Escalpo - Capítulo I

Mostre seus textos, troque idéias e opiniões sobre contos.

Moderadores: Léderon, Moderadores

Escalpo - Capítulo I

Mensagempor Ermel em 30 Nov 2007, 22:18

Outro conto com mais de um capitulo. Antes nunca tinha escrito algo tão grande de uma so vez.
Outra 'pequena' saga. Espero que gostem. (Mesmo que seja cansativo para ler =p).

=-=-=-=-=-=-=
"I."
Um homem de vestias pretas se aproximava lentamente ofuscado pela densa neblina. A mulher pegou o pequeno jovem, de não mais que dez anos, em seu colo e correu para dentro da modesta casa de madeira e berrou loucamente pelo marido que estava ao fundo limpando sua reluzente espada. Levantou assustado da sua pequena cadeira ainda com a espada e pano em mãos.

A mulher colocou a criança em um quarto e em uma cômoda pegou um pedaço de giz branco e riscou em volta do garoto um perfeito circulo, sussurrou algumas palavras inaudíveis e desconhecidas que fizeram o circulo, outrora palido, brilhar em um vermelho vivido e fulgaz.

Assim que a mulher saiu, seu marido ja vestia sua armadura desgastada e marcada por batalhas de outrora e com a espada empunhada com força em mãos defendia a porta, mesmo que o homem ainda estivesse muito longe. Com uma das mãos, levemente, pousou sobre o ombro do marido e a face já adornada pelo tempo se acalmou. E, em frente a porta, esperaram pelo visitante.

Por fim atravessou a neblina que circulava a casa. O pesado traje preto escondia todo o seu corpo, deixando apenas seus olhos verdes e o cabelo bagunçado a mostra. Algumas correntes pendiam até seu pé, haviam zipers aleatoriamente pela roupa como que por enfeite. Cerrou os olhos e encarou o casal na porta.

- Quem se aproxima? - brandou o homem que empunhava a espada -.

- São vocês, Badran e Yamin D'kum hérois de outrora?

- Diga teu nome homem e o que queres! - o homem deu um passo a frente da porta cobrindo a mulher com seu corpo -.

- Eu tenho vários nomes... Mas desejo apenas a criança. Dai-me e deixarei-vos viver!

- Nunca! - gritou esbaforida a mulher tomada por uma loucura sem nome -.

- Que assim seja.

- Que assim seja.

O homem correu deixando a mulher para tras, gritou fazendo veias saltarem nervosas em seu pescoço e ergueu a espada a cima da cabeça e avançou contra o homem de preto que se mantinha imparcial e quieto. Em um movimento brusco saltou em sua direção com um golpe certeiro que o partiria ao meio. Varreu o ar com a sua lâmina uma, duas, três vezes procurando o alvo que facilmente escapou daqueles golpes em um piscar de olhos, inimaginável.

O homem se perguntava como fora capaz de desviar daqueles golpes com tanta facilidade. Ouviu-se um breve riso ecoar na noite que despontava no horizonte. Os zipers se abriram, deles saltaram gosmas pretas que se remexiam no chão enquanto fumaças vertiam das camadas que iam por chão enquanto algo medonho nascia daquilo que parecia uma casca da própria escuridão.

O céu pareceu tremer. Luzes faziam-se rápidas no céu atraindo a atenção dos dois homens e criando sombras fantasmagoricas neles e nas criaturas que nasciam lentamente. Dois raios desceram do céu e atingiram duas criaturas de olhos vermelhos fumegantes e com sorrisos sádicos, fazendo pedaços voarem semi-queimados pelo ar. Os olhos da mulher reluziam a própria luz bruxeleante que dançava nas núvens enquanto levitava alguns centímetros do chão.

- Sua fama lhe precede bruxa, mas não sera você quem me detera.

As pequenas criaturas avançaram contra o homem em pulos frenéticos e risos. O homem de preto caminhou em direção a mulher que, imponente, continuava em frente a porta, enquanto caminhava mais e mais criaturas saltavam de seus bolsos.

- Não de mais um passo! - gritou a mulher enquanto suas mãos chamuscavam com um fogo branco -.

