Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mostre seus textos, troque idéias e opiniões sobre contos.

Moderadores: Léderon, Moderadores

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 22 Out 2007, 22:37

Bom, é como eu falei no começo, depende da receptividade.

Mas tem algumas partes que são pura enchessão de línguiça, se não o ritmo da história ficaria irrealista demais.

A Parte 2 fatalmente seria postada, ela revela coisas importantes e introduz um dos meus personagens favoritos.

Depois pensei em saltar direto para a Parte 12, onde introduzo outro personagem que gera boa parte das cenas mais interessantes. Claro, nesse caso teria que fazer um bom resumo do que se passa no meio tempo. Ainda pensando...
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 30 Out 2007, 12:10

Mais duas cenas...

***********************

15.
Cho entrou no quarto e foi direto para a cama. Pouco depois voltou a ouvir um ruído psíquico, se virou no mesmo instante. Jonathan estava lá.

–Posso conversar com você?

–Sim.

–Se incomoda se eu acender a luz?

–Não, tudo bem.

–Vai ser uma conversa longa, mas é melhor falar tudo isso agora.

Jonathan falou praticamente sem pausas. Ele repetiu tudo que Caroline havia contado.

–Então eu sou... de outro planeta.

–Eu ousaria dizer até mesmo de outra civilização, uma muito mais avançada.

–Bem. Isso explica o computador implantado no meu cérebro. E todas as informações nele.

–O que vai fazer agora? Como eu já disse, eles estão atrás de você.

–Eu não vou voltar. Eles só estão me procurando para evitar que vocês consigam colocar as mãos na tecnologia avançada.

–E o que planeja fazer para não ser encontrada?

–Eu vou enviar uma mensagem para eles. Para que parem de me procurar. Eu não vou entregar essa tecnologia de qualquer jeito, ficando aqui ou não. Não se preocupe, senhor Thrillson. O medo deles é que o governo consiga essa tecnologia. Eu posso muito bem usar esse conhecimento aqui no Grupo Especial.

–Tem certeza de que eles não vão se opor.

–Acredito que não.


16.
Ainda era madrugada quando Cho terminou de montar o rádio transmissor. Eles estavam fora da cidade, os quatro juntos. Ela começou a emitir o sinal na freqüência que Torio havia falado. Alguns minutos depois um Mobilesuit apareceu no céu, e desceu perto deles. Um homem saiu dele e se aproximou mais.

–Tenente Akagawa, vejo que está viva.

–Sim.

–Quem são vocês... Torio? É você mesmo?

–Sim, Capitão Smith.

–Bom ver você. Vai querer voltar?

–Não, eu vou ficar. Akagawa também.

–Receio não poder permitir isso.

–Capitão. Eu sei muito bem que só estava me procurando para recuperar Icarus, e impedir que o governo da União, ou qualquer outro em Del Karva, ponha as mãos em nossa tecnologia.

–Sim. Isso é óbvio para qualquer um que conheça nossos métodos.

–Dos quais eu não me lembro. Perdi a memória na queda.

–Entendo. E vejo que planeja começar uma vida nova aqui. Nós estamos bem longe de casa, e por isso não me sinto obrigado a seguir todas as regras. Se quer mesmo ficar, tudo bem. Minha única preocupação é com Icarus, ele não pode cair nas mãos do exército.

–Não irá, tem minha palavra.

–Então é isso? É só o exército que preocupa vocês?

–Sim, Torio. Eles têm recursos para tentar reproduzir a tecnologia de Icarus. Apesar de sua genialidade Akagawa, sem o exército, você não tem recursos para reproduzir nossa tecnologia em uma escala que vá representar um problema. Sinta-se livre para fazer uso desse conhecimento, só evite que o exército tome conhecimento.

–Então é isso?- Torio falou, confuso.

–É como é. Eu não vou ficar discutindo, é perda de tempo. Vocês dois sempre foram cabeças duras, não vou conseguir fazer vocês mudarem de idéia. Tentar levá-los a força só ia causar mais problemas. E nós já estávamos de partida quando recebi seu sinal, temos mais o que fazer. Se aparecer mais algum dos nossos aqui, não será alguém da minha nave, tenham certeza.

Smith começou a andar de volta para seu Mobilesuit, mas parou no meio do caminho e se virou.

–Torio, você foi um bom soldado. E foi bom voar ao seu lado, Akagawa.

Depois ele entrou no Mobilesuit e partiu, sumindo entre as nuvens.
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 06 Nov 2007, 22:53

OK. Mais três cenas, eu sei que é muito, mas isso encerra a parte 1.

**************************

17.
Jonathan se levantou num salto. Sentia uma forte energia psíquica perto. Esse era seu maior segredo, seus poderes psíquicos. Ele evitava ao máximo usá-los, mesmo aqueles imperceptíveis, como o escudo mental. Mas não podia fazer nada sobre os poderes passivos. Ele saiu da cama o olhou o relógio, já era madruga. Sem perder tempo se vestiu e saiu, seguindo a sensação de poder.

