Tsepesh

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Tsepesh

Mensagempor Seth em 24 Ago 2008, 01:25

Conto que refiz essa semana. Envolve muita história.



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Prólogo: Chamado ao Império.

“A Vlad Tsepesh, Voivoda.

Senhor:

Nosso poderoso trono vê com grande consternação a queda de Constantinopla, a segunda Roma, ante o Sultão dos Infiéis. Tal abalo atinge, igualmente, a toda a cristandade, mesmo a esses gregos que só recentemente inclinaram a orgulhosa espinha ante o poder do Sólio Pontifício.

Foi na hora da missa que chegou a má nova. O ânimo de nossa Real e Imperial Majestade era mui elevado e contemplativo, se bem que triste, pois o sermão fora realizado com base no apocalipse, e demasiado bem o faz o Arcebispo.

Um rumorejo na porta indicava que algo não ia bem. Entrou, pois, o Arce-Camareiro do Império, com uma carta, e anunciou a terrífica notícia. A missa não foi interrompida, mas foi encerrada mais cedo. Ainda demorei-me a avistar-me com aqueles com quem deveria discutir, pois fomos convidados a orar em memória de nossos irmãos. Esta, aliás, é a primeira ordem de nossa Majestade Real e Imperial: rezai pelos gregos, e lembrai-vos que hoje foram eles, mas amanhã poderá ser a vossa hora.

Após as rezas, em uma das salas vizinhas da capela, todos os grandes senhores do reino que então estavam na cidade vieram ver-me; éramos poucos, mas lá esteve o Arce-Chanceler, o Arce-Marechal, o Arce-Copeiro, os maiores bispos. Foi lá que tomei, após me aconselhar com esses grandes oficiais, a decisão de reunir todos os maiores senhores do Santo Império Romano em uma das metrópoles imperiais, e discutir a situação e o que nos cabe fazer, ante a ameaça dos infiéis. Pois não vos enganeis, a cidade de Constantino era o nosso escudo. Com a Sublime Porta ocupando ambos os lados do Helesponto, o renovado Império Romano, que remonta a César e a Otávio, corre perigo.

O rei de França, que usa o nome de Carlos VII, e se gaba de ter doze nobres que lhe eram iguais em poder, mas que reconheceram à superioridade de Hugo Capeto. Por meu lado, eu chamo o dobro daqueles senhores que reconhecem o poder e magnificência de minha mui Augusta, Real e Imperial Majestade.

Assim sendo, espero-o nos idos do mês de Agosto do ano da Graça de Nosso Senhor de 1453, na metrópole imperial de Nuremberg.

Com o selo de Sua Majestade Real e Imperial.


Sigismundo Von Luxemboug,
Sagrado Imperador Romano,
Rei dos Romanos, Rei da Boêmia,
Rei Apostólico da Hungria



Capítulo I


Vlad Tsepesh III, por direito Voivoda da Valáquia, estava muito ansioso. Não que isso fosse visível, pois, sentado numa espécie de trono alto, em uma sala austera de seu castelo, era quase uma imagem de pedra. Um artista teria, nele, um modelo perfeito da gravidade de Estilicão, ou de Aécio, dignos generais e políticos romanos. Tal e qual eles, era um servidor; tal e qual eles, conheceu derrota e vitórias nas mãos de um inimigo muito poderoso, vindo do vasto e desconhecido leste; tal e qual eles, enfrentava-os, também, pois eram infiéis.

Mas a Morávia não era Roma, e Vlad não era o equivalente atual do Magister Militium (papel que cabia ao Arce-Marechal). Mesmo ante tal fato, ele era um dos escolhidos pelo imperador para discutir o futuro do império e da cristandade. Afinal, mesmo os supracitados tiveram seus poucos gloriosos tempos de meros oficiais nas legiões.

