Atravessou a porta de casa. Colocou as coisas sobre a mesa e seguiu rumo ao quarto. Mudou de idéia, parou no meio do caminho e atirou-se sobre o sofá, deixando a escuridão tomar conta do lugar por alguns segundos. Queria relaxar um pouco, mas alguma coisa impedia, alguma coisa incomodava e não tinha a menor idéia do que era...
Consciência como me disseram? Pensou, mas logo descartou a idéia absurda e decidiu, instantes depois de sentar, que era melhor relaxar em um belo e longo banho quente.
Seguiu lentamente até o banheiro. Retirou com bastante calma a roupa, olhando seu corpo despido aos poucos no espelho até que não restou peça alguma. Fez algumas poses, cansou-se rápido da brincadeira e foi para o chuveiro, deixando algumas peças no chão e outras no cesto.
Abriu o chuveiro e esperou a água relaxante atingir seu rosto, mas não veio nada. O desespero e a indignação começaram a crescer. Iria acabar com o responsável, fosse ele quem fosse! Olhou para o chuveiro e desferiu dois golpes fortes, pensando que poderia ser algum problema do equipamento e não falta de água.
Não teve resultado algum, mas ouviu um ruído. Sabendo que aquilo poderia ser indício de que logo funcionaria, bateu com mais força e a parte inferior do chuveiro soltou-se, deixando cair algumas pequenas cobras coral.
Demorou um pouco para entender que aquilo no chão, quase aos seus pés, era realmente cobras saídas do seu chuveiro. Demorou para entender que por mero acaso não havia recebido o bote fatal quando uma deles tocou o seu corpo na queda. Demorou para entender como havia se afastado o máximo possível do chuveiro e tinha seu corpo pregado a parede de azulejo frio. Demorou para perceber que a cesta de roupas estava se movendo, e outras cobras, maiores que as que saíram do chuveiro, começavam a sair.
Se tivesse prestado atenção quando chegou, teria visto e agora não estaria nessa situação, mas tinha muita coisa na cabeça para se preocupar com detalhes...
Caminhou até a porta e atravessou antes que o cesto de roupas tombasse, espalhando completamente cobras por todo o banheiro. Tentou seguir até a sala, mas viu cobras deixando o vaso de flores sobre a mesa, deslizando na tela da televisão e sobre o sofá no qual quase ficou e passou a entender a sensação de que precisava deixá-lo o mais rápido possível. Sentiu um pouco de frio e percebeu que tinha o corpo completamente nu e que não seria capaz de atravessar a sala e fugir do banheiro... Fugir do seu lar...
Como última alternativa, virou-se e passou novamente pela porta fechada do banheiro, andando sobre a ponta dos pés com nojo de tocar o chão com os pés descalços, e chegou ao quarto. De lá poderia fazer algumas ligações e alguém iria limpar aquela merda para depois poder se vingar do responsável...
Entrou no quarto e trancou a porta antes de acender a luz e quando acendeu acreditou que o quarto estava limpo. No principio não viu cobra alguma no chão, mas o alivio durou apenas alguns instantes até perceber movimento sob os lençóis e constatar que aqueles monstros arrastavam-se para fora dela. Outros saiam debaixo da cama, do guarda-roupa e do criado mudo. Todo seu quarto estava infestado, como a sua casa inteira e por alguns instantes tentou pensar no porquê daquilo, mas antes de chegar a uma resposta viu que aquelas coisas estavam chegando perto.
Tentou pegar algo para proteger o corpo, apenas uma toalha verde estava ao seu alcance, mas percebeu que ao levantá-la tocou uma serpente, sentiu a pele viscosa e pegajosa e atirou-a o mais longe que pode. Ela caiu junto de outras que aglomeravam-se na sua direção, surgidas não sabia de onde.
Tentou gritar.
Consciência como me disseram? Pensou, mas logo descartou a idéia absurda e decidiu, instantes depois de sentar, que era melhor relaxar em um belo e longo banho quente.
Seguiu lentamente até o banheiro. Retirou com bastante calma a roupa, olhando seu corpo despido aos poucos no espelho até que não restou peça alguma. Fez algumas poses, cansou-se rápido da brincadeira e foi para o chuveiro, deixando algumas peças no chão e outras no cesto.
Abriu o chuveiro e esperou a água relaxante atingir seu rosto, mas não veio nada. O desespero e a indignação começaram a crescer. Iria acabar com o responsável, fosse ele quem fosse! Olhou para o chuveiro e desferiu dois golpes fortes, pensando que poderia ser algum problema do equipamento e não falta de água.
Não teve resultado algum, mas ouviu um ruído. Sabendo que aquilo poderia ser indício de que logo funcionaria, bateu com mais força e a parte inferior do chuveiro soltou-se, deixando cair algumas pequenas cobras coral.
Demorou um pouco para entender que aquilo no chão, quase aos seus pés, era realmente cobras saídas do seu chuveiro. Demorou para entender que por mero acaso não havia recebido o bote fatal quando uma deles tocou o seu corpo na queda. Demorou para entender como havia se afastado o máximo possível do chuveiro e tinha seu corpo pregado a parede de azulejo frio. Demorou para perceber que a cesta de roupas estava se movendo, e outras cobras, maiores que as que saíram do chuveiro, começavam a sair.
Se tivesse prestado atenção quando chegou, teria visto e agora não estaria nessa situação, mas tinha muita coisa na cabeça para se preocupar com detalhes...
Caminhou até a porta e atravessou antes que o cesto de roupas tombasse, espalhando completamente cobras por todo o banheiro. Tentou seguir até a sala, mas viu cobras deixando o vaso de flores sobre a mesa, deslizando na tela da televisão e sobre o sofá no qual quase ficou e passou a entender a sensação de que precisava deixá-lo o mais rápido possível. Sentiu um pouco de frio e percebeu que tinha o corpo completamente nu e que não seria capaz de atravessar a sala e fugir do banheiro... Fugir do seu lar...
Como última alternativa, virou-se e passou novamente pela porta fechada do banheiro, andando sobre a ponta dos pés com nojo de tocar o chão com os pés descalços, e chegou ao quarto. De lá poderia fazer algumas ligações e alguém iria limpar aquela merda para depois poder se vingar do responsável...
Entrou no quarto e trancou a porta antes de acender a luz e quando acendeu acreditou que o quarto estava limpo. No principio não viu cobra alguma no chão, mas o alivio durou apenas alguns instantes até perceber movimento sob os lençóis e constatar que aqueles monstros arrastavam-se para fora dela. Outros saiam debaixo da cama, do guarda-roupa e do criado mudo. Todo seu quarto estava infestado, como a sua casa inteira e por alguns instantes tentou pensar no porquê daquilo, mas antes de chegar a uma resposta viu que aquelas coisas estavam chegando perto.
Tentou pegar algo para proteger o corpo, apenas uma toalha verde estava ao seu alcance, mas percebeu que ao levantá-la tocou uma serpente, sentiu a pele viscosa e pegajosa e atirou-a o mais longe que pode. Ela caiu junto de outras que aglomeravam-se na sua direção, surgidas não sabia de onde.
Tentou gritar.