Ele logo chegou ao pátio em frente à garagem, onde avistou Cho. Ela estava parada, olhando para o céu, vestia a mesma roupa que no dia em que Kelvin a encontrou, uma peça única que cobria apenas seu tronco. “Isso confirma a sensação que tive quando a encontrei pela primeira vez...” pensou.

Ele desceu vagarosamente até o pátio.

–O que está fazendo aqui a essa hora?

Cho se virou assustada, não esperava que alguém estivesse acordado.

–Não adianta mentir. Eu já senti seu poder.- ele falou num sussurro.- Eu também tenho alguns. Embora perto de você eles sejam insignificantes.

–Bem... Eu estou... trazendo um Mobilesuit pra cá.

Jonathan se surpreendeu, embora não demonstrasse isso.

–Quer dizer que vocês também têm essa tecnologia.

–Vocês têm isso aqui?

–Posso dizer que a União tem. O Grupo Especial não. Essas habilidades são bem raras aqui, e o governo tenta recrutar todos com elas, embora não tenham meios de detectar todos.

–Bem, acredito que eles tenham me detectado agora.

–Certamente. Mas com esse poder todo, vão assumir que foi um erro de leitura, ou algo parecido. Diga-me, onde deixou esse Mobilesuit.

–Bem longe. No próximo planeta, que chamam de Terra de Ninguém.

–Você consegue alcançar tão longe sem nenhum ampliador?

–Sim. De acordo com meu computador implantado eu sou capaz de alcançar uma distância cinqüenta vezes maior. Mas não lembro se já cheguei a usar todo esse potencial.

–Vai demorar um bom tempo pra ele chegar aqui.

–Eu o coloquei em movimento antes de ontem. Estou manobrando para a reentrada agora.

–Não tem medo dele ser detectado?

–Eles não conseguiram me ver quando eu tentei roubar aquele Mobilesuit. Não vão ver este aqui. Mas não vai ser um problema se pegarem ele. Ele não tem uma tecnologia tão avançada.

Cho se virou e voltou a olhar para o céu. Jonathan percebeu que ela estava seguindo algo com os olhos. Ele tentou encontrar o que ela observava, então notou uma distorção no ar, entre os prédios, que lentamente se aproximava. Quando chegou perto ele conseguiu reconhecer o contorno de um Mobilesuit. Cho o moveu até a perto da garagem e pousou silenciosamente, depois o fez andar para a garagem, onde desligou a camuflagem que o tornava invisível. Jonathan observou impressionado. O Mobilesuit tinha mais de sete metros de altura, e asas. No momento estava todo branco com alguns detalhes em azul e vermelho. As asas imitavam penas de certa forma, e era onde ficavam os propulsores. Jonathan percebeu que ele possuía canhões nos dois braços, e carregava um rifle com quase um quarto do tamanho dele.

–Qual o nome dele, Cho?

–White Angel.

–Só uma dúvida. Se você perdeu a memória, como se lembrou dele?

–Num sonho. Algumas de minhas memórias têm voltado em visões e sonhos. Eu lembro de quando consegui ele. Roubei de uma estação espacial que fica no cinturão de asteróides, depois do último planeta.

Cho voltou a controlar White Angel, fazendo-o recolher as asas e o colocando junto a um dos suportes superiores, para facilitar o acesso.

–As pessoas chamam esse cinturão de Horizonte. Mas esse Mobilesuit parece ter uma tecnologia muito avançada em relação à daqui.

–E tem. Essa estação espacial não é de Del Karva. Mas não era nossa.

–Então de quem é?

–Não sei. Mas Torio deve lembrar, ele estava lá, lembro disso. Agora, se me dá licença, eu vou dormir.

–Esteja à vontade, eu também vou.

18.
Caroline se levantou preguiçosamente. Depois de se vestir saiu em direção ao refeitório. Notou Torio parado no final do corredor olhando algo na garagem. Sem pressa ela andou até lá, pensando mais no café da manhã do que no colega. Quando se aproximou notou que ele estava imóvel, parecia chocado. Normalmente ela seguiria sem dar atenção, mas acabou notando o que ele observava. Havia um outro Mobilesuit na garagem, e não era de ninguém do Grupo Especial.

–Meu Deus.- ela exclamou em francês.

–O que acha?- Torio finalmente falou, em inglês.

–Não sei o que dizer.- ela respondeu agora em inglês também.- De quem é?

–Aka... Cho

–Como isso veio parar aqui?

–Não sei, mas certamente foi essa noite.

Os dois seguiram juntos para o refeitório. Jonathan e Cho estavam lá.

–Chefe... Você viu...- Caroline começou a falar.

–Vi. Cho foi buscar ele durante a noite, eu acabei acordando quando ela chegou.

–Cho, por que trouxe o White Angel pra cá?

