a minha cidade, e olhe que ela já foi muito barulhenta. Lembro-me bem que há poucos dias atrás o burburinho do povo andando nas calçadas aliado as buzinas a motores das motos e carros era a característica principal de nossa cidade, quem vinha visitá-la sempre voltava com lembrança da barulheira infernal que sempre foi esta cidade. Hoje em dia só ouço os pássaros passarem voando pela minha janela, algum transeunte que passar gritando alguma coisa ou lamentando de sua vida que não ia ser muito bem aproveitada. Mas o mais estranho é que eu continuava calmo, este não era um dia diferente para mim, ele continuava sendo mais um dia normal como foram todos os dias de minha vida. Minha tranqüilidade, para falar a verdade, me assustava. Porém, não fiquei preso às mentes das pessoas que tinham medo de sair de casa, fui dá uma volta pela minha cidade.

Andando pelas ruas da cidade, vi que ela fica realmente linda quando tudo está calmo. Andei até uma esquina perto de um barzinho que no momento estava fechado com uma placa escrita com os seguintes dizeres: “Reabri-mos no Inferno”. Que coisa de mau gosto, olhei e cuspi em cima da placa. Fiquei mais um tempo naquele local e lembrei de quando era mais jovem, aquela esquina ficava no caminho da minha escola para minha casa. Era neste ponto que aquele sem-vergonha do Ricardo levava as minhas paqueras, aquele imoral tinha um moto toda bonitona que as meninas adoravam passear, ele não fazia nada que prestava na vida e ainda por cima se dava bem com as garotas. Eu comecei a detestar ele de verdade, quando no dia em que ia me declarar para o grande amor de minha vida, ele veio e a levou em sua garupa. Aquilo me deu uma raiva misturada com inveja e desde então busquei trabalhar duro pra comprar uma moto muito mais bonita que a dele. Desistir logo quando vi o preço da que ele usava era uma coisa transcendental demais para que eu possuísse, comprei um motinha bem relé e vivi o resto da minha vida em paz. Só gostaria de saber onde aquele maldito estava.

Mas não é que quando falamos do diabo ele sempre aparece? Ricardo surgiu na esquina com sua moto ultra-mente linda, ele me reconheceu e parou na minha frente. – “Olá Jânio! Há quanto tempo eu não lhe vejo.” - disse ele. –“ Oh, sim. Como é que tem ido Ricardo? Muita gatinha desde o tempo do colégio?” - eu perguntei. – “Cara aquilo nada de futuro me deu, eu não soube aproveitar a vida muito bem. Só tive muitas aventuras e nunca me apaixonei de verdade por nenhuma daquelas mulheres que eu levei na garupa. E quando quis ter um relacionamento mais sério com alguém já era tarde, minha fama de pegador não deixou que me apegasse a alguém com segurança, todas elas se afastavam de mim com medo. Só me sobraram as que não queria nada com nada, tudo culpa dessa maldita moto que atraia diversas dessas garotinhas!” – Falou Ricardo num tom arrependido, até eu mesmo estava assustado com tudo aquilo.

- “Agora que o mundo vai acabar eu vou viver o resto da eternidade sozinho como eu sempre vivi, não quero esperar até o meteoro cair. Olhe Jânio, me desculpe por tudo que fiz de mal para você. Eu sei muito bem que por muitas vezes te deixei na mão, mas agora eu quero me desculpar de tudo isso. Tome, fique com a minha moto, ela não será mais útil para mim nesta vida” - disse ele e me entregou as chaves da moto. Depois disso ele saiu correndo em direção a estrada, fiquei parado olhando. Vi no outro lado da rua um carro vir em alta velocidade, imaginei o iria ocorrer e logo minha imaginação se tornou realidade: Ricardo foi atropelado em cheio pelo carro. Corri até se corpo para ver se ainda continuava vivo, o que vi foi um cadáver extremamente deformado pelo golpe, foi a coisa mais horrorosa que tinha visto em toda a minha vida. Eu desejava nunca morrer atropelado depois de ver aquilo, mas isso nem adiantava mais, íamos todos morrer dentro de poucas horas. E eu tinha a moto dos meus sonhos, porém só teria a tarde e a noite para curtir a vida com ela, quanto lucro...