Ele ignorava, serenamente, dois monges beneditinos: Ugo de Tarento e Iohannes de Metz, enviados do imperador com a curiosa missiva que tinha nas mãos. Ora, eles não eram, de forma alguma, monges normais; havia, em ambos, qualquer coisa de cônego das grandes catedrais, e Vlad era levado a supor isso: dois espiões cuidadosamente escolhidos levavam a sua carta (e a de todos os outros senhores?), para ver de que forma receberiam a ordem de seu soberano.

Aquele não era um dos métodos dos mais sutis, mas ele não podia esperar muito daquele que enviara os monges com esse objetivo. Assim, esperou por alguns momentos, aparentemente relaxado, antes de se levantar e dirigir algumas palavras aos dignos sacerdotes do senhor. Vestia uma pesada capa de pele de urso, quente, com forro de marta e cortes de seda. Ela era quente e muito luxuosa, com um tom rico de negro realçando sua pele quase lívida. O único vestígio de cor era em uma jóia cor de malva, que lhe servia de prendedor.

Ele fitou os monges por um segundo, antes de começar a falar. Mais velho, Ugo, devia ter perto de cinquenta anos, e parecia mais autêntico, com seu hábito simples e gasto, sua tonsura bem cortada e branca, e sua pele da mesma cor. Seus dedos, especialmente, eram sujos de tinta, e Vlad sabia o quanto aqueles homens santos valorizavam, porém, e mesmo chegavam a matar em troca de um códice.

Iohannes era um rapagão alto, de bela figura. Era tão louro quanto o outro era moreno, e não tinha nenhuma tonsura. Se despisse o hábito branco e vestisse uma malha metálica do tipo que agora se usava na península italiana, ele o confundiria com um guarda suíço. Não: com um condottieri, um podestà, talvez o próprio Sforza, que reinava em Milão.

Depois do brevíssimo escrutínio, pois, na mente, o que se escreve em dezenas de linhas leva a menor unidade de tempo, disse:

- Vós sois bem vindos a minha humilíssima morada. Espero que a vossa viagem não vos tenha sido penosa em demasia. Afinal, mal terminou o verão, e a terra guarda com avaro cuidado a lembrança de dias de estio.

- É feliz em palavras, alteza; a terra é bela, e ofereceu-nos em profusão os doces frutos. Apesar disso, esses vossos servos viajaram com grande pressa, pois assim nos foi ordenado fazer. E mais quarenta e seis clérigos fizeram o caminho em busca de outros destinatários.

- Ah, sim, a tão preciosa missiva. Terrível é a mensagem que ela guarda, mas não nova; há mais de um mês alguns sobreviventes chegaram daquela cidade. Dei-lhes comida e água, e permiti que partissem.

- Mas cometestes um grande erro!

- Não creio que seja assim. Apenas poderia detê-los pela força, mas não vi porque fazê-lo.

- Alguns chegaram à corte, e o imperador ficaria satisfeito em palestrar com os sobreviventes de tão horrendo massacre.

- Contentar-se-á Sua Majestade Real e Imperial com minhas palavras.

- Esperemos que sim, senhor.

- Mas não há motivos para tal diálogo há essas horas. Estais cansados de tão veloz demanda, e mereceis descansar.

Vlad tocou um sino de prata que estava pousado em uma bandeja, numa mesa em frente à cadeira. Em momentos um homem chegou vestido com a libré vermelha do Voivoda, e Vlad trocou com ele algumas palavras em sua estranha língua, a mesma que decodificou o nobre São Cirilo. Depois, voltando-se, disse, no mesmo bom latim:

- Acompanhai este servo até vosso aposento. Mais tarde poderemos falar.

Os monges saíram um pouco surpresos com a acolhida cordial, mas fria do destinatário. Sobretudo, eles tinham certo mal estar com aquela expressão de um touro, de uma estátua, mas sob a qual cintilava a força de um espírito capaz. Alguns dos recebedores das palavras do Imperador eram parentes; outros, ainda, ricos; outros, covardes. Mas aquele homem devia tão alta correspondência a sua força, mérito e gênio.