–Bem...- ela falou sem tirar os olhos da comida, não gostava de ser o centro das atenções.- ele é meu... Por que eu deveria deixá-lo longe de onde estou?

–Tá. Faz sentido.- ele concordou, percebendo que não conseguiria uma resposta melhor.

19.
Caroline entrou no escritório de Jonathan e fechou a porta, depois se virou para ele.

–Me chamou?

–Sim. Por acaso você notou algo estranho no comportamento de Cho?

Caroline parou a pensar.

–Não me ocorre nada agora, por quê?

–Ela me pareceu oscilar um pouco no comportamento. Principalmente quanto à timidez dela. Essa noite, quando a vi trazendo o Mobilesuit, ela conversou comigo sem problemas, mas de manhã, bem, você viu como ela estava incomodada.

–Acha que é algo grave?

–Pode ser, mas não tenho a menor idéia. Melhor ficar de olho.

–Devo falar algo com Torio?

–Não. Ele ainda está muito preso ao passado. Não consegue conviver com Cho direito, fica se lembrando de Akagawa.

–Você fala como se fossem pessoas diferentes.

–De certa forma, são. Pelo que ele me contou, Akagawa era fria, às vezes chegava a ser cruel. Cho é o oposto, e tímida.

–Tudo bem. Eu vou prestar atenção, qualquer coisa eu te aviso.
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 22 Dez 2007, 01:17

Por fim trazendo a segunda parte até aqui.

Apenas uma nota: Falas entre <> estão sendo feitas por telepatia, as notas colocadas no começo do tópico, e alguma outra que esteja no meio, parmenecem válidas.

Como faz um bom tempo que eu postei a parte anterior, sugiro reler as últimas cenas dela pelo menos (o post anterior) e, talvez, o prelúdio para entender bem o que vai se passar aqui. Se quiserem encarar o texto direto, eu tentei fazer ele o mais independente possível do resto, veremos se consegui...

*************************

A Shattered Mind
Parte 2


1.
Cho entrou no quarto e fechou a porta. Estivera o dia inteiro trabalhando na oficina. Começou a se concentrar em si mesma, tentando conversar... logo veio uma resposta.

–<Resolveu me ouvir finalmente, Cho?>- ouviu sua própria voz falar em japonês.

–<Quem é você?>- perguntou telepaticamente também em japonês.

–<Quem sou eu? Eu sou você, Cho. Ou melhor, sou quem você era: Akagawa.>

–<Não entendo. Foi você que trouxe White Angel, e que falou sobre meus poderes para Jonathan?>

–<Nossos poderes. Sim, fui eu. Você dormia naquele momento, mas parece que se lembra do que houve.>

–<Pensei ter sido apenas um sonho, até ver White Angel aqui. O que é você?>

–<Sou parte de você, Cho. A amnésia não foi a única conseqüência daquela queda. Nossa mente foi dividida.>

–<Você entende o que houve?>

–<Sim. Levei todos esses dias para entender, mas consegui. Você surgiu logo que acordamos, ao lado de Kelvin. Eu fiquei dormente. Era capaz de perceber tudo o que você fazia, mas não tinha controle sobre nosso corpo. Nós duas somos a mesma pessoa. Você surgiu, nasceu de certa forma, naquele momento. Por isso somos diferentes, você é um reflexo daquele momento, confusa e sozinha em um mundo desconhecido.>

–<Bem, isso parece justificar meu comportamento. Mas e você, quem é?>

–<Sim, justifica sua timidez, e porque você se importa tanto com os outros. Eu sou quem era antes. A mulher que Torio amou, aquela que tentou roubar o Mobilesuit. Antes apenas eu existia. Agora somos nós duas nesse corpo. Eternamente lutando pelo controle, sem nunca conseguir ele totalmente.>

–<E por que você não tenta assumir o controle total de uma vez, em vez de ficar conversando comigo, tentando me convencer a agir do seu modo?>

–<Quem me dera fosse tão simples, apagar você. Eu poderia tomar o controle, mas você poderia tomá-lo de volta. Você recuperou parte de nossa memória, certamente deve reconhecer meu comportamento delas, e percebe que você é diferente.>

–<Sim. Somos bem diferentes em algumas coisas.>

–<Quer mais alguma explicação?>

–<Não, já entendi bem a situação. Só não sei o que fazer a respeito.>

–<Eu sugiro tentar chegar a um comum acordo.>

–<Fale.>

–<Aqueles de quem roubamos White Angel têm pleno conhecimento das habilidades psíquicas, e até já estudaram pessoas na mesma condição que nós. Eu lembrei disso. Sugiro que em vez de ficar brigando pelo controle, embora isso certamente vá acontecer em certas situações, podemos tentar agir em comum acordo. Podemos revezar o controle do corpo.>

