[Reino] Sakya

Projeto coletivo de criação de um cenário oriental para o sistema d20, bem como criação e alteração de regras para o mesmo.

Moderadores: Madrüga, Youkai X, Léderon, Moderadores

[Reino] Sakya

Mensagempor Seth em 30 Jan 2009, 15:25

Observações: Pessoal, esse é o log de Sakya. Ele será alterado em toda a sua extensão, mesmo porque eu me sinto insatisfeito com uma quantidade de coisas, a começar pela religião e pelos nomes dos lugares. Então, por favor, podem postar sugestões, especialmente no que toca religião, instituições, história, etc.

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Bom. De volta.

Sakya. :mrgreen:

Império Sakya, as Planícies Brilhantes.

Regime: Federação de Monarquias
Alcunha: Planícies Brilhantes
População: 18.305.463
Cidades principais: Sakya (120.000), Bain (90.000), Assan (80.000), Asok (43.000);
Importa: Ouro, Couro, artigos em vidro, grãos de cevada, vinho;
Exporta: Prata, Ferro manufaturado, Rubis, artesanato, Tecido (musselina), café, painço, arroz, cana-de-açúcar.

Situada ao sul, Sakya é uma das regiões mais instigantes e misteriosas em toda Terras Sagradas: em um mundo marcadamente construído sobre querelas e relações hostis entre vizinhos, a união de vários reinos parece um sonho – ou pesadelo – distante.

Economicamente importante e rica, Sakya é observada com inveja pelos vizinhos, de resto suficientemente cautelosos para não instigar um exército que reúne contingentes de seis reinos, e famoso pelos seus arqueiros em torres de ferro no dorso de elefantes.

Sociedade, cultura e governo

Sociedade:

Divida em castas, uma para cada um dos filhos do primeiro Marajá. São eles os Assak, que eram sacerdotes hereditários; o Ksan, guerreiros hereditários; os Issais, comerciantes, e artesão e os Kaman, que eram camponeses. Além desses, existiam os Hintis, a classe destinada aos trabalhos degradantes.

As Castas são fechadas, mas não obstante a isso o Marajá tem uma concepção meritória na administração: traga resultados ou caia fora, seja você quem seja – desde que não seja, de forma nenhuma, um Hinti.

População:

Maioria rural, mas a presença de um efeverscente comércio aumentou a quantidade e o tamanho das cidades, tornando-as grandes metrópoles, que refletem a sociedade Sakya: Há cortiços infectos para os Hintis, e enormes palacetes para os Assak e Ksan.

As cidades são bem planejadas, privilegiando um traçado flexível, mas com ruas retas e ângulos fechados. Quase todas as cidades dignas desse nome têm algum tipo de muralha de terra com uma cerca viva ou muralha de pedras por cima.

O povo geralmente é alto, tendendo para 1:80 ou mais de altura, e robusto. Os cabelos são em geral longos e sedosos, de uma cor negra brilhante. Os olhos são em castanhos escuros, mas podem variar para o médio e até para o claro, sendo raros os de olhos azuis ou verdes. Sua tez varia muito, sendo que há Assak pálidos como pergaminho pessoas do povo escuras como o ônix. Em geral as pessoas são morenas do tom do café.

Governo:

Essencialmente é uma federação das monarquias de Ganga, Korjan, Surain, Assan e Surna, cujos soberanos reconheceram o Rajá de Surain como Marajá dos Sakyas. Apesar disso, eles ainda mantêm uma certa autonomia, podendo ter capitais e cortes próprias, mas sem poder militar, diplomático e Jurídico. Ao sul existem alguns estados vassalos - Baghan, Telrur, Jantrel, todos governados por dinastias locais com o rela poder detido pelo marajá -, e algumas cidades colônias Sakyas. O atual marajá é Shankyra II.

Apesar desse modelo de autonomia, o Marajá tem total controle sobre a burocracia, seja diretamente, seja na forma de seus auxiliares: cada área da administração tem à sua frente um Alto Conselheiro, que lidera escribas, intendentes e superintendentes na gerência dos recursos, e em sua aplicação. O Marajá exige relatórios amplos e quase semanais, e tem inspetores observando a maquina de foram prevenindo a corrupção.


Geografia

Geografia:

O império se desenvolveu no pé da cordilheira chamada de “Morada dos Deuses”, numa vastíssima planície, entre dois grandes rios, o Daro e o Taneya. Seu território é marcado por pequenas colinas aqui e ali na planície, e por algumas depressões que formam vales. A florestas são de árvores frondosas, em geral madeira de lei e árvores do incenso. Em certos lugares, também o cedro pode ser achado, e as árvores futiferas crescem em profusão em muitos bosques. O clima varia, mas é em geral quente e úmido, devido ás monções, o que tornam muito difícil viajar por esse país nessas épocas. Mas o outono e a primavera o clima mais ameno e as chuvas ocasionais, tornam a planície um dos locais mais aprazíveis para se passar o tempo.