Passeei a maior parte da tarde de moto e pude observar outros locais de minha cidade, os hospitais estavam fechados, a algumas casas tinha gente bebendo até cair pra não sentir a queda da rocha do espaço, em outras residências havia muitas pessoas orando pelo perdão de seus pecados, em certos locais se podiam ver alguma depravação dos habitantes, mas o que mais me chamava a atenção é que não existia mais o comércio na cidade. A maioria dos grandes comerciantes procurou descobrir quem eram as pessoas mais necessitadas e passaram a doar suas mercadorias para estas pessoas, elas pelo menos teriam uma morte mais confortável e não se sentiriam mais abandonados pelos outros.

Outros casos eram das famílias que se perdoavam as faltas cometidas pelos filhos e pais, havia reconciliação em vários pontos da cidade. Até mesmo os presidiários foram perdoados, estes pobres seres que não tinham outro modo de viver a não ser o roubo, buscavam agora a rendição de suas faltas. Era um tempo de paz nunca até hoje imaginada, até em casa meu pai tinha me pedido perdão por não ter me ensinado algumas coisas e não ter me ouvido em certas ocasiões, eu nem ligava para o que ele tinha me dito. Sabia que estas desculpas não serviriam de nada para mudar a opinião que tinha dele: ele era meu pai e o respeitava, ele tinha suas falhas, mas ainda era meu pai.

Passeei até o entardecer, o sol se pondo no horizonte era lindo. Não tinha como descrever último pôr-do-sol de minha vida. Fiquei apreciando até que ele sumisse, meu coração se encontrava calmo e sereno. Não sabia que me mantinha calmo, mas resolvi dar atenção à rua que não estava mais tão vazia, algumas pessoas caminhavam em passos rápidos para um lado da cidade. No meio do caminho encontrei Guilherme, um amigo meu. O chamei para conversar sobre o que estava acontecendo. – “Oi cara, pra onde você tá indo?” – perguntei. – “Tá tendo uma grande acumulação na praça central da cidade, vai ter uma celebração religiosa e tem uma casa de show que vai passar fim de mundo só tocando forró e outras músicas. Eu tô indo pra lá, quero acabar a minha vida toda dançando, vai ser maneiro. Por que você não vem comigo?” – disse ele. – “Olha Guilherme, até que não é má idéia. Acho que seria bem prazeroso morrer dançando, eu vou nessa com você, quanto custa o ingresso?” – perguntei só para me arrepender depois. – “Só porque você arrumou essa moto zerada quer dizer que você já esteja confundindo as coisas, vai ser tudo de graça mermão. Não vai ter amanhã esqueceu?” – Ele me disse. – “Ah, é mesmo. Vamos dá uma passada lá, sobe aí”.

Seguimos então para a muvuca que se formava na região norte da cidade, muitas pessoas vieram até dos bairros mais afastados para participar dos eventos. Havia uma grande quantidade de gente no evento religioso, ali encontrava dezenas de pessoas de diversas religiões, um caso muito raro para um evento deste tipo. A maioria desses eventos em geral, as diversas crenças religiosas ficavam defendendo os seus pontos de vista cegamente e não procuravam aceitar as opiniões dos outros, porém esta era a ultima noite de todo o mundo e não haveria uma novo nascer do sol. Esta era uma noite da união, não estavam lá para brigarem entre si, somente buscavam a reconciliação e perdão das faltas cometidas anteriormente. As religiões sempre pregavam o perdão de alguma forma, até mesmo as mais radicais tinham suas orações em perdão daqueles que ofendiam, essa era ultima chance de terem seus pecados perdoados. E não iriam perder mais tempo brigando entre si sobre quem é mais verdadeira do que a outra, neste ponto haviam chegado um acordo que não tinham nenhuma segurança de quem é que estava certo ou errado. O certo era permanecerem unidos para pior que estava aproximando.