–<Isso vai depender de nossos objetivos pessoais. Quais são os seus?>

–<Bem. Eu gostaria de voltar para nossa tropa, mas você já disse que desejava ficar aqui. E eu não quero revelar essa nossa condição. Meus objetivos são os mesmos de antes: sobrevivência e glória pessoal, e posso ter os dois aqui, no Grupo Especial. E voltar a brincar com os sentimentos de Torio, isso era bem divertido pelo pouco que me lembro, e vai ser mais divertido agora, que ele está confuso sobre nós.>

–<Soa um tanto cruel, mas é sua personalidade, pelo que lembro.>

–<Sim.>

–<Vejo que não tenho como impedi-la o tempo todo. Mas um relacionamento profundo não me agrada.>

–<Você é tímida demais, tem que se soltar mais.>

–<Com o tempo talvez eu consiga. Mas me parece que você não vai colaborar muito para isso. Azar. Eu quero uma vida, e aqui eu já tenho amigos, já comecei uma.>

–<Ótimo, esse acordo tem tudo para dar certo. Você vive sua vida, eu luto. É claro que teremos problemas, somos bem diferentes, como você disse. Vamos discordar várias vezes, e brigar pelo controle. Mas acho que esse é o começo de uma boa amizade, e é melhor que seja mesmo.>

–<Estou de acordo. Só vou impor uma condição. Nada de ataques psíquicos entre nós duas.>

–<Feito.>

Cho parou a conversa. A situação era estranha, mas depois de tudo o que acontecerá nos últimos dias, ela estava se acostumando rápido. Rápido demais até. Ela voltou a ouvir Akagawa novamente.

–<Mais uma coisa, Cho.>

–<O que?>

–<Ninguém deve saber dessa condição.>

–<Concordo, mas isso depende da sua colaboração.>
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Dahak em 23 Jan 2008, 19:29

Opa, demorei mas não me esqueci deste Vôo ;)

A cena 15 é bem curtinha, né?
Parece ter função de "ponte".

Acho importante e interessante a percepção que você tem que nem todas as cenas precisam ser memoráveis.

Na cena 16 tudo correu muito bem.
Sendo chatinho, teve um vírgula que não me pareceu bem colocada.
Nesse pedaço: "Alguns minutos depois um Mobilesuit apareceu no céu, e desceu perto deles."
Só o "e" ali bastaria.
Mas é perfeccionismo de minha parte.

De um modo geral, eu achei que a primeira parte deveria acabar nessa cena e não na 19, que achei mais morna.

A cena 17, invariavelmente, trouxe-me Batman a mente. Deve ser pelo "Terra de Ninguém" XD
Brincadeiras a parte, correu tudo muito bem. E também me deu cara de ser um começo de uma nova parte mais feliz (no sentido de bom, adequado) do que a "cena 20".

Cena 18.
Olha, achei muito engraçado você ressaltar as diferenças nos idiomas.
Acho que você foi bem feliz nessa opção.
Tudo okay aqui.

Cena 19.
Nenhum problema com ela. Mas também não houve nada de muito chamativo.
Claro, você goza do fato de ter outras cenas dando suporte. Porém, se dependesse só dessa, aquele fator "uow" que te prende para continuar lendo ficaria bem defasado.
Entretanto, não é uma parte que compromete, só que parece mais daquelas que "completam" do que aquelas que fazem diferença substancial.

Primeira nova cena.
Não entendi muito as opções por < >.
Quando comecei a ler, achei que seria mais uma parte tenra, mas gostei muito como você foi conduzindo e terminou bem melhor do que começou.

Por fim, acho que essas últimas cenas ficaram boas, mas achei que serviriam mais como a continuação do que como os passos "decisivos".


Dahak Out
Life. Live.
Avatar do usuário
Dahak
 
Mensagens: 1655
Registrado em: 20 Ago 2007, 22:32
Localização: São Paulo

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 23 Jan 2008, 20:48

O uso de <> pode parecer desnecessário, e nas primeiras partes até é, mas mais pra frente, quando parte do diálogo é falado e parte é dialogo mental entre apenas parte dos personagens presentes, ajudam muito.

Atualmente meu ânimo pra mexer em coisas relacionados com RPG e os Contos anda beeem beixo, por isso deixei as coisas aqui paradas...

Não devo retomar postagens antes de fevereiro...
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Lady Draconnasti em 23 Jan 2008, 20:55

Sem pressa, Anonimous000
Imagem

Status: Cursed
Alinhamento do mês: Caótica e Neutra
Avatar do usuário
Lady Draconnasti
 
Mensagens: 3753
Registrado em: 25 Ago 2007, 10:41
Localização: Hellcife, 10º Círculo do Inferno

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Dahak em 23 Jan 2008, 21:35

Hun... o que houve?

Bom, agora entendi a necessidade dos <>, hehehehe


Dahak Out
Life. Live.
Avatar do usuário
Dahak
 
Mensagens: 1655
Registrado em: 20 Ago 2007, 22:32
Localização: São Paulo

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 23 Jan 2008, 22:58

Dahak escreveu:Hun... o que houve?


