por Malkavengrel em 30 Set 2007, 12:56
Novamente alguns dias atrasado.
Desta vez a culpa é do eltor xP
MAs enfim. do capitulo 11 ao 15.
Algumas respostas, algumas perguntas novas, e alguns truques do elfo. xP
Algumas coisas estão para mudar.
Boa leitura.
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Parte XI: O Anão
Posto do Vigia
90 A.q.
O anão caído me trazia lembranças. Talvez fossem apenas lembranças fúteis ou apenas uma vontade de ajudar, foram das lembranças do tempo que eu precisaria de ajuda.
Aproximei-me do centro da rua, saquei os sabres, virei para o agressor. Era um elfo mesquinho de cabelos prateados e olhos verdes, segurava na mão direita um sabre distorcido e no braço direito possuía a tatuagem de um dragão. Fiquei pasmo com a situação, não acreditei ver alguém tão parecido comigo, mas mesmo assim falei.
- Afaste-se do anão. Ele já caiu não vê?
- Você não deveria estar me ajudando a matá-lo? Ou você esqueceu de suas origens élficas?
- Faço questão de não lembra-las, assim consigo viver em paz com meu eu.
- Você é um fraco – sibilou o elfo.
- Não. Sou aquele que busca a verdade única.
- Verdade!?! – desdenhou – você procura o que não pode ter.
Segurei o cabo de meu sabre direito com mais força, e finquei-o no chão.
- Sim, talvez seja a mentira. Veja seu comentário me deixou com tanta raiva que deixei minha espada cair, agora me deixe pega-la, e espero que quando eu levantar a sua esteja embainhada e que você esteja ajudando seus... – falei calmo parando para contar o número de corpos caídos – seus dez amigos a se levantarem e sumirem desta cidade.
- Sairei – falou enquanto embainhava o sabre – mas nunca mais poderás ficar por muito tempo no norte ouviste bem. O sul sempre te chamará, sempre serás tu quem vai ouvir o chamado da terra que mereces. Portanto... Laucian se não me engano, tu nunca poderás ser rei.
Aquelas palavras me destronaram... é esperava que as maldições não funcionassem. Ele foi embora com um sorriso desdenhoso que me deixava com raiva, ou a raiva vinha porque ele tinha deixado seus amigos para morrer.
Aproximei-me do anão caído, estendi-lhe a mão para que ele se levantasse, porém negou. Levantou-se sozinho, cambaleou e caiu novamente. Estendi-lhe a mão novamente, dessa vez aceitou.
- Isso, deixe de ser orgulhoso.
- Não é orgulho elfo, é a vontade de seguir em frente sem ajuda.
- Não me chame de elfo, chame-me de Laucian. E você como se chama?
- Sou Logrando, minha missão é a de levar cerveja para onde ela não exista.
- É um nobre objetivo – sorri – apesar de que eu goste mais de um bom vinho.
Parte XII: A Taverna dos Sonhos
“Ouviu bem, bandoleiro” gritou anão enquanto jogava um humano mau vestido pela porta “Nunca mais volte ou você vai se ver com meu martelo”.
A taverna de luxo de Laurin pertencia ao nobre anão do chamado Logrando. Anexa à taverna estava a biblioteca do Arquimago. A taverna possuía três andares “públicos” e o quarto andar era particular do anão, pelo menos era o que o publico pensava. O porão não era depósito e sim uma grande ferraria. A taverna possuía maquinaria gnoma, várias passagens secretas e dois guardas golens, “a leal de pode ser comprada”, segundo o anão.
O salão principal era pequeno comparado com outras tavernas de luxo, mas médio para tavernas comuns. As cadeiras com assentos revestidos de couro, mesas com toalhas de ceda, duas grandes janelas com vidro magicamente encantando, a porta possuía quatro trancas diferente, sendo duas mágicas e uma, um aparato gnomo.
O balcão, também conhecido como “O Grande L” possuía lugar para dez pessoas sentarem. Na parede atrás do balcão o anão expunha seus machados e outras armas. Entre elas um Machado de Guerra verde, O Voraz, era o orgulho de logrando, foi usado apenas uma vez, depois nunca mais.