Achei aquilo tudo uma fantasia fora do comum, as religiões se unindo por não encontrem uma verdade parecia se o cúmulo para mim. Não agüentava imaginar que tudo que você acreditasse não passasse de uma ilusão inventada pelos homens e que os próprios homens não tinham a resposta para o que iria acontecer depois do fim. Era lamentável.

No outro extremo desse surto religioso existia o Balcão, uma casa de show muito freqüentada e nela estava boa parte da população da cidade. Um show foi preparado para fim de tudo, deveria ser um show memorável para que as gerações posteriores pudessem comentar as festividades, porém não havia mais um amanhã e este devia ser o show mais feliz de toda a humanidade. As pessoas viam aqui para morrerem alegremente, sem se importar com que estivesse acontecendo do lado de fora do Balcão. Morreriam felizes e realizadas, já que todo mundo por mais chato que fosse sempre gostava de uma festinha, mas sempre existiram alguns que não partilhavam dessa linha de pensamento. Foi no meio destes extremos de sagrado e profano que vi Naiandra, minha antiga paixão. Ela já não era mais tão bela como na sua adolescência, sua face doce havia amadurecido com o tempo, perdera a graça para mim, não gostava mais dela como havia gostado antigamente. Poria minha mão no fogo por ela, só que ela preferiu a garupa do Ricardo e não pude tê-la como parte de minha vida. Sempre lamentei a falta de coragem minha naqueles dias, hoje sou uma pessoa completamente diferente. Só que sempre imaginei como seria minha vida com ela.

Naiandra tinha me reconhecido, me avistou na moto de Ricardo junto com meu amigo, correu em minha direção e me deu um abraço bem forte semelhante a uma pessoa que não via há muito tempo, pra falar a verdade era ela que nunca me enxergou. – “Nossa Jânio, quanta saudade de você” - ela me disse. Já estava cabreiro com tudo isso, era a segunda vez que alguém me abordava de modo estranho naquele dia. – “Oi Naiandra” – eu disse meio sem jeito. – “Nossa, você já está bem velho, né Jânio? Eu sempre lhe procurei para falar algo que sempre esteve armazenado em meu coração, este fardo me aflige o tempo todo. Já não agüento a dor de carregá-lo aqui no peito.” – “Que fardo é esse?” – perguntei assustado. – “Olhe Jânio, eu sempre soube que você era apaixonado por mim desde o colegial e que até hoje você guarda a lembrança do dia em que lhe deixei para ficar com o Ricardo. Fiz uma coisa de muito mau gosto com seus sentimentos e peço que me perdoe por não ter correspondido aos seus sentimentos, de ter feito você sofrer e se iludir por mim”. – Assustado com tudo aquilo respondi. – “Não precisa se preocupar com essas coisas não, isso tudo já passou. Essas coisas acontecem na adolescência com todo mundo, você não precisa se culpar por isso, eu sempre fiquei bem, ás vezes ruim, mas eu fiquei bem o tempo todo”. – “Ah que bom que não te fiz sofrer por tanto tempo, é uma pena que não podemos conversar ao longo da noite. Logo chegará a hora definitiva e todos não existirão mais. Mas saiba que sempre imaginei como teria sido a minha vida ao seu lado por todos estes anos. Eu nunca o ignorei Jânio, só não tinha segurança de está com você era certo ou errado. Você me perdoa por isso também?” - Falou a mulher com lágrimas nos olhos. – “Claro que lhe perdôo, todos nós temos medo de algo na vida. Somos iguais por isso é que somos chamados de humanos. Tá bem?”. –“Eu agradeço muito a sua compreensão Jânio, obrigada.” – Falou Naiandra e depois me deu um longo abraço e foi embora.

