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O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 16 Jun 2011, 20:49
por Cebolituz
Hoje, recebi esse texto em um curso para professores promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Foi escrito por uma professora chamada Lizia Nagel, e achei que o assunto poderia render discussões aqui na Spell.

O Homem Pós-Moderno (Características)


- Reconhece o outro por seus bens: roupas, celular, bonés, carros.
- Incapaz de entender o outro.
- Não estabelece vínculos, compromissos.
- Não se propõe a aprender com o outro.
- Não se percebe como ser social.
- Não tem atração por qualquer projeto.
- Não se entusiasma por nenhuma atividade social.
- Não tem utopias, não tem propostas para o amanhã.
- A vida pública é tratada sem sentimento.
- O coletivo perde o sentido.

Descompromisso com a razão


- Tem total indisponibilidade para a reflexão.
- Tudo é relativo.
- Não aceita a idéia de "verdade".
- Incapaz de estabelecer conexões.
- Apologiza contínuas rupturas.
- Valoriza a informação e não o conhecimento.
- Usa clichês prontos para "explicar".
- Não estabelece diferença e nem consegue valorizar o que é de qualidade.
- Repete o senso comum, expõe apenas a percepção do imediato.
- Só quer conhecer o que é útil para ele, o que ele vai consumir.
- Indisponibilidade para o esforço e a disciplina.
- Desvaloriza a eficiência e a necessidade de organização.
- Não percebe, nem valoriza o conhecimento já produzido.
- Criança adultizada precocemente, o adulto infantizado.
- Ausência de condições para enfrentar frustrações.
- Crítica sistemática de quem lhe cerca, ou cuida.
- Apatia/tédio.
- Banalização à violência.
- Não se interessa pelos problemas sociais, pelos problemas do outro.


E aí, o que acham?

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 16 Jun 2011, 21:13
por _Virtual_Adept_
Eu acho que o pós-modernismo já me parece um ideal ultrapassado.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 16 Jun 2011, 21:14
por Iuri
Aquilo que não é mentira, também não é coisa exclusiva do "homem pós-moderno".
Talvez um ou outro item realmente seja caracteristica do nosso tempo, mas convenientemente nenhuma das caracteristicas "boas" foram citadas.
Em resumo: alguém que acha que "no meu tempo era melhor", e/ou que a humanidade está regredindo. Não é um pensamento incomum, mas não é por isso que será verdadeiro.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 16 Jun 2011, 21:51
por Elven Paladin
Quem escreveu isso ao menos citou alguma fonte para cada uma dessas alegações? Em qualquer caso, isso é uma aula de o que é um "Pessimistic Bias" (Viés Pessimista) que afeta uma quantidade abissal de autores e pessoas. Citando Um trecho que aparece no livro "The Myth of the Rational Voter" (o trecho é sobre Economia, mas pode ser facilmente extendido para o que a autora "qualifica"):

...As a general rule, the public believes economic conditions are not as good as they really are. It sees a world going from bad to worse; the economy faces a long list of grim challenges, leaving little room for hope. We can call this the pessimistic bias, a tendency to overestimate the severity of economic problems and underestimate the economy’s performance in the recent past, the present, and the future.

varieties. You may be pessimistic about symptoms, overblowing the severity of the effects of everything from the deficit to affirmative action. But you can also be pessimistic overall, seeing negative trends in living standards, wages, and inequality. Public opinion is marked by both forms of pessimism. Economists constantly advise the public not to lose sleep over the latest economic threat in the news, pointing out massive gains we’ve made during the last 100 years and now take for granted.

David Hume—economist, philosopher, and Adam Smith’s best friend—blamed popular pessimism on our psychology. “The humour of blaming the present, and admiring the past, is strongly rooted in human nature,” he wrote, “and has an influence even on persons endued with the profoundest judgment and most extensive learning.”

But 19th-century economists did little to develop the theme of pessimistic bias. Nineteenth-century socialists who predicted “immiseration” of the working class met intellectual resistance from economists. But the root of the socialists’ forecast was hostility to markets, not pessimism as such. Economists often ridiculed socialists for their wild optimism about the impending socialist utopia.

Pessimistic bias is widely thought to have grown worse in the modern era. In The Idea of Decline in Western History (1997), the historian Arthur Herman of the Smithsonian Institution maintains that it peaked soon after the end of World War I, when “talking about the end of Western civilization had become as natural as breathing. The only subject left to debate was not whether the modern West was doomed but why.”

How can high levels of pessimism coexist with constantly rising standards of living? Although pessimism has abated since World War I, the gap between objective conditions and subjective perceptions is arguably greater than ever. In The Progress Paradox (2003), the journalist Gregg Easterbrook ridicules the “abundance denial” of the developed world: “Our forebears, who worked and sacrificed tirelessly in the hopes their descendants would someday be free, comfortable, healthy, and educated, might be dismayed to observe how acidly we deny we now are these things.”


Descompromisso com a razão
- Tem total indisponibilidade para a reflexão.
- Tudo é relativo.
- Não aceita a idéia de "verdade".


Sem nunca ter ouvido falar dessa autora em minha existência, porque eu tenho a séria impressão que ela baseou isso em um número muito restrito de pessoas da área de humanas na qual aposto que ela convive e induziu isso para o resto da população, sem saber que tais crenças são restritas a esse gueto altamente vocal?

