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Mensagempor Lady Draconnasti em 22 Out 2007, 15:35

Kibaaaaaa...

Posta logo! XD

Quero ler o final novamente!
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Mensagempor Lobo_Branco em 22 Out 2007, 15:37

Povo, esperem até as 21h :b
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

Óglaigh na hÉireann)


O Último Duelo - conto Capa&Espada
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Mensagempor Lady Draconnasti em 22 Out 2007, 15:39

Maldito seja! XD
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Mensagempor Lobo_Branco em 22 Out 2007, 15:50

Culpa sua e de Dahak..foram criar o "Contos - 100"...hahahaha :b
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

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Mensagempor Lady Draconnasti em 22 Out 2007, 17:56

Culpa dele, ELE é o rei de Contonópolis. Eu sou apenas o dragão vermelho XD
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Mensagempor Dahak em 22 Out 2007, 18:13

¬¬
hiaoahuioahuiaohuaiohauia

Vou aguadar ansioso então ^^"


Dahak Out
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Mensagempor Lady Draconnasti em 22 Out 2007, 21:14

Amigos. Jogando a culpa nos outros desde 2007 aC (ou antes) XD
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Mensagempor Lobo_Branco em 22 Out 2007, 22:46

Bem, demorei um pouco a mais do que o esperado, mas aqui vai o final, boa leitura!!!

Abraços!


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Bellum Sanctus



As coisas podiam não estar saindo como Teodoro planejara, mas tirando a data que se estendia, tudo estava perfeito. Há três semanas eles cercaram e prenderam o palácio de Kareem. Tirando as provisões internas, eles estavam sem comida, e graças a um frei que o mouro mantinha em seu lar, logo eles estariam sem água.

As duas inspeções que conseguiram invadir os muros do palácio foram infrutíferas. Dias após elas acontecerem, os corpos dos soldados europeus estavam pendurados no muro norte, incitando a fúria dos cristãos.

Os passos de Teodoro pelo acampamento inspirava os soldados mais novos, em seu rosto ele fingia uma dor imensurável. Na véspera recebera a noticia que seu irmão Guilherme teria morrido durante uma caçada a javali. Ele teria que partir, mas não antes de findar com a existência de tão vil pagão que estava enclausurado naquele belo palácio.

Comovidos pela urgência do Templar, a velocidade da construção das maquinas de guerra dobraram. Eles compensariam a demora que tivera para as peças chegarem de Jerusalém.

As Balistas pouco importavam, mas ver os Trabuquetes erguerem-se imponentes entre eles, era revigorante. Tudo terminaria assim que eles estivessem completos.

Da alta torre do palácio, Kareem al-Fadlem observava os passos de seus inimigos. A preocupação a muito tirara sua paz, alojando uma sombra interminável em seus belos olhos. Com o risco iminente de acabar os alimentos, ele instituirá que, como no Ramadão, os habitantes de seu pequeno “reino” só se alimentariam após o cair da noite. As reservas do palácio foram postas a disposição de todos.

Raramente viam-no descansar. Sempre alguém tinha um relato de vê-lo ao lado de vigias nos muros ou ajudando senhoras a levar água para as pequenas casas que se espalhavam pela antiga Villa

Nessas horas sombrias e desesperadoras, a imagem paterna de Kareem era reconfortante.

Foi afundado em algumas almofadas, com os olhos fundos fixos no nada, fechado no escuro escritório que Halima encontrou seu marido.

Por horas a fio ela se manteve parada junto à porta, olhando para seu senhor imóvel, perdido, frágil como nunca o tinha visto antes.

- Meu marido e senhor, o que fazes isolado no escuro? - a voz suave era interrompida por soluços do mais puro choro, mediante a preocupação com o estado de seu senhor.

Num sobressalto, Kareem despertou do transe que se encontrava. A visão de sua mulher parada a porta, desamparada pelo desespero dele, fora o pior golpe que ele pudera receber naquele assalto.

Sua vontade suprema era de erguer-se, abraçá-la, reconfortá-la, levá-la de volta a teu quarto e niná-la no mais tranqüilo e seguro sono. Porém faltou-lhe forças, seu corpo fatigado, sua alma surrada, sua mente estressada, fatores que o prenderam ao chão, fazendo-o cair sobre os joelhos.

Esmagado pelo peso da situação, impotente de proteger seu mais precioso bem, de guarnecer aqueles que dependem de sua boa administração, faziam o ar falta-lhe, os olhos embaçarem.