Ao sul desse território, na costa das pérolas, nos dias de bom tempo pode se ver a ilha de Kankati. Ali o rajá dos Rheza malignos, Ruzz’kaan, reuniu em um grande palácio todos os seus aliados na época do surgimento dos primeiros reinos de Korjan e Surain. Desde então ele vêm assolando a costa com ataques piratas, capturando homens e mulheres para serem escravos ou devorados. Desde a época de Vylaissaa, o legendário se tenta derrotá-lo, mas até agora ele resistiu a todas as tentativas.

Quase toda a cidade Sakya, por menor que seja, tem em seu centro um parque onde as pessoas podem passear e descansar. É nesse parque, a sombra de diversas árvores frondosas que se desenvolve o comércio de especiarias, que tornaram o império tão próspero nos últimos séculos: de mirra a caril, passando por pimenta, cravo, canela, baunilha, hortelã, sândalo entre e muitos outros condimentos. Além desses, as cidades maiores gozam de bazares em enormes praças, onde praticamente tudo pode ser negociado, desde o raro Jade até papagaios de bico amarelo e luxuriante penas vermelhas, que fazem algazarra sem parar. Até mesmo venenos são vendidos a céu aberto.

Os Issais artesãos são organizados com muito cuidado pelo Estado, trabalhando em corporações de ofício e em guildas fechadas, algumas até hereditárias. Só eles podem criar objetos para a exportação, parte vital do comércio. Eles gozam de um forte poder político, que não é excessivo graças ao sistema inaugurado pelos rajás de Surain, e agora usado em todo o império: o Estado compra as todas as matérias primas, vendendo-as por uma pequena margem de lucro para as guildas. Dessa formas elas produzem por custos baixos as manufaturas e as vendem por preços vantajosos. Se, entretanto, tentarem aumentar o preço de forma abusiva, ou usarem isso como arma política o estado corta o fornecimento de matérias primas. Como parte da produção das guildas é o Estado quem compra, ele têm vastos estoques de produtos para fornecer ao mercado, por algum tempo.

Outro ponto curioso é que certos animais são tidos como sagrados e não devem ser comidos. Galinhas e papagaios estão entre eles, assim como cobras e elefantes. Não se sabe bem a origem dessas crenças, mas algumas histórias infantis falam desses seres como poderosos e perigosos.

No quesito alimentação o povo Sakya é bem sofisticado: Uma refeição normal é composta de pão de centeio, um caldo ou guisado de carne ou de peixe, algumas frutas como mangas ou abacaxis e queijo de cabra. Em geral come-se em pequenas bandejas de porcelana branca ou laqueada. O vinho é muito precioso, e em geral as pessoas bebem aguardente de cana, de arroz e chá preto. O café é servido em pequenas xícaras, e é comum que as pessoas bebam esse líquido quente e bem forte.

O povo costuma usar o pó de certas ervas na forma de pontos na testa, para indicar a casta. Os Assak usam pontos violeta, os Ksan azuis, os Issais verdes, os Kaman amarelos, os Hintis não usam nenhum. Visitantes são instruídos a usar pontos laranja.

A nobreza, como os Rajás e Ranis usam pontos vermelhos. O Marajá e sua família são os únicos a usar pontos de cores purpúreas em todo o império. É um segredo guardado pela corporação dos pintores os ingredientes dessa tinta.

Na realidade ha muito poucas estradas dignas desse nome nessa parte do mundo. O mais comum é uma profusão de caminhos de terra, que nas épocas de chuva se tornam caminhos de barro quase intransitáveis. Por isso é mais comum o uso de navios para viagens, e de caminhos suspensos nas árvores. Quem lucra com isso são os bandidos, que cobram, pedágios e atacam pessoas atoladas. Bem que se tentou criar estradas, mas a maioria é destruída pela chuva, e das que restaram apenas duas podem ser consideradas como seguras: A que liga a capital ao norte, passando pelo rio Daro em uma imponente ponte, com uma cidade em ambas as margens; e a que liga a capital ao oásis de Tunga.

Além desses fatores, a beira das estradas perigosas matilhas de cães selvagens perseguem os viajantes caso tenham seu território invadido. Infatigáveis, perseguem seu inimigo por muitas horas, ás vezes por dias, até que ele se canse. Então caem em cima dele. Para escapar desse destino, deve-se matar o cão líder, que viaja a frente.