Depois dessa fiquei desanimado em ir para a festa e me despedi pela ultima vez de Guilherme –“A gente sempre foi muito unido né mermão?! Saiba que nem esse meteoro vai separa a nossa amizade, isso é um dom sobrenatural que nós temos, não há como ele sumir de nossas vidas. Obrigado por ter sido meu amigo nessa vida Jânio, muito obrigado mesmo!” - disse Guilherme e me deu também um longo abraço e me disse adeus, me despedi e o observei ir embora, meu coração ainda continuava calmo. Segui em direção á minha casa e ao me aproximar de minha residência vejo um figura bem familiar saindo pela entrada do mercadinho que ficava na frente de casa: Era Suzana, minha ex-mulher. Tínhamos nos casado há dois anos atrás, morávamos no outro lado da cidade num apartamento alugado. A gente tinha uma vida comum de casal, só que sempre tem aqueles problemas. Um deles era que sempre fui um ciumento incorruptível, não gostava que ela nem mesmo fosse trabalhar para que não atraísse a atenção de outros homens, isso também gerava muito atrito em nossa relação. Outro fator que atrapalhava demais nossa vida conjugal era o fato de Suzana sempre querer ter uma filha, eu sempre disse que não queria ter aquela responsabilidade logo cedo e procurei diversas vezes evitar ter filhos com ela. Logo meu egoísmo fez com que ela ficasse triste com a vida de casados que levávamos, então decidi deixá-la. Eu é que causava maior mal para a sua vida e não queria que ela sofresse por mais tempo.

Depois das pessoas que me abordaram hoje pedindo perdão pelas suas faltas, vi que eu também tinha pecados que deveriam se perdoados. Até hoje, meu coração ficou marcado com o rosto de Suzana, já não estava mais com o coração calmo. Vivia com aquele pecado no meu peito por muito tempo e esta era a única chance de ter ele absorvido da minha alma. Suzana me olhava assustada, desci da moto e me aproximei dela. –” Você veio me procurar?” – Ela olhou para os lados e disse baixinho. –“Sim, queria vê-lo pela última vez. Você sempre foi especial pra mim não lembra?”. –“É claro que sei disso, você também é um marco pra minha vida, eu tive os melhores momentos de minha vida ao seu lado. Mesmo que algumas dessas lembranças não sejam de coisas um pouco dolorosas, eu sempre vou me recordar como se fosse sentimentos únicos de minha alma”.
Suzana começava a chorar, não agüentava saber que seria a última vez que veria a pessoa que ama. –“Eu queria... Queria que perdoasse meu egoísmo. Sei que não fui um marido exemplar, não há volta em casos como esses. É uma pena eu não tê-la compreendido antes, não tê-la feito feliz antes e não tê-la feito se sentir uma mãe realizada. Eu não presto mesmo, só queria que você não perecesse sabendo que sempre busquei a sua felicidade, por isso foi que me separei de você. Não queria que você sofresse mais ainda por minha causa, desculpe”. – Falei com lagrimas nos olhos também. Ela me abraçou e me deu um beijo suave e amoroso como só ela sabia dar. –“É claro que lhe perdôo seu bobo, você sabe que te amo mais que tudo neste mundo. Eu não sabia o que fazer da minha vida sem você, nada mais tinha sentido, mas agora já não tem mais volta. Mais tarde o meteoro vai cair e não teremos como aproveitar a nossa vida, só lamento você não ter dito isso antes.” – Disse-me ela com seu rosto todo inchado de tanto chorar. Respondi com o rosto envolto em cataratas de água. –“Eu não tive coragem... Só foi isso... Perdoe... perdoe esse egoísta que não viu seu coração sofrer e não foi lá lhe acalmar...”- Choramos abraçados por muito tempo, até que ela disse que teria que ir embora. Iria fazer uma visita para a família e depois iria para nosso antigo apartamento, me esperaria se eu quisesse visitá-la ela ultima vez. Ela já estava indo embora e então a peguei pelo braço e puxei até meu lado. –“Se saímos bem desse problema, juro que iremos ter nossa filhinha. Prometo.” – Ela olhou para meu rosto com um olhar triste e depois seguiu seu caminho enxugando as lagrimas que caiam dos olhos.