Lagrimas salgada de uma derrota pré-estabelecida banhavam seu rosto naquele momento.

Com uma fúria nunca antes sentida, seu corpo se enrijecia, os punhos cerrados, lutavam para erguer o corpo endurecido.

De nada adiantará, ele perderá a luta para si, e não haveria como vencer europeus em um numero até dez vezes maior do que o seu contingente de soldados.

Foi um abraço tenro, o sentir do pulsar do coração da amada, o toque de suas lagrimas em seus ombros, aquilo o relaxou, o retirou da umbra que seu espírito se encaminhava.

- Não desistas meu amado, não desistas jamais. Tens a proteção de Deus, e com ele tudo podes. - a voz sussurrada, em meio a soluços - E estarei sempre ao teu lado, seja frente a tesouros imensuráveis ou em guerra com os mais malignos gênios enviados pelo mal.

- Desculpe-me por arrastá-la a tão impérvio futuro minha bela Halima. - a voz fraca e dengosa procurava mostrar forças não mais existentes naquele momento - Mas juro pela minha honra que a retirarei segura dessa arapuca.

- Estarei segura meu senhor, enquanto Kareem o Sábio, estiver ao meu lado.

Eles se mantiveram abraçados, ajoelhados ao chão por um longo tempo.

Kareem gentilmente ergueu-se junto a Halima. A olhou nos olhos por um breve período, e sorriu. Apesar de toda a situação, apesar da doença, ela estava ali, firme ao seu lado.

- Deves te recolher minha querida. - diz o islâmico já com os ânimos um tanto recuperado.

- Retornarei aos meus aposentos com o maior prazer meu senhor, contanto que Kareem al-Fadlem Ibn Mohammed Ibn Abad-Allah ibn Abbas retorne com tua mulher para um desejum. - a voz da pálida Halima soou frente a um sorriso sincero, capaz de iluminar a mais densa noite.

- A acompanharei até lá minha querida, porém, infelizmente não acompanharei vossa pessoa na refeição. Preciso checar e vigiar muitas cousas, para garantir nossa segurança. - disse firme Kareem, apesar de sentir ânsias para estar com Halima, descansar, alimentar-se.

- Não aceitarei escusas, meu senhor. È de meu conhecimento que não se alimenta há dias. O que pretendes?! Acreditas mesmo que teu jejum irá disponibilizar comida para todos?! - a ira tomava Halima, um leve corar surgia em sua pálida face - Ou acreditas que teu jejum dará o direito a minha pessoa de continuar se alimentando normalmente?

- Por acaso acreditas que sou uma néscia? Por ter vindo do harém de um xeique velho, sou cega? - o descontentamento da mulher era palpável, ela tremia suavemente, e apesar da irá, sua palidez agora aumentava.

- Pois saiba Ulemá, tua medida voltara-se-a contra ti! Não irei me alimentar enquanto vossa senhoria não o fizer! - ela disse virando-se de costas a ele, cruzando os braços e batendo o delicado pé, como uma criança mimada.

Apesar da preocupação do surto emocional de Halima, Kareem sorriu de sua medida. Mesmo sofrendo dos nervos, sua mulher ainda tinha força para mover montanhas. Nessas horas ele se via como o maior dos afortunados e dava graças a’O Único por ter dado-lhe essa dádiva.

Ele a abraçou pelos ombros, sorrindo, podia sentir o corpo dela tremer, tentava acalmá-la entre seus braços. Ao abrir a boca para falar, fora interrompido pelo entrar subido de um dos seus soldados no recinto.

O pobre rapaz bufava, tinha um semblante deformado pela preocupação. A imagem do jovem soldado fez com que Kareem lembra-se pelo o que passam, rapidamente tomou a frente de Halima, não só para ficar mais próximo do rapaz, como para proteger sua mulher de ser vista daquela forma por um soldado.

_- Meu senhor, mil perdões por invadir assim tua privacidade. Mereço ser chicoteado, mas o faço apenas por se tratar de uma emergência! - disse o esbaforido soldado.

- Não te preocupa com bons modos, não durante essa crise. Diga-me meu bom Salaz Abbas, qual acontecido obrigou-lhe a vir correndo ao meu encontro? - o chefe mouro, na presença do jovem, recuperou sua dignidade, sua voz soava forte e reconfortante, mesmo que aquela força fosse mais fingida do que real. Kareem não podia demonstrar nenhum sinal de fadiga ou desespero, isso sim seria o fim de tudo.