E um passo ele deu. Um fogo branco se fez em suas mãos e foram lançado como labaredas contra seu inimigo que ousara desacatar sua ordem, o fogo pálido consumia outras criaturas próximas de mais. Um vento forte soprou levando aquelas restantes que tentavam se aproximar para longe. E em auxílio a seu amado que lutava bravamente, e mesmo que vencendo, convocou raios do céu para exterminar mais algumas criaturas.

Saira ileso. O homem não havia nem queimado a roupa diante da demonstração de poder da mulher. Um riso esquizofrênico ecoou na noite que se calou apenas para ouvi-lo. E da roupa surgiu tentáculos que abruptamente segurou a mulher e correu pelo ar em direção ao vitorioso marido lhe roubando a sensação de gloria. E presos, juntos, ficaram no chão ainda policiados pelas criaturas restantes e outras que não cessavam em saltar de seus bolsos.

Adentrou a casa fazendo gritos distorcidos brotarem da boca da mulher em desespero enquanto seu marido fazia juras para a sua amada em vãs tentativas de conforta-la. As criaturas riam da deplorável cena.

Chegou ao pequeno quarto onde o garoto protegido pelo circulo escarlate estava sentado abraçado aos joelhos e com os olhos levemente marejados.

- Venha criança, hoje é teu dia de ascenção!

As palavras fizeram o circulo tremer e voltarem o intimidado branco. Atravessou a marca no chão e pegou a criança no colo que mantinha certo temor em seu semblante. Foram para fora e, ouvindo as súplicas da mãe, como que por instinto, chorou copiosamente.

A mulher blasfemava aos céus ao ver tal vil pessoa segurar tão doce criatura no colo. Agora, o homem já não mais jurava pela mulher, mas sim pelos deuses e pela sua vida que teria vingança, que faria da morte daquele homem a pior possivel.

- Não sera possivel vingar-se de mim - disse irónico -.

Desabotoou o grande robe que lhe cobria o corpo dando lugar a um esguio e albino corpo como um floco de neve parecia frágil e pequeno. Alguns ossos saltavam desordenados pelo corpo criando feiura tamanha que fizera ambos pararem por um momento com seus discursos para enojarem aquele tão disforme corpo.

Com uma das corretes prendeu o garoto a uma das vigas que sustentavam a casa. Um temor indescritível tomou a mãe convocando loucamente pela magia enquanto xingava e gritava a plenos pulmões. Em vão. Aquela sombra que os prendia a impedia de qualquer ação, mágico ou não. Vendo que não tinha escolhas, viu-se obrigada a chorar e implorar. Implorava, oferecia trocas enquanto lágrimas em abundância escorriam pela sua face cansada. O pai retomava aos xingamentos já usados, ameaças, sua raiva tamanha e ódio não cessavam.

O homem desforme se virou para a mulher e assim fora cuspida da massa negra. As criaturas correram em direção a criança que, já assustada, chorou mais. Seguravam sua cabeça e mantinham seus olhos abertos. A mulher jogada contra o chão tentou alguma ação para salvar sua cria, mas fora impedida pelo homem que se colocava em cima dela e com um beijo dos lábios negros sentiu toda sua força esvair.

Tirou sua roupa lentamente e com a língua percorreu cada parte da mulher nua. Sentia o doc gosto da mulher tomar conta do seu paladar, tomou seus seios em sua boca cheia e os mordeu fazendo sangrar e roubando gritos histéricos da mulher. Filetes escorriam pelo seu corpo, e seguindo a trilha escarlate o homem se deliciou em seu sexo. O pai, forçado pelos diabretes, via-se obrigado a ver toda a cena de terror. E a criança, estagnada, chorava silenciosamente.

O pálido homem fez loucuras com o corpo da mulher, até o ápice em que seu corpo aguentava. E com o rosto no busto manchado de sangue da mulher arfou com risos pesados. E com as mãos em volta do seu pescoço roubou todo o seu ar, e assim sua vida. A neblina desaparecia lentamente.