Entrei em casa pela porta que levava para o mercadinho, olhei meu pai no quintal terminando de consertar uma máquina velha: uma antiga máquina de costura. Ele já estava testando-a para remendar uma calça velha, costurou o tecido com precisão e admirava o trabalho já feito, estava realmente bom. –“Olá meu filho! Vê como eu consegui o que tinha prometido? Não disse que iria consertar esta máquina velha e ia remendar esta calça antiga? Pois aqui está a prova, vê como ficou boa?” - perguntou meu pai. –“Sim, tá muito bom papai. Você cumpriu a promessa que tinha feito, mas como você conseguiu consertar essa máquina tão antiga?”- Disse eu. Ele me olhou com uma cara bem fechada e logo me respondeu: -“É que eu tenho fé! Detesto gente que não tem fé em si mesmo para cumprir seus objetivos. Não foi você que vivia dizendo que iria fazer a Suzana feliz, e de que teria uma boa vida independente de nós? Aonde está o resultado dessa promessa? O mundo vai acabar dentro de poucas horas e o que você fez á aquela menina não se faz com ninguém. Você não pensa nas conseqüências não? Ela saiu agora pouco daqui muito triste por não ter lhe encontrado. Se você não percebeu, ela gostava muito de ti. E olha o que restou pra ela: só solidão. Isso é o resultado da promessa que você tinha feito? Você não teve foi fé em si mesmo... E agora já é muito tarde para voltar atrás. Eu sempre tive esperança de ter um netinho ou netinha de vocês dois, agora vejo que tudo vai ser em vão. Vá dormir ou fazer alguma coisa de útil antes da hora final, espero que você pense por muito tempo sobre isso que lhe falei e talvez na outra vida você possa utilizar isso para algo bom.” – Ele então pegou a calça e foi embora para o interior da casa.

Eu merecia aquele carão, sempre fui um homem de pouca fé como ele disse. Não pude fazer muitas coisas na vida por falta de iniciativa minha. Sempre fui levado pelos outros e agora que tudo está claro para mim não tenho mais tempo para correr atrás do prejuízo. Neste momento eu estava buscando aliviar a minha dor, sei que já tinha sido perdoado pela Suzana, mas sei que tudo agora seria bem diferente se nós estivéssemos juntos e a nossa vida conjugal não tivesse ido por água abaixo. Tudo isso era culpa minha e nesses poucos momentos de vida buscava de alguma forma redimir meus pecados.

Acho que o mundo todo se sentia do mesmo jeito, todos já estavam arrependidos de tudo que haviam feito e agora procuravam amenizar sua dor em solidariedade. Entrei no meu quarto e comecei a pensar sobre este último dia de minha vida. Será que foi preciso saber que não haveria um amanhã para que todos nós esquecêssemos o individualismo e passássemos a pensar no próximo? Será que isso é uma conscientização de que todos nós só teremos os nossos pecados perdoados se formos solidários uns com os outros? Ou estamos sendo individualistas à procura se uma salvação neste ato de caridade? Não enxergo resposta nenhuma e então deixo cair minha cabeça na mesa do quarto. Penso no dia de hoje, nas pessoas que vierem até mim e no mundo em geral. Por que isso tudo só veio acontecer agora nestas horas finais? Por que não surgiu antes enquanto dava tempo? Este é o castigo que merecemos por não termos sido boas pessoas umas com as outras por todo este tempo? Por que quando nós finalmente estamos caminhando no CAMINHO CERTO não temos mais tempo para aproveitar este alívio em nossa alma?

Eu caio na mesa e choro, não merecíamos tal castigo. Foi a nossa única chance de trilharmos um caminho diferente do que vivemos e não teremos mais tempo para aproveitar. O mundo inteiro se arrepende por não ter sido melhor anteriormente, este arrependimento foi o que nos fez ver que somos todos iguais quando não temos mais uma saída: buscamos aliviar uns aos outros para amenizar a dor, já que esta não terá mais volta.

A rocha do espaço já está para cair e eu fico deitado de cara na mesa, as pessoas lá fora estão rezando ou se divertindo para a hora final. E em outros lugares com certeza estão sendo realizados eventos de formas semelhantes ou completamente diferentes. Eu só fico refletindo por que neste momento final a Terra se tornou aquilo que era para ter sido desde seu inicio: Uma só Terra onde todos fossem iguais.