O meu grupo de jogo tem feito maravilhas para aniquilar completamente meu interesse em RPG, que é o impulso criativo por trás dos meus contos.
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Lady Draconnasti em 24 Jan 2008, 00:52

Mude de grupo u.u

(Como se fosse simples assim ¬¬)
Imagem

Status: Cursed
Alinhamento do mês: Caótica e Neutra
Avatar do usuário
Lady Draconnasti
 
Mensagens: 3753
Registrado em: 25 Ago 2007, 10:41
Localização: Hellcife, 10º Círculo do Inferno

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 24 Jan 2008, 14:43

Easier said than done...

Mais duas cenas, aqui começam as transformações na protagonista, que lentamente vai se tornar aquela que meu grupo carinhosamente apelidou de Psicótica.

Há quem diga que ela é completamente insana, mas eu vou deixar para vocês julgarem...

***************

2.
Torio se deitou na cama e pegou o bloco de desenhos. Ficou rascunhando suas memórias nele, desenhando Cho e outras coisas de que se lembrava.

“Parece que ela não lembra mesmo de mim. Mas ela recuperou algumas memórias, lembrou até mesmo de White Angel. E ela ficou me evitando aqueles dias... talvez ela lembre de algo...”

Ele parou de desenhar e massageou o pulso, já sem a tala. “Bem, não quero outro encontro desses. Ela não é mais a mesma, está muito diferente...”

Depois de alguns minutos ele se levantou e saiu, pensando em dar uma volta. Quando chegou na garagem notou que alguém trabalhava na oficina. Olhou para dentro a avistou Cho trabalhando em uma das mesas. Decidiu tentar falar com ela.

-O que está fazendo?- falou em japonês.

Ela se virou assustada, mas depois voltou a trabalhar enquanto respondia, também em japonês.

-Nada muito importante, por quê?

-Só tentando puxar conversa, mas você não facilita.

-Desculpe.

Cho voltou a ouvir a voz em sua cabeça.

-<Akagawa, lembre-se que ele espera um comportamento tímido.>

-<Calma, Cho. Não vou estragar tudo agora, só me divertir um pouco.>

-Posso ver o que é?- Torio perguntou ao se aproximar da mesa.

Ele observou por um instante. Cho trabalhava em um robô, aparentemente.

-O que exatamente é isso?

-O que parece? Um corpo cibernético.

Torio se incomodou um pouco, Cho estava agindo um pouco estranha.

-Pelo tamanho, diria que é pra você.

-Sim.

-Não está satisfeita com seu corpo?

-Uma máquina pode ser muito mais eficiente que um corpo humano comum.

-Bem, eu já esperava isso.

-<Ele não sabe que lembramos dele.>

-<Eu sei. E vou me divertir mantendo essa farsa.>

-Esperava? Por quê?

-Eu... hã... Bem, você tem todos os membros biônicos. Duvido que tenha perdido todos em acidentes, mesmo numa guerra ou em algo parecido.

Cho parou um instante, olhando para as mãos.

-<Cho, você lembra porque temos todos os membros biônicos?>

-<Não, mas pelo que ele estava falando, acho que foi por escolha sua. Procurando mais eficiência.>

-Não me lembro se os perdi. Ou se troquei por escolha.

-Bem. Eu nunca vi alguém assim, mas acredito que não tenha sido acidente, ainda mais você sendo tão jovem.

-<Ele mentiu.>

-<Eu percebi Cho. Ele sabe que não envelheço, e que por isso só pareço jovem, mas não lembro minha idade.>

-<Eu lembro de sua relação com ele. Isso foi logo antes dele ficar preso aqui em Del Karva. Faz pouco mais de dois anos. Você tinha se juntado há pouco tempo à tropa, devia ter realmente a idade que aparentava. Isso seria dezoito ou dezenove anos. E já tinha os membros artificiais.>

-Talvez você esteja certo.

-Isso não faz diferença. Como planeja fazer o transplante? Não temos recursos para isso aqui.

-Eu já falei com Jonathan sobre isso. Ele sabe onde fazer, e vai me levar lá hoje, por isso preciso terminar isso logo.

-Bem, vou deixar você trabalhar em paz.

-Obrigada.

-<Pensei que tivesse dito que ia se divertir com ele.>

-<Não tive uma chance boa, ele tomou cuidado para não falar besteira. Azar.>

3.
Jonathan entrou na garagem sem muito ânimo. Enquanto ele se dirigia para seu escritório Caroline se aproximou.

-Como foi?

-Sem problemas. Cho vai ter que ficar lá até amanhã à tarde, apenas para garantir que não houve nenhum problema nas conexões, ou algo parecido.

-Mas me diga, ficou muito diferente?

-Não. O novo corpo tem quase o tamanho do antigo, um pouco mais magro só.

