Manhul
À sua frente estão um grupo de pessoas, se é que uma visão tão onírica e imaculada poderia ser de pessoas. De porte esguio tão raro entre outros povos árticos, seus movimentos parecem produzir centelhas, ante uma pele tão clara, exposta, assim como seus cabelos brancos e olhos com a profundidade e clareza dos oceanos gélidos. Mais desconcertante é enfim notar que esse é um grupo misto de pessoas, e não uma tribo de amazonas como muitos chegaram a pensar por alguns instantes.
Traços físicos
São uma raça sobre-humana, claramente com algo de sobrenatural neles. Sua aparência é a de um ser humano de traços orientais, mas bem esguios e longilíneos, geralmente com altura variando de 1,55 a 1,85 metros de altura, e nunca pesando mais que 75 kilos, no caso dos mais altos. De peles alvas, quase tão brancas quanto o gelo de onde habitam e sem pêlos corporais ou faciais, com exceção de finas e delicadas sobrancelhas e cílios, além de seus lisos e geralmente longos cabelos, brancos ou em tons cinzentos claros e com olhos azuis ou verdes muito intensos, com um brilho sobrenatural quando assim desejam.
No entanto seu traço mais notório é sempre sua delicadeza e aparência bela e feminina, mesmo entre os homens, que muitas vezes podem ser facilmente confundidos com mulheres devido aos seus traços suaves. Tal beleza parece exercer um encanto sobrenatural e mesmo criaturas aparentemente imunes ou alheias aos conceitos de beleza dos manhul parecem empalidecer-se ante a presença forte do belo povo. Também notável é sua longevidade e capacidade de seus corpos nunca aparentarem a velhice, mantendo-se com o corpo sempre jovem, mesmo que estejam próximos do fim de seu ciclo de vida, que chega a 200 anos de expectativa.
Vestem-se com bem menos roupas do que se espera de um povo glacial, vestindo peles bem finas de mamíferos ou mantas de lã que dificilmente protegeriam outro humanóide contra o frio ártico, além de vestirem couro de peixes, inclusive tubarões, arraias e cações de forma bem ajustada e com cortes exóticos de roupa. Carregam algumas jóias comercializadas com povos próximos, apesar de confeccionarem muitos acessórios a partir de marfim, ossos e gelo azul, obtido nas áreas mais profundas de geleiras e capazes de manter-se congeladas mesmo em ambientes tropicais.
personalidade/temperamento
Povo reservado e sereno, os manhul tendem a manter-se calmos e distantes na maior parte do tempo. Possuem uma grande fixação pelo que eles consideram como belo e atraem-se facilmente por isso, assim como desprezam visivelmente aquilo que desagrada fortemente o seu senso estético, apesar de nunca chegarem ao extremo do histrionismo.
Demonstram grande afeto e carinho pelas pessoas que consideram belas ou agradáveis, mas suas demonstrações são geralmente contidas e suaves. No entanto parecem um tanto egoístas e ressentidos, sendo muito desconfiados no geral, especialmente com outros povos humanos, em especial neerghulyenus e hyenhu-rans. Seus principais aliados são os vunyatra de Imgiibhara, pelos quais possuem uma admiração por sua cultura avançada, e os povos humanos tribais que vivem pelas tundras, em especial outros povos de pescadores ou pastores de renas, com quem comercializam, mas mantendo apenas uma distante e justa relaçào comercial, a despeito de certo temor desses humanos por parte das habilidades de persuasão do povo pálido.
Em combates e guerras, prezam pela precisão, velocidade e surpresa, valendo-se dos ambientes gélidos a seu favor.
Traços culturais
Assim como em sua aparência, a cultura das comunidades manhul preza no geral a beleza, delicadeza e comedimento. Unem-se em aldeias e cidadelas, governados pelos mais velhos e sábios (a despeito de manterem sua aparência jovem). A sociedade dos manhul não pende mais nem ao patriarcado e nem ao matriarcado, sendo liberais quanto aos papéis dos sexos. Dedicam-se bastante à caça, pesca, coleta e o escasso plantio, além da dedicação ao artesanato, em especial com gelo azul, marfim, couros e ocasionalmente metais obtidos por escambo com outros povos. Seu esmero e primazia levam seus artesões a criar magníficas obras de arte mesmo com as difíceis condições do local.