O jovem Salaz ficou espantado, havia muito pouco tempo que se juntara ao contingente de Kareem, nenhum outro líder saberia seu nome. Ficou feliz, por ter seguido seu desejo e ido atrás do “lendário” hâfiz que conquistara a África e o Oriente.

- Senhor, fomos traídos! Nossas fontes, poços, foram contaminados meu senhor!

Kareem observou o jovem. Aquela noticia selara toda a sorte deles. Estavam perdidos, poderiam agüentar a fome, mas a sede era mortal.

- Como isso é possível? Quem em sã consciência faria isso? - Kareem pode sentir o rigercer de Halima atrás dele.

- O frei Damião de Jesus meu senhor. O maldito cristão nos entregou aos abutres! - o descontentamento do jovem com a situação era facilmente perceptível - E nos precisamos de vossa presença onde ele está sendo mantido meu senhor. As pessoas querem linxa-lo.

Foi com um suspiro que Kareem respondeu a situação.

- Minha Halima, volte aos teus aposentos, assim que resolvido isso estarei com vossa pessoa.

Retirou-se, sendo acompanhando com o jovem soldado. Sua mente vagava pelos últimos acontecimentos que culminaram na desgraça presente. Desde o inicio sabia que quebrar sua promessa para com Deus não acarretaria em boas coisas.

Era tudo culpa dele, e era mais do que sua responsabilidade concertar aquilo tudo, não era por sua inconseqüência que poria a vida de seus súditos em risco.

A caminhada foi rápida. Logo eles estavam próximos à pequena igrejinha que Kareem manteve da antiga Villa Romana. Um grupo de dez pessoas estava cercando quatro soldados, e entre eles, encolhido, Kareem pode avistar o pobre frei, tremendo e com a face suja de sangue.

- Meus caríssimos senhores, vos peço para abrirem caminho e deixarem com que eu, como senhor dessa vila, resolva a pendência. - a voz de Kareem soou autoritária. As pessoas abriram caminho para ele, e sob sua supervisão os soldados conseguiram dispersá-las. Logo Kareem e o frei estavam dentro da igrejinha.

Eles se encararam por alguns minutos. O frei se manteve sentado, limpando o sangue que escorria de um corte na testa.

- Gostaria de saber o motivo para tua recente atitude João. - Kareem mantinha um semblante frio, seu olhar fulminava o frei.

- Motivo de que, meu senhor?

- O envenenamento das fontes.

- Ha, isso? _ ele pigarreou, evitando olhar para Kareem - Estava apenas fazendo meu dever como um bom cristão.

- Que diabos de cristão és tu, que trai aquele que te abrigou, alimentou, ouviu! Eu te encontrei nas ruas de Jerusalém anos atrás, sendo escorraçado e humilhado por outro cristão! Entreguei-lhe algo que nenhum bispo de tua igreja lhe daria! E é assim que me retribui?! - Kareem gritava, levantando o pobre frei pelas roupas, o balançando, fulminando-o com um olhar sem precedentes.

- É-é-é meu dever como seguidor de Cristo, acabar com todo os pagães que sujam a Santa Terra que Ele morreu.

Kareem o suspendeu, encarou, tinha vontade de fatiar o frei, pendurá-lo no portão preso apenas pelo escroto. Mas não o faria. Soltou o pobre homem. Cambaleou para trás, sentando bruscamente no banco às suas costas. As mãos ocultavam a face irada.

- Devia matá-lo, qualquer outro o faria. - disse enquanto erguia-se -Deveria deixar-te nu, cozinhá-lo em olho fervente e depois pendurá-lo no mais alto mastro apenas pelos teus escrotos. Porém, manterá-se-a vivo. Entregarás um recado aos teus “irmãos” lá fora.

Kareem se afastava da presença do frei, seus passos pareciam doloridos, e cada vez mais fatigados. Parou a porta e disse ao frei para não sair dali em nenhuma hipótese até ele voltar.

Horas depois o homem de Deus, saia da propriedade do mouro. Seguiu a cavalo até o acampamento do exercito cristão que cercava tudo aquilo. Tinha consigo uma mensagem importante para entregar aos lideres da empreitada.

Sua chegada foi anunciada, e ele foi encaminhado até a tenda principal, porém, foi interceptado por Teodoro.