A nobreza é em geral atribuída por mérito. Cada cidade é liderada por um Nazim (a), palavra para chefe ou líder. Acima dos Nazim estão os Subadar, os “testas coloridas”, que lideram regiões governadas por Nazins. O próximo grau é o de Killadar, que significam “condutor do elefante” e lideram cidades maiores e em geral formam as cortes dos nobres maiores, que são os Rajás (fem Rani), os soberanos dos cinco reinos, e os Jemadar, os líderes das grandes províncias. Acima do Rajá está o Marajá, o imperador dos Sakyas. Um Nazim pode ascender a Killadar desde que mostre competência e capacidade, recebendo os graus de nobreza do seu soberano ou do Marajá. (fem. Marajáni). O herdeiro do Marajá é chamado de Sharajá, o que indica que eles está acima dos grandes reis, e que um dia ocupará o Sólio dos Sakyas, o maior e mais poderoso império do mundo, no entender deles.


História

História:

O primeiro império Sakya era uma utopia. Ela fora criada pelos Devas, o universo invisível, como um prolongamento de sua própria realidade, onde aqueles que desejavam habitar aquelas terras se chamavam Rhezas. Os homens apareceram depois de muitos séculos, nascidos de um fruto de café, segundo alguns, ou do suor dos Devas, segundo outros. Ambos os povos se aceitaram como irmãos, e os Rajás Rheza governavam uma sociedade de humanos e Rhezas. Havia paz e alegria, e a generosidade era o que norteava a sociedade de então. Sakya chegou a ser o mais rico, poderoso e vasto império do mundo de então.

Porém, com o tempo, alguns homens passaram a não desejar o governo dos Rheza, que achavam por demais estáticos. Além disso, diversos Rheza passaram a explorar os homens. A discordância gerava protestos, que eram severamente reprimidos pelos rajás Rheza, que viam nisso o fim de seu paraíso. Não que fossem cruéis: os homens simplesmente deviam deixar as grande cidades que se estendiam por centenas de quilômetros e viver nas florestas. Eles, no entanto lentamente formaram uma sociedade organizada e poucas décadas depois passaram a atacar com vigor o império dos Rheza.

Chegou um momento em que os conflitos com os humanos se intensificaram, com a agravante da desunião entre os Rheza: Alguns queriam reprimir com violência, e outros desejavam ouvir as críticas e chegar a um acerto pacífico. No fim, esses conflitos entre os humanos e entre os Rheza terminaram por minguar esse último povo. O Império ruiu numa guerra interna, e os Rheza passaram a se comportar de forma mesquinha, como rajázinhos sem real poder. Foi nessa época que os humanos revoltados, cansados do derramamento de sangue uniram-se uma última vez e expulsaram os Rheza do poder. Parte deles, liderados pelo Rajá Deva Namaz reconheceu o mal que haviam perpetrado, e se ocultaram no monte Handal, passando a prantear a alegria perdida e a vivendo em contemplação. Outros, sob as ordens do Rajá Rheza Ruzz’kaan passaram a viver em Kankati, tramando o dia do retorno do império Sakya, com a escravização dos humanos. Outra parte, liderada por Hotlan passou colaborar com os humanos, desde que deixados em paz. Esses sofreram uma segunda divisão quando os ancestrais dos Funalbbi atacaram e massacraram esse povo. Parte do povo de Hotlan se separou e formou o povo macaco, que vive em cidades enormes bem no centro das florestas. Os outros ainda vivem na sociedade, ocultos sob o véu do mistério. Em geral são trovadores ou sábios.

Os humanos, depois de derrotarem os Rheza, passaram a viver em reinos também, já que mesmo entre elas eram por demais divididos para criar um império. O maior, mais poderoso e mais rico dos reinos foi o de Surain, fundado por Vylaissaa, o legendário, o homem que havia liderado a revolta e derrotado os Rheza. Os outros reinos foram fundados por outros líderes importantes, e o sistema de Castas passou a ser adotado, com base nos seguidores dos filhos de Vylaissaa. Ele era reconhecido como Marajá dos Sakyas.

Nessa época os Hintis, descendentes de um grupo de humanos que haviam traído o povo de Surna, numa das mais violentas invasões, que ceifou a vida de dezenas de milhares de pessoas. Foi preciso que Surain e Korjan corressem em auxílio ao povo de Surna para que ele não fosse exterminado. Depois de derrotar Ruzz’kaan, os Hintis foram punidos por ter ajudado na invasão, passando a ser considerado traidor e impuro. Seus descendentes, para se redimir passaram a dever aos outros obediência em troca de qualquer castigo que merecessem.