Vlad estava, entretanto, tenso. Ele havia combatido os infiéis algumas vezes ao longo de sua vida. Em dois casos obtivera a vitória, mas ele sabia que seis adversários não eram, senão, saqueadores, e o refugo dos regimentos do Sultão. Só uma vez batera-se contra os Janízaros, e desse encontro guardava uma derrota pesada.

E, no entanto... Era quase como se houvesse um chamado miraculoso do destino, como se a Providência quisesse dizer: “Vai tomai a tua lança e apaga a derrota de teu pai, grande Vlad II, o Dragão, do trono dos Valáquios”. Sim, dez anos antes, seu pai, grande e bravo, fora despojado de seu trono pelo covarde meio irmão, o boyar Radu, o belo. Maldito fosse esse tio, indigno de sua estirpe, que remontava ao Dácio Constâncio Chlorus, pai de Constantino, e, mais recentemente, a Besarab, o grande! Ah, o ódio que corrompia aquele homem que, poderia ser tão mais perfeito quanto era bravo e lido nos assuntos dos homens. Nada devia aos doutores de Pádua em Teologia, e aos de Bolonha em direito; nada devia ao lendário Rolando, ou a Carlos Magno. Exceto, nisso sim, em piedade pelos seus inimigos. A esses, o ódio era eterno e mortal.


Não que sua posição atual fosse desconfortável, longe disso. Estrategista brilhante, Vlad soubera como se tornar valioso, e, sobretudo, como não se tornar dispensável. A sua habilidade de erudito e guerreiro, juntava as de cortesão. Assim, armara as suas custas uma cavalaria leve, a qual, com seus reides, reduziu o ímpeto de vários invasores otomanos. Com o dinheiro daí proveniente, armou tanto mais quanto julgara útil outros infantes, mas mais pesadamente armados, e bem treinados. Soubera se fazer notar por Sigismundo, e isso lhe trouxe castelos, terras, fidelidade e poder, especialmente na época que a família Hyundai tentou obter o trono. Mais tarde, fora um dos articuladores da eleição de Sigismundo à coroa de Rei dos Romanos, indispensável ao candidato a Imperador - em detrimento de Luís D’anjou, apoiado pelo rei da Sicília.

Mas com toda a honra, dinheiro e terras que tinha obtido não satisfizeram Vlad. Ele não desejava ser apenas um vassalo, o qual o imperador tratava ou destratava conforme lhe convinha, mas sim ser seu próprio senhor. E o único lugar do mundo onde poderia fazer isso era na sua Valáquia natal, em seu castelo no fim do passo do Borgo, lar ancestral de sua família. Com seus poucos milhares de soldados ele não podia ambicionar derrotar seu primo Radu I, apoiado como ele estava por milhares de soldados turcos e Janízaros, mas se o imperador lançasse uma Cruzada... Pois era isso que ele podia deduzir daquela carta.

Ainda que, a rigor, fosse um desvio de objetivo – sua Voivoda não ficava na rota que levava a Constantinopla – quem desejaria um inimigo bem estabelecido nas terras altas da Valáquia, com castelos e abastecimento garantido? Porventura outros príncipes, como Balduíno de Bolonha e Boemundo de Tarento não houve, na primeira Cruzada, conquistado estados no levante e, mesmo assim, combatido garbosamente na conquista da Cidade Santa de Jerusalém? Ele faria o mesmo! E seus soldados varreriam os Otomanos para a costa leste do Helesponto. E seria ele a entregar, nas mãos do Papa, a cabeça do maldito Mehmet II, e as chaves da Igreja de Haguia Sophia. Ele, de novo,no governo de sua Voivoda.

Com o crânio do tio a guisa de taça, é claro.



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Editado pela última vez por Seth em 15 Fev 2009, 19:48, em um total de 1 vez.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 24 Ago 2008, 11:20

Delícia de últimos parágrafos...