-Mais do que ela já era?

-Sim. É uma máquina, pode ser assim. A cabeça tem... como eu poderia dizer... um disfarce. Não, essa não seria a palavra adequada. Bem, a cabeça ainda se pareça com uma cabeça humana, com a de Cho. O resto do corpo é obviamente artificial, embora tenha traços semelhantes aos do corpo original dela.

-Não vejo problema. Talvez Torio fique triste com isso.

-Não sei. Ele parece ter desistido de fazer ela se lembrar.
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 09 Fev 2008, 02:44

Mais...


*****************

4.
Torio se sentou novamente no cockpit, sem entender qual era o problema no computador. Tentou reiniciar o Mobilesuit novamente, mas não adiantou nada. “Pelos deuses. O que foi que eu fiz com essa coisa que ela não funciona mais?”, seus pensamentos foram interrompidos pelo som de passos do lado de fora. Ele abriu a escotilha e olhou para a garagem. Cho estava entrando, não vestia nada, mas também não precisava, agora que todo seu corpo era artificial, apenas a cabeça mantinha uma aparência humana, a mesma de antes, mas com o cabelo mais comprido.

–Hei, garota.- falou em inglês dessa vez.

Ela olhou para cima, seu rosto ficou um pouco corado.

–Olá. O que está fazendo aí?

–Tentando concertar essa bagaça. Por que não está vestindo nada? Não que precise, claro.

–Não da pra usar roupas normais e operar um Battlesuit ao mesmo tempo.

–Não que você esteja fazendo isso agora.

–Problemas sempre aparecem na pior hora, tenho que estar pronta. Mas se isso te incomoda.- ela parou um momento, acionando o holograma instalado no corpo, projetando roupas normais e pele por cima das partes metálicas.- Ficou melhor?

–Bem, isso esconde que você é uma máquina. Gostei. Agora, de volta ao trabalho.

Torio escorregou para dentro do Mobilesuit novamente, e voltou a estudar o problema. Pouco tempo depois percebeu que algo bloqueava a luz que vinha de fora, e olhou para cima, Cho estava em frente à escotilha.

–Posso ajudá-la?

–Qual o problema?

–Eu fiz alguma coisa errada, e não estou conseguindo mais ligar meu Mobilesuit. Na verdade ele até liga, mas não consigo fazer ele se mover. Hei, o que pensa que vai fazer?- Torio exclamou quando viu Cho entrando na escotilha, ela logo escorregou e parou praticamente em cima dele.

–Tentando ajudar. Licença.

Cho se posicionou de modo a poder olhar o computador do Mobilesuit. Ela havia desligado o holograma corporal. Torio não ficou muito confortável com a posição, preso imóvel entre as pernas dela, com o rosto quase prensado contra o peito metálico dela, que mantinha o contorno do corpo original, ironicamente, ele pensou. A cena era extremamente familiar. Ele se lembrava de ter ficado numa situação semelhante com ela. Ou melhor, com Akagawa, antes de ficar preso em Del Karva. Ele guardava aquela memória com prazer, havia sido uma noite longa, e boa. Torio sacudiu a cabeça, espantando as memórias, ela não era mais a mesma mulher de antes, e com o novo corpo ciborgue não poderia ter outra noite daquelas. Ele tentou se levantar, a forçando para o lado, mas não conseguiu.

–Mas que diabos. Quanto você pesa agora?

–Três vezes mais do que antes, é um corpo de metal, o que você esperava? Acho que achei o problema.- ela falou puxando um painel para fora.

–Qual?- Torio voltou para a posição anterior, vendo que não conseguiria se mexer muito.

–Que tipo de interface você usa?

–Modelo antigo, rede de interface, não precisa de implantes como você tem, ou tinha.

–E você a usa sempre?

–Não, Só quando preciso de mais velocidade de reação.

–Certo. Por acaso você andou sacudindo muito isso aqui?

–Acho que um pouco, por quê?

–A trava mudou de posição. Só vai funcionar com interface. Só um instante.- Cho forçou a trava para a posição correta, e ela se fixou com um estalo.- Opa. Não, tudo bem, é normal desse modelo, eu não quebrei nada. Tente ligar, eu vou sair.

Cho agilmente se arrastou para fora. Torio fechou a escotilha e ligou o Mobilesuit, conseguiu mover ele finalmente, depois o colocou de volta no lugar.

–<Isso foi divertido. Aposto que ele ficou excitado.>

–<Não vejo muita graça. Além do mais você esqueceu que esse corpo não possui características sexuais. Não vai conseguir ir para a cama com Torio nunca mais, Akagawa.>

–<Pensei que ia ficar contente com isso, Cho. Afinal assim fica difícil ter uma relação profunda, o que estava preocupando você.>

–<Tenho que admitir que fiquei. Você não vai me colocar em situações desconfortáveis agora.>

–<Eu nunca gostei muito de sexo, não faz falta. E não preciso disso para brincar com Torio. Alias, isso me ajuda a brincar com os sentimentos dele, ele vai ficar se lembrando de como era, e nunca mais vai conseguir.>- Akagawa ficou rindo um tempo, apenas para incomodar Cho.

