por Murazor em 18 Jul 2008, 00:04
Davi...
Agora começo a te entender. Peço que me perdoe se em algum momento pareci ser grosseiro com voce.
Mas é algo que já tinha sacado quando você disse que não ia adaptar os Hobbits para seu cenário e também considerava as ordens do coda muito fracas.
Ai é que está a proposta do jogo. A proposta é fazer aventuras na Terra Média, e embora tenhamos verdadeiras máquinas de matar como legolas e gimli, também temos pessoas comuns que numa ocasião especial fizeram a diferença, como Bilbo, Sam e até Bard, aquele acertou uma flecha certeira no dragão, assim é a idéia de Tolkien
O grande problema é que as pessoas não entendem que no cenário da Terra Média voce pode comportar a situação que voce quiser. Por exemplo, D&D/D20 é para combates fantasiosos e muito irreais (tanto que é o que não me agrada, mas por sua proposta, mas com certeza é excelente para a sua proposta), e tem seu lugarna Terra Média. O Legolas e saltando em cima do Mumakil e disparando várias flechas ao mesmo tempo, isso com certeza só tem lugar em D&D (Tente fazer em GURPS e BRP e voce vira comida de vermes). Mas por outro lado, se eu quiser uam campanha em que o personagem realmente tem que enfrentar o perigo e sentir medo da morte, passar aquela sensação de impotencia frente a um inimigo poderoso que os hobbits e muitos homens da Terra média sentiam frente a Sauron, será bem melhor uma mecanica realista como BRP (que passa isso perfeitamente em seu consagrado Call of Cthulhu) e o Gurps que se adequa a tudo.
Então na verdade o que eu acho é que pra voce e pro tipo de jogo que voce quer agora, realmente o D&D é a sua melhor escolha. E nisso não ha discussão.
O que gerou a confusão é quando voce afirmou que o D&D era o melhor para Terra Média, nisso insisto em dizer que não é. existem várias Terras Médias, o d20/D&D seria a Terra média vivida na pele de Legolas e Gimli (contando quantos orcs matam a mais..), mas não representa nenhuma fração da Terra Média de Bilbo, de Sam (esses dois é BRP, sem discussão), de Gandalf (sim, acho que Gandalf estaria melhor no sistema storyteller, jogando com um Istari, um ser não humano, ancestral, com poderes desconhecidos), nem de Aragorn (os grandes conflitos e culpa dos laços de sangue dele e a paixao pela elfa, cara, isso nao tem como aparecer em d20, Aragorn é personagem de Pendragon!!!).
Acho que consegui me expressar. E voce também... Voce quer uma campanha como as aventuras e batalhas de Legolas e Gimli, voce tem razão, D&D é perfeito para isso!
Mas acontece que cada jogador curte um estilo de jogo diferente. O Coda tem seus defeitos, mas ele tenta abranger algo mais do que o simples iniciativa, ataque, dano. Por isso que eu falei que ele tem um potencial mais amplo que o D20, apesar de suas muitas falhas mecanicas. E alguns defeitos como classes fracas (mestres de sabedoria, artificies) nao sao defeitos, sao parte do cenário, assim como existem raças mais fortes e mais fracas.
Ou seja, através desse desequilibrio, o sistema permite voce jogar com um grupo de personagens poderosos e outros muito fracos. Ou seja, pode começar a campanha com 0 evoluções usando um hobbit inútil e que deverá ser defendido pelo grupo e um guerreiro elfo implácavel dentro do mesmo grupo. Então essa proposta eu acho muito legal, distancia os jogadores de calcular só bonus e danos. estamos criando um personagem e não um planilha de excel (falando em criar personagem, e a fluxovida de cyberpunk2020...incrivel).
O que tem que entender (nao estou defendendo as falhas horriveis do CODA) é que a proposta dele nesses desequilibrios é voce fazer uma história com elementos da Terra Média. E assim como quando Tolkien escreveu os seus livros não se preocupou com balanceamento ou equilibrio racial, nesse aspecto eu simpatizo com o CODA. Mas se o seu grupo de jogo está mais preocupado com o bonus de dano do personagem e "vamos todos ser elfos por que ganha mais beneficios", então realmente fique longe do CODA (e de qualquer outro sistema que sacrifica parte do equilibrio em nome da ambientação).