OK, finalmente acabei de ler o tópico. E como já tem um aviso bem grande no título de que aqui há chamas, não vou medir muito as palavras não.
QUE DECEPÇÃO DA PORRA!
Cigano, fiquei até envergonhado de ler teus posts. Tu sempre foi ligeiro em sair dizendo (tanto no fórum quanto em conversas particulares) que tinha opiniões muito fortes sobre religião, blá blá blá, chega na hora da verdade tu só enrola, enrola, enrola, esquiva, esquiva, fala muito e não diz NADA?
Faltou muito pra se chamar isso aqui de "debate".
OK, agora que já desabafei minha frustração com o andamento do tópico, alguns comentários mais positivos:
Concordo com muita coisa do que o Sampaio disse ao longo do tópico, não tudo, mas a vasta maioria. Adoraria, MESMO, que mais gente lesse com atenção um belo post que ele fez ali na quarta página, e que fala muito bem por quê a crença em alguma divindade não é necessária pra uma vida plena e feliz. Vou deixar esse trecho citado no final do post, por favor, leiam-no.
Gostaria também de comentar sobre a participação da Myako no tópico. Eu lamento que ela tenha perdido a paciência e se focado mais em atacar a
forma como o Sampaio respondeu, do que os
argumentos dele, mas preciso ressaltar que, em um chat via MSN ontem à noite, tivemos uma conversa bem tranqüila sobre a diferença entre crenças pessoais e a realidade, então fica aí meu depoimento que ela é sim bem capacitada a debater amigavelmente, desde que mantenha um clima de amistosidade. O que não é bem o forte desse tópico.
Mas voltando ao tópico em si, fica aqui o trecho que eu considero o mais positivo desse tópico todo:
MAS eu acho que Deus não é apenas para isso. Se eu acreditar que não há nada depois da morte, pra que ficar vivo? Pra que me privar de sacanear e magoar aquela pessoa que me irrita? Não vai vir nada depois, de que me importa?
E vc acaba de confirmar a idéia de que a religião existe principalmente por medo, e da exploração da covardia humana. Não acho que devemos nos iludir por medo.
Veja bem, se vc sair do paradigma relgioso verá que o que não faltam são razões para estar vivo. O mundo, as sensações, as experiências, o gozo, o amor, a música, a beleza... Um ateu admira o mundo tanto quanto (ou mais) do que um religioso. E digo mais, talvez a não-crença em Deus seja um motivo a mais para iver. Afinal de contas, se não há uma vida depois desta, pra que desperdiçar a única que temos? É aprender a valorizar ainda mais sua existência, e ainda sim se libertar do consolo ilusório de ter uma outra vida imaterial te esperando.
O ateísmo é o máximo do humanismo, da vivência e experiência, justamente por negar a idéia de Deus. Vc tb pergunta o que impede de sacanear os outros, oras viver em harmonia é uma questão de INTELIGÊNCIA, e deveria ser príncipio básico da humanidade, como filosofia de vida. Afinal, se está é sua vida, sua única existência, a idéia é que vc conviva da melhor forma possível. Tratar bem os outros faz com que receba um bom tratamento de volta. Cuidar do planeta faz com que vc viva melhor nele, assim como seus filhos, que vc continuará amando mesmo sem acreditar em Deus. Sacanaear os outros e ser desonesto é punido pela sociedade e da mesma forma que é hoje, muitos acreditarão que vale a pena correr o risco, serão punidos, e outros tantos acreditarão que não.
Afinal, vai querer passar sua única existência trancado ou rejeitado?
Nós temos justamente de parar com esse tipo de pensamento, de acreditar que Deus é responsável pelos nosso méritos, e tirar as responsabilidades de causas divinas (cuja própria idéia é muito danosa, como venho dizendo) e cujos supostos benefícios.. Bem, eles vêm de nós mesmos! E os ateus estão aí pra provar isso.
Não vale a pena se iludir por ser mais confortável... Tanto quanto este argumento é verdadeiro, também é covarde. Ninguém senão um covarde escolheria conscientemente viver no paraíso dos tolos. Quando um homem suspeita da infidelidade de sua esposa, não lhe dizem que é melhor fechar os olhos à evidência. Não consigo ver a razão pela qual ignorar as evidências deveria ser desprezível em um caso e admirável no outro.