[Aplicações] RPG como recurso pedagógico

por **Mirallatos** em 09 Mar 2009, 19:29

É uma batalha enorme falar sobre o RPG na educação.

Acho que não é tão grande assim não hein Dahak, ainda mais como recurso para ensinar. Se você apresentar um projeto usando o RPG sem mencionar que é um o jogo, mas sim um exercício de aprendizado na forma de jogo, você consegue.

por **Dahak** em 09 Mar 2009, 23:38

Eu pensava exatamente assim meu amigo. Exatamente assim!
DIga-se de passagem, defendê-lo como jogo é mais paupável e simples do que defendê-lo como um instrumento didático/pedagógico diferenciado. Encontrar referenciais teóricos falando do valor do lúdico e do jogo em sala de aula é até que simples.

Outra coisa mais tranquila de conceber e proceder é bolar uma aplicação, coletar os dados e discutir. Isso não quer dizer que é pouco trabalhoso ou raso, mas é mais "fechadinho", porque consiste em cruzar dados com teoria. Fácil de entender mas difícil de realizar.

Mas defender o RPG enquanto RPG, ou seja, um jogo de interpretação, logo, singular e de aplicações e objetivos distintos é difícil de "aludir" e realizar. Principalmente porque você precisa entrar com uma crítica e esmiuçar os detalhes do RPG e de sua mecânica.

É simples no que tange cruzar dados teóricos com os dados do jogo, mas complicado de fechar um referencial que justifique, incentive e delimite sua aplicação. É um trabalho de procurar minúcias na literatura porque material focado nisso e disseminado/conhecido é quase nulo.

Minha orientadora tem sido bem exigente, o que tem sido muito bacana porque é um propulsor a mais pra realizar o trabalho. Mas tá bem complicado.

Dahak Out

por **Batousa** em 10 Mar 2009, 09:49

Estou tentando implantar o RPG nas aulas de conversaçao do curso de ingles que frequento. Ta certo que o "tentar" é so falar, "nossa nao seria legal? a gente jogaria tudo em ingles, entao iremos treinar a leitura, a falar e o ouvido ao msm tempo."

Porem a ignorancia é a pior das partes. Muitas pessoas veem o rpg com maus olhos e os ligam aos casos que aconteceram anos atras, mesmo que nenhum deles tenha ligaçao direta com o RPG. Mais acho que a maior barreira de todas ainda seja a religião, padres e pastores nao seriam a favor mais nem a pau. A decisao das igrejas, influencia demais nas decisoes politicas e sociais.
Muitos pais reclamariam depois da sermao do padre no domingo ou das palavras do pastor no culto.

Lembrando que depois que YU-GI-OH foi ao ar na TV brasileira, que teve de pastor rasgando e queimando Decks de Magic na tv nao foi brincadeira, ate que um colega meu que é mais jovem, teve seu deck jogado no lixo pela sua mae, apos ver isso.

por **Mirallatos** em 10 Mar 2009, 10:20

DAHAK

Não sei cara, eu concordo com você. Mas eu me referia a você chegar para um grupo de alunos e falasse: "tenho uma brincadeira de faz de conta..."

BATOUSAI

Porem a ignorancia é a pior das partes. Muitas pessoas veem o rpg com maus olhos e os ligam aos casos que aconteceram anos atras, mesmo que nenhum deles tenha ligaçao direta com o RPG. Mais acho que a maior barreira de todas ainda seja a religião, padres e pastores nao seriam a favor mais nem a pau. A decisao das igrejas, influencia demais nas decisoes politicas e sociais.
Muitos pais reclamariam depois da sermao do padre no domingo ou das palavras do pastor no culto.

Mas ninguém tem obrigação de saber minúcias sobre RPG. Na verdade isso é muito complicado de exigir, é uma herança crítica nossa essa coisa de temer/deturpar/difamar o desconhecido.

por **Allefcapt** em 10 Mar 2009, 11:55

Olá a todos,

Quem desejar a TESE DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO titulada "RPG e Educacao - alguns apontamentos teoricos" do Wager Luiz Schmit, pode me mandar um e-mail:
allefcapt@globo.com
allefcapt@spellrpg.com.br

Nosso amigo de Londrina acaba de defender com louvor seu estudo. :victory:

Um abraço a todos,

por **Dahak** em 10 Mar 2009, 23:54

Mira, a idéia que eu me referia era poder "prover" esse instrumento para os professores. Não seria estranho pensar em escolas que refutassem essa aplicação, principalmente as mais tradicionalistas e até eventualmente religiosas.

É tão complicado argumentar sobre limites e contribuições!
E hoje acho que me meti numa enrascada, hahahaha, acho que terei de aplicar o jogo na facu

heueheueheu

Batousai, você faz inglês onde?
Cara, seria uma ótima experiência!

Sabe, a falta de conhecimento gera medo. E é bem complicado mudar esse quadro.
Se pedirem pra você alguns argumentos para poder utilizar o RPG em sala, me manda uma MP que te ajudo

Allef, mandarei o e-mail sim.
Preciso ler mais algumas teses a esse respeito.
Aliás, estou em contato com o cara que deu aquela palestra sobre "As Potencialidades do RPG" que vimos ano passado, lembra-se?

Abraços!

