[Região] Kan Sufir

Projeto coletivo de criação de um cenário oriental para o sistema d20, bem como criação e alteração de regras para o mesmo.

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[Região] Kan Sufir

Mensagempor Madrüga em 06 Nov 2010, 14:46

Kan Sufir
União espiritual de Kan Sufir


[img]{mapa}[/img]


Gentílico: sufimoi.
Idioma oficial: fanagri (extinta) e petzim (quando habitada).
Regime: nenhum.
Regente Atual: nenhum.
Exportações: nenhuma.
Importações: nenhuma.
Principais Cidades: Kan Sufir.
Demografia racial: não se sabe.

Características Gerais


Kan Sufir já foi definida como a “joia das planícies” em tempos antigos. A cidade-estado impressiona pelo tamanho: aglomerando diversas vilas em torno de uma capital, Kan Sufir cresceu e floresceu entre os séculos VI e VIII, quando muitas comunidades nos entornos ainda eram pouco mais que tribos lutando por um pedaço de terra em cabanas mal-acabadas.

Sem muitas possibilidades de expansionismo por conta dos frequentes ataques vindos de Kotrug, Kan Sufir se solidificou e começou a construir sólidas muralhas para conter os ataques goblinoides. Com o tempo, a união das pequenas cidades vizinhas foi tornando o espaço de Kan Sufir bastante amplo, com amplas regiões muradas ligando cidades e mesmo pequenas fazendas. As construções até hoje são interessantes pela quantidade exagerada de diques, muralhas, fossos e outras barreiras (naturais e artificiais) que constituem o perímetro da cidade-estado.

A etnia gavmoi chegou à cidade já no começo do século VIII (por volta de 730 RE). Hoje pouco se sabe sobre sua história pregressa, mas sabe-se que era uma série de tribos nômades que entrou em um acordo com o rei de Kan Sufir e fixou residência na cidade, renovando uma cultura que já começava a estagnar. A primeira guerra com Kotrug aconteceu perto de 795 RE, com uma inusitada união de clãs goblinoides sob uma mesma bandeira. O conflito se estendeu por mais de dez anos, e quando boa parte da etnia sufimoi já havia sido dizimada, Neerghul entrou no confronto e baniu os goblins de volta para suas terras.

Entretanto, o custo foi alto: Neerghul aproveitou para dominar a cidade de Kan Sufir e manter a etnia gavmoi sob seu jugo. Embora o clã do Vento, na época, tenha sido designado como governante, boa parte do excedente que Kan Sufir produzia era destinada ao esforço de guerra de Neerghul, em expansão na época. O primeiro imposto foi pago em 806 RE, segundo o livro de registros do clã do Vento.

A segunda guerra com Kotrug aconteceu em 973 RE, quando nenhum dos goblinoides sequer se lembrava da primeira. Unidos sob um carismático líder de outra raça, as criaturas novamente sitiaram Kan Sufir. Mais preparados dessa vez, os gavmoi combateram com as artes que desenvolveram em segredo (venenos, magia espiritual, técnicas de kukri, luta desarmada) e com o auxílio dos guerreiros neerghulyenu. O sítio durou quase cinco anos, mas em 978 RE a primeira revolta interna abalou a estrutura de poder de Neerghul, e o contingente inteiro que protegia Kan Sufir foi direcionado para proteger a capital do povo-tigre.

Abandonada à própria sorte, a etnia gavmoi durou outros cinco anos até que decidiu evacuar a cidade de Kan Sufir. Os xamãs utilizaram todas as invocações possíveis na fuga, e estima-se que um quinto da população tenha perecido na guerra. Os ciápodes fugiram para as terras ao sul (que viriam a se tornar Gavagai) e a cidade-estado de Kan Sufir caiu ante a fúria dos goblins.

Tendo ocupado a cidade por alguns anos, os goblins ainda guerreavam com estranhas criaturas que começaram a surgir dos recônditos de Kan Sufir. A própria vegetação da região começou a crescer com assustadora rapidez e elementais da natureza, monstros-planta e animais ferozes começaram a também se fixar na cidade. Embora hoje existam apenas conjecturas a respeito desses eventos, muitos acreditam que isso tenha sido o trabalho de um clã esquecido dos ciápodes, utilizando rituais xamânicos e uma aliança com os privodnaha para consagrar as ruínas à natureza, salvando-as dos goblins mas impedindo que os gavmoi pudessem retornar.