Uma frágil paz passou a ser mantida, graças á cooperação entre Surain, Assan e Surna. Ela se manteve por alguns séculos, mas acabou quando as tendências expansionistas de Korjan e de Ganga se revelaram impossíveis de conter. Guerras passaram a ser comuns menos de cinco séculos depois da grande guerra contra os Rheza.

Os reinos que guerreavam entre si o faziam como se não houvessem sido o mesmo povo á poucos séculos antes, matando sem piedade fossem mulheres, velhos ou crianças. Nessa época foi que Ruzz’kaan passou a assolar mais ainda as costas dos reinos de Sakya, capturando humanos como alimentos e escravos.

Foi só quando Shankyra I, Rajá de Surain iniciou um processo de união entre os reinos, e quando as ameaças externas se tornaram fortes demais que os eles se uniram novamente num império, o segundo império Sakya. Desde então, apesar das tensões, a paz vem sendo mantida e o império parece mais do que nunca um colosso, defendido por poderosas tropas de elefantes vestidos em aço, e nuvens de flechas e lanças que cobrem os céus.

A união de Sakya não foi fácil. Houve várias “fazes” até que a união fosse instaurada, a exatos noventa anos. O fator principal foi ás dificuldades em relação aos inimigos externos, mas também reinos como Assan e Surna estavam perdendo sua independência, através das jogadas astutas do Rajá e Surain. A princípio, uma união aduaneira foi instaurada com Surain, e as moedas desse reino passaram a ser aceitas com o valor nominal nos outros dois. Com o tempo, uma série de medidas de ordem jurídica vieram a serem acordadas, no sentido de garantir direitos aos súditos de cada reino nos outros, dentre outros. Logo os exércitos de Assan e Surna foram integrados ao exército de Surain.

Ao longo desse período, outro fato importante aconteceu: ao sul de Sakya há uma terra de chapadas e colinas, com poucas florestas e solo razoavelmente fértil, chamada de Bekal. Seu povo era aparentado com os Sakyas, ainda que de forma distante, e viviam em paz numa sociedade primitiva de guerreiros, pastores e agricultores. As aglomerações urbanas eram poucas, meras vilas, e somente as margens do grande lago Jekal havia cidades; a população preferia a vida em aldeolas e quintas.

Há 170 anos veio a ocorreu uma catástrofe para esse povo, na mesma época que Surain desencadeou o processo de unificação. O Lago veio a perder grande parte de suas águas, e uma seca terrível se instaurou, reinando a penúria. Milhares de pessoas morreram, e um dos líderes das cidades do lago optou por reunir quantas pessoas pudesse e emigrar para o norte, para Assan, o reino mais meridional de Sakya. Ali o Rajá os recebeu com gentileza, permitindo que se instalassem num grande vale, pouco interferindo na região, optando por enviar mensagens de paz e de amizade. Alimentos foram distribuídos dos depósitos do Rajá, e durante dez anos esse povo ai viveu, prosperando na medida do possível, impressionados com a riqueza de Assan – ainda que seu Rajá só fosse mais rico que o de Ganga, era mais do que todos os sulistas poderiam reunir em centenas de anos. As armas de ferro encontraram excelentes soldados, que vieram a formar uma guarda de fronteira, os Karegues, usuários da arma de seu povo, a faca Kukri.

Depois de dez anos, a seca passou, e os milhares de pessoas retornaram para sua terra. Houve paz por algum tempo, até que uma inquietação baixou suas asas sobre os habitantes de Bekal. Eles se sentiam atraídos pela riqueza, e viam sua terra como pobre, enquanto os nortistas ricos e covardes poderiam ser facilmente conquistados. O mesmo líder que havia implorado asilo agora falava de guerras e conquistas, e reuniu milhares para seu partido: mais de 100 mil guerreiros ergueram suas Kukris, e três vezes esse número de acompanhantes. Apesar da seca, muitos haviam sobrevivido, e a promessa de saque era atraente.

O líder, de nome Kemal, não era tolo: sabia que não poderia conquistar o norte sem suprimentos e comida. Para tal, entrou em acordo com os saqueadores de todo o sul de Sakya, e até com alguns do norte, para que saqueassem e iniciassem um ataque duplo, de dentro dos reinos, em especial em Korjan. E esse foi o erro de Kemal: muito embora Korjan tivesse sido, um dia, a maior potência bélica, as esquadras de guerra e os exércitos com elefantes e arqueiros, e infantes cobertos de ferro, vindos de Surain contavam uma história muito diferente. Em Korjan o ataque dos saqueadores foi mais cruel, mas o maior inimigo foi poupado.