Abro a mesa e pego uma folha de papel e um lápis, aponto a ponta do mesmo e escrevo uma mensagem que vem em minha mente.


Ó Gaia, Mãe-Terra
Porque só agora você
Nos aponta a direção
Que devemos seguir?
Será que tudo quilo
Que fizemos á você
Foi tão ruim assim?
Isso tudo foi nossa culpa
Fomos tão cegos ao ponto
De não enxergarmos
Uns aos outros?
Tal fato só nos fez
Ver que somos
Importantes para
Com nossos semelhantes
PERDOA TODAS AS NOSSAS FALTAS
Ó GAIA
Só somos pessoas
Com medo do futuro
Ou simplesmente não
Enxergávamos nosso irmão ao lado
Tínhamos um amanhã
E agora não teremos mais nenhuma
Só queremos paz em nossa alma
Para que o fim não
Chegue carregado com sofrimento
Só o que pedimos é
PERDÃO
POR NOSSOS PECADOS


Depois de escrever isto, me deixei cair pela mesa e adormeci. Tinha me esquecido da Suzana e do mundo lá fora. Passei a viver em sonhos, não lembrei que era a última vez que iria dormir fisicamente, não lembrava que muitas pessoas me agradeceram e pediram perdão para mim, não lembrava que o mundo todo conseguiu se tornar solidário por causa de uma ameaça maior, não lembrava da rocha do espaço. Não tinha percebido os tremores.

Acordei com o braço dormente devido a tê-lo usado como travesseiro para a minha cabeça. Levei meus olhos à janela, estava amanhecendo. A luz ardia meus olhos e resolvi lavar o rosto, achava que ainda estava sonhando, mas era realidade. Começava a pensar que aquilo é que era o outro mundo e sai da casa pra ver se era tudo verdade. Corri até a rua e vi o lindo amanhecer, o sol se elevava mais belo do que nunca. A moto ainda estava na frente da loja, olhei e cheguei a conclusão de que estava realmente vivo e que aquela ainda era a Terra.

Pensei por um instante e corrigi meu ultimo pensamento, eu não estava mais na mesma Terra que vivia. Esta era uma Nova Terra, um novo mundo, com pessoas diferentes daquelas que costumávamos conhecer. Peguei a moto e segui em direção a casa de Suzana, eu também tinha mudado. Já não era como antigamente, meu coração mudará completamente. Somente mais tarde eu iria descobrir que o meteoro era feito de um tipo de mineral que não teve como resistir à entrada na camada da atmosfera terrestre, logo ele se dissolveu antes de cair em seu ponto de impacto. Os únicos fragmentos que chegaram ao solo não causaram mal algum para os habitantes do globo. Gaia nos havia dado mais uma chance.

Não éramos mais os mesmos homens que buscavam o valor no egocentrismo. Tínhamos algo mais importante para nós e isto estava ao nosso lado o tempo todo. Cheguei até o apartamento de Suzana e bati na porta. Ela apareceu de pijama e com o rosto com uma cara de sono, ao me olhar ela caiu em lágrimas. Eu entrei e tranquei a porta, dei um longo beijo em sua boca macia e disse com uma voz serena.

-“Bem meu amor... Vamos fazer nossa filhinha?”

FIM
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Mensagempor Ermel em 09 Dez 2007, 13:12

Um conto interessante, com uma versão totalmente diferente do final do Mundo do qual eu imaginava. Algazarra, briga, morte, festa, loucuras, era isso que tinha em mente ao saber que todos iremos morrer.

Me lembrou uma música que Adriana Calcanhoto canta, onde há uma harmonia e paz, porem, ela, abusa já que é o ultimo dia, e para sua infelicidade, não acaba sendo.

Não nego que a narrativa longa, em certo tempo me cansou. Mas a vontade de saber o final era maior. Mas, para mim, chega a ser engraçado, todo mundo aflito, pedindo perdão, entre tantas coisas que provavelmente deve ter acontecido, para depois acordar no outro dia.