Nas caçadas demonstram alguns de seus traços mais agressivos, especialmente pela busca dos troféus mais espetaculares dentre as feras que aquáticas ou que espreitam pelas tundras, elevando a caça a uma atividade de grande status, em especial as caças rituais ou dedicadas a obter tesouros e matérias primas de difícil acesso (presas de morsas e narvais mais agressivos e arredios, catar uma pérola localizada em águas mais fundas, etc)
Com tal enfoque na beleza, não é de se surpreender que os manhul empenhem-se bastante em aperfeiçoar seus corpos, e muitos deles o fazem através de artes marciais, em especial seus próprios estilos, baseados no ambiente polar onde habitam (chamadas coletivamente como Doutrinas da Garça Azul ou Shimtso Tsudzungfsai). Ainda mais freqüente é o treinamento que alguns possuem para o mergulho devido a sua notória resistência ao frio, podendo caçar nos mares de forma que nenhum outro povo no norte é capaz.
Possuem forte crença no sobrenatural e em um incomum panteão de deuses, geralmente representados como gigantescas aves, sendo a Garça Azul a matrona dos manhul. Entre o povo pálido também há praticamentes das artes arcanas e alguns deles mantém sua cultura e magia preservadas através da música, gerando aedos de impressionante talento. Com os problemas ocorridos nos últimos anos com os shuskho, alguns aedos manhul começaram a espelhar-se pelo resto das ilhas do norte e para o continente, relatando tocantes encontros e estórias sobre as guerras ocorridas em Imgiibhara e adjacências a outros povos, numa demonstração de orgulho engolido ante a necessidade de reunir forças contra uma ameaça além do que se pode imaginar.
Localização
Vivem escondidos em geleiras, geralmente cavando suas aldeias e cidadelas dentro das camadas de gelo. Também é freqüente que ergam pelas tundras aldeias móveis, sendo estas as aldeias nômades, geralmente no continente principal. Os manhul encontram-se principalmente na ilha do reino de Imgiibhara e no extremo norte de Neerghul, mas já foram avistadas aldeias móveis de manhul próximas as geleiras de Odarân. Eles evitam ao máximo viver nas proximidades de Hyenhu ou nas fronteiras com Gaohumak, por ser considerada terra de mal agouro.
Suas comunidades praticam geralmente a caça, pesca e coleta para sobreviverem, além de terem aprendido em contatos comerciais com o povo de Imgiibhara como tirar proveito das parcas e gélidas terras da região para o plantio de subsistência a partir de algas e gramíneas das tundras.
Ultimamente alguns viajantes manhul podem ser vistos percorrendo a extensão ocidental de Neerghul, como batedores ou diplomatas. O relato mais longínquo de um desses seres foi em Pehelnaur, mas ainda não confirmado.
Nomes e sobrenomes
Nomes masculinos: Haeng/Héng, Haengro/Héngro, Tsadu, Iojak, Fsenra, Nudzol, Eotseng/Ótseng, Lamdza, Pahang, Sudzol, Kandzo, Shiraeng/Shiréng, Tsatseng, Tsadzo, Iotseng, Vatsam, Farang, Fadzo, Fatseng, Jet, Jettsam, Tsarong, Teumgo/Tümgo, Teumro/Tümro, Teumdzol/Tümdzol, Iodzol, Iora, Iorang.
Nomes femininos: Fsi, Fsiju, Soae/Soé, Litso, Aeming/Éming, Oru, Ie, Fsali, Liming, Aervi/Érvi, Ritso, Shitso, Shu, Shilu, Mi, Rimi, Fsimi, Oneo/Onó, Rineo/Rinó, Toi, Toimi, Toilu, Telu, Vilu, Vineo/Vinó, Jae/Jé, Jaeju/Jéju, Jaelu/Jélu, Eulu/Ülu, Jeunu/Jünu, Riju,
Exemplos de aventureiros
Mergulhador: Um caçador manhul focado em caças sub-aquáticas, geralmente com arpões e lanças exóticas, dispondo de grande resistência contra as águas gélidas e um fôlego sobre-humano, para caçar peles de grandes peixes e mamíferos marinhos, assim como as carapaças de crustáceos atrozes e ocasionalmente pérolas valiosas e de difícil acesso a outros indivíduos. Motivado pela necessidade de alimentos e riquezas para seu povo, demonstra grande orgulho em suas habilidades ímpares.