Pretende abordar apenas o Vlad histórico (que não é menos interessante que o lendário)?
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Mensagempor Seth em 24 Ago 2008, 19:06

Bom, eu ainda não decidi bem isso. Mas tem um toque de lenda, porque eu precisei fazer uns ajustes no pano de fundo, e adequar alguns personagens.
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Mensagempor Lady Draconnasti em 24 Ago 2008, 19:09

Toda história tem um fundo de verdade, né?
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Mensagempor Seth em 24 Ago 2008, 19:17

Sim, eu parto de um conjunto de relatos que chegaram até a atualidade sobre os fatos, a época e as pessoas. Ao menos por agora.

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Capítulo II:


O castelo de Cachtice era um dos últimos remanescentes de uma teoria da arquitetura militar hoje inexistente. Ele erguia-se, altaneiro, sobre uma base de basalto, e dominava a região circunvizinha com a imponência de sua força bruta. Ao passar ao largo dos merlões carrancudos, e pelas sombrias ameias, os burgueses e campônios quase podiam ouvir: “Aqui vive, ainda, um dos senhores como eram os do tempo de vossos bisavôs. Tremei ante o desprazer de tão altivo mestre, e obedece a menor das vontades”.

Mesmo assim, ele não era um castelo de grandes proporções. Tinha apenas três torres, contando com a da menagem, e duas menores; a maior servia de lar ao senhor e a sua família, ao passo que as outras eram departamentos da guarda, prisão e local para a guarda segura de suprimentos.

O rés-do-chão da torre de menagem era dividido em duas partes. A primeira, ligeiramente mais alta, era a entrada principal, depois de um pátio. Era preciso passar por uma ponte, um portão, um pátio e subir por uma escada, até atingir o salão onde eram recebidos os visitantes; austero aposento, decorado com peles de urso, armas e cabeças de animais, dominado por uma estátua em tamanho natural de Vlad Tsepesh II, pai do atual castelão.

A estátua ficava no lado oposto a porta, subindo um curto lance de escadas. De cada lado deste subia outra escada, maior, para os andares superiores. Embaixo destas, havia dois portais em arco. O da direita era uma íngreme escadaria que desembocava em uma adega muito bem sortida, pois que o senhor do castelo era grande apreciador dos vinhos.

O da direita levava a cozinha. Era uma sala tão grande quanto à primeira, onde reinava permanente atividade e um calor que podia ser escaldante no verão, mas delicioso no inverno. Os cômodos de habitação dos senhores eram construídos acima da cozinha, de forma que o valor daquele espaço sempre chegasse generosamente aos aposentos. Um sistema de canos por onde circulava o vapor levava o mesmo conforto a outros pontos da torre, tronando as noites mais fáceis de tolerar.

Naquele espaço reinava o mordomo do Voivoda, um antigo servo de seu pai, leal a seus senhores. Nunca menos de oito, podendo chegar a vinte empregados ocupavam-se de preparar as refeições; naquele dia, com mais dois convidados, além da “corte” (era assim, com certo tom de desdém, que o camarista se referia aos que habitavam com o conde), o número de cozinheiros e ajudante era de doze. Assim que fora notificado da chegada de dois visitantes, o mordomo tinha ordenado que se fizesse mais pão, uma carne de porco mais tenra, frangos e presuntos defumados. Também tinha ordenado a um de seus subordinados que descesse as adegas para conferir se tudo ia bem com o barril de vinho borginhão que pretendia servir.

Deixando, porém, entregue a seus dilemas o leal mordomo, havia duas palestras mais curiosas sendo realizadas na torre. O primo de Vlad, Alexandru, estava na capela, conversando com os irmãos beneditinos acerca das últimas novidades do mundo lá fora. Francamente, ele tentava, pois ele falava demais, e os irmãos, de menos. Nem quando tinha jogado a isca de informações acerca dos religiosos gregos obtivera sucesso.