Dahak Out

por **Batousa** em 11 Mar 2009, 10:02

Mirallatos

Mas ninguém tem obrigação de saber minúcias sobre RPG. Na verdade isso é muito complicado de exigir, é uma herança crítica nossa essa coisa de temer/deturpar/difamar o desconhecido.

Se não conhece as minúcias não deveria julgar tão pesadamente né? Afinal os jogadores de RPG foram extremamente prejudicados por isso, sendo que quase foi proibido o uso de livros de RPG no Brasil, e teve político querendo transformar o ato de jogar RPG em crime. Fora o grande preconceito que sofremos. (pelo menos já sofri muito, agora costumo não comentar muito não.)

Dahak

Faço na uptime, eles tem um método bem diferente de aprendizado, com fun class e tudo mais, com um certo esforço da pra implantar, só não sei se os alunos aceitarão.

por **Allefcapt** em 11 Mar 2009, 11:12

Olá a todos,

DAHAK,
O Mateus Rocha?
O cara é excelente.

ABração,

por **Mirallatos** em 11 Mar 2009, 18:10

Mira, a idéia que eu me referia era poder "prover" esse instrumento para os professores. Não seria estranho pensar em escolas que refutassem essa aplicação, principalmente as mais tradicionalistas e até eventualmente religiosas.

Mas aí é simples, se você é um professor e resolver fazer um projeto pedagógico para ensinar história usando o jogo, você terá liberdade, basta que escrever o projeto. Agora, adotar o RPG como uma prática vigente de ensino perante as instituições educacionais é mais complicado.

BATTOUSAI

Disse bem:

Se não conhece as minúcias não deveria julgar tão pesadamente né? Afinal os jogadores de RPG foram extremamente prejudicados por isso, sendo que quase foi proibido o uso de livros de RPG no Brasil, e teve político querendo transformar o ato de jogar RPG em crime. Fora o grande preconceito que sofremos. (pelo menos já sofri muito, agora costumo não comentar muito não.)

Mas como eu disse, é uma herança. Ninguém mudará isso da noite para o dia, mas quanto mais o RPG for levado à escola, por exemplo, existe muita chance de mudar. E claro, sendo menos dramático, não existe tanto preconceito assim contra o RPG.

por **Dahak** em 11 Mar 2009, 20:59

Allef, ess atese eu não conheço. Você a tem aí?

Eu me referia a do Rafael Carneiro, da UNESP.

Mira, também acho que deveria ser assim. E minha idéia não é propor como algo vigente porque aí eu estaria emplacando um neotradicionalismo

Mas tem escolas que não aceitam atividades diferentes do tradicional. Em hipótese alguma, porque os preceitos importantes pra eles são X e para atingir esse X o professor tem de seguir a linha de pensamento deles, tem de ser um técnico, em verdade, não um professor. Algo fora disso é sinônimo de rua.

Dahak Out

por **Batousa** em 12 Mar 2009, 10:51

Nu Mirallatos ja fui chamado de macumbeiro, menino do demonio, ma influencia.

Tambem, eu vacilava, jogava em praças publicas :XD

Mais o que é dificil em passar isso para escolas, é que existe um pensamento tradicionalista.
Pelo menos nas escolas publicas de BH, ainda existe muito daquilo, professor, livro, caderno.
Rarissimos extra classes, quando muito aula em laboratorio.
Seria mais facil isso começar em faculdades, apesar de nao saber como, pois ai as coisas ja tem um foco um pouco diferente.

por **Dahak** em 13 Mar 2009, 00:53

Há luzes no final do túnel: com as monografias desse ano, serão 5 trabalhos defendendo o RPG.
Aliás, minha orientadora muito provavelmente acertará uma data para aplicar nas turmas do terceiro semestre.

Dahak Out

por **Madrüga** em 13 Mar 2009, 01:56

Já até banalizou um pouco o assunto. O interessante é que, como 99% de tudo que é acadêmico, isso não chega nem perto das pessoas que deveriam se informar mais, fica tudo na mesma e vira só massagem intelectual.

por **Batousa** em 13 Mar 2009, 09:14

uma coisa que passou pela minha cabeça.
Vamos supor que o rpg vai parar por algum motivo nas escolas.
Os alunos levariam a serio?

por **Gun_Hazard** em 13 Mar 2009, 10:20

Pois é...

Se espantem: "No meu colégio tinhamos a opção de jogar durante o período de Aula!"

As atividades de Educação física era dividida em "Grupos de Interesse" um destes grupos era de Jogos Lúdicos, que por parte da escola mesmo já mencionava o RPG como uma das opções.

Nós chegavamos com os nossos livros tiravamos xerox das fichas 'na faixa' na secretaria montavamos as fichas e jogavamos. E tudo isso com acompanhamento dos professores também...

Era legal que por ser por "Grupos de Interesse" misturavamos os pessoais de quase todos os anos e dava para formar grupos bem diversos.

Também por volta da 7 ou 8 Série (Já faz muito tempo isso não dá prá lembrar ao certo), participamos de uma experiência em que a professora de história propôs um debate em que deveriamos assumir os dois lados da Reforma Protestante e a Contra Reforma e debatermos o assunto do ponto de vista que eles tinham na época. Ou seja quase um RPG usado como ferramenta didática isso em 97-96 em uma escola pública do Estado de São Paulo e dúvido muito que a professora conhecesse algo sobre RPG...