Torio saltou para fora do Mobilesuit.

Akagawa se preparou para continuar sua diversão, mas sentiu Cho começar a brigar pelo controle do corpo, ela não conseguiu se concentrar o suficiente para se manter no controle.

–<O suficiente por um dia, Akagawa. Agora fique quieta.>

–Não sei como agradecer você.- Torio falou sorrindo.

–Ah... Não foi nada.

Cho respondeu sem jeito, e voltou a ficar corada. Em seguida ela ligou novamente o holograma, projetando algumas roupas, mas não pele, o que deixava as mãos e os pés metálicos visíveis.

–Não seja tão tímida. Eu ia levar meses pra achar esse problema.

–Você está exagerando. Para de falar assim que eu to ficando sem jeito. Esse é o seu Mobilesuit, certo? Como chama?

–É ele sim. Eu fiz com os restos de um antigo, que foi destruído. Eu o chamo de Blood Bath. É um nome de guerra, só uso ele em situações mais graves.

“Quem diria, ela está conversando comigo. Claro! O chefe falou que ela gosta de Mobilesuits, e que foi assim que Kelvin conseguiu ficar amigo dela.”

–Interessante. Achei o nome um pouco estranho, mas o Mobilesuit em si parece bem legal.

–Quer dar uma volta com ele?

–Posso mesmo?- Cho se virou animada para Torio, seus olhos brilhavam.

–Esteja a vontade, só não vá atirar em nada.

Cho saltou para dentro da escotilha e fechou o cockpit. Em seguida ligou o Mobilesuit. Uma mascara desceu, conectada a um tubo, e o Cockpit começou a encher com água, Cho colocou a máscara apenas por hábito, pois o corpo ciborgue não necessitava de ar. Enquanto começava a andar pela garagem voltou a ouvir a própria voz.

–<Hei. Isso aqui é bem interessante. Tem até um Womb Tank>

–<O que acha, Akagawa?>

–<Parece muito bom. Faça uma checagem do sistema.>

Cho concordou com a idéia e iniciou a leitura. Ficou observando um instante, memorizando tudo.

–<Hm... Sem propulsores. Assim não tem graça.>

–<Pare de reclamar, você nem vai usar isso.>

–<Tá legal, Cho, você está certa. Variedade de armas. Motores bons, mas não sei se os braços agüentam tanta força. ECM diversos. Como assim sem AESA?>

–<Ele não voa e tem pouco alcance, pra que precisa de um AESA?>

–<Faz sentido, mas é sempre bom ter um. Reforço com armadura ablativa no tronco, nos braços e no pod com mísseis. Isso aqui foi feito pra guerra de verdade. Por que ele guarda isso, não vai usar nunca no Grupo Especial.>

–<Vai sim. Esqueceu que Jonathan disse que às vezes eles se metem em guerras?>

–<É verdade. Agora que tal dar o fora daqui. Não tem graça ficar dentro de um brinquedo desses sem poder usar todos os recursos.>

Cho encostou Blood Bath de volta na plataforma de acesso. E começou a desligar os sistemas enquanto o Womb Tank esvaziava. Assim que toda a água foi drenada ela abriu a escotilha e saiu. Torio estava esperando com uma toalha na mão, que logo entregou para ela.

–Podia ter me avisado da água.

–Desculpe, eu esqueci.

–Sorte que meu corpo é aprova d’água.

–Óbvio que é. Seu Mobilesuit, White Angel, também tem um Womb Tank.

–Sim. Espera. Como você sabe?

Torio parou um momento, tentando encontrar uma resposta.

–<Me deixa controlar nosso corpo! Ele deu uma brecha ótima pra mim!>

–<Tá legal, vai em frente Akagawa. Eu sei que vou me arrepender disso depois, mas não tem o que fazer.>

–Bem... Acho que dizer que era óbvio foi exagero da minha parte... mas eu nunca vi um Mobilesuit capaz de voar sem um Womb Tank.

Cho se aproximou de Torio, o holograma das roupas reagindo à movimentação, especialmente a das mãos dela, que “abriam” um pouco o casaco, enquanto começava a projetar pele e os detalhes normais de um corpo humano sobre o corpo metálico dela.

–Eu diria que você sabe algo que eu deveria saber, mas não sei, ou talvez apenas não lembre. Afinal, por que outro motivo você mentiria tão descaradamente. Aquele ali- ela apontou o Explorer.- é capaz de voar, e não tem um Womb Tank.

–Hm... O Explorer é uma exceção, a maioria dos Mobilesuits voadores tem isso...