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 16 Jun 2011, 22:28
por Cebolituz
Dando uma googleada aqui (visto que o papel que eu recebi o texto veio sem fonte da pesquisa), a professora dá aula no Cesumar em Maringá e criticou a pós-modernidade nesses artigos aqui:

A EDUCAÇÃO DOS ALUNOS (OU FILHOS) DA PÓS-MODERNIDADE

COLETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: QUESTÕES
EDUCACIONAIS


EDUCAÇÃO PÓS-MODERNA: INTERESSES E APORIAS

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 16 Jun 2011, 23:19
por Eltor Macnol
Valeu, Cebolituz, por me lembrar do tipo de porcaria que eu fui exposto no curso de Letras e ajudou a me fazer pegar distância dessa carreira. :P

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 09:09
por banned_guardian
Não precisa agradecer Eltor.
Cesumar é uma das faculdades particulares de Maringá (tem outras). No geral todas são fracas, com professores fracos e com conteúdos irrisórios.
As Faculdades Maringá (na minha área: Direito) é a menos pior daqui, sendo que o CURSO levou nota 4 no ENADE, mas os alunos... deixa pra lá.
Até a PUC-Maringá é fraca de dar dó.

Não se espante com esses artiguinhos aí. Já me deparei com coisas que produzem nas faculdades particulares daqui que achei ridículo. Enquanto no Cesumar as "monografias" de fim de curso tem 20-30 páginas, a minha da UEM (que aliás, é também a casa do Gladius) deu 158 páginas e tirando MUITA coisa. É assustador o tanto de coisa estapafurdia que temos que engolir.

Ademais, um curso de Letras na UEM tem uma ótima aceitação e passa LONGE, BEM LONGE disso aí. Afirmo com conhecimento de amigos que fazem/fizeram e que gostaram.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 11:43
por Rain
Cebolituz escreveu:Hoje, recebi esse texto em um curso para professores promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Foi escrito por uma professora chamada Lizia Nagel, e achei que o assunto poderia render discussões aqui na Spell.

O Homem Pós-Moderno (Características)


- Reconhece o outro por seus bens: roupas, celular, bonés, carros.
- Incapaz de entender o outro.
- Não estabelece vínculos, compromissos.
- Não se propõe a aprender com o outro.
- Não se percebe como ser social.
- Não tem atração por qualquer projeto.
- Não se entusiasma por nenhuma atividade social.
- Não tem utopias, não tem propostas para o amanhã.
- A vida pública é tratada sem sentimento.
- O coletivo perde o sentido.

Descompromisso com a razão


- Tem total indisponibilidade para a reflexão.
- Tudo é relativo.
- Não aceita a idéia de "verdade".
- Incapaz de estabelecer conexões.
- Apologiza contínuas rupturas.
- Valoriza a informação e não o conhecimento.
- Usa clichês prontos para "explicar".
- Não estabelece diferença e nem consegue valorizar o que é de qualidade.
- Repete o senso comum, expõe apenas a percepção do imediato.
- Só quer conhecer o que é útil para ele, o que ele vai consumir.
- Indisponibilidade para o esforço e a disciplina.
- Desvaloriza a eficiência e a necessidade de organização.
- Não percebe, nem valoriza o conhecimento já produzido.
- Criança adultizada precocemente, o adulto infantizado.
- Ausência de condições para enfrentar frustrações.
- Crítica sistemática de quem lhe cerca, ou cuida.
- Apatia/tédio.
- Banalização à violência.
- Não se interessa pelos problemas sociais, pelos problemas do outro.


E aí, o que acham?


Não é surpresa pra mim, que os homens mais "respeitáveis" e de "sucesso" que eu conheço possam ser classificado nestes termos, pois é :hum:
Deixo também meu total desprezo por esta atitude acadêmica de avaliar conhecimento por peso da autoria ou por peso do curso/instituição

Hoje sou uma pessoa que aprendo. Um eterno aprendiz, não me sinto "superior" a ninguém
Aprendo com uma senhora em uma Favela próxima, aprendo lendo um texto de um autor famoso (um "doutor" da vida)
Se na Universidade temos conhecimento, nas periferias temos sabedoria...O mundo e a vida e uma escola que livro nenhum pode reproduzir


Que bom que a maioria ja esta pendendo para um lado

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 14:30
por _Virtual_Adept_
David Hume—economist, philosopher, and Adam Smith’s best friend—blamed popular pessimism on our psychology. “The humour of blaming the present, and admiring the past, is strongly rooted in human nature,” he wrote, “and has an influence even on persons endued with the profoundest judgment and most extensive learning.”


Eu já mencionei que amo o Hume?

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 15:13
por Sampaio
Aproveitando o gancho, só recentemente descobri o tal do Scrib. Daí criei uma conta lá e de tempos em tempos tô fazendo upload de livros e textos interessantes que tenho no computador aqui. Tem coisa do Hume no meio (o livro mais reverenciado dele, inclusive):

http://pt.scribd.com/pedro_sampaio_23

Com o tempo vou colocando mais.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 15:16
por _Virtual_Adept_
Qual seria o livro mais reverenciado dele? O Tratado da Natureza Humana?

Esse eu tenho em físico.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 20:31
por Lanzi
Que monte de besteira... Isso daí é da qualidade de uma corrente de e-mail.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 17 Jun 2011, 21:07
por Eltor Macnol
Não duvido que ela tenha copiado de uma.

Re: O Homem Pós-Moderno

MensagemEnviado: 18 Jun 2011, 00:42
por Sampaio
VA: Investigação Acerca do Entendimento Humano