Como um dos lideres do exercito, ele leu em primeira mão a mensagem de Kareem. Sorriu com aquilo. Levou o frei até a sua barraca. Lá deu de beber e comer ao frei, ouviu a situação interna do palácio, só depois o levou ao encontro dos outros lideres.

Em meio à entrevista o frei caiu morto, alvo de um veneno mortal.

Daquela forma Teodoro garantia que nenhum acordo de Kareem fosse aceito, ele não só acabará de matar um homem religioso como ofendera os augustos lideres.

- Isso revela com que tipo de ser vil estamos tratando meus senhores. Devemos escorraçá-lo amanhã, não poremos fim em sua vilânica existência apenas por que nossa honra nos impede. Ele vinrá em paz, e deverá ir embora em paz.

- Belas palavras Teodoro. Logo tomaremos aquele covil de serpentes, e ergueremos em suas ruínas uma bela igreja para honrar o valente frei que nos ajudou nessa empreitada. - disse o Prior da Ordem dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, João de Lavigton.

- Essas atitudes me surpreenderam. A fama desse mouro lhe precede, e nunca pensei que ele fosse capaz de tal ato. - disse de forma grave o cavaleiro germânico que acompanhava o assalto. – Porém, não é algo que devemos nos surpreender, vindo de um pagão mouro.

A noite caiu e um novo dia se fez alto, quando Kareem, sozinho, apareceu de forma humilde frente aos lideres europeus.

Ele propôs a entrega do palácio e dele mesmo, em troca da livre passagem dos moradores da Villa. Queria ter a certeza que eles não iriam ser martirizados de forma alguma. Porém todas as suas ofertas foram recusadas grosseiramente, e ele foi acusado de feitiçaria, cativeiro de bons cristãos, assassinato de homens de fé entre outros.

Na sua volta para o palácio, Teodoro o acompanhou.

- Espero que estejas preparado para morrer cão mouro. Sintas agora o que é ter recusado seus acordos de honra. - disse o templar em jubilo.

Kareem mantinha-se calado, cavalgava lentamente, apático ao que Teodoro dizia.

- Logo eu estarei entrando no teu lar, queimando teus pertences, matando teus súditos e deflorando tua mulher!

Kareem parou ao ouvir esse último comentário. Seu sangue ferveu, ele deu a volta parando o avanço de Teodoro.

- Es um cobarde kafir! Insultas-me e ameaça meus entes queridos, apenas por que tens um exercito de mil homens na tua retaguarda!

- Não me insulte mouro, sou capaz de derrotá-lo de qualquer forma, mas desta vez o farei da pior forma possível. Quando invadirmos tuas paragens, eu o caçarei, derrotarei-te, porem, te manterei vivo. Tirarei tudo o que amas, e depois será vendido como escravo em Roma. Esse é o teu destino mouro, acostuma-te a ele desde já, assim falou Teodoro, o Grande! - o templar deu a volta e saiu rindo, enquanto Kareem o observava afastar quase sem reação.

O ataque era iminente, os trabuquetes já estavam quase completos. As balistas foram testadas contra uma torre de vigilância, contra os portões e por sobre os muros, fazendo poucos estragos e matando uma mulher.

Kareem preparou o terreno, abriu valas, mandou construir barricadas e barreiras subdividindo o campo aberto até o palácio propriamente dito.

Foi no entardecer de dois dias após a conclusão das balistas que uma pedra de quase cem quilos voou sobre o muro, chocando-se contra um casebre. Ela foi seguida de outra contra o muro principal, fazendo pedaços dele vir ao chão. As flechas da balista cortaram o ar, em chamas, acompanhadas de outras menores.

Kareem mandou as pessoas se refugiarem no palácio, enquanto no pátio se preparava para uma possível invasão junto com seu pequeno exercito.

Mais pedras voou contra os muros e contra o portão, fazendo esse, mesmo reforçado, começar a ceder.

Tão de repente quanto começou o ataque cessou. A duvida de um novo ataque atormentaria os mouros e daria tempo de chegar mais pedras.

Naquela noite, em meio ao acampamento um homem passava por entre as tendas. Um homem sorrateiro como uma sombra, que era ignorado pelos os que o viam. Ele vagou pelo acampamento dos europeus, até a tenda de Teodoro, adentrando na mesma.

O Templar acordará com o repentino esquentar de algo próximo a sua face. Havia uma vela acesa ao seu lado, iluminando parcamente a tenda.
Num sobressalto Teodoro ergueu-se, empunhando uma adaga para o homem que se mantinha às sombras.

