@Bahamute:
Tua chamada pro madruga foi simplesmente desnecessária. A resposta dele foi tão relevante quando o comentário do Allef sobre trânsito num tópico falando sobre racismo e preconceito no estado de São Paulo, citando o quanto o Rio de Janeiro é maravilhoso. Lembra disso?
Se você achasse que fosse flood, reportasse e pronto. Aja com maturidade, cara.
Madruga escreveu:Eu fico pensando agora como que vão ser os eventos esportivos que estamos PRETENDENDO ter no futuro. Essa situação me lembra os ataques do PCC em São Paulo, quando abandonamos o ônibus que ia para a faculdade para voltar para casa, de medo.
Tudo paralisado e uma puta impressão de que os caras têm o poder de parar as maiores cidades do Brasil quando querem... é uma sensação de medo e impotência que não dá para descrever mesmo. No Rio deve estar muito pior, eu sei, até porque ninguém que eu conheço viu nenhuma demonstração de violência em SP (só um amigo que é policial civil, mas ele estava no meio da bagunça toda).
E, enquanto isso, a Procter & Gamble resolve abandonar quatro caixas misteriosas pela cidade, numa ação inteligentíssima de marketing que fez todo mundo achar que os bandidos estavam deixando bombas nas praças...
Só não vê quem quer: pelo menos aqui no Rio, sim, ele TEM o poder de parar tudo, Madruga. A mídia com sua idéia brilhante de divulgar as ações que a polícia faz em tempo real não ajuda em nenhum momento as incursões natimortas contra o poder paralelo.
Acho que tenho direito de falar, visto que moro e trabalho na periferia, a parte mais atingida da cidade. Fico muito em perigo, mais vulnerável do que alguém que mora na "cidade maravilhosa", o centro do Rio. A baixada simplesmente parou ontem e hoje; sob as ordens dos tráficos, as portas dos comércios estavam fechadas e a escola onde trabalho teve um 'decreto' de que não teria aulas à noite.
Mais um caso pra ser anotado na planilha como "violência urbana", e mais um caso que vai cair no descaso. Não sei como foi a situação do PCC em São Paulo, mas eu posso tentar traçar um paralelo. A sensação de pânico, de medo, de impotência diante da arrogância de uma teia de criminosos, com porta-vozes uma meia dúzia de
moleques armados com armas que colocariam inveja a um filme de ação e que recebem mais em um dia do que eu em um semestre colocando medo numa população proporcionalmente muito maior. São grupos de 5, 6 amedrontando uma rua comercial inteira com uma centena e meia de lojas.
"Fecha tudo, senão toma bala." - e qual vai ser a resposta do trabalhador senão um "sim senhor" com a cabeça baixa?
Cheguei mais tarde porque meu ônibus demorou a volta a passar. A rua por onde ele passa é um dos locais que dão acesso a um dos morros. É uma lástima.