E súbito, passada as monções, a guerra entrou em curso, e milhares de saqueadores atacavam as cidades, e acumulavam alimentos e armas, especialmente as de cerco. A capital de Korjan, Bain, quase foi tomada, não fosse a reação heróica dos soldados da região. Do sul, as hostes entraram em Assan, matando e violando, ameaçando a capital, a cidade de Assan. O Rajá morreu nessa batalha, cercado pela guarda de sulistas fiéis, defendendo a sua cidade, e seu filho mais velho se opôs ao próprio Kemal nas escadarias do palácio, morrendo, mas ferindo seu inimigo. A irmã dele estava ao lado do pai e do irmão, mas se salvou, liderando o que restava de seu povo para o único reino que parecia ter escapado: Surain. Lá contraiu matrimônio com o Rajá Shankyra I, e as cornetas de corno de elefante foram erguidas, e a guerra iniciada; todos os elefantes de guerra que puderam ser reunidos foram, assim como soldados de Ganga, que havia conseguido algum êxito militar, e de Surna, que havia perdido parte do leste, mas conseguira manter os inimigos ali. Em primeiro lugar o reino de Korjan foi libertado, e seus guerreiros foram reunidos, enquanto um segundo exército derrotava os que restavam em Surna. Bandidos foram caçados, e todos, sem exceção, queimados. O Rajá de Surain reuniu todas as suas forças contra o sul, e não se sabe bem quantos marcharam, mas os poetas falam em florestas de um milhão de lanças de guerra! O mais provável é que algo em torno de 150.000 mil soldados tenham lutado.

Os Bekal perderam batalha atrás de batalha, e se puderam a recuar, dando a seus inimigos terreno: esperavam, dividir o exército, para depois se reagrupar e atacar um a um. Mas o Rajá simplesmente atacou até o fim, derrotando seus inimigos as margens do lago, que se tornou vermelho do sangue ali derramado, e assim foi chamado desde então no norte, Tûl-Kantel, o lago do sangue maldito. Ali Kemal morreu, morto pela esposa do Marajá, cujo pai e irmão ele havia matado, e a traição dele foi lavada.

A guerra não foi rápida, durando longos trinta anos de escaramuçadas, caça aos bandidos, dentre outros. Quando se encerrou, uma união existia, e foi cimentada pela política astuta do Rajá, que sem desejar – por enquanto – o trono, ele iniciou as mesmas medidas que já existiam em Surna e Assan. Este último veio a ser unificado a Surain pelo casamento das casas reais, na figura da Rani de Assan e do Rajá de Surain.

Para impedir que o sul viesse a se erguer novamente, o Rajá instalou milhares de colonos e de cidades Sakyas naquelas terras, procurando manter entre camponeses sulistas e colonos uma relação de paz. A prosperidade que a região passou a gozar soterrou logo qualquer sentimento mais hostil, e quatro reinos vassalos nasceram: Baghan, Telrur, Jantrel.

Por fim, os reinos foram acertando duas diferenças, e passando a ver a união com outros olhos. Quando o Rajá de Sakya assumiu o título de Marajá, á cem anos, todos o aceitaram como seu líder, e uniram seus exércitos, moedas, sistema jurídico, administração num único estado. Shankyra I, claro, não viu essa união total, mas seu filho Shankyra II, que governa a 90 anos, assistiu e liderou esse processo. O atual herdeiro, o Sharajá é o astuto administrador Panjurna (LN, h(m), esp 4/mag5) um homem frio, mas que acima de tudo deseja se mostrar digno da obra de seus ancestrais.


Costumes da Sociedade Sakya

Costumes da Sociedade Sakya:

Estrangeiros que visitem esse reino pela primeira vez sempre se impressionam com o costume dos Sakyas. Nenhum, porém, é mais estranho do que a adoração que chega as raias do fanatismo: a adoração aos papagaios de penas azuis. Diferentemente das aves de penas vermelhas ou verdes, essas aves são tidas como sagradas, e mensageiras dos Devas, isso é, dos Deuses, do mundo invisível. Sempre que uma dessas aves passa andando pelas ruas de uma cidade, a população se curva para dar passagem a esses seres imponentes, de ricas penas azuis celeste e bico amarelo ouro. Seus olhos têm a cor amarela dos olhos de um tigre, e ás pontas de suas asas têm penas douradas, assim como a sua coroa. Quando uma ave dessas morre – o que é raro, pois elas vivem muitas das vezes o dobro da vida de um homem - toda a população se entristece, e veste o branco do luto. A família que hospedava a ave a enterra com todas as honras, e das penas que haviam caído de seu corpo durante sua vida e faz dela uma coroa, que se torna uma herança.