Místico sublime: Geralmente magos, aedos e clérigos, mas também lâminas malditas se encaixariam. São dedicados a extrair o que há de mais belo e encantador das artes mágicas, focando-se em encantamentos e ilusões, visando tocar os corações de seus conterrâneos e aliados e curvar ante seus pés qualquer ameaça, eliminando-as em uma doce enganação.
Geada Azul: Os arquetípicos monges glaciais, que surgem como espíritos das nevascas e são capazes de manipular o gelo. São os principais guardiões das comunidades manhul e treinam arduamente, muitos se iniciando nessas artes em monastérios ocultos. São a epítome da soberba e altivez dentre o belo povo, generosos com os seus e arrogantes com aqueles que desagradam seu ideais. Mas mesmo essa arrogância é demonstrada por sutilezas, e não por óbvias bravatas e hostilidades abertas, como convém ao refinamento dos manhul.
Arauto da Tragédia e Clamor: Aedos que testemunharam de perto ou registraram as agruras e horrores sofridos pelo reino de Imgiibhara, invadido pelos brutais shuskho e sua ira sanguinolenta. Viajam entre as cidades e tribos espalhadas pelo Norte e continente para relatar tal tragédia e clamar pela uniào dos povos contra tal ameaça. Ainda muito raros, mas certamente bem distintos, causando fortes emoções por onde passam e comovendo muitas vezes mesmo aos mais embrutecidos e ríspidos soldados, chefes tribais ou nobres.
Sedutora: Alguns manhul, especialmente mulheres, sabem que sua beleza é uma arma, e se valem de seus dotes e dons persuasivos para saquear peças valiosas de outros povos, sendo as peças de arte orinudas dos ancestrais do belo povo ainda mais visadas. Certamente há como ditado entre várias cidades por Neergul e fronteiras com Hyenhuas"as mais belas visões podem sumir com suas mais belas posses". No entanto tais indivíduos são menosprezados em suas próprias comunidades, ao serem vistos como rastejantes que se prostituem e se humilham para obter o que desejam, ao invés de manterem seu orgulho. Certamente tal orgulho é ignorado quando recebem como presente de sedutores importantes patrimônios de seus ancestrais, expulsos de Hyenhu há mais de 700 anos.
Discípulos do Canto de Tsimiengveo/Tsimiengvó: Indivíduoss que seguem uma seita oculta e temida pelos demais manhul. estes aedos e lâminas malditas buscam através de cânticos exóticos o poder da divindade Tsimiengveo/Tsimiengvó, que seria uma combinação de fênix com pavão, com penagem púrpura e cânticos poderosos que forçam seus desafetos à submissão. Membros destes grupos ou que sigam tais preceitos buscam acima de tudo conhecimentos ocultos, canções e palavras de poder entre quaisquer povos, como sinais sacros do símbolo que reverenciam. Os mais discretos apenas carregam algum adereço púrpura escuro, como alguma pena. Já outros demonstram realmente a quem cultuam. em tempos de desespero e urgência, os discípulos aproveitam para ajudar seus irmãos em troca de poder realizar suas jornadas espirituais sem repreensão por parte deles.
Editado: Hora do crunch!
Características raciais dos manhul
Atributos: +2 destreza, +2 carisma
Tamanho: Médio
Velocidade: 6 quadrados
Perícias: +2 Atuação (aplicada a todas as variantes de atuação), +2 Tolerância
Resistência Elemental: 3 ao frio/gelo
Sangue Humano: Um manhul para todos os efeitos ainda é um ser humano, podendo ser afetado benéfica ou danosamente por efeitos que afetem especificamente seres humanos.
Olhar Gélido: quando um oponente for intimidado em combate por um manhul, ele sofre uma quantidade de dano psíquico igual ao modificador de Carisma do manhul
Inspiração Exuberante: Uma vez por dia como ação livre um manhul pode rolar seus testes de carisma ou perícias de carisma com +4 no modificador até o final do seu próximo turno.
Idioma: Fsenranteol/Fsenrantól (automático)