por Lune em 11 Fev 2008, 16:05
Não sou grande conhecedor de Warhammer, mas vou tentar dar um resumo melhor:
No 41° milênio, a humanidade se encontra reunida sob o estandarte do Imperium, governado há pelo menos 20 mil anos pelo mesmo homem, conhecido apenas como o Imperador. Embora a tecnologia tenha avançado muito durante a Idade das Trevas da Tecnologia, a maior parte desse conhecimento foi perdido, e hoje essas maravilhas ficam a cargo do Culto da Máquina, uma ordem religiosa que reverencia o espírito da tecnologia e seu Deus-Máquina. Assim, praticamente todos os mundos do Imperium têm acesso a armas laser e boa parte da população tem idéia de como fazer a manutenção dessas armas, mas pouquíssimos são capazes de compreender como elas funcionam, e há uma aura de superstição muito grande ao redor da alta tecnologia (exemplo: o Sacred Machine Oil, capaz de desenguiçar qualquer arma com uma aplicação).
Outro elemento importante do cenário é a Warp, também conhecida como Immaterium, uma versão do "plano astral", por assim dizer. A viagem pela Warp é essencial para o Imperium, já que é a única forma conhecida de viagem mais veloz que a luz, mas ao mesmo tempo é incrivelmente perigosa: a Warp é o lar de predadores psíquicos, demônios e deuses antigos, e a simples visão desse mundo é suficiente para deixar qualquer um completamente insano, ou pior. Para tornar a viagem um pouco mais segura, milhares de pessoas com potencial psíquico são sacrificados no Trono do Imperador todos os dias, mantendo aceso um farol psiônico que os navegadores da Warp podem usar como ponto de referência.
Falando em psiônicos, eles são a única forma de "magia" do cenário, mas o poder deles é algo bem arriscado. A cada vez que eles invocam o poder da Warp, há uma chance de que algo muito, muito ruim venha junto. Como o livro cita, ser psiônico é um bocado como passar a vida em um abismo escuro, esperando o dia em que algo com muitos dentes finalmente resolve te atacar. E claro, a morte é considerada um luxo: corrupção e insanidade são destinos bem mais comuns. Por conta desse risco, as Naves Negras da Inquisição vasculham todo o Imperium, levando potenciais psykers em uma jornada para Terra Sagrada, onde eles são testados implacavelmente para testar a resistência deles à corrupção da Warp. Os que passam são traumatizados por toda a vida, mas a eles é permitido exercer o ofício de psyker. Os que não passam são sacrificados diante do Trono.
O livro só traz regras para humanos, e as outras raças são tratadas como antagonistas, o que é em grande medida verdade. A xenofobia extrema da humanidade é em grande parte justificada: orks, demônios e outras raças se alimentam de um ódio profundo contra a humanidade e o Imperium, tornando o cenário uma zona de guerra permanente, com milhões de casualidades e novos recrutas a cada dia. O cenário é sombrio, cruel e violento.
Quanto ao papel dos jogadores, a idéia é que eles sejam Acólitos a serviço de um dos Inquisidores, oficiais dos altos quadros da Inquisição. A função dos Inquisidores (e por consequência, dos Acólitos ao seu serviço) é eliminar a Heresia: psykers não-sancionados, corrupção, invasões de xenos, etc. Como Acólito, seu desafio é sobreviver e se destacar entre a massa de bilhões e bilhões de indivíduos que fazem parte do Imperium. O jogo é bem low-power, considerando que o topo do rank de um personagem de Dark Heresy equivale a uma unidade básica em um dos RTS da franquia, por exemplo.