O pai, por fim desistia de blasfemar e gritar para chorar como um bebê recém-nascido. Olhou para ele que entre soluços chamava pela falecida mulher. Procurou em sua volta por algo. Pegou uma pedra em mãos e avançou contra a cabeça do homem. Um espessa linha de sangue jorrou de sua testa. Continuava a gaguejar palavras esquisitas. Levou mais uma vez a pedra em direção ao homem desfalecido e outro filete grosso jorrou com pressa da sua cabeça aberta. Pendeu o rosto para um lado e assim fez-se silêncio sepulcral.

Jogou a pedra no chão e se virou contra o garoto que se mantinha em silêncio com a face molhada e os olhos vermelhos. Os diabretes o soltaram e correram para a fina perna de seu mestre. Pegou em seu robe uma espécie de carta, havia nela apenas uma marca. Duas espadas cruzadas e amarradas por uma fita. Jogou-a contra o garoto e sorriu enquanto se vestia.

- Pode se vingar quando quiser criança. É só me procurar... - e desapareceu dentro da própria roupa, como se outrora não tivesse nada -.

O robe foi de encontro ao chão criando um barulho abafado do pesado tecido contra o chão que tinha apenas o menino e a lua cheia como espectadores. Os olhos escancarados fitavam o infinito horizonte que se perdia em montanhas.
"And the question is
Was I more alive then than I am now?
I happily have to disagree
I laugh more often now
I cry more often now
I am more me!"
Avatar do usuário
Ermel
 
Mensagens: 133
Registrado em: 05 Set 2007, 23:41

Escalpo - Capítulo I

Mensagempor Elara em 04 Dez 2007, 16:23

Ermel!

Saudades suas, viu?

^^

Quanto ao texto, achei altamente confuso. Sugiro uma revisão mais aprofundada na pontuação e acentuação.

Aguardo os capítulos seguintes!

Um chero!
This is NOT Sparta!
Avatar do usuário
Elara
 
Mensagens: 668
Registrado em: 05 Set 2007, 12:04
Localização: João Pessoa

Escalpo - Capítulo I

Mensagempor Lady Draconnasti em 05 Dez 2007, 11:30

Bom... Não tem muito o que dizer. Uma introdução até... comum...
Imagem

Status: Cursed
Alinhamento do mês: Caótica e Neutra
Avatar do usuário
Lady Draconnasti
 
Mensagens: 3753
Registrado em: 25 Ago 2007, 10:41
Localização: Hellcife, 10º Círculo do Inferno

Escalpo - Capítulo I

Mensagempor Malkavengrel em 12 Dez 2007, 10:10

Demorei para vir lê-lo mas o fiz.

Ermel,
gostei do texto, mas como a Elara achei ele um pouco confuso. Precisaria de uma revisão (normalmente você que diz isso para mim).

Espero futuros capitulos.

Abraço.
Imagem
"For every complex problem there is an answer that is clear, simple and wrong."
"I can make wonders, and still let you wander alone."
Avatar do usuário
Malkavengrel
 
Mensagens: 250
Registrado em: 25 Ago 2007, 18:40
Localização: Ilha da Magia

Escalpo - Capítulo I

Mensagempor Dahak em 28 Dez 2007, 00:09

Joe, Joe, Joe!
Tudo bem, amigo?
Espero que sim.

Sabe, apesar do tamanho "singelo" desse primeiro capítulo, é legal notar que seus trabalhos mostram-se cada vez mais ricos, mais densos.
Acho que até menos pretensiosos no sentido de querer abraçar muita coisa, muitas nuances...E dessa forma, fazendo-os mais "táteis", mais interessantes.

Uma revisãozinha cairá bem sim. Há errinhos como "homem desforme", quando o correto seria "disforme" e etc.
Acho que dá para melhorar a conexão entre os fatos, as personagens e etc.

Até a próxima parte!
Abraço.

Dahak Out
Life. Live.
Avatar do usuário
Dahak
 
Mensagens: 1655
Registrado em: 20 Ago 2007, 22:32
Localização: São Paulo


Voltar para Contos

Quem está online

Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 4 visitantes

cron