- O que os elfos desejam na minha taverna – murmurou o anão enquanto caminhava para trás do balcão – como podem ver não quero bandoleiros, nem ladrões em minha taverna.
- Senhor Logrando, Eu sou Aramil e essa é Lia – falei com toda etiqueta que a conversa requeria – procuramos por vinhos Yewn Flant, Sabe esse vinho vem da floresta de Lawoor, minha terra natal, nossa última safra foi roubada e...
- Cale-se elfo, não compro vinho roubado – falou colocando uma chave na mesa.
- Então poderia me ver um quarto de casal – eu estava para ser interrogado pela minha companheira, mas com um cutucão a calei.
- Segunda porta esquerda depois de subir as escadas não tem como errar – gritou o anão zangado, jogando uma chave.
- Obrigado mestre taverneiro – mas ele não respondeu.
A escada possuía imagens de antes da queda, de vários aventureiros famosos e não famosos, vários nobres e até mesmo pequenos homens que fizeram diferença. A escada dava para um corredor amplo e iluminado apenas por lanternas de óleo.
Estava ali, quarto 102. Um péssimo quarto para falar a verdade. Fora o primeiro quarto que minha esposa ficou, mas não era isso que o tornava péssimo. O que o tornava péssimo era comparar com os quartos do quarto andar.
Ficamos ali sentados na cama esperando em silêncio. Quando Lorien tentava falar eu pedia silêncio. Não demorou muito até a porta se abrir.
Parte XIII: A Conversa
“Você não muda nada, ein?!” exclamou o anão. O sorriso no rosto que eu tanto esperava, o abraço forte que eu não precisava e uma garrafa de vinho que eu não conseguiria viver sem.
- Não Logrando – falei rindo – não mudo nada. Agora me dê o vinho.
- Não darei até me dar satisfações sobre seu sumiço – falou colocando o vinho sobre a mesa.
- Então fui para o outro lado, caro amigo.
- Fez o que precisava no outro mundo?
- Sim está tudo organizado, será logo.
- O que será logo? – perguntou a donzela élfica.
- Minha ascensão a um patamar novo – respondi – serei rei do sul, comandante de todo o reino gélido. Toda armada do acordo será minha.
O anão olhou para ela com cara de espanto, ele interpretava bem.
- Elfo, queres que eu avise alguém que você esteve aqui? – perguntou o anão.
- Quero que você avise todos do “Lâminas De Flanteran”, gostaria que todos soubessem que passei por aqui – falei serio.
- Lâminas de Flanteran?! – surpreende-se a elfa – O grupo de aventureiros mais conhecidos do sul?!
- Este mesmo minha cara... – falou o anão.
- Desculpe-me – falei – esta é Lorien, a última filha da tribo dos Elfos Gélidos, ou Elfos dos Ventos.
O anão ficou pasmo. Não conseguia falar. Parecia ter visto o próprio Mertis. Lorien se encontrava na mesma situação.
- Logrando. Meu quarto se encontra disponível? – perguntei.
- Ahn... Ahn... claro – respondeu – gostaria de algo mais.
- Sim um quarto para a dama.
- O quê?! – falou Lorien quase saltando do chão - Dormirei com você, não ficará livre de mim tão cedo.
Foi neste momento que me retirei do quarto em silencio. Não que eu concordasse, mas era de graça, e nem fora tão difícil assim.
Parte XIV: Arrependimento
Hoje, quando escrevo, me arrependo de ter traído minha esposa. Não que ela saiba que a traí, mas acho melhor me arrepender, pois meu ato foi traiçoeiro. Mas ainda me lembro do corpo pálido de Lorien.
Lembro-me da sua forma perfeita. Lembro-me de seu cabelo liso e longo balançar livre sobre sua pele nua. Nunca vi forma tão perfeita, tão pura, tão suprema, tão indescritível, relacionada a apenas uma expressão: “Prazer Carnal”.
