Não costumo escrever muito, e ultimamente não tenho acompanhado muito aqui. Mas por algum motivo (talvez a falta de sono) resolvi escrever um pouco. Toda e qualquer crítica é bem vinda!
------------------------------------------------------------
O Poder da Mente
Através dos seus olhos - perdidos, opacos, visando o nada - era possível vê-la. Sentí-la. Quem dera se ela sumisse para sempre. Momentos felizes relembrados por uma luz, uma música, palavras e até pensamentos. Bastava algo acontecer, e lá estava ela, toda formosa em seus pensamentos, relembrando-o de tempos passados.
Eram ótimas as lembranças que possuía através dela, só reparando no quão boas eram depois de um tempo perdida. Quando ela voltava, era uma guerra de emoções que variavam da raiva absoluta ao sublime prazer. Os detalhes eram dos mais preciosos, já que a memória não ajudava muito. Apreciava essa relação mais do que qualquer outra que tivera.
Lembrou quando ela foi apresentada pelos seus pais, depois que ele saiu de casa. Percebera que ela sempre esteve por perto, mas nunca a vira como viu ao descobrir que ela era a sua mais nova vizinha de sua nova casa. Adorou a sua presença no início, não se incomodava. Com o tempo foi conhecendo-a melhor, se tornaram inseparáveis. Não percebeu quando ela virou uma necessidade.
Mas agora ele não aguentava mais. Gostaria de mudar o passado. Pensava infinitas vezes no que poderia ter feito, no que mudaria em sua vida, nas boas memórias que poderiam estar presentes no lugar de erros estúpidos que o levaram a nada. E assim, perdido nos pensamentos que poderiam ter dado certo, deixa passar os minuciosos detalhes do que estava acontecendo ao redor, e lá se vão novas possibilidades. Tudo em nome dela.
Não conseguia viver com ela, muito menos sem ela. Já não aguentava mais essa relação imprevisivel. Se deu conta do que havia acontecido depois que o pote de soníferos caiu no chão, vazio. Já havia engolido todos, e não conseguia botá-los para fora. Não queria. Olhou para o papel e teve tempo de ver o nome dela pela última vez na carta de suicídio que escrevera, antes da visão apagar. Resolvera se matar junto dela.
Doce Melâncolia, maldita Nostalgia.
-------------------------------------------------------------
Inté!