Apesar de parecer absurda, é um fato que apesar de donas de um canto poderoso, essas aves raramente repetem o que os humanos falam. Seja como for, elas só se expressam a palavras a uma pessoa em especial, a quem passam a aconselhar. A maioria desses alcançou fama e fortuna legendárias. A coroa do imperador dos Sakyas é decorada com penas de uma ave que aconselhou Vylaissaa, e por isso dizem que Shankyra II é tão sábio.

Outro costume mais próximo da esquisitice é aquele em que povo tem em relação ao casamento. Em primeiro lugar a cerimônia deve ocorrer em uma espaçosa tenda no jardim ou no terraço da casa dos noivos. Se não for assim, deve ser na clarareira de um dos parques. Elas sempre ocorrem no verão, e por isso são cerimônias quentes e pegajosas, resultando numa tragédia para os convidados que ficam dentro da tenda. Esta é arrumada de maneira que o centro dela seja livre para a noite, e mais fresco. Ali ficam a noiva, o noivo, o Assak responsável pela cerimônia e os sogros. Todos se vestem com luxo exceto os nubentes, que devem vestir simples tangas e – com sáris para a noiva – de musselina verde. O noivo tem o tórax decorado com algum tipo de tatuagem temporária, em geral representando uma árvore ou um animal. A noiva tem a testa engrinaldada com flores de verão, e não usa jóias exceto um colar com uma única jóia.

Depois da cerimônia e da festa, os noivos devem observar a castidade por três dias, durante os quais costumam se conhecer e se acostumar um com o outro. Depois de consumado o casamento, ha sempre uma festa familiar onde são consumidos sucos e doces.

O casamento é sempre acertado pelos país, porém sempre levado em conta o que ambos querem. O dote de ambos é em geral a casa e seus móveis, ou seja, a liberdade.

Viajantes devem sempre tomar cuidado com a aguardente de café que esse povo bebe. É um líquido poderoso, de gosto a um só tempo amargo e doce, que embriaga muito rápido. Essa fórmula é servida em bares por pequenos macacos, que depois de nocautearem os desavisados os aliviam de pequenos bem móveis, como jóias e moedas.

Além dos cães, não é incomum nas florestas encontrar seres chamados Daros. São enormes semi-humanos de aparência simiescas, vestindo pesados mantos turbantes, agindo como mercadores e cambistas. Suas cimitarras são afiadas e matam qualquer um que ouse pegar dinheiro emprestado e não pague.

Uma instituição desconcertante é o dos bordéis públicos. Ao contrário do que ocorre em outros locais, aqui os bordéis são comuns e perfeitamente legais, regulamentados por leis severas e claras. Como resultado, a renda dessa atividade é muito grande, e a criminalidade nesse tipo de ambiente social é menor. Tanto homens como mulheres se dedicam a essa atividade com freqüência, ainda que os grandes mercadores sejam, em geral, eunucos.

Os Sakyas não são mal educados ou prepotentes, antes são muito corteses – ainda que distantes – com estrangeiros. Mas é verdade que se consideram o mais poderoso império, a mais brilhante civilização, os mais prósperos comerciantes, etc. Isso pode – e ocasiona – brigas e discussões, mas enquanto essa abordagem não atingir a mente dos governantes, haverá paz.

Para se entender um Sakya é preciso entender a arte do Hattay, de relaxamento e meditação: existe graça, beleza e fluidez, que esconde uma arte marcial mortal, que atinge os pontos vitais do adversário antes que esse se dê conta. Assim é Sakya.


Forças Militares

Forças Militares:

O império Sakya sempre esteve pronto para invasões e guerras: um povo belicoso desde muito cedo foram os Sakyas. Assim, Shankyra II mantêm milhares de soldados prontos para a guerra, e paira sobre toda a população a constante ameaça, em épocas de crise, de alistamento militar obrigatório. Em tempos de paz o exército profissional é formado por quase 50.000 homens e mulheres prontos para a batalha, vestindo pesados coletes de plaquetas de ferro, levando cimitarras e escudos, arcos e punhais. Além disso, o Rajá Shankyra I, antecessor do atual Marajá foi responsável pela criação de uma força de elite, de 3000 elefantes vestindo ferro, com pequenas torres acima deles, onde oito arqueiros ficam a postos; parte da legendária invencibilidade dos Surain veio dessa fantástica força de guerra.