- Você realmente não quer me ameaçar não é Teodoro? - a voz fria e cruel, inconfundível, de Abn al-Jazir.

- Abn al-Jazir?! - a surpresa tomou Teodoro, o fazendo se afastar, segurando mais firmemente a adaga - O que traz um mouro até minha tenda?

- Vim fazer o que sempre fazemos meu caro europeu. Negociar. - com um gesto lento Abn pediu para Teodoro sentar-se.

- Sobre quais negócios temos a tratar al-Jazir? - ensaiava uma falsa valentia o Cavaleiro de Salomão.

- Não pedirei para parar o que não pode ser parado, nem para poupar quem não pode ser poupado. Mas venho até ti, na boa crença de que poupará meu irmão e sua mulher. Pelo menos por mais alguns dias. Então poderá ter uma guerra de verdade. - sorria cinicamente o islâmico.

- Como assim de verdade?

- Uma batalha em pé de igualdade, e não uma de mil homens contra cem, estando estes últimos esfomeados. Um pequeno contingente de homens ao meu serviço, experientes dos regimentos do próprio Salah al-Din, está vindo ao apoio e socorro de seus irmãos do islã. - os olhos de al-Jazir brilhavam.

- Homens de Saladino vem guerrear aqui? - gaguejou Teodoro. Até onde ia a influencia e poder do Mestre da Ordem de Assassinos, Abn al-Jazir, como trazer um pedaço do exercito do atual maior perigo ao Reino Latino de Jerusalém, apenas para salvar uma pouca centena de homens?

- Sim, alguns, antes da chegada do próprio. - o assassino levantou-se, sua voz era firme, e ele não era conhecido por mentir - Mais uma vez compro-te a segurança de meu irmão e de tua mulher até a minha próxima visita. Depois, eles estarão em condições de lutarem sem ter medo de um massacre.

O mouro retirava-se, deixando um pequeno baú com jóias e ouro.

Teodoro não dormira mais aquela noite. Ao amanhecer, vira os homens do exercito prometido por Guy de Lusignan armarem acampamento e começarem a partir. Sobre o pretexto de terem que estar em Jerusalém caso haja uma invasão de Saladino no reino, a Capital Santa devia ser protegida com todos os esforços.

Com aquela atitude dos seus companheiros, apenas uma coisa preenchia seus pensamentos; até onde ia a influencia de Abn al-Jazir.

Teodoro não podia perder mais tempo, nem deixar que a debandada de trezentos dos seus matasse a moral de seus homens. Ordenou o ataque, e a frente de um grupo de Templários cavalgaria e tomaria o palácio.

Os primeiros ataques centraram no portão. Após a segunda pedra, já havia um buraco grande o suficiente para passar um cavalo.

Teodoro encabeçava a cavalgada para o assalto final, mas não foi o primeiro a entrar. Faltando alguns metros ele deu meia volta, atravessando seu contingente, que empolgado com sua medida seguira os templários.

Preparava novas ordens, mandará um dos Trabuquetes se aproximar, concentrar-se no palácio propriamente dito, nas torres mais altas.

Sua cavalgada para dentro da vila, foi em meio a homens a pé, que passavam aos montes pelo portão posto a baixo.

Para a surpresa de Teodoro, muitos dos dele, tinham caído, valas com estacas escondidas eliminaram muitos cavalos e alguns cavaleiros. Pixe e fogo criavam barreiras perigosas de serem vencidas. Setas certeiras faziam o grupo se locomover pouco.

Mesmo com todas as armadilhas, organização e conhecimento do terreno, o numero dos cristãos sobrepujava em muito os soldados mouros. Pedras cortavam o céu, acertando o palácio, causando pequenos desmoronamentos e muitas mortes. Antes do meio dia, os europeus já tinham avançado mais de três quintos de todo o terreno, e posto por terra quase metade dos soldados treinados de Kareem.

Casas eram incendiadas e corpos blasfemados. O avanço reduzira um pouco, mas as provocações aumentavam, no intuito de fazer os mouros perderam a cabeça.

Kareem se manteve na retaguarda todo o tempo, frente ao palácio, dando ordens. Tinha que fazer mais. Iria participar ativamente dos ataques agora. Deixara Salaz com a obrigação de proteger os portões até o fim, mandara Halima ficar na biblioteca, mais ao meio, protegida, por ser um dos lugares com as paredes mais grossas de toda a construção.

