Planescape - o que você NÃO gosta ?

[Lorde da Dança]

Tem algo semelhante a ateus no cenário - os Athar. Não lembro pra onde eles vão quando morrem

Hmm, eu posso estar enganado (afinal,faz tempo que eu lí e minhas campanhas mais pareciam episódios de sliders), mas o local pós vida não era determinado pela tendência do indivíduo?

[Armitage]

Revele-se, Silvinha.

[Sr. Pichu]

Tem algo semelhante a ateus no cenário - os Athar. Não lembro pra onde eles vão quando morrem

Hmm, eu posso estar enganado (afinal,faz tempo que eu lí e minhas campanhas mais pareciam episódios de sliders), mas o local pós vida não era determinado pela tendência do indivíduo?

tendência E no caso dele servir à algum deus, vai prá alguma determinada região de tal plano, regida pelo deus.
(se bem que eu *acho* a morte não é necessariamente o fim da carreira, em Planescape...)

[Armitage]

Sim, mas para os Athar isso é um paradoxo: se, conforme a crença da facção, os deuses não passam de fraudes, então eles não deveriam ir para plano de deus nenhum quando morressem.

Uma alternativa é eles irem para o plano Astral, já que lá não é domínio de deus nenhum. Faria sentido isso?

[Sr. Pichu]

hã?
os planos não são propriedade exclusiva dos deuses, eles têm áreas de influência dentro deles, e sobra áreas influenciadas apenas pelo alinhamento planar

[AKImeru]

Oda, "com um grupo de pessoas aptos à experiência", eu topo jogar qualquer coisa.

(até FATAL )

Me desculpe é que eu fico frustrado toda vez que eu vejo um cenário classico de AD&D sendo esnobado de tal forma.

[Armitage]

Oda, eu acho Planescape brilhante. "Factol Manifesto" e "Faces of Sigil" estão entre os suplementos mais evocativos que já li de toda a indústria, assim como o box original - sim, o box original, que muita gente considera "incompleto/esboçado" eu considero foda pra caralho, justamente por isso (aliás, pelo mesmo motivo que considero DarkSun 1ª ed muito mais foda que a 2ª, e que provavelmente acharei Forgotten 1ª edição, o "Gray Box", mais interessante que a 3º ed. )

Quanto à decepção com o tratamento "dungeon-crawl" dado aos planos nos boxes "planes of..", também não é nada que mate o cenário pra mim. Senão não estaria entre meus favoritos.

[Smaug]

Como seria um aventura baseada no carater filosófico do cenário? Eu realmente tenho curiosidade de conhecer grupos que jogam sem pensar em desafios ou com enfase no aspecto filosófico da coisa toda...

[Elven Paladin]

De acordo com o dúbio Guide to Hell ( que não é da linha Planescape ) os membros do Athar geralmente iam direto para o Nono Círculo de Baator, dando um alô para Asmodeus (assim como os ateus de Fâerun vão direto para a Wall of the Faithless e terminam sua existência ali).

E apesar dos pesares, eu concordo com essa idéia: Membros do Athar que não sigam a idéia do "Great Unknown" vão direto para algum dos Lower Planes governados por Powers como Abyss e Baator. O motivo? As divindades de Planescape não tem o menor motivo para aceitá-los e somente Powers, os Powers ligados a bondade requerem uma dedicação constante ao seu nome e somente os Powers malignos aceitam "qualquer um" em seus lares ( oh, e porque isso adiciona uma dose extra de cinismo em Planescape). E também por que se você desafia todos os Powers e Deuses, você não está lidando com forças desconhecidas e misteriosas (como são os deuses em nosso mundo), e sim com um grupo gigante de bastardos que estão ao seu alcance.

Já os seguidores do Great Unknown, bem, quem sabe onde eles vão parar? Podem simplesmente ter a aniquiliação total de sua existência (coerente com sua crença) ou vão para porções desconhecidas dos Planos(eles podem ter de fato "descoberto a verdade dos Planos" - mas não podem contar para ninguém a confirmação disso pois estão, olhe só, no Grande Desconhecido), o que também é coerente com sua crença.

Como seria um aventura baseada no carater filosófico do cenário?

Téééééédio.

[Armitage]

Como seria um aventura baseada no carater filosófico do cenário? Eu realmente tenho curiosidade de conhecer grupos que jogam sem pensar em desafios ou com enfase no aspecto filosófico da coisa toda...

Smaug, o estilo de campanha mais incônico do cenário segundo o box (DM´s guide e Sigil and Beyond) é o "philosophers with clubs" (filósofos com porretes). Assim, a maior parte das aventuras seria motivada por "filosofia" - seja das facções filosóficas com suas intrigas e guerrinhas particulares, ou pelas crenças particulares dos personagens. Agora, o modus operandi das campanhas não tem que ser discussões abstratas filosóficas, etc. Quem quer isso, que vá pro bar da esquina bater um papo. O modus operandi tem que ter PORRADA mermão.
.

[Armitage]

Complementando a questão anterior do Smaug. Dada a natureza de planescape, dá pra fazer umas paradas bem loucas que fogem porradaria..