Os soldados Sakyas não são rufiões a serviço dos governantes. Cada um passa alguns anos recebendo um treinamento especializado no uso de cada arma, e os mais capazes recebem treinamento pata oficiais na própria capital. Para eles, o uso de cada arma é uma arte, e o soldado deve ao menos ter algum conhecimento nessa arte.

Sakya é uma nação poderosa, sem medo de provar isso nos campos de batalha, e está pronta para a guerra a qualquer momento. O povo recebe sempre algum treinamento rudimentar em armas – uma vez por ano, durante duas semanas, todos os homens de todas as localidades recebem adestramento em armas. Ainda que em certos locais isso raramente garanta uma proficiência real com as armas, em outros os camponeses são soldados em potencial. Cada vila, por menor que seja, tem uma milícia de alguns homens comandados pelo chefe, e isso afugente a maioria das ameaças.

Quando as presas dos elefantes são tocados nas cidades, é sinal de uma convocação geral de todos os homens, num exército que poderia reunir muito mais de um milhão de membros.

Os soldados são organizados por companhias, tropas, esquadrões, pelotões, batalhões e regimentos, cada um com uma função específica no campo de batalha, e prontos para entrar em ação assim que a necessidade apareça.

Além dessas forças, existem outra unidades altamente especializadas em serviços como guerrilha e espionagem, ou como tropas de choque. São eles a Guarda Real – cujos membros são os melhores oficiais do centro de formação -, os Fronteiros com suas famosas Kukris e os Matreiros. Cada um desses responde, diretamente, ao Marajá.

A marinha Sakya não é especialmente desenvolvida, mas existe mesmo assim. Grandes galeras cruzam o mar, atacadas por piratas ou caçando esses bucaneiros, carregando em seu bojo milhares de medidas de produtos para o comércio.


Moeda

Moeda:

A base monetária desse povo é a moeda de ouro, o Ajan. Um Ajan compra uma vasta refeição em qualquer região do império; compra um punhal de aço de boa qualidade, compra alimentos suficientes para uma semana, ou acomodações em uma estalagem passável.

Abaixo do Ajan está a moeda de prata, o Tlut. Um Tlut compra um guisado e um copo de suco, ou aguardente de beterraba. Compra o suficiente para parcas refeições por três dias, ou uma faca de bronze.

A moeda de cobre, o Kal compra um pão, ou uma réstia de cebolas, ou um saco de couro usado.

Além das moedas dos Ajan, Tlut e Kal, existem as cartas de crédito. Como o interior do Império é bastante perigoso, os mercadores preferem entregar certa quantidade de dinheiro a um oficial do império, que em troca disso oferece a ele um pedaço de seda onde descreve os bens colocados sobre sua proteção, e a quantia que ele pode sacar nas mãos de outro oficial em seu destino. É um sistema útil, e que por isso é raramente fraudado.

1 Ajan = 20 Tlut = 200 Kal
1 Tlut = 20 Kal.

O custo de vida dos Sakyas não é alto. As terras são amplas e ainda parcamente exploradas, e as florestas fornecem madeira, caça e frutos de forma generosa. O comércio atrai uma prosperidade rara, e qualquer pessoa disposta ao trabalho pode viver com relativo conforto.


Religião:

A religião:

A religião mais popular é baseada no culto aos Devas. Eles seriam um grupo de seres invisíveis, que regeriam todo o universo e a sua harmonia, mantendo vivo o mundo e a humanidade. Eles não têm qualquer forma humana: O destino e os fatos que ocorrem na vida de uma pessoa são causados pelas mãos dos Devas ou talvez pelo acaso, que uns chamam de Deva e outros não. Talvez por isso a população tenha a busca pelo prazer como um dos pontos centrais de sua vida: o prazer e a felicidade devem ser vividos e buscados já que são bênçãos dos Devas. Essa religião não tem sacerdotes, mas sim sábios e conhecedores da tradição popular oral.

A outra religião, de onde vem os Assak e os Ksan é a baseada no culto a heróis do povo Sakya. Ela se baseia em leis e costumes legados pelo tempo e nos ditos dos antigos heróis.
Para eles os Devas renunciaram ao mundo, e deram aos grande heróis como Magol e Namaz o controle do mesmo. É uma religião, essa sim, de templos e sacerdotes, de incensórios e rituais complexos, e sem maiores significados.

Quase todo o povo, além disso, pratica o culto aos ancestrais das Castas, em pequeninos altares domésticos, sempre oferecendo a eles mirra, e pedindo aconselhamento e clareza. Sonhos com esses ancestrais dando conselhos são comuns.