De sorte que mais interessantes eram as palavras de Vlad ao seu irmão, Dan, no mesmíssimo cômodo onde recebera os religiosos:

- Vê, pois, meu amigo, que a queda dessa cidade ser-nos-á muito útil. Finalmente, hão de escutar minhas palavras e as vossas sobre as ameaças dos infiéis, e derrotaremos o miserável que ousou desonrar o nome poderoso da casa de Besarab, e do grande Constantino, e que tem a mão cheia do bom sangue cristão derramado por aqueles a quem traio, como súdito do Sultão.

- Não apenas sobre nosso bondoso tio devem cair as penas cruéis que lhe incutiremos; recordai-vos, Vlad, que nosso irmão Mircea padeceu ante a espada de nosso tio. Hei de tomar a cabeça de todos os filhos dele em paga pelo sangue de um filho de Vlad Tsepesh, o Dragão!

- Eh, eh, eh, bem posso ver a vossa ira. Mas colocai esse sentimento a serviço vosso e meu.

- Que ordena a mim, irmão e senhor?

- Sabes, pois, Dan, que o senhor nosso Imperador deve anunciar algum tipo de empreitada, diria até uma cruzada, contra os Otomanos.

- Quanto a isso, creio que ele vai enviar seus soldados até as partes orientais do império. As montanhas imponentes servirão de fronteira aos cavaleiros do império, e o sul continuará nas mãos dos senhores infiéis.

- Não creio que seja por tão pouco. Haverá de ser mais, muito mais. Ainda assim, mesmo que não venha a ser, pense que minha Voivoda é uma peça fundamental para a retaguarda de qualquer exército, e um espinho que vergastará as forças do Sultão: cada vez que a cruz ameaçar cair, poderá correr a minha terra, e se recuperar protegidos pelos altos desfiladeiros. Não, Dan, eles precisam de mim, agora. Não é outro o motivo de Sigismundo ter-me chamado, ao lado de outros tantos e tão grandes senhores.

- Que seja assim, senhor meu irmão. Espero que suas palavras sejam as mais corretas. Que devo fazer:

- Muito bem: Confia aos mis fiéis dentre os nossos soldados a mensagem de que devem estar prontos a qualquer momento que eu os chame. Mantenha os mais experientes aqui, e os menos no castelo de Bechyně. E preparai-vos para que ambos se reúnam no castelo de Buchlovice; bem sabeis que nada disso é incomum, dado que esses três castelos me pertencem. Feito isso, envia a Buchlovice o excedente de várias colheitas, pois, se nos laçarmos a uma campanha, creio que será desse castelo.

- Tenho homens de confiança e o farei. Devo supervisionar essas tarefas?

- Não. Passemos isso a um dos comandantes menores. Você dará essas ordens logo, mas irá viajar comigo para Nuremberg. Quero tê-lo ao meu lado.

- Muito bem, é apenas isso?

- Não. Você deverá reunir trinta de nossos melhores cavaleiros, e mais setenta infantes. Eles serão a minha escolta nessa viagem. São muitos, mas é preciso lembrar ao nosso amado soberano da minha própria força.

- Será feito. E... devo fazer algo em relação aos monges?

- Alexandru está cansando os ouvidos dele, mas creio que será a mim que dirão alguma coisa útil. Mas confesso que gostaria de saber algo mais a respeito deles. Assim... Vai e chama o prior dos beneditinos na cidade. Ele, certamente, deseja saber sobre as casas que prometi a ordem, e que ainda não ofereci. Além disso, ele viveu em Roma, e deve saber algo a respeito desses curiosos padres, ou de seus mestres. Agora vai. Pois de minha parte, cumpro a obra do imperador, e tenho de enviar mensageiros a cada igreja de minhas terras.

- Mas por quê? Porventura morreu alguma grande personagem?

- Não. É o réquiem dos gregos. Agora vai, e não se demores.

- Sim, irmão e senhor.
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