Uma pena o concurso não ter acontecido.
"And the question is
Was I more alive then than I am now?
I happily have to disagree
I laugh more often now
I cry more often now
I am more me!"
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Mensagempor Salver Mãoleve em 10 Dez 2007, 18:14

é uma pena mesmo, mas obrigado por ter lido e comentado.
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Mensagempor Dahak em 28 Dez 2007, 00:39

Olha, temos um ladino escritor ou o "mãoleve" é puro "sobrenome"?
=P

Olha, achei a história muito boa.
Gosto de histórias que gozam de solidez.
Pareceu-me muito bem pensando o começo, o meio e o fim. De forma que, ao término, parece que desde o começo você sabia onde queria nos levar.

Mas tenho duas críticas...
A primeira, em coro ao Ermel, é que a leitura é pesada. Em alguns parágrafos, de tão grandes, se torna até enfadonha.
Se a história não aguçasse a curiosidade, fatalmente a extensão comprometeria o interesse.
Um dinamismo maior nos paragráfos acabaria por diminuir essa característica.

E a outra crítica é quanto ao uso de formas de expressão comuns na web, como caixa alta, sendo usadas como recurso no conto. Não é uma combinação bacana.

No mais, só elogios a essa consistente consrução.
;)
Espero ter podido ajudar.

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Mensagempor Salver Mãoleve em 12 Jan 2008, 22:56

obrigado cara, eu nem revisei ao ponte der isso que vc falou. pois achei jogado aqui no PC e mandei um ctrl +c e ctrl +v. Nemme dei a coregem de corrigi isso, e quanto as suas criticas eu já mudei muito disso ai! Teve outra coisa que escrevi e está muito diferente disso...


hehe

Obrigado!
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Mensagempor Dahak em 23 Jan 2008, 01:25

Opa, quando veremos esse outro trabalho?
Esse foi bastante promissor e atiçou a curiosidade!
:victory:


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Mensagempor Salver Mãoleve em 23 Jan 2008, 17:00

olha, acho que até posso postar aqui... indo devagar, mas posto.

Dá pra por grandes histórias aqui, em capitulos?
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Mensagempor Dahak em 23 Jan 2008, 18:23

Opa, dá sim!
Aliás, super recomendamos que histórias grandes sejam postadas em capítulos. Facilita bastante a leitura ;)


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Mensagempor Salver Mãoleve em 25 Jan 2008, 12:43

ok.


daqui a alguns dias eu posto um trabalhinho meu.
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Mensagempor faprasem em 27 Jan 2008, 14:58

Nota 10 em criatividade. Tirando muitos pequenos erros de português, achei excelente o conto. Eu não costumo gostar de nada tão sentimental, mas a evolução do texto é envolvente e não tive como não gostar.

Um abraço, Faprasem
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Mensagempor Lady Draconnasti em 27 Jan 2008, 20:06

8 PÁGINAS?!?!?!

Ok, estou imprimindo pra ler.
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Mensagempor Salver Mãoleve em 01 Fev 2008, 16:52

faprasem escreveu:Nota 10 em criatividade. Tirando muitos pequenos erros de português, achei excelente o conto. Eu não costumo gostar de nada tão sentimental, mas a evolução do texto é envolvente e não tive como não gostar.

Um abraço, Faprasem



valeu cara, muito obrigado!
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Mensagempor Aleχ em 07 Fev 2008, 23:59

Li, e não achei cansativo. É claro que é longo, mas sei lá, para quem tá mais acostumado a ler livros de 900 páginas do que contos, é tranquilo de ler.

Bom, ler o conto foi estranho. Eu sou alguém que não consegue imaginar muito bem como seria o fim do mundo, o fim do nosso mundo. Estamos num mundo tão materialista, tão egoísta, que não consigo imaginar outro fim com exceção de um em que grande parte das pessoas aceita a morte e está aproveitando os prazeres materiais para morrer feliz (porque as coisas físicas são o que importam a elas), outra grande parte não aceita a morte e está tentando de alguma forma evitar a morte, ignorando os outros, seja criando bunkers, ou cavando buracos, ou enchendo o porão de suprimentos, sei lá, tentando de alguma forma se livrar da morte. Enquanto isso, a pequena parcela das pessoas aceitam a morte e não são materialistas não consegue fazer outra coisa a não ser passar o tempo com as pessoas que ama. Dizendo sim que amam-se, mas não desgrudando umas das outras.

