Procurando o referido conto em meu pc (pc mesmo, viu pessoas do chat ) tive um encontro com várias memórias. Foi assim que cheguei a Spell, eis meu primeiro conto aqui postado.
Para os não tão antigos, rolou um concurso de contos entre o final de 2003 e o começo de 2004, onde muitos dos usuários que são figuras bastante presentes até hoje participaram. A Nasti, o Madruga e eu passamos a ser membros ativos do fórum através deste concurso.
Enfim, sem muitas mais delongas, achei interessante trazer novamente o conto que me fixou aqui.
Particularmente, acho que ele perde parte da magia sem a devida formatação, mas bobagem, gostaria de ouvir a opinião de vocês, novos e antigos companheiros =P
Abraços!
Dahak Out
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Réquiem de Cordas - Naufrágio de um Sonhador
“ Queria proteger-lhe de todas as maleficências, garantir um acordar sereno e majestoso, ver seu sorriso todos os dias, demonstrar meu amor em meras palavras, recitar-lhe a mais bela canção agraciada por um Réquiem de Cordas....”
Doce Réquiem da destruição, a melodia soa, sempre bela, enquanto os tripulantes são, um a um, deixados para morrer na impetuosidade do oceano. Meus Sonhos, meu propulsor, os remos que me guiavam em um mar de possibilidades...meus amigos...minha vida vai se esvaindo, lenta e dolorosamente, por entre meus dedos...
Doce Réquiem da altivez, egocêntrico e prepotente, desconhece limites. Tempo e espaço são desprezíveis, seu poder é almejado, temido; para mim, insolente, transpassa de forma ríspida a capacitância do ser...meu ser... Ignora e faz vistas grossas ao sentimento alheio, simplesmente prossegue em seu rumo, talvez inalterável, mas, talvez por prepotência minha, tento me opor e negligenciar sua ação....Fracassos...
Doce Réquiem do abandonado, em minha devasta solidão, luzes se acendem com freqüência...mas não de esperanças...luzes finitas, providas de brilho dubitável , mas que insisto em segui-las...entretanto, cegamente....
Doce Réquiem do frenesi, em meu estado submisso, padeço...não deixo de sonhar...onipotente, como sempre, uma batalha injusta, que não poderei nunca vencer mas que me recuso a permanecer como seu refém....
Doce Réquiem da mágoa, a melodia soa, sempre soa, obscurece o óbvio, deixando-me recluso e oprimido; e na magnificência da liberdade parcial, esbravejo...em silêncio... para fazer-me ouvir . Deleitar-me nos braços dos que amo, prepotência minha, já que me afagar sem um tripulante, sem ao menos um tripulante, é impossível, a falta da reciprocidade me consome, me corrói, me mata...
Doce Réquiem obliterado, deixaste-me, deixaste-me, deixaste-me... sem nunca deixar-te... almejo vossa presença, mesmo, aparentemente, fadado ao desvinculo eterno. Ainda te amo, minha esperança, minha falácia...anseio pelo momento, vejo-te vindo até mim, sou feliz por alguns instantes, até acordar e não poder mais ver-te...triste fim...
Doce Réquiem, meu doce Réquiem de Cordas...
A mais bela harpa estremece enquanto naufrago, e segue em frente, ditando o destino meu, ditando o destino teu, implacável e insaciável, foge a meu controle, nada sei, exceto que te amo...nada sei... resta-me recitar, resta-me ouvir meu destino, meu eloqüente destino, resta-me ouvir meu Réquiem de Cordas...