–Certeza?- Cho acionou a Silver Tongue do novo corpo, deixando a voz mais agradável, e até sensual.- Que eu saiba... Isso é uma das opções mais caras que se pode colocar num Cockpit. Não é comum em modelos produzidos em massa, exceto nos militares. Se bem que o seu não é um desses. É personalizado, certo?

–Hã... sim...

Torio começou a suar, a situação estava ficando realmente desconfortável, à medida que se lembrava do relacionamento que havia tido com Akagawa. Mas ela não existia mais, está era Cho, ela era bem diferente, ou assim ela havia pensado, pois o comportamento dela estava bem parecido com o que ele conhecia de antes, parecia ter mudado, como se Cho tivesse voltado a ser Akagawa enquanto estava dentro de Blood Bath.

–Eu... estou me sentindo um pouco mal... Se me dá licença, eu vou me retirar.

–Tudo bem.- ela respondeu se afastando.

Cho ficou observando Torio enquanto ele se afastava, ao mesmo tempo em que uma conversa se passava em sua mente.

–<Eu fico com pena dele.>

–<E por que não tenta me impedir?>

–<Perda de tempo. Se você não conseguisse isso hoje, ia conseguir outro dia. Não vou ficar me desgastando tentando impedir você o tempo todo.>

–<Esperto. Bem, eu também não gosto do seu jeito de agir. Você nunca dá sua opinião sobre nada.>

–<Eu já me acostumei com você, Akagawa. Agora é você que vai ter que se acostumar comigo.>
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Vôo Final - Parte 2 - projeto em andamento

Mensagempor Anonimous000 em 23 Fev 2008, 23:26

Mais...

******************
5.
Torio andava apressado, querendo chegar rápido em seu quarto, onde poderia ficar em paz, um pouco pelo menos. Ele quase atropelou Caroline no caminho.

-Hei! Olhe por onde anda.- ela reclamou em inglês. E depois começou a amaldiçoar em francês ao ver que ele nem a havia notado.

Quando parou de reclamar, ela voltou a seguir seu caminho, mas parou ao ouvir um baque violento vindo de trás. Preocupada com o colega, ela foi até o quarto dele. Olhou pela porta entreaberta antes de bater, Torio estava com a mão sangrando, e tinha sangue na mesa. Ele praguejava em japonês. Delicadamente ela bateu na porta.

-Quem?!

-Calma, Torio. Seu eu, Caroline. O que houve?

-Nada, só me machuquei.

-Não estou falando disso.

-Então do que?

-Não sei se você reparou, mas um minuto atrás você quase me atropelou naquele corredor. E agora está aqui, esmurrando a sua mesa. O que houve?

-Nada, só estou um pouco irritado, confuso.

-Com o que?

-Com ela!

-Cho?

-Sim! Ela deve ser meio louca, sei lá. Um hora ela está toda tímida, na outra começa a dar em cima de mim como se fosse a Akagawa que eu conheci antes.

-Se você não ficasse tentando lembrar ela...

-Eu não tentei!

-Tem certeza? Eu vi você convidando ela para dar uma volta no seu Mobilesuit.

-Ela estava animada, tinha acabado de me ajudar a resolver um problema nele. Foi uma forma de agradecer.

-Bem, talvez isso seja um sinal de que ela está recuperando a memória.

-Talvez... Mas ela tem um comportamento bem diferente do que tinha antes. Só que agora parece que às vezes ela age como antes.

-E por isso você chama ela de louca?

-Personalidades múltiplas é uma forma de loucura até onde eu sei.

-Depois do que houve com ela, deve ser normal. De mais tempo a ela, isso deve ser passageiro.

-Espero, se não sou eu quem vai enlouquecer aqui.

6.
Jonathan virou a cabeça ao ouvir a porta, era Caroline entrando em seu escritório, ela fechou a porta e se sentou em uma das cadeiras.

-Posso ajudar?

-Acho que você estava certo.

-Sobre?

-Cho.

-Algo estranho?

-Bem... Eu não vi nada, mas Torio disse que, de repente, ela começou a se comportar como antes.

-Como antes?

-Como Akagawa. Antes de ele ser abatido aqui em Del Karva.

-Ah. Sim, esse antes. O que você acha?

-Pode ser delírio dele. Ele disse que ela estava tímida num momento, e no outro começou a dar em cima dele. Eu falei pra ele que pode ser um sinal de que ela está recuperando a memória, mas ele sugeriu, de certa forma, que poderia ser um problema de personalidades múltiplas.

-Isso seria grave.

-Nem tanto. Já tivemos outros assim por aqui.

-Um caso, que não estou interessado em lembrar agora, muito menos reviver a situação inteira.

-Certo. Eu vou continuar observando até ter certeza.
Imagem
Imagem
Imagem
Avatar do usuário
Anonimous000
 
Mensagens: 1076
Registrado em: 25 Ago 2007, 00:34

Anterior

Voltar para Contos

Quem está online

Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 1 visitante

cron