Hoje, a impressionante extensão da cidade se parece com uma floresta de pedra e barro cozido: prédios imponentes e muralhas se misturam a árvores retorcidas e arbustos, casas outrora habitadas por humanos são usadas de abrigo por predadores. Ainda existem goblinoides que resistem a essa “invasão” nas fronteiras de Kan Sufir, mas eles não são páreo para os elementais, os animais atrozes e mesmo alguns trolls que hoje habitam a cidade.

Não existe interesse de Trudnak (o principado de Neerghul mais próximo) na libertação de Kan Sufir: inclusive, apesar de vigiar suas fronteiras, o exército do principado prefere que as ruínas estejam ali, pois funcionam como um “tampão” para invasões dos goblinoides. Mantendo a situação do jeito que está, Trudnak conta com o apoio de Gavagai e dos outros reinos ao sul de Kan Sufir, aliviados por poder ao menos se preocupar com menos um inimigo.

Religiões


Não há, exceto a suposta religião da natureza seguida pelo clã secreto que, segundo as lendas, consagrou a região aos espíritos. Dizem que os dendromantes de Snegsara teriam relação com essa tradição, mas até hoje ninguém confirmou os boatos.

Instituições, organizações, guildas


Não existem organizações confirmadas em Kan Sufir.

Principais áreas e cidades


Não existem áreas civilizadas em Kan Sufir, exceto por algumas tribos de trolls que se movem conforme a necessidade. Diversos relatos contam de um grupo humano que parece residir nas catacumbas da capital, mas seus interesses e objetivos são desconhecidos.

Áreas selvagens e despovoadas


Toda a área é considerada selvagem e despovoada. A arquitetura de Kan Sufir estende cerca de seis “braços” a partir da capital, mas a densa vegetação protege as muralhas visíveis. Dentro das muralhas se abrigam os animais selvagens, trolls, elementais, mephits, arbustos trôpegos e outras monstruosidades que hoje são a fauna do reino.

Ganchos para aventuras


Diversas histórias são contadas a respeito do tesouro real dos sufimoi, uma série de joias e objetos pertencentes aos reis de Kan Sufir, e que o clã do Vento não teria descoberto por séculos nas labirínticas catacumbas sob o palácio central. Anualmente, dezenas de bandos de aventureiros são levados à cidade em busca do tesouro... mas nunca se ouviu falar de um que tenha retornado.

Estranhas pistas espalhadas por Gavagai e Snegsara podem revelar muito sobre a cabala que vive nas catacumbas, possivelmente descendentes do clã que salvou e condenou Kan Sufir. Será possível contatá-los? Quais serão seus mistérios, práticas e objetivos?



E aí, alguma ideia, crítica ou sugestão? Esse reino é um bom tapa-buraco (ficando em M8 no mapa), até porque quero limitar um pouco o espaço físico de Neerghul, além de ser um lugar cheinho de ganchos de aventuras.
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Re: [Região] Reino M8

Mensagempor Emil em 06 Nov 2010, 14:54

Excelente motivo pra manter Kotrug onde tem que estar. Eu ia dizer que é meio triste que as regiões menos exploradas estejam todas juntas, mas é falso. Tem Avkhass pra quem quiser jogar mas perto de Chemkrë e Tervat.
ImagemImagemImagem

Lutai primeiro pela alimentação e pelo vestuário,
e em seguida o reino de Deus virá por si mesmo.

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Re: [Região] Reino M8

Mensagempor Madrüga em 06 Nov 2010, 15:00

Acho que tem diversos nichos por aí de área inexplorada, isso é uma coisa boa. Não se precisa viajar tanto. Alguma ideia de nome, já que todo mundo rejeitou "Sufir" ou "Kan Sufir"?
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Re: [Região] Reino M8

Mensagempor Léderon em 06 Nov 2010, 16:44

Como eu já havia comentado com você, gostei muito da ideia da região, e ela pode ter os elos com Snegsara e tal. Também pra jogar a ideia aqui, eu tinha falado de ligar o passado de Gavagai ao lugar, já que os dois ainda não estão escritos e fazem fronteira. :hum:
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Re: [Região] Kan Sufir

Mensagempor Madrüga em 14 Dez 2010, 19:49

Pessoal, primeiro esboço padronizado de Kan Sufir saindo. Estou começando a trabalhar com datas (visto que estamos em 1080) também.