A bela mulher, partiu sem questionar, seguida por outras mulheres e crianças. O fim se aproximara e muitos homens estavam prontos a pegar em armas.

Em alguns minutos Kareem deixou preparado uma pequena cavalaria pronta a atacar. Mandou prepararem valas e barricadas. Instruiu um dos seus velhos companheiros onde devia soltar a surpresa vinda da China.

Ao fim do dia tudo estaria terminado, mas Kareem faria o possível para prolongar esse fim o maximo que pudesse.

A sua onda de ataques começou duas horas após o desejum do meio dia. Mais uma vez o grande numero de soldados europeus faziam eles vencerem com facilidade. Como uma onda tomando a praia com o encher da maré.

Quando eles estavam em meio ao jardim principal, dois rojões voaram contra eles, explodindo num baque ensurdecedor. A chama e a explosão atiçaram chamas em pequenos barris de pólvora próximo as fontes, causando mais explosões.

A confusão e o medo de feitiçaria demoníaca dos mouros, fragmentou o exercito cristão. Muitos morreram, cavalos saíram em debanda atropelando feridos.

Aproveitando a desordem e o pânico, a cavalaria de Kareem surgiu das cortinas de fumaça, cortando gargantas, ceifando vidas ao som de urros de morte aos infiéis.

A sorte da batalha mudaria, se Hospitaleiros e Templários não tomassem a frente. Guiados por Teodoro e por João, eles aos poucos dominavam a situação. Um a um os cavaleiros mouros encontravam seus destinos nas laminas afiadas do povo de Cristo.

A visão de Teodoro triunfante em campo de batalha, fez com que o contido mouro cavalgasse ensandecido em direção ao inimigo.Nenhum outro conseguiria fazer aquela cavalgada.

Kareem a fez com maestria.

Passando por sobre corpos de inimigos, vivos ou não. Suas habilidades na esgrima superavam as dos cavaleiros que encontravam, conseguia manejar o cavalo com os joelhos, enquanto lutava com sua bela cimitarra. Muitos tombaram até o cavalo dele chocar-se com o de Teodoro.

O impacto levou ambos ao chão. Rapidamente eles estavam de pé, atacando e contra-atacando. O som dos gritos e da morte tornou-se surdo, apenas ouviam o brandir de suas armas e o ofegar de seus peitos.

Kareem atacava com velocidade, com arcos precisos, ora verticais, ora horizontais. Todos eram evitados e defendidos pela espada ou escudo do Templário. Este por sua vez atacava com fúria, ataques precisos, mas carregados, confiantes no peso de sua arma.

Kareem se esquivava deles com gingados e pulos, sabia que nem sua espada nem seu escudo segurariam os ataques do europeu.

Eles giravam e andavam pelo campo, tropeçando em corpos e destroços, esquivando e sendo empurrados por cavalos, com ou sem cavaleiro.

A habilidade e o frenesi da batalha era equiparado em ambos, porém, o braço direito de Teodoro começou a falhar, o peso de sua espada era sentido em demasia, ele defendia por pouco centímetros e seus ataques não mais ameaçavam o mouro.

Um corte foi feito na face, impedido na ultima hora de ser mortal por um empurrão com o escudo. Outro arrancara alguns anéis da cota-de-malha do cristão, o fazendo recuar ferozmente com passos largos.

Aproveitando a falha do inimigo, Kareem aproximou-se num salto. Avançara pelo lado direito, com um rápido e forte golpe originado da esquerda para a direita, em um pequeno arco ascendente.

Teodoro não fora rápido o suficiente para defendê-lo. Não totalmente. Seu sangue jorrou, conseguiu colocar a proteção da espada para parar o ataque, não a girara totalmente de cima para a baixo. Sua lentidão custou-lhe o dedo mindinho e um pedaço do anelar, alem de ter sentido a ponta curva da cimitarra roça-lhe as costelas por entre os anéis da armadura.

Um grito e a espada do cristão veio ao ar. Ele procurava defender-se com o escudo, mas sabia que Kareem rapidamente encontraria uma brecha, alem da ferida, do braço, sua perna também começava a demonstrar sinal de extrema fadiga.

Kareem encontrou a brecha, atacou sem piedade. Sua espada fora impedida de ceifar a vida do cristão por pouco. Tinha sido atropelado por um cavalo, guiado por João de Lavigton.

O cavalo passou por ele, o fazendo rolar por entre as patas do animal, desarmando-o. A investida do Hospitaleiro culminou no grito de dor do mouro, ao ter seu braço pisado e quebrado pela pata do eqüino.