- "matar" o vilão simplesmente convencendo-o de que ele próprio não existe (será mais fácil se você for um Signer).
- campanha onde as "batalhas" sejam discussões/retórica em praças públicas para imprimir crenças na população local fazendo os vilarejos trocarem de plano conforme seus objetivos particulares.
- uma sensate pode querer morrer pra descobrir como é a "sensação" da morte;
- um athar pode querer matar um deus só pra provar seu ponto (e se um signer gostar da idéia, eles podem tentar convencer, juntos, na lábia, esse deus de que ele não passa de uma farsa - já pensou a merda que ia dar? );
- um dustmen pode, bem na hora da morte, ficar com medo de morrer. E agora josé?
- uma doomguard pode fazer uma aposta com um deus da cura pra provar que a entropia é inexorável, como abaixo..
Julieta tem que morrer

Era uma manhã de Sigil e eu estava saindo da cama quando... CRASH!!! BOOM!! uma pessoa atravessou meu teto em velocidade e caiu bem na minha cama. Tentei ajudá-la mas percebi que a garota não só estava intacta como lamentava ter sobrevivido.. Após acalmá-la, conversamos e ela me pediu ajudá em uma tarefa estranha...

Matá-la.

Julieta, uma ex-Doomguard, tinha um problema. Havia buscado uma entidade poderosa (cuja identidade não quis revelar) para fazer uma aposta - tudo no mundo pode morrer, disse ela, e eu posso provar isso. A entidade aceitou a aposta e desde então Julieta foi "abençoada" com uma sorte extraordinária - bestas emperram, flechas erram, espadas ficam cegas, venenos fora da validade; pássaros gigantes a salvam de quedas livres; dragões engasgam e a cospem pra fora. Julieta não consegue morrer. O problema é que, para vencer a aposta, é exatamente isso que ela precisa. E só faltavam 3 dias para o prazo da aposta se esgotar. O que ela levaria se vencesse a aposta? Não disse. Por fim, recusei a proposta. Mas a conduzi a um grupo de amigos que sabem mais dos segredos do multiverso do que eu.

Boa sorte.

Ou seria Bom azar?

E tudo isso são ganchos pra loucas e psicodélicas aventuras. (É por isso que eu gosto de planescape)

[Smaug]

E pq tudo isso não pode ser usado no cenário como ele é descrito ou mesmo no sistema d20? Pelo que vi são coisas até mais fáceis de serem implementadas na 4e do que em AD&D...

[Armitage]

Claro que pode, Smaug. Pode ser usado em qualquer sistema. (será que não entendi seu ponto? ).

[Smaug]

Na verdade, eu estou tentando entender a sua critica, deixa ver se consigo expor melhor o que eu penso:

Vc disse que não gostava de planescape no sistema de D&D (em qualquer uma de suas encarnações) por não aproveitar o potencial filosófico e abstrato do cenário, resumindo tudo a dungeon crawl etc. Eu, tendo já visto outras pessoas reclamarem disso e viverem falando de cenários mais abstratos etc, gostaria de saber como seria uma aventrua com esse carater abstrato, no caso em planescape que é o cenário do tópico ? Digo estrutura da aventura, desafios (se eles vão mesmo existir), coisas assim.

Porém, as idéias que vc apresentou não são podem ser aplicadas junto com o dungeon crawl, como parecem sim dentro do espirito de D&D, mostrando que o cenário está sim bem "casado" com o sistema.

[Armitage]

Na verdade, eu estou tentando entender a sua critica, deixa ver se consigo expor melhor o que eu penso:

Vc disse que não gostava de planescape no sistema de D&D (em qualquer uma de suas encarnações) por não aproveitar o potencial filosófico e abstrato do cenário, resumindo tudo a dungeon crawl etc. Eu, tendo já visto outras pessoas reclamarem disso e viverem falando de cenários mais abstratos etc, gostaria de saber como seria uma aventrua com esse carater abstrato, no caso em planescape que é o cenário do tópico ? Digo estrutura da aventura, desafios (se eles vão mesmo existir), coisas assim.

Porém, as idéias que vc apresentou não são podem ser aplicadas junto com o dungeon crawl, como parecem sim dentro do espirito de D&D, mostrando que o cenário está sim bem "casado" com o sistema.

Agora entendi. Bem, minha crítica tem a ver com as prerrogativas do sistema não baterem com o que eu acho interessante no cenário. Ou seja, um sistema que reduz personagens à meras funções belicistas (long range artillary[mage], trooper[warrior], paramedic[cleric], scout [thief], etc) em um cenário onde "crer é poder"; um sistema que força "camisas de força" nos personagem através de conceitos como "classes e niveis", em um cenário que clama por liberdade criativa total (tente criar em D&D um personagem que é um crânio flutuante que escapou do PIllar of Skulls de Baator, e você entenderá o que digo; ou uma armadura de placas que tomou vida própria e adquiriu consciência).

Alguns defendem que o fato de ter "Alignment" já é suficiente pra AD&D cair como uma luva no cenário. Eu discordo - acho que a mecânica de alignment unicamente, sim, cai como uma luva no cenário, nada mais além disso. Mas isso já foi discutido à exaustão aqui. (foram sugeridos alternativas interessantes, como FATE, Mago, Unknown Armies e a mecânica de Afiliação do DM handbook 2. Todas, na minha pequena opinião, mais alinhadas com planescape do que D&D jamais poderia).