Dessa forma, achei seu conto mais um sonho do que pura realidade. É como se tudo que acontece nele fosse um sonho e o personagem principal acordasse no dia seguinte e visse que nada aconteceu e que a consequencia disso tudo seria a lição de moral que ele havia recebido. Aliás, acho que o melhor desfecho para ele seria esse. Porque as coisas acontecem nele como se fizessem todo sentido, mas não fazem se você for analisar com cuidado, que nem nos nossos sonhos. Por exemplo, não se questiona o fato do Jânio deixar o apartamento e passar todo o último dia da vida dele fora de casa. Aliás, isso é descrito com a maior naturalidade, como se fosse esperado isso. Porém, algumas linhas antes diz-se que a família tem procurado passar os últimos momentos unida, e que as pessoas tem se preocupado em ficar perto das pessoas que amam.

Outra coisa que me fez achar que tudo que acontece no conto é um sonho foi o fato de coisas muito significativas acontecerem, e o personagem não perder muito tempo com elas, que nem fazemos nos sonhos. Como a morte por atropelamento daquele personagem. Outra coisa típica de sonhos é encontrarmos conhecidos em tudo que é lugar. Lendo o conto parece que a cada esquina o personagem encontra alguém conhecido. Como se o mundo estivesse trabalhando para que todos quisessem E conseguissem acertas as contas uns com os outros.

Mas o desfecho do seu conto nos diz que aquilo realmente aconteceu, não foi um sonho. Então, achei ele bastante original, excêntrico. É interessante ver outro ponto de vista. E achei um pouco cheio de ilusão, de fantasia, em alguns pontos. Porém, o final é perfeito para a história que você criou. Partindo do fato de que tudo aquilo ocorreu mesmo, o conto não poderia acabar melhor.

Quanto aos outros comentários, concordo em parte com o uso de expressões comuns na web. Apoio o uso de expressões comuns no nosso cotidiano. Excetuando palavrões. Apoio o uso de caixa alta, desde que seja para denotar alguém falando muito, muito alto. Teve um livro que li que um personagem era um robô, e a voz dele só tinha um volume, e um volume muito alto. Alto a ponto de você ficar surdo se ouvir ele falando pertinho de você. E todas as falas dele eram em caixa alta. Achei isso muito bom.

Bom, para não me estender mais, fico por aqui. Gostei do conto, e espero ansiosamente pelos próximos, porque se esse foi escrito há 1 ano, imagino que agora sua capacidade de fazer bons contos deve ter aumentado significativamente. :victory:

Abraço!


P.S.: Você gosta de anagramas? :cool:
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Mensagempor Elara em 08 Fev 2008, 18:01

Salver,

Como no desenho, é talentoso na escrita. Conto bem coeso, inteligente e envolvente. Parabéns.

Entretanto, há algumas críticas e sugestões.

Primeiro, parágrafos excessivamente longos, que poderiam ser diminuídos se você separasse os diálogos deles.

Segundo, uma revisão de ortografia dos verbos cairia bem.

Preciso falar com você. Quais os horários que o encontro no msn?

Um chero!
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Mensagempor Salver Mãoleve em 09 Fev 2008, 02:00

CARAMBA, nem me passou pela cabeça esse pondo de vista de sonho. Mas a comparação ficou muito boa...

Quantos aos MAGRANASA ( ANAGRANAS), eu não lembro bem onde usei um. Sério, por isso o texto não está revisado. Eu deixei ele jogado aqui no meu PC, e ai resolvi postar ele aqui. pra outras pessoas lerem.

E elara, sabado vou está logado de dia no msn! avbraçso e obrigado pelas suas opnioes.
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