Kareem levantava-se em busca de sua arma, assim que a recuperou, teve que rolar para o lado, desviar do ataque de Teodoro, agora sem escudo, usando a mão esquerda. Em meio à esquiva ele viu o hospitaleiro vim p/ cima, investindo contra ele, não importando se ia cortá-lo ou atropelá-lo.

Rolou pelo chão, tentando fugir, por entre uma das fontes destruída e cheia de corpos.

Dentro da mesma, fora cercado pelo hospitaleiro, por Teodoro e mais um soldado com uma lança. Não tinha como escapar de todos. Utilizou o braço quebrado, para desviar a lança em direção do hospitaleiro o desequilibrando do cavalo.

Agravará a situação do seu braço, e a sua, já que agora sangrava, mas achou um meio de fuga. Saltou sobre João, o agredindo com a espada, de forma bruta e sem objetivo real, apenas o tirando do cavalo, e colocando ele a galope.

Galopava com dificuldade por entre os soldados. Quase não via mais soldados seus entre os vivos. Os únicos mouros q lutavam eram homens comuns que mal sabiam o que era manejar uma arma.

Seu desespero maior foi ver, seu palácio todo alvejado por pedras, e em chamas. Fogo, aquilo poria tudo a baixo, seu palácio, seus súditos, seu amor, e assim sua vida.

O cavalo empinou, o derrubando. Antes de levantar já podia ver Teodoro e João correndo p/ cima dele, e outros o cercando.

O desespero o salvou do cerco que faziam a ele. Correrá de qualquer forma para o palácio, sem se importar com cortes superficiais, ou remediados futuramente. Gritava com os seus por debanda e rendição.

Por milagre entrou no castelo, e nada o conteve, seja homem, entulhos ou chamas até onde estava sua amada.

Às portas da biblioteca encontrou Salaz trespassado com o corpo a em chamas. Elas se alimentavam do papel e papiro ali acumulados, além do crepitar da madeira em chamas, não havia mais nenhum som.

Entregue ao desespero Kareem adentrou o recinto. O cheiro de corpos em chamas, pedras caídas pela sala, nada disso o impediu de encontrar o corpo de Halima, sentada, apoiada contra a parede num canto, intocada por qualquer mal, porém, inerte, sem vida.

A situação tirará o sopro de seu peito. O estresse fizera seu frágil corpo abandonar a vida.

Os súditos a colocaram no lugar mais seguro, preferiram honrar seu corpo e uma ultima visão de seu mestre a sua amada do que a própria segurança. Nem mesmo os cristãos que ali entraram ousaram profanar algo tão belo e gentilmente protegido.

Aquela cena destruirá a vida dos olhos de Kareem, abraçando a sua amada ele soltou o mais horrível e penoso grito possível vim de um mortal. Ele manteve-se parado, abraçado a Halima, chorando, apático ao fogo, a chegada de Teodoro, a sua brusca retirada dali.

Estava apático a tudo. Como Teodoro tinha dito, perdera seu palácio, seus súditos e sua mulher. Perderá a vida com isso.

Ao fim do dia o fogo tinha sido controlado. Os islâmicos sobreviventes foram postos a ferro ou em jaulas improvisadas. Os homens foram mortos, sejam jovens ou velhos. Por ordem de João, apenas as mulheres e crianças foram poupadas. Seriam vendidos como escravos, e o que fosse arrecadado iria para os próprios soldados.

A pilhagem começou com o palácio em chamas mesmo, e naquele momento não havia terminado. Jóias, sedas, tapetes, iguarias, eram acumulados, os mais valiosos indo para os cofres das ordens responsáveis.

Kareem foi amarrado nú entre os soldados, humilhado e espancado, rasparam seu cabelo e barba, como se rasparia as de um criminoso da pior estirpe. O tempo todo ele não disse uma palavra, não havia razão em seus olhos.

Teodoro garantiu que ele não morresse por sangramento, e o deixou ali, em meio aos escombros ao lado do corpo intocado da mulher.

Explicou que era um pagamento de uma divida de honra que ele tinha com Kareem, daria uma chance dele sobreviver, abandonado em meio ao nada, nú e amarrado. Todos entenderam e não questionaram.

Em menos de um dia, o exercito partia de volta aos seus lares e obrigações. Kareem continuou parado, alheio a tudo que acontecia.