Mandem bala nos comentários, vamos integrar isso bonitinho no mundo. Vale notar que eu já comecei a colocar uns monstros OGC para deixar mais familiar (arbusto trôpego, elementais, mephits, trolls).
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Re: [Região] Kan Sufir

Mensagempor Léderon em 14 Dez 2010, 20:39

Eu... vou criar ganchos de Kan Sufir em Snegsara. Mesmo.

Ficou ótimo. Ter elaborado mais detalhes em torno de elementos de jogo conhecidos (os monstros) deixou bem mais aventuresco e próximo do leitor.

Kan Sufir será um gancho IMENSO de todo tipo de aventura. Ainda mais agora com Gavagai feita e com Neerghul sendo reformulada - vai sair uma coisa orgânica e bonita daí!
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Re: [Região] Kan Sufir

Mensagempor Madrüga em 03 Mai 2011, 22:01

O forte de Mat Saor


Contam os asurini que, há pouco mais de um século, um demônio escapou de um vaso cerimonial sagrado, feito de barro virgem cozido e selado pelos seis feiticeiros imperiais de Fam-Iref. Embora os aedos e tabernas tenham aumentado e piorado a natureza desse demônio, ele não era maculado como dizem: era um espírito cheio de ódio, que trazia consigo ventos quentes e estiagem, aparentado do espírito do verão.

E bem nessa época o calor era insuportável no continente: secas abundavam, florestas ressequidas se incendiavam, a água rareava e o espírito furioso irrompia por Zaien Daza, varrendo as terras sagradas com sua tórrida revolta. Os seis feiticeiros tiveram de se juntar aos grandes xamãs do tigre para conseguir conter o demônio e bani-lo para as profundezas da terra. A batalha se deu no mundo dos espíritos, longe dos homens comuns, e se arrastou por oito dias e oito noites. No final da encarniçada luta, o demônio fora vencido e banido, mas não destruído -- um feito que é considerado muito além do poder dos
mortais.

Pillage.jpg
Sheodam¹


Em comemoração ao trabalho conjunto dos dois povos e para selar magicamente a prisão do demônio, os sacerdotes de ambas as terras construíram uma torre de tijolos rubros, que se ergue imponente em meio a uma fortaleza bem iluminada e ampla, com muros altos, diversos cômodos e portões bastante sólidos. No primeiro andar da torre, uma cratera ameaçadora irradia luz própria dia e noite, pulsando com uma cálida energia. O espírito da estiagem fora banido para os confins desse buraco maldito, uma cicatriz vermelha na planície. A torre foi batizada de Mat Saor, ou "prisão rubra" no idioma asuri.

Entretanto, a estrutura está vazia desde o período posterior a sua construção. Viajantes ocasionais e animais que são atraídos pelo calor da fortaleza (mesmo nos mais rigorosos invernos) conseguem adentrar a fortaleza, mas raramente são vistos de novo. Os bizarros incidentes se somam à estranha condição de Kan Sufir, e muitos ocasionais aventureiros tentam invadir o forte para descobrir o paradeiro dos que desapareceram na região... e alguns chegam a teorizar que o demônio pode estar em meio a um novo despertar, podendo se libertar e fustigar as terras sagradas com sua maldição.

Os asurini o chamaram de Sheodam, que na língua antiga significa algo como "flagelo tórrido". Nas profundezas da cratera sob a torre, no fundo da sobrenatural iluminação daquelas escadas de pedra, poucos podem realmente dizer o que se esconde ali. Alguns sensitivos da região afirmam que os vestígios espirituais do demônio estão se espalhando, revoltosos, como se ele pudesse novamente surgir. Quem sabe um novo grupo de bravos não pode se aventurar pela torre, descendo suas escadas rochosas em busca do terrível Sheodam?


¹Ilustração de Richard Kane-Ferguson, obviamente usada sem autorização.
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Re: [Região] Kan Sufir

Mensagempor Léderon em 03 Mai 2011, 23:38

A história ficou excelente, Madruga, e colocou uma coisa bem bacana em Kan Sufir. Eu só achei estranho a parte que fala que a construção foi feita em comemoração ao evento. Não seria mais lógico ser, sei lá, uma espécie de selo, muralha de proteção, sei lá? :hum:
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Re: [Região] Kan Sufir

Mensagempor Madrüga em 04 Mai 2011, 11:44

É, ficou esquisito mesmo. Acho que eu quis dizer "celebrar a união dos feiticeiros de duas culturas" e "aprisionar o cramunhão" ao mesmo tempo. Vou consertar. (L)
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