Existe, porém, um grande ritual que ocorre uma vez por ano, em todo o império. Dizer que é uma religião pode não ser exato, mas chega quase a isso. Depois da colheita, todas as pessoas se reúnem nos campos para um festival onde um dos Sábios da cidade relembram as histórias antigas do povo, os costumes, celebram a paz e fazem justiça, ouvem contendas e acertam diferenças. Em todos os locais barracas de comes e bebes, lutas e jogos são feitos, até o ponto alto, quando grandes fogueiras são acesas, na última noite. Ali dançam os casais, e rituais da fertilidade vêm a acontecer.
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[Reino] Sakya

Mensagempor Madrüga em 07 Abr 2009, 11:21

Sakya escreveu:Divida em castas, uma para cada um dos filhos do primeiro Marajá. São eles os Assak, que eram sacerdotes hereditários; o Ksan, guerreiros hereditários; os Issais, comerciantes, e artesão e os Kaman, que eram camponeses. Além desses, existiam os Hintis, a classe destinada aos trabalhos degradantes.

As Castas são fechadas, mas não obstante a isso o Marajá tem uma concepção meritória na administração: traga resultados ou caia fora, seja você quem seja – desde que não seja, de forma nenhuma, um Hinti.


O que mantém as castas unidas ou separadas? Quer dizer, os hinti saem pelo mundo ou crêem que isso é merecido e aceitam seu destino?

No protótipo de sociedade de castas que eu tinha criado certa vez para o cenário, havia uma casta que era a dos "exilados": pela crença forte no ciclo das onze existências, eles criam que a sociedade não era para eles, mas que eles deveriam viver à margem dela, protegendo-a de ameaças externas para que pudessem reencarnar em algo mais "digno".

Sakya escreveu:Em tempos de paz o exército profissional é formado por quase 50.000 homens e mulheres prontos para a batalha, vestindo pesados coletes de plaquetas de ferro, levando cimitarras e escudos, arcos e punhais.


Uma preocupação é: isso não é meio desproporcional tanto para o cenário quanto para um povo que não está em campanhas de conquista? Quer dizer, 50 mil soldados parados, juntando pó?
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[Reino] Sakya

Mensagempor Lanzi em 14 Abr 2009, 23:03

Acho que vamos precisar de um suplemento pra cada reino...
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[Reino] Sakya

Mensagempor Seth em 23 Mai 2009, 11:22

O que mantém as castas unidas ou separadas? Quer dizer, os hinti saem pelo mundo ou crêem que isso é merecido e aceitam seu destino?

No protótipo de sociedade de castas que eu tinha criado certa vez para o cenário, havia uma casta que era a dos "exilados": pela crença forte no ciclo das onze existências, eles criam que a sociedade não era para eles, mas que eles deveriam viver à margem dela, protegendo-a de ameaças externas para que pudessem reencarnar em algo mais "digno".


Posso incorporar isso na versão 2.0, madruga. A idéia me agrada.

Uma preocupação é: isso não é meio desproporcional tanto para o cenário quanto para um povo que não está em campanhas de conquista? Quer dizer, 50 mil soldados parados, juntando pó?


Você tá certo nisso. Vou reestruturar essé contingente militar. Mesmo assim, preciso saber se há ou não alguma tensão com outras regiões, como a dos Nagash, ou Shian-Hu.

Pessoal, só pra constar. Apesar do acesso restrito a net, tou trabalhando muito em Sakya, especialmente com a religião. Infelizmente, pesquei algumas idéias do mesmo livro que o madruga (Baudolino XD); mesmo assim, posso modificar, ou criar uma raiz comum.

E leiam esse material, preciso do feedback de vocês!

Valeu, gente.
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Re: [Reino] Sakya

Mensagempor Seth em 14 Jan 2011, 00:49

Gente, tou postando a 2.0 do jogo, então me mandem considerações a respeito, com o que pode mudar, precisa, etc.
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Re: [Reino] Sakya

Mensagempor Emil em 14 Jan 2011, 18:45

Olá, Seth!

Então, eu indico este tópico aqui, com o padrão de descrição dos reinos:

viewtopic.php?f=28&t=6052

Vem com código e tudo. O intuito é deixar o reino pronto pra ser jogado, então você vai ver que não tem um espaço pra história, e geografia pode ser dividida em principais áreas & cidades e áreas selvagens & despovoadas.

- Mas, Emil, eu vou ter que jogar tudo o que eu já criei fora?

Não, não vai. A história, por exemplo, que está bem desenvolvida, você pode copicolar em uma mensagem separada, aqui dentro deste mesmo tópico.
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Lutai primeiro pela alimentação e pelo vestuário,
e em seguida o reino de Deus virá por si mesmo.

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