Abn al-Jazir chegou, à frente de um exercito de três mil homens, massacrou os guardas restantes. Ali se separaram, al-Jazir dirigiu-se a Síria, enquanto os homens iam a direção a Hattim, se juntarem ao exercito de Salah al-Din Yssuf, que marchava por entre as paragens do reino.

Kareem ficou entregue a loucura por cinco anos. Todas as suas necessidades eram supervisionadas por Abn, desde alimentar-se a obrigá-lo a andar pelos jardins da residência que al-Jazir conseguirá para ele no Marrocos.

Um dia, Kareem apareceu sozinho na sala do desejum.

- Agradeço-te enormemente por não ter me deixado morrer meu irmão e senhor. Agora com tua licença peço que me permita partir. Vestirei o manto de lã dos Sufi, e vagarei atrás do conhecimento que só pode ser dado vendo a criação d’O Senhor. - sua voz era rouca e sem a beleza de outrora, seus olhos se tornaram cinzentos como os de um morto.

- És livre para ir Uléma. Sei que não o verei mais, mas diga-me quais seus caminhos. - apesar da frieza corriqueira na voz de Abn al-Jazir, ela estava mesclada de um misto de felicidade e tristeza.

- Irei mais uma vez para o sul da África. Lá encontrarei o que já encontrei uma vez. Depois partirei para as Índias. Farei companhia ao califa Yuz Ahmmadya e aos seus amigos rajás. Lá muito aprenderei e muito ensinarei. Antes de tudo, peregrinarei até a Madina.

- Despeço-me de ti meu irmão, pois só voltaremos a nos encontrar nos reinos do Deus Supremo, ou nas agourentas regiões infernais. Até lá, uma boa vida, e não te culpa por nada que achas que tenha feito a mim, pois eu não o culpo. - a voz sussurrada de Kareem, selada com um beijo e um abraço em meio a um sincero sorriso.

Kareem partiu, e fez tudo que falou ao irmão. Sorriu apenas mais quatro vezes em sua vida, nos demais tempos era uma pessoa silenciosa, calma, sem nunca demonstrar tristeza ou alegria, apenas uma leve tranqüilidade.

Ele sorriu na África, quando reencontrou o que tinha encontrado já uma vez. Sorriu ao reencontrar Yuz e outra ao ouvir os ensinamentos dos rajas e brâmanes hindus. Sorriu a quarta vez ao ver que seus ensinamentos sobre O Profeta e Deus eram bem aceitos e vistos por muitas crianças e jovens.

Despediu-se da vida deitado em uma esteira dentro de uma velha casa de taipa nos confins da Índia.

Teodoro partiu de Jerusalém antes de começar a batalha de Hattim. Viajou até a cidade do Acre e de lá pelo mediterrâneo até a cidade de Nice. Daí partiu a cavalo ate a Normandia, chegando ao feudo onde crescera. Onde agora era senhor absoluto.

Deixará a jovem Sarah para trás, a vendeu como escrava na cidade do Acre mesmo, não sem antes deflorá-la. Abn al-Jazir devia ter aceitado-a como parte do pagamento a morte de seu irmão Guilherme. Nem mesmo ele poderia fazer todos os bons negócios.

Teodoro administrou divinamente seu feudo, até mesmo conseguiu expandi-lo com duas pequenas guerras.

Dez anos depois se casou com uma Inglesa, arrebatando assim mais terras para si. Ela morreu cinco anos depois. Ele doou essas terras para os Templários, fazendo assim sua paz com eles e estudando uma possível volta à ordem.

Ele nunca voltou à ordem. Arranjou varias donzelas para cuidarem de seus três filhos, e fez um bom numero de bastardos com elas.

Mais vinte anos se passaram, ele casou-se mais uma vez com uma jovenzinha germânica de quinze anos.

Sofria de gota nessa época, e malmente conseguia andar. Seu braço direito pendia duro como pedra. Depois de poucos anos não mais saia da cama, dificilmente conseguia mover a parte esquerda do corpo, e foi abandonado lá, em meio aos seus dejetos e ratos.

Sua segunda mulher o traia com o seu primogênito.

Eles copularam varias vezes a vista do antigo herói da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo de Salomão, com ela o chamando de invalido em meio aos seus gozos, antes dele morrer.
"— Nós também éramos crianças, e se eles nos deixaram órfãos, os deixamos sem filhos."(

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Mensagempor Lady Draconnasti em 23 Out 2007, 00:47

Finalmente... =D

Teodor teve o que mereceu!
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