Digo que me arrependo porque minha esposa é tão linda quanto Lorien, senão mais. Mas Halani estava longe, e eu também tinha minhas necessidades. Eu precisava me contentar como pude.
Arrependo-me de ter ficado longe das únicas pessoas que amo. Halani, que é a única pessoa que supre meu prazer espiritual, e Halanien, que além de ser meu filho se mostrou capaz de me desafiar, me levar ao limite e me vencer. Supostamente tanto meu filho quanto minha esposa merecem desculpas. Arrependo-me de não as poder dar pessoalmente, por favor entrega-las por mim.
Por fim me arrependo por não poder me arrepender de mais nada, pois há tantas coisas erradas que fiz, mas sinto que todas elas valeram à pena.
Parte XV: Magia e Sumiço
Não que eu achasse estranho, mas tem certas coisas que não merecem se chamadas de normais. Como por exemplo, as notícias andarem mais rápido que um bardo, ou “O Corvo” andar mais rápido quando não tem carniça para se alimentar. São coisas assim que me intrigam, mas o fato da manhã após minha chegada a taverna me intrigou profundamente.
Exatamente, eu, que não me abalo, fico chocado com o fato dos “mortos” voltarem a vida para conversar comigo. É comigo. Por que eu Ósculos? Tudo bem eu sei que sou uma mera marionete nos jogos dos deuses, mas por que eu? Logo “O Arquimago”, aquele chato do arquimago.
Acordei, cedo. Realmente cedo, mas Lorien não estava ali ao meu lado como estava quando iniciei meu revés. Pensei que talvez ela não precisasse fazê-lo. Sai de meu quarto, do mesmo jeito que acordei, e cai na grande praça do andar particular da taverna. Estava ali o grande chafariz de dragões, anjos, demônios, humanos, elfos, anões e todos os deuses. Dentro da água nove dos quinze broches, então já tínhamos a contagem final apenas seis sobreviventes. Helena, morta; Meriadoff, morto; Marien, eu mesmo dei um jeito; Quilinodel, sinto falta dele; Ártemis, foi um bom paladino; Hugo, adeus desgraçado; Trois Miling Mancha-no-pé-direito Azul-Cintilante-Avermelhado Sem-Cabelo Amordaçado Chorão de Olhos-Castanhos Vieira Engrenagem Relógio Águia dos-Mil-e-Um-Nomes Trollbadger, nunca mais quero perguntar para um gnomo seu nome; Alicerdenes, a morte lhe veio tarde bruxa velha; Marcos, ainda sinto o sangue quente dele escorrendo pelo meu sabre; Merion, como eu disse ele voltou dos mortos, só pode; Logrando, mais vivo impossível; Quiensefire, o que é ruim não morre; Rhaniel, bom até onde sei a mensagem dele chegou a mim pelo “Corvo” então ele está vivo; E por fim eu, claro estou aqui vivo.
Como falava antes, acordei, vi os broches, então fui tomar um banho incrível no que os gnomos estranhamente chamam de “chuveiro”. Voltando ao meu precioso quarto, alguém me chama, e lá estava ele, “O Arquimago” parado em frente a uma porta de madeira.
Sua cara de “precisamos conversar” dispensava qualquer comentário ou pergunta. Finalmente parecia que a idade o atingia, aos poucos, ele começava a ter rugas, cabelos com mexas brancas, e um barba rala e mal feita. Mas suas roupas continuavam as mesmas, o manto roxo e branco, com o grimório de capa metálica. Na verdade o grimório estava diferente, mas o resto estava o mesmo de trinta anos... Ou seriam quarenta? Bom no resto ele estava igual.
Ele abriu a porta do quarto em questão e entrou, deixando a porta aberta, enquanto sumia. Gostaria que ele realmente tivesse sumido como aconteceu quando usou invisibilidade durante a época das trevas. Mas talvez seja só eu que queira isso.
"For every complex problem there is an answer that is clear, simple and wrong."
"I